Cidades

TRÊS LAGOAS

Licitação de R$ 286 milhões para coleta de lixo atrai pelo menos quatro empresas

Em 2019, a Financial Ambiental venceu licitação por R$8,8 milhões, após uma série de contratações emergenciais, e conseguiu se manter à frente da coleta de lixo em Três Lagoas

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Com abertura marcada para a próxima sexta-feira (26), às 09h pelo horário de Mato Grosso do Sul, a licitação de R$286 milhões para coleta de lixo no interior de Mato Grosso do Sul têm pelo menos quatro empresas interessadas em assumir a gestão de resíduos no município distante cerca de 326,5 quilômetros de Campo Grande. 

Cabe relembrar que, em Três Lagoas, o serviço de coleta de lixo há quase duas décadas esteve sob o comando da empresa Financial Ambiental, que atua no município desde 2005 e chegou a reassumir o serviço após vencer uma segunda licitação em setembro de 2019. 

Aqui também vale apontar que,  a empresa Financial Ambiental têm como sócio-administrador Antônio Fernando de Araújo Garcia, que também aparece como o responsável por administrar a Solurb em Campo Grande. 

Em 2019, a Financial Ambiental venceu a licitação por R$8,8 milhões - após uma série de contratações emergenciais antes do fim desse processo - e conseguiu se manter à frente da coleta de lixo em Três Lagoas, em um certame que envolveu empresas de sete Estados brasileiros. 

Agora, com a licitação prestes a ser aberta, com o processo marcado para a manhã de sexta-feira (26), há pelo menos quatro empresas interessadas, entre outros representantes, que chegaram a apresentar impugnação e/ou pedido de esclarecimento ao município de Três Lagoas, sendo: 

  • Kurica Ambiental S/A;
  • EcoBrooks Soluções Ambientais Sustentáveis Ltda.;
  • Líder Gestão Ambiental e Serviços e 
  • Revita Engenharia S/A. 

Licitação milionária

Município sul-mato-grossense conhecido como "Cidade das Águas” e “Capital Mundial da Celulose", Três Lagoas estima o empenho máximo de 28.650.700,96 pelo período de doze meses que, considerando a possibilidade de prorrogação decenal (por dez anos), pode somar até 286.507.009,60 na próxima década.

Da composição dos custos, os itens que devem demandar maior investimento são: a coleta convencional (R$10.356.713,04) e a operação de aterro sanitário (R$7.180.061,26), conforme os valores referentes ao período de 12 meses. 

Além disso, a contratação prevê os seguintes serviços, com as respectivas estimativas de valor máximo por 12 meses: 

  • Ampliação e manutenção do aterro sanitário - R$5.253.419,48
  • Coleta de distritos e lixeiras públicas na área rural - R$1.020.625,92
  • Coleta seletiva - R$3.867.959,76
  • Fornecimento de dispositivos para acondicionamento de resíduos sólidos domiciliares - R$ 971.921,50

cálculos expostos na planilha orçamentária, do quantitativo de veículos exigidos para a contratação o edital aponta para a necessidade de pelo menos nove viaturas, levando em conta a quantidade de lixo a ser recolhida e as rotas a serem cumpridas. 

Isso porquê, conforme descrito em edital, por meio de uma correlação da população urbana estimada esse ano e foi estipulada uma geração per capita diária: 0,8464 kg/hab.dia. 
 
Ou seja, a quantidade total de resíduos sólidos a ser coletada pelo serviço de coleta convencional bateria 41.138,89 toneladas neste ano. 

"A título de exemplo, com 7 caminhões diurnos, cada um teria de coletar ~10,3 t e percorrer ~32,8 km, o que extrapola o tempo de jornada. Por outro lado, adicionar mais veículos tornaria cada roteiro menor que o ideal (subutilizando as equipes), elevando custos desnecessariamente", cita trecho do edital.

No final das contas, seriam necessários oito veículos para atender a demanda por coleta no município, com um caminhão adicional na frota como reserva técnica, que não rodaria diariamente, mas apenas para substituição em caso de quebra/manutenção de algum titular ou em atendimento à situações excepcionais (picos de geração, operações especiais).

Pelo documento elaborado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agronegócio de Três Lagoas (Semea), o município precisará de equipes compostas por: oito motoristas e 24 coletores de resíduos durante o dia, além de sete condutores e 21 outros funcionários para coleta no período noturno. 

Importante frisar que o edital pode ser localizado através da plataforma integrada ComprasBR, do Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) ou Portal da Transparência de Três Lagoas.

Escândalo do lixo em Três Lagoas

Recentemente, por decisão de 1ª instância proferida pela Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos do município, o ex-prefeito de Três Lagoas foi condenado por improbidade administrativa, como abordado pelo Correio do Estado, em contratos firmados justamente com a empresa de coleta de lixo do município. 

Em sentença assinada pela Juíza Aline Beatriz de Oliveira Lacerda, os condenados foram obrigados a devolver de forma solidária R$7,3 milhões pelos contratos considerados ilegais e superfaturados,  firmados entre 2017 e 2019. 

Para a magistrada, a emergência alegada para justificar os contratos teria sido artificialmente criada, para esconder a omissão do poder público em promover licitação regular. 

Inclusive, os valores praticados pela empresa contratada seriam superiores aos de mercado, como exposto em laudo pericial, e até mesmo maiores do que os apresentados pela própria companhia em licitações posteriores.
**(Colaborou: Mariana Piell)

 

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Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremessar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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