Prefeitura realizou entrega de outras 31 unidades no Oscar Salazar e, com atraso, espera concluir entregas após mais de 400 dias da tragédia
Há cerca de 400 dias os moradores da então favela do Mandela viviam momentos de terror, após um incêndio de grandes proporções acabar com a moradia de aproximadamente 100 famílias e, com a entrega recente de mais 31 unidades habitacionais, a expectativa do município é concluir as entregas aos afetados apenas em janeiro.
A Prefeitura de Campo Grande realizou, recentemente, a entrega de 31 unidades habitacionais para os afetados pelo incêndio, que, agora, são oficialmente moradores do Oscar Salazar.
Ainda assim, nem todos os afetados pela tragédia foram atendidos até o momento, sendo que a expectativa do Executivo Municipal é concluir as entregas das unidades cerca de 440 dias após o incêndio.
Cabe destacar que as famílias do Oscar Salazar assinaram seus contratos no mês de junho, caso de Jaqueline Damazio, de 38 anos, que espera receber seus dois filhos moradores de Corumbá em sua casa nova neste final de ano.
"Tenho dois filhos, hoje com 21 e 7 anos, que ficaram com a avó, foram adotados e vivem lá. Quando me mudei para Campo Grande, foi para resolver algumas coisas após a morte da minha mãe e acabei ficando. Cheguei a passar alguns meses na rua e foi difícil mesmo. Agora que tenho minha casa, vou poder chamar meus filhos para me visitar, e isso é tudo para mim, um presente de Natal como nunca tive na vida”, afirma.
Durante a entrega realizada pela equipe da Prefeitura, o diretor-presidente Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha), Claudio Marques, destacou a importância da entrega das casas e apontou o prazo limite para conclusão das restantes.
"Nós sabemos da necessidade dessas famílias, acompanhamos de perto tudo que elas passaram. A energia está instalada e as unidades já têm água, fizemos as vistorias e como está tudo ok eles já começaram a mudar. Só tenho a agradecer por poder ser um meio de transformação em nossa cidade".
Conforme noticiou o Correio do Estado na época, as famílias do Mandela passaram a ser realocadas em cinco regiões da cidade, sendo:
- José Tavares
- Loteamento Iguatemi I
- Loteamento Iguatemi II
- Talismã e
- Oscar Salazar
Entretanto, contrariando a previsão do Executivo Municipal, de que todas as construções seriam concluídas até o fim de 2024, justamente os loteamentos que foram divididos e numerados como Iguatemi 1 e 2, previstos inicialmente para abrigar cerca de 68 lotes para unidades habitacionais, é o que fica para 2025.
Ainda em janeiro deste ano o Correio do Estado apontou, em entrevista o engenheiro Civil e Ambiental responsável pela obra, Gustavo Souza Castro, da VBC Engenharia, que o Iguatemi I e II estavam atrasados por conta de documentação dos moradores, que ainda estavam sendo regularizadas.
Relembre
Vale lembrar que, ainda em janeiro de 2023 a já prefeita Adriane Lopes havia prometido acabar com a favela do Mandela em 2024, porém, antes que as famílias pudessem sair do local, o espaço que abriga famílias a mais de uma década foi consumido pelas chamas antes que o poder público pudesse agir.
Em 16 de dezembro de 2023 o incêndio de grandes proporções destruiu cerca de 80 barracos na Favela do Mandela, afetando 187 famílias que moravam no local.
Aquelas famílias que aceitaram foram encaminhadas para abrigos, outras foram para casa de parentes. O Exército Brasileiro chegou a disponibilizar 14 tendas para o acolhimento da população durante um período.
Importante explicar que os beneficiados foram impedidos de reconstruir as moradias no mesmo local onde é a Comunidade do Mandela, por se tratar de uma Área de Proteção Ambiental (APP).
Todas as casas estão sendo construídas por empresa credenciada pelo Credihabita, com investimento de aproximadamente R$ 15 milhões em recursos próprios da prefeitura.
Cada família beneficiada pagará parcelas mensais de R$ 185, pelo prazo de 360 meses (30 anos). A seleção de quais famílias irão para quais áreas foi definida por sorteio.
**(Colaboraram Glaucea Vaccari e Alanis Netto)
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