Interditada por cerca de duas semanas, a região das Moreninhas recebe obras para implantar sistema de drenagem; instalação de galerias de águas pluviais e poços de visita, um trabalho que limita o trânsito local com desvios e acarreta outros problemas de saúde e segurança.
Conforme noticiado pelo Correio do Estado, a interdição está em trecho da rua Ipamerim com a rua Ayrton Senna, com um desvio à esquerda pela rua Crispim Moura, até a chamada Macambira, para que o motorista possa atravessar o ponto de obras e cair na Avenida Alto da Serra.
Entretanto, vale ressaltar que esses acessos também não possuem pavimentação e muitos moradores locais, inclusive, desrespeitam as sinalizações impostas para desvio do canteiro de obras.
Morando na região das Moreninhas desde 1993, o comerciante José Carlos, de 64 anos, frisa que, apesar do incômodo a obra não deve atrapalhar economicamente quem depende do fluxo local.
"Quem tiver que vir aqui o acesso tem, para o comércio e tudo o mais... só não passa do buraco. Vai ter que terminar isso aqui, o mais rápido possível, para poder passar o asfalto", diz.
Ele esclarece também que a estrada foi edificada no fim da década de 1980, entre os anos de 86 e 87. Agora, está sendo construído no local o chamado "novo acesso" das Moreninhas, que passa pela rua Ayrton Senna.
"O progresso vem para somar e merecemos. Estamos sofrendo aqui há tanto tempo. A prefeitura tá deixando a desejar e ela [Adriane Lopes] não disse ao que veio ainda, ela 'está' prefeita, mas é sombra dos Trad e quem sofre é a população", comenta o empresário.
Ele faz questão de ressaltar que as placas colocadas na região, que apontam para os sentidos de desvio com os dizeres "obra do Governo do Estado", traz tranquilidade de que o serviço será concluído e entregue.
"Você vê cada vez mais escândalo, rachadinha. É a continuidade, porque o rolo já estava feito e, se tem alguém pagando tem quem está levando", completa José Carlos.
Perigo à vista
Para outra moradora, que também toca um ponto de comércio na região, dona Edna Martins de 54 anos, apesar de apontarem o prazo 15 dias para o fim da interdição, a impressão é de que os serviços deverão se estender por mais tempo.
"Porque é muito serviço. Mas gente não tem que questionar nada, só aceitar já que vão arrumar. Eles falam que resolve em duas semanas, mas vai mais tempo", pontua.
Também, dona Edna faz questão de chamar atenção para alguns perigos vindos com a instalação desse canteiro de obras, como a terra que sobe e os riscos de acidente devido às sinalizações "meia-boca".
"A única coisa que a gente pede é que joguem água. Cheguei a mandar recado para um homem, só que eles esquecem e não jogam mais, sendo que eu estava com pneumonia esses dias e estou fazendo tratamento", diz Edna Martins.
Ela destaca que a interdição do canteiro precisa ser melhor feita, já que muitos motoqueiros desrespeitam as fitas, manilhas e faixas, para trafegarem tranquilamente pelas calçadas locais.
Poeira traz riscos à saúde e medo para a população local. Foto: M.V"Ainda que seja por 15 ou dez dias, mas mete um tubo ali para ninguém passar, tá muita poeira e a gente já não sabe o que fazer. Ontem de noite se você visse a loucura, a 'passação' de moto. Hoje pela manhã quase que o motoqueiro atropelou um senhor que vinha de a pé passando pelo buraco", cita.
Essa movimentação para início da obra, conforme a dona Edna Martins, já está completando quase um mês, sendo que essa foi uma das primeiras vezes que equipes umedeceram a terra para evitar que a poeira suba.
"Já faz horinha, mas veio muita chuva... agora que começou, creio que vai pegar firme, mas passa motoqueiro e a gente não aguenta poeira".
Ela lembra que precisou fechar seu estabelecimento por cerca de 15 dias, indo buscar abrigo no município de Sidrolândia devido ao estado causado pela poeira, que afeta sua condição médica.
Por fim, ela apoia a esperança no futuro ano que deve ser de decisões políticas, momento em que, segundo a moradora, os agentes públicos buscam "mostrar serviço".
"É ano político, essa é a questão. Tem casa aqui há mais de 25 anos, olha o relaxismo que é esse bairro nosso. Mas é isso aí o que eles querem, é dinheiro", conclui.


Mato Grosso do Sul está em alerta para tempestades (Reprodução / Inmet)


