Cidades

Aquidauana

Justiça tem 30 dias para decidir demarcação de terra

Processo está parado no órgão há 6 anos e inércia já culminou na morte de um indígena e duas tentativas de homicídio

Danielle Valentim

14/08/2015 - 12h25
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Com procedimento parado há 6 anos, o Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso do Sul pediu à Justiça que obrigue o ministro José Eduardo Cardozo a se posicionar, em 30 dias, sobre o processo de demarcação da Terra Indígena (TI) Taunay-Ipegue, localizada no município de Aquidauana.

A ausência de decisão do Ministério da Justiça tem acirrado o conflito fundiário na área e em todo o estado, com violências e ameaças por parte de índios e não índios. Nos últimos dois anos, ao menos um homicídio e duas tentativas de homicídio de índios terena ocorreram em MS e cinco propriedades de terras foram retomadas pela etnia. 

Para o Ministério Público Federal, a inércia da administração prejudica todos os envolvidos no conflito. “Os produtores rurais não-índios ficam privados das indenizações devidas e dos reassentamentos de direito, que dependem dessa manifestação do Ministro da Justiça. Permanecem sujeitos a constantes ocupações e conflitos, sem uma definição formal acerca da questão. Os índios, por sua vez, continuam sem o pronunciamento conclusivo sobre os limites das terras, em reiterados embates com os agricultores e disputas internas em razão do espaço exíguo”.

Na visão do procurador da República Emerson Kalif Siqueira, a situação é grave e necessita de resposta imediata da Administração Federal. “Um embate armado de grandes proporções é iminente e a tomada de posição pelo Ministério da Justiça, em cumprimento ao prazo legal para decidir, é indispensável e urgente.”

TI Taunay-Ipegue 

O pedido de revisão dos limites territoriais da Terra Indígena Taunay-Ipegue iniciou em 1985, há mais de 30 anos. Em 1999, os estudo demarcatórios começaram a ser realizados na região pela Funai e foram concluídos em 2004. O Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da área concluiu pela existência de uma terra tradicional de 33.900 hectares e perímetro de 78.500 m². 

O relatório foi objeto de manifestação dos interessados e a Funai se posicionou sobre todas as contestações, encaminhando o Procedimento nº 08620.000289/85 ao Ministério da Justiça em 2009, com proposta de expedição de portaria declaratória. O prazo para manifestação ministerial era de 30 dias, mas há 6 anos nenhuma posição foi tomada.

Liminar chegou a suspender a demarcação por mais de 3 anos. Contudo, após a revogação da medida, o processo ficou à disposição do ministro por 2 anos e 10 meses para decisão – prazo 34 vezes maior que o previsto no Decreto 1.775/96 – e novamente o MJ permaneceu inerte. 

A situação é agrava ainda pelo considerável crescimento da população da Terra Indígena Taunay-Ipegue. Em 2004, eram 3.880 índios, hoje já somam mais de 5.500 pessoas em uma área de apenas 6.461 hectares. Em média, são 6,8 hectares por família, quantidade de terra insuficiente, se ponderada a qualidade do solo da região, já localizada no Pantanal.

“A omissão da Administração Federal é ilegal e abusiva e faz com que índios e não-índios recorram ao uso da força para defender seus interesses, colocando em risco a vida de todos”, destaca o MPF na ação. 

A demanda judicial, com pedido de liminar, tramita na 2ª Vara da Justiça Federal em Campo Grande.

BOLETIM

Estado registra 12 mortes por dengue em 2025; veja

Números foram apresentados no boletim referente à 20ª semana epidemiológica, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde

23/05/2025 14h52

Acúmulo de lixo ajuda a propagar a proliferação do mosquito responsável por transmitir a dengue

Acúmulo de lixo ajuda a propagar a proliferação do mosquito responsável por transmitir a dengue Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Desde o início do ano, Mato Grosso do Sul já registrou 4.796 casos confirmados e 12.250 casos prováveis de Dengue.

De acordo com os dados apresentados no boletim referente à 20ª semana epidemiológica, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) nesta sexta-feira (23), 12 óbitos foram confirmados em decorrência da doença e outros 9 estão em investigação.

Em um dado comparativo, neste mesmo período do ano, foram registrados 9,1 mil confirmações e 18 óbitos.

Dados gerais Nos últimos 14 dias, Itaquiraí, Caarapó, Laguna Carapã, Maracaju, Japorã, Anastácio, Paranhos, Nioaque, Deodápolis, Iguatemi, Coronel Sapucaia, Sidrolândia, Cassilândia, Aquidauana, Ribas do Rio Pardo, Amambai, Dourados, Nova Andradina e Naviraí registraram incidência baixa de casos confirmados para doença.

Já os óbitos registrados ocorreram nos municípios de Inocência, Três Lagoas, Nova Andradina, Aquidauana, Dourados, Ponta Porã, Coxim, Iguatemi, Paranhos, Itaquiraí, Naviraí e Água Clara. Entre as vítimas, 4 delas possuíam algum tipo de comorbidade.

Conforme o boletim, 167.101 doses de vacina já foram aplicadas na população alvo. Ao todo, Mato Grosso do Sul já recebeu do Ministério da Saúde 241.030 doses do imunizante contra a dengue. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre as doses.

A vacinação contra a dengue é recomendada para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, 11 meses e 29 dias de idade, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, dentro do quadro de crianças e adolescentes de 6 a 16 anos de idade.

Chikungunya

Em relação à Chikungunya, o Estado já registrou 10.194 casos prováveis, sendo 2.701 confirmados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

O documento também confirma 28 casos da doença em gestantes. Conforme o boletim, 6 óbitos foram confirmados em decorrência da doença nos municípios de Dois Irmãos do Buriti, Vicentina, Naviraí, Terenos e Fátima do Sul. Entre as vítimas, 4 delas possuíam algum tipo de comorbidade. A SES alerta que as pessoas devem evitar a automedicação.

Em caso de sintomas de dengue ou Chikungunya, a recomendação é procurar uma unidade de saúde do município.

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Cidades

Inscrição para concurso na UFMS acaba neste domingo

Certame oferece 48 vagas para níveis médio, técnico e superior, com salários que variam de R$ 3.029,90 a R$ 4.967,04

23/05/2025 14h22

Sede da UFMS em Campo Grande

Sede da UFMS em Campo Grande Marcelo Victor / Correio do Estado

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As incrições para o concurso público de Técnicos-Administrativos em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) encerram neste domingo (25).O certame oferece 48 vagas para níveis médio, técnico e superior, com salários que variam de R$ 3.029,90 a R$ 4.967,04, além de auxílio-alimentação de R$ 1.000,00.

As oportunidades estão distribuídas em diversos campi da UFMS no estado. Entre os cargos ofertados estão Assistente em Administração, Técnico em Enfermagem, Técnico de Laboratório, Analista de TI, Psicólogo, Zootecnista, Auditor, Bibliotecário-Documentalista e Médico (Clínico Geral e Pediatra).

As inscrições devem ser feitas no site da Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura), responsável pela organização do concurso: concurso.fapec.org. A taxa é de R$ 120 para todos os cargos.

Candidatos inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e doadores de medula óssea podem solicitar isenção da taxa até 30 de abril, conforme critérios do edital.

A prova objetiva será realizada em Campo Grande, com 60 questões de múltipla escolha nas áreas de Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Legislação, Raciocínio Lógico e Conhecimentos Específicos.

O concurso reserva vagas para pessoas com deficiência (PcD) e candidatos autodeclarados pretos ou pardos (PPP), em conformidade com a legislação vigente.

Mais detalhes sobre os cargos, requisitos e cronograma estão disponíveis no edital completo, no site da Fapec. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo e-mail: [email protected].

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