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Governo de MS garante mais de R$ 1 milhão em 5 meses a casal sertanejo

Desde junho, conforme publicações do diário oficial, Maria Cecília e Rodolfo foram contratados oito vezes pela Fundação de Cultura

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Embora não apareça na lista das cem músicas sertanejas mais tocadas no país em outubro ou nos meses anteriores, a dupla Maria Cecília e Rodolfo é disparadamente a preferida da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, que somente nos últimos cinco meses destinou ao menos R$ 1,06 milhão para shows da dupla em oito municípios no Estado.

A contratação mais recente, segundo publicação do diário oficial do Governo do Estado desta quinta-feira (16), é para um show no dia 12 de novembro em Dois Irmãos do Buriti. O cachê será de R$ 140 mil, que é o mesmo valor pago por outros quatro shows realizados de agosto para cá.

Antes disso, para os três shows realizados em junho e julho deste ano, o valor era de R$ 120 mil,  mesmo cachê pago pelos shows ao longo do ano passado, quando a dupla faturou R$ 1,2 milhão por dez eventos bancados com recursos públicos estaduais. 

O valor costuma ser o mesmo para as apresentações, independentemente do tamanho da cidade ou do evento. No dia 11 de outubro, por exemplo, o Governo pagou R$ 140 mil para um show na feira agropecuária de Corumbá. Uma semana antes, o mesmo valor foi repassado para um show em uma cavalgada no distrito de Arapuá, em Três Lagoas. 

Até mesmo para se apresentar na Festa da Rapadura, no pequeno distrito de Furnas do Dionísio, em 9 agosto do ano passado, o Governo pagou valor integral, de R$ 120 mil. 

O auge da dupla ocorreu ainda em 2008, quando fez sucesso em praticamente todo o País. Mais de dez anos depois, porém, parece que os cantores ainda são os prediletos em algumas localidades. Prova disso é que o Estado pagou R$ 120 mil para que se apresentassem em 14 de dezembro do ano passado em Juti. 

Menos de seis meses depois, pagou mais R$ 120 para que o casal fizesse novo show em uma festa junina, no dia 2 de junho, na mesma cidade localizada às margens da BR-163, no sul do Estado. 

Dias depois, em 8 de junho, os cantores também foram a atração principal em outra festa junina, desta vez em Deodápolis. Se o contrato foi resultado da reivindicação de fãs é impossível saber. Porém, os cantores haviam se apresentado na mesma cidade em março do ano anterior, conforme evidenciam extratos publicados no diário oficial do governo de Mato Grosso do Sul. 

Mas, a dupla não vive somente de shows bancados por recursos públicos do Governo de Mato Grosso do Sul. Na agenda de outubro, por exemplo, também fez apresentações no interior do Estado de São Paulo e de Goiás, além dos eventos em Corumbá, Três Lagoas e no distrito de Nova Casa Verde. O contrato relativo a este último ainda não foi tornado público. 

Em setembro a agenda também foi lotada, com oito apresentações em São Paulo, Minas Gerais, no Ceará e até em um evento fechado em Campo Grande, no 36º aniversário do Sindifiscal. Um dos destaques, porém, foi a apresentação na feira agropecuária de Ponta Porã, patrocinada pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. 

Na lista das cem músicas mais tocadas de outubro, a cantora Ana Castela aparece com pelo menos quatro gravações diferentes. Duas delas aparecem na segunda e terceira colocação. Também aparecem os sul-mato-grossenses Luan Santana, três vezes, e a dupla Jads e Jadson, com uma canção.

 

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Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremessar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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