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Jamilzinho já acumula penas que ultrapassam meio século

A partir da próxima segunda-feira ele enfrenta novo júri, desta vez pelo assassinato do Playboy da Mansão. Em outras quatro condenações, soma 54 anos de prisão

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Prestes a voltar ao banco dos réus acusado de ser mandante do assassinato de Marcel Hernandes Colombo, o empresário Jamil Name Filho, ou Jamilzinho, já acumula penas de pelo menos 54 anos e três meses por conta de outras quatro condenações criminais.

O júri, que desta vez será por vídeoconferência do presídio federal de Mossoró (RN), onde esta recolhido Jamilzinho, está previsto para começar na próxima segunda-feira (16) e pode se estender por até quatro dias. 

E, além de Jamil Name Filho, serão julgados o ex-guarda municipal Marcelo Rios e o policial federal Everaldo Monteiro de Assis. Estes dois devem participar do júri presencialmente e ambos também já estão condenados por conta de outras ações judiciais decorrentes das investigações da Operação Omertá. O policial está em liberdade, mas o ex-guarda está preso em Mossoró.

Marcel Colombo, que era conhecido como Playboy da Mansão por conta de festas barulhentas que promovida em uma casa no bairro Carandá Bosque, foi executado em um bar na Avenida Fernando Correa da Costa, na madrugada de 18 de outubro de 2018. 

O mandante, conforme a acusação apresentada pelo Ministério Público Estadual, foi Jamil Name Filho, que cerca de dois anos antes apanhou do Playboy em uma casa noturna. Na ocasião, Marcel teria retirado algumas pedras de gelo da mesa de Jamilzinho, que não teria gostado. Por conta disso, Marcel acabou agredindo Jamil.

Por conta dessa agressão, Jamil teria afirmado que mataria Marcel. A própria ex-esposa de Jamil alertou Marcel e ele acabou saindo de Campo Grande por cerca de seis meses. Apesar do retorno, a ameaça de morte não foi cumprida de imediato. Mas isso somente porque o pai de Jamilzinho, Jamil Name, que morreu aos 82 anos no presídio de Mossoró, não permitia.

A permissão acabou sendo dada pelo pai, conforme a investigação, depois que este tomou conhecimento de mensagens de áudio que Marcel Colombo divulgou fazendo chacota da família Name. Irritado por conta disso, deu autorização para que o filho cumprisse sua ameaça feita no dia em que as pedras de gelo motivaram a agressão física. 

OUTRAS CONDENAÇÕES

A pena mais pesada aplicada até agora contra Jamil Name Filho, de 23,5 anos, é pela morte “acidental” do estudante de Direito  Matheus Coutinho Xavier, executado em 9 de abril de 2019, no Bairro Bela Vista, em Campo Grande.

O alvo, segundo a investigação, era o pai do estudante, o ex-PM Paulo Xavier. Após quatro dias de julgamento, a pena foi aplicada em 19 julho do ano passado. 

Outra punição, esta de 13,5 anos de prisão, é por organização criminosa, já que ele tinha a seu serviço um pequeno batalhão de pistoleiros para executarem suas ordens. Inicialmente ele havia sido condenado a seis anos por conta desta acusação, em julho de 2022. Mas, em agosto de 2024 o Tribunal de Justiça reformou a decisão e aumento a pena em mais 7,5 anos.

Antes disso, em dezembro de 2020, ele já havia sido condenado a 4,5 anos de prisão acusado de ser proprietário de um arsenal de 26 armas apreendidas durante a investigação para esclarecer a morte de Matheus Xavier.

Policiais  descobriram seis fuzis, um revólver 357, 11 pistolas 9 milímetros, quatro pistolas ponto 40, uma pistola de calibre 22 e outra pistola de calibre 380, além de duas espingardas, sendo uma de calibre 12 e outra de calibre 22. Também foram encontradas 1.753 munições, 392 para os fuzis AK-47.

O armamento estava em uma casa no bairro São Bento, na região central de Campo Grande, que pertencia à família Name. E, justamente por conta deste imóvel é que Jamilzinho foi condenado a outros 12 anos e oito meses anos de prisão, no final de junho de 2022..

Conforme a denúncia do Ministério Público acatada pela Justiça, o imóvel foi tomado à força de um casal que havia tomado um empréstimo de R$ 80 mil da família Name. Como o casal não conseguiu quitar o empréstimo e os juros, foi forçado, sob ameaça de espancamento com tacos de basebol, arame farpado e sob mira de arma de fogo, a repassar a casa para Jamilzinho.

O casal denunciou o caso após Jamil Name Filho ser preso, em 2019, sob acusação de ser o mandante da morte do estudante. Jamil Filho também foi condenado ao pagamento de indenização de pelo menos R$ 1,7 milhão ao casal. 

MAIS AÇÕES

Além das quatro condenações e do júri que começa segunda-feira, Jamil Name Filho responde ainda a cerca de dez ações penais em decorrência das investigações da "Operação Omertà". Em parte desses processos ele obteve vitória, mas o Ministério Público está recorrendo.

Uma destas ações, que foi arquivada em primeira instância, é relativa ao assassinato de Ilson Martins, sargento reformado e chefe de segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Ele teve o carro fuzilado na Avenida Guaicurus, no dia 11 de junho de 2018. 

Investigações iniciais apontaram que o crime havia sido uma vingança pelo desaparecimento de Daniel Alvarez Georges, filho de Fahd Jamil, que foi dado como desaparecido e morto em maio de 2011. Mas o caso está engavetado. 

Ele virou réu também por tentar impedir e embaraçar as investigações policiais, com agravante de emprego de arma de fogo.
Também por conta da Operação Omertà, o Ministério Público denunciou a organização criminosa chefiada pelos Name por exploração do jogo do bicho e lavagem de dinheiro. Conforme o MPE, o jogo do bicho rendia de R$ 70 a R$ 80 mil líquidos por dia à família Name.

Outros seis processos foram abertos envolvendo o armamento apreendido na casa do bairro São Bento. Dentre as ações penais, estão: porte ilegal e receptação de munições de origem estrangeira e de uso restrito; posse ilegal e receptação de munições de origem estrangeira; dois processos de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito; e dois por posse irregular de arma de fogo de uso permitido.
 

Alívio

Chuva de granizo limpa o ar poluído e provoca queda de temperatura

Após 18 dias de calor severo e forte fumaça, a chuva que caiu nesta quarta-feira em Campo Grande foi comemorada pelos campo-grandenses

09/10/2024 17h40

Fotos: Gerson Oliveira

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Após 18 dias de estiagem severa e forte fumaça das queimadas na Bolívia, que tornaram o ar insalubre para respirar, a chuva de granizo que caiu em Campo Grande na tarde desta quarta-feira (9) foi amplamente comemorada pela população. Depois de semanas enfrentando escaldantes 39ºC, a temperatura caiu para 25,1ºC na tarde de hoje (9).

Conforme informações do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), até o momento choveu 1,4 milímetros. Em bairros da região sul, como Moreninhas, Universitário e Pioneiros, além de áreas da região central, como Tiradentes, Maria Aparecida Pedrossian e Jardim dos Estados, houve relatos de granizo. A chuva também trouxe um ar mais agradável para respirar.

Em alguns bairros da região sul de Campo Grande, há falta de energia elétrica e relatos de semáforos apagados.

Na tarde desta terça-feira (8), o QualiAR da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) registrou o pior valor desde o início da série histórica em 2021, atingindo 236 µg/m³ em Campo Grande, indicando péssima qualidade do ar e recomendando até o uso de máscaras.

 


E os próximos dias? 

Desde o dia 21 de setembro, os campo-grandenses aguardam ansiosamente por uma chuva que lhes permita respirar melhor.

Para esta quinta-feira (10), a previsão indica tempo instável, com aumento da nebulosidade e chuvas mais significativas, acumulando acima de 30 mm em 24 horas.

Contudo, podem ocorrer tempestades acompanhadas de raios, rajadas de vento e eventual queda de granizo. Essa situação meteorológica é causada pelo intenso transporte de calor e umidade, aliado à atuação de um sistema de baixa pressão atmosférica. Além disso, a aproximação de uma frente fria e o deslocamento de cavados favorecem a formação de instabilidade no estado de Mato Grosso do Sul.

Em relação às temperaturas, são previstas mínimas entre 19°C e 23°C e máximas entre 24°C e 31°C para as regiões sul, leste e sudeste do estado. Nas regiões pantaneira e sudoeste, esperam-se mínimas entre 22°C e 27°C e máximas entre 27°C e 36°C. Já nas regiões do bolsão e norte, as mínimas devem variar entre 22°C e 25°C, com máximas entre 34°C e 36°C.

Em Campo Grande, as mínimas variam entre 23°C e 25°C, enquanto as máximas ficam entre 28°C e 33°C. Os ventos atuam entre os quadrantes norte e oeste, com velocidades de 40 a 60 km/h, podendo ocorrer rajadas pontuais acima de 60 km/h. 

 

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Ivinhema

Prefeitura do "mais louco do Brasil" superfaturou verba da merenda, diz CGU

Administração de Juliano Ferro (PSDB), reeleito no domingo, teria superfaturado R$ 229,4 mil para alimentação dos estudantes das escolas públicas

09/10/2024 16h43

Juliano Ferro, prefeito de Ivinhema; prefeitura teria superfaturado dinheiro da merenda

Juliano Ferro, prefeito de Ivinhema; prefeitura teria superfaturado dinheiro da merenda Reprodução/Facebook

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A prefeitura de Ivinhema, administrada pelo prefeito Juliano Ferro (PSDB) — que também é influenciador nas horas vagas — praticou superfaturamento de recursos federais na compra de merenda escolar, conforme apontado pela Controladoria-Geral da União (CGU) em relatório publicado no mês passado.

O sobrepreço que resultou no superfaturamento ocorreu na compra de itens como carne bovina, carne de frango, ovos de galinha, pão, leite e outros alimentos destinados aos estudantes das escolas públicas do município.

O total do superfaturamento, segundo apurou o Correio do Estado com a CGU, é de R$ 229,4 mil. Juliano Ferro foi reeleito no domingo (6) com 88% dos votos. A população aprovou sua administração, apesar das inconsistências administrativas.

Na data da eleição, o relatório da CGU ainda não havia sido divulgado na imprensa, apenas nos canais internos da Controladoria-Geral da União.

O maior sobrepreço na compra de itens da merenda escolar ocorreu na aquisição de carne bovina.

Enquanto os supermercados de Ivinhema consultados pela CGU cobravam, em média, R$ 33,99 pelo quilo do alimento nas especificações contidas no edital, o município pagou R$ 44,90 pelo produto, resultando em uma diferença de R$ 10,91 por quilo.

Como foram adquiridos 9 mil quilos de carne durante o período analisado, o sobrepreço na compra de carne bovina foi de R$ 98.190,00.

Além disso, houve sobrepreço, com posterior superfaturamento, na compra de pão francês.

A prefeitura pagou R$ 16,20 pelo quilo do pão, enquanto o preço estipulado no Diário Oficial, que deveria ser seguido, era de R$ 10,61, gerando uma diferença de R$ 61.490,00 em recursos públicos repassados pelo governo federal.

A administração do “prefeito mais louco do Brasil” terá de explicar essa discrepância.

“Houve prática de superfaturamento decorrente de sobrepreço contratual no Pregão Eletrônico nº 21/2022 no valor apurado de R$ 224.955,00 (R$ 155.515,00 em favor da C E G de Matos EIRELI e R$ 69.440,00 em favor da B A Marques LTDA), o equivalente a 20% do valor da amostra (10 itens de maior materialidade financeira — 81,03% do valor total adjudicado)”, apontou a CGU em seu relatório.

Para efeito de comparação, o valor utilizado para a compra dos itens foi de R$ 778,2 mil. Ainda segundo a CGU, os recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) foram devidamente transferidos.

A prefeitura de Ivinhema não ofereceu qualquer explicação ao órgão federal de controle sobre as inconsistências encontradas.

O sobrepreço foi identificado nos seguintes itens:

  • 12 mil quilos de frango: sobrepreço de R$ 14,1 mil;
  • 12 mil litros de leite pasteurizado: sobrepreço de R$ 17,4 mil;
  • 3 mil litros de óleo de soja refinado: sobrepreço de R$ 12,4 mil;
  • 3 mil quilos de feijão carioquinha tipo 1: sobrepreço de R$ 2,1 mil;
  • 3 mil dúzias de ovos de galinha brancos: sobrepreço de R$ 1,4 mil;
  • 2 mil quilos de cenoura: sobrepreço de R$ 15,3 mil;
  • 2,5 mil quilos de repolho: sobrepreço de R$ 10,025 mil;
  • 9 mil quilos de carne bovina: sobrepreço de R$ 98,1 mil;
  • 11 mil pães franceses: sobrepreço de R$ 14,1 mil.

Em contrapartida, o município pagou um item com preço abaixo da média de mercado: R$ 7,6 mil pela compra de 6 mil quilos de coxa e sobrecoxa de frango.

O total do sobrepreço e possível superfaturamento é de R$ 224,5 mil.


Excentricidade e investigações

Nas redes sociais, Juliano Ferro é conhecido como “o prefeito mais louco do Brasil”. No Instagram, por exemplo, ele tem 760 mil seguidores. 

Mas não é só por isso que ele conhecido. Ferro também é conhecido por ser alvo de várias investigações e operações.

Na operação mais recente, Ferro foi alvo de investigação da Polícia Federal por suposta falsidade na declaração de seu patrimônio à Justiça Eleitoral. 

Em junho último, decisão liminar na 2ª Vara de Ivinhema proibiu Juliano Ferro de praticar atos de promoção pessoal e de ocupar ou permanecer em lugar de destaque em eventos custeados com recursos públicos no Município.

Em 2021, o prefeito foi alvo do Ministério Público por desrespeitar decreto que ele mesmo havia assinado proibindo aglomerações e acabou flagrado participando de uma festa em uma fazenda.

Além disso, foi alvo de investigação por conta das seguidas rifas de veículos das quais participa e das quais diz ter tirado boa parte de seu atual patrimônio.

Em outra investigação, cujo teor está sob sigilo,  são apuradas “eventuais ilegalidades em processos de inexigibilidade de licitação para contratação de artistas pelo Município de Ivinhema nos anos de 2021, 2022, 2023 e 2024”. 

Em maio, sem citar uma ação específica, o prefeito atribiu as investigações contra ele “a pessoas do mal”.

“Toda vez que você se tornar grande, pessoas fracas vão se levantar contra você. Pessoas do mal vão se levantar contra você, eles vão te atacar e isso faz parte do processo de crescimento…”, postou em vídeo no Instagram.
 

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