Cidades

JARDIM

Jovem de 23 anos é presa
com maconha e aponta taxista como fornecedor

Flagrante ocorreu no começo da madrugada desta terça-feira (18), na BR-060

LAURA HOLSBACK

18/08/2015 - 06h31
Continue lendo...

Jovem, de 23 anos, foi presa com carga de maconha e apontou taxista como fornecedor da droga. O flagrante ocorreu por volta da 1h15min desta terça-feira (18), na rodovia BR-060, em Boqueirão, distrito de Jardim.

De acordo com informações do Boletim de Ocorrência, a jovem estava em um ônibus de viagem, que fora abordado durante ação de policiais militares.

Durante revistas, foi encontrada uma mala com 14 tabletes de maconha, que, posteriormente, totalizaram 15 quilos. A dona da bagagem foi identificada como sendo a referida garota, que teve o nome preservado.

Interrogada sobre o entorpecente, ela alegou que agia a mando de um taxista. O traficante não teve o nome revelado pela polícia e teria fornecido a carga de maconha na rodoviária de Bela Vista para ser levada até Campo Grande.

Prometeu recompensar a jovem com pagamento de R$ 500 pelo transporte ilícito.

O caso foi registrado como tráfico de drogas e a presa está temporariamente recolhida na delegacia de Jardim.  

Ministério Público do Trabalho

MPT resgata trabalhadores e autua fazendas por crime de tráfico e trabalho escravo

Desde o início do ano, 52 trabalhadores já foram resgatados de trabalhos em situação análogo à escravidão.

23/05/2025 14h16

MPT resgata trabalhadores e autua fazendas por crime de tráfico e trabalho escravo

MPT resgata trabalhadores e autua fazendas por crime de tráfico e trabalho escravo Divulgação/MPT

Continue Lendo...

O Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul (MPT-MS), em ação conjunta com a Auditoria Fiscal do Trabalho, a Polícia Militar Ambiental (PMA) e o Ministério Público da União (MPU) nos dias 19 a 23 de maio, flagraram trabalho análogo à escravidão e tráfico internacional de pessoas em duas propriedades rurais do estado, nos municípios de Anastácio e Paraíso das Águas. 

Na zona rural de Paraíso das Águas, os fiscais encontraram 16 trabalhadores, sendo 14 paraguaios e dois brasileiros, entre eles, dois adolescentes, cujo trabalho rural é proibido, constatando, assim, o crime de tráfico internacional. No município de Anastácio, foram resgatados três trabalhadores no dia 19 de maio. 

Os auditores-fiscais do trabalho já haviam notificado a primeira propriedade, em Paraíso das Águas. Na ocasião, foram encontrados roupas e documentos pessoais, o que indicaria a presença de trabalhadores no local. Porém, eles não foram localizados e, ao ser questionado, o gerente da fazenda alegou não haver qualquer trabalhador no local. 

Já no dia 21 de maio, em nova diligência, conforme o depoimento coletado pelo procurador do Trabalho Paulo Douglas Almeida de Moraes, foi possível apurar que o gerente mandou os empregados se esconder no mato para que não fossem flagrados. 

Os trabalhadores alegam terem sido levados até o município de Camapuã em três veículos, seguiram para Campo Grande, onde comeram e, depois, chegaram a Bela Vista, cidade que faz fronteira seca com o Paraguai. De lá, atravessaram a fronteira a pé para a cidade Bella Vista Norte, no Paraguai, onde já residia uma outra parte do grupo, a 600 quilômetros distante do local de trabalho. 

Os trabalhadores eram contratados para realizar diversas atividades na fazenda de criação de gado de corte, sem registro na carteira e por uma diária de R$80. A cada três meses, podiam retornar ao país de origem, com as passagens de ida e volta pagas pelo patrão. Também eram oferecidos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e alimentação. 

No entanto, caso o empregado não ficasse no serviço pelo período de, no mínimo, 90 dias, os custos das passagens, a alimentação e os EPIs eram descontados da remuneração, o que caracteriza servidão por dívida e coibição do direito de ir e vir. 

Com isso, o MPT-MS deve conduzir audiência extrajudicial, no início do mês de junho, onde devem estar presentes o proprietário da fazenda e os trabalhadores resgatados, onde será proposto um Termo de Ajuste de Conduta (TAC). 

Em propriedade na área rural de Anastácio, o MPT resgatou três trabalhadores no dia 19 de maio. Foi constatado, durante a fiscalização, que, além de trabalhadores realizando atividades no campo, havia uma equipe que, anteriormente, atuava na obra de reforma de uma ponte e, no momento do flagrante, instalava cercas em um corredor da propriedade. 

Essa mesma equipe estava na fazenda há cerca de três meses e um dos trabalhadores resgatados era responsável por eles. O responsável havia sido constatado diretamente pelo proprietário da fazenda. 

Não houve informações sobre o fornecimento de EPIs nem sobre o registro formal dos trabalhadores da equipe. As atividades dos empregados eram supervisionadas pelo proprietário, que ia à fazenda de duas a três vezes por semana. 

Foi apurado, ainda, que os trabalhadores estavam alojados em condições inadequadas, já que o empregador não permitiu que a equipe ficasse junto aos demais empregados da fazenda. 

No local, havia energia elétrica, mas não possuía as instalações sanitárias adequadas. Com isso, os trabalhadores precisavam tomar banho no Rio Engano e realizar as necessidades fisiológicas no mato. Além disso, o trabalhador responsável pela equipe, contratado pelo dono do local, era obrigado a fretar um veículo para seus deslocamentos, já que não possuía condução própria. 

O empregador não realizava a cobrança somente da carne que fornecia para alimentação dos trabalhadores, os demais mantimentos eram custeados por eles mesmos. 

Em cinco meses, em Mato Grosso do Sul, foram resgatados 52 trabalhadores em condições análogas à de escravidão, todos eles em propriedades rurais. 

Qualquer cidadão pode denunciar ao MPT caso presencie pessoas atuando de formas que caracterizam o trabalho análogo ao de escravo. 

As denúncias podem ser feitas através dos seguintes canais:

  • Pelo site do MPT-MS
  • Pelo aplicativo MPT Pardal (download gratuito para smartphones)
  • Pelo portal da Inspeção do Trabalho
  • Ou pessoalmente em uma das três unidades do MPT-MS, localizadas em Campo Grande, Três e Lagoas e Dourados, de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas (acesse os endereços aqui).
     

1944 - 2025

Sebastião Salgado já "desfilou" seu talento pelo Pantanal de MS

Ícone da fotografia brasileira e mundial morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, e um dos seus trabalhos durante a carreira foi defender a preservação do meio ambiente

23/05/2025 14h00

Sebastião Salgado, em 2011, durante o projeto Genêsis, no Pantanal

Sebastião Salgado, em 2011, durante o projeto Genêsis, no Pantanal Foto: Reprodução

Continue Lendo...

Nesta sexta-feira (23), o mundo perdeu um dos maiores fotógrafos já existentes, o mineiro Sebastião Salgado, aos 81 anos. Marcado por ajudar na preservação do meio ambiente, já capturou imagens do pantanal sul-mato-grossense em duas oportunidades. 

Em 2011, ainda aos 69 anos, o bioma foi responsável por ser o lugar onde Sebastião encerraria seu projeto intitulado Gênesis, que consistiu em uma “tour” de oito anos pelo mundo para registrar as regiões intocadas do Planeta Terra, como Sibéria, Patagônia, Alto Xingu, Guiana Holandesa, Amazônia venezuelana e África.

Durante seus 30 dias no Pantanal, tanto em Mato Grosso do Sul quanto no Mato Grosso, mais de 10 mil fotos foram produzidas, com auxílio de equipamentos analógicos e centenas de quilômetros percorridos de barco, carro e avião, além de ter adentrado em pequenos rios da região para se banhar.

Conhecer o bioma era um dos sonhos de Sebastião Salgado, afirmando ser um dos símbolos mais fortes do Brasil. Na parte sul-mato-grossense, fotografou na Reserva Particular do Patrimônio Natural Eliezer Batista e Acurizal, e em fazendas das subregiões da Nhecolândia, Paiaguás e Aquidauana.

Já naquela época, sobre o alto nível de desmatamento, afirmou que a única marca que o ser humano tem que deixar no Pantanal é o turismo, que ele diz ser “uma alternativa de distribuição de renda sustentável”.

A outra oportunidade foi mais recente, em 2021, na exposição “Pantanal e a Physis – Olhar o Presente para Ver o Futuro”, que começou em 25 de novembro e vai até 20 janeiro daquele ano. O trabalho reúne obras de Alexis Prappas, Sebastião Salgado, Bia Doria e Victor Chahin com a proposta de mobilizar o público para a urgência da questão ambiental, tanto que parte das vendas foi destinada ao Instituto do Homem Pantaneiro (IHP).

Em um cenário com luzes, sons e outros elementos que simulam a atmosfera quente e úmida do Pantanal, os quatro artistas apresentaram um conjunto de 20 trabalhos, entre fotografias e esculturas, do qual repercutiram suas leituras e sentimentos sobre o Pantanal e, de modo mais específico, a Serra do Amolar, na região de Corumbá, onde se localiza o IHP.

Morte e carreira

Sebastião Salgado, um dos maiores nomes da fotografia mundial, morreu na França, aos 81 anos. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, fundado pelo fotógrafo e sua esposa, Lélia Wanick.

Reconhecido internacionalmente por seu trabalho, Salgado ficou marcado pelo registro de seres humanos vivendo em condições sub-humanas. Seu trabalho denunciou as mazelas da sociedade em mais de 40 países e chamou a atenção para a importância da justiça social e da preservação do meio ambiente.

Ele nasceu em Aimorés, no interior de Minas Gerais, e formou-se em Economia antes de migrar para a fotografia. Mestre em economia pela Universidade de São Paulo (1968) e doutor pela Universidade de Paris (1971), ele trabalhava na Organização Internacional do Café, em Londres, quando iniciou o desejo de fotografar. O trabalho exigia muitas viagens à África e Salgado gostava de documentar o que via.

Em 1974, fez seu primeiro trabalho como fotógrafo freelancer para a agência Sygma. Rapidamente se destacou, sendo contratado por outra agência, a Gamma. No final de 1979, Salgado passou a integrar a Magnum, cooperativa que revolucionou a fotografia documental no século 20, fundada por nomes como Henri Cartier-Bresson e Robert Capa.

Na década de 1980, o fotógrafo já havia se estabelecido o suficiente para financiar projetos pessoais. No livro Outras Américas, de 1986, ele registrou povos indígena de toda a América Latina. Já com a série Trabalhadores, de 1997, documentou o trabalho manual e penoso de indivíduos ao redor do mundo, de minas de enxofre na Indonésia à pesca de atum na Sicília.

Durante a produção da série, Salgado realizou um dos trabalhos pelo qual é mais lembrado: o registro de garimpeiros na Serra Pelada, no Pará, que revela as condições desumanas em que a extração do ouro ocorria. Uma das imagens da série, a obra Mina de Ouro de Serra Pelada, Estado do Pará, Brasil, foi eleita pelo jornal New York Times como uma das 25 imagens que definem a modernidade.

O fotógrafo também se dedicou a registrar a vida de migrantes, desabrigados e refugiados nos livros Exôdos e Retratos de Crianças do Êxodo. Para o projeto, ele viajou durante seis anos por mais de 40 países. "Este livro [Êxodos] conta a história da humanidade em trânsito. É uma história perturbadora, pois poucas pessoas abandonam a terra natal por vontade própria", escreveu ele na introdução da obra.

Em 1994, Salgado fundou a agência Amazonas Images, dedicada ao seu trabalho. A maior floresta brasileira também foi tema de seus trabalhos. O fotógrafo passou seis anos viajando pela região e documentando seus povos, rios, montanhas e animais. As imagens estão reunidas em um livro e foram apresentadas em uma exposição que passou por cidades como Paris, Rio de Janeiro e São Paulo em 2022.

O mineiro foi reconhecido com alguns dos principais prêmios da fotografia mundial, como o Eugene Smith de Fotografia Humanitária, dois Prêmios ICP Infinity de Jornalismo, o Prêmio Erna e Victor Hasselblad e o prêmio de melhor livro de fotografia do ano do Festival Internacional de Arles por Workers, por Trabalhadores.

Ele morava em Paris com a mulher, Lélia Wanick Salgado, e deixa dois filhos, Juliano, que nasceu em 1974, e Rodrigo, de 1979. Juliano é cineasta e lançou em 2015, ao lado do diretor Wim Wenders, o documentário O Sal da Terra, que conta a trajetória de seu pai. O longa foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário e recebeu o prêmio César, principal premiação do cinema francês.

*Com algumas informações do Estadão Conteúdo

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).