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Marina Silva e Riedel entram em acordo para preservar Pantanal

Governador de Mato Grosso do Sul e ministra do Meio Ambiente demonstraram sintonia em encontro que marcou a criação do grupo de trabalho que vai redigir nova lei para preservar o bioma

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A reunião do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede), foi mais amistosa do que muitos esperavam. Ao fim dela, ambos cumpriram o protocolo para criar um Grupo de Trabalho para Proteção, Conservação e Uso Sustentável do Pantanal Sul-Mato-Grossense e a ministra parabenizou o governador por implantar no Estado uma ação que poderá trazer resultados para a preservação do bioma. 

“O meio ambiente se torna uma política transversal, e não setorial, quando líder maior assume o comando. Parabéns, governador”, disse Marina Silva ao finalizar a entrevista com a imprensa em seu Ministério. 
A ministra do Meio Ambiente ainda afirmou que o resultado do grupo de trabalho criado formalmente ontem poderá ser exemplo para o País, por integrar meio ambiente e desenvolvimento. 

“É o que precisamos para o Brasil. Tirar aquilo que não pode e estabelecer o como pode, protegendo nossos biomas, protegendo as bases naturais do nosso desenvolvimento, neste momento de grave crise social e de profunda crise ambiental com o problema da mudança do clima”, exemplificou a ministra. 

Eduardo Riedel voltou a falar que a preservação do Pantanal depende de um tripé que leva em consideração as áreas econômica, social e ambiental. “Olhando esse tripé de perto e fazendo em conjunto com a União e os municípios pantaneiros, eu não tenho dúvida que a gente pode chegar a bom termo, e quem ganha com isso é a sociedade, o meio ambiente, Mato Grosso do Sul e o Brasil”, afirmou. 

Apesar de formalmente criado ontem, o grupo de trabalho já produziu seu primeiro resultado: o diálogo entre as autoridades. Há dois meses, a situação era bem diferente, com as autoridades federais em plena desconfiança do que era feito em Mato Grosso do Sul, diante da disparada do desmatamento. 

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estava pronto para tornar inviável decreto de 2015, assinado pelo ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que permitiu que a supressão de vegetação nativa do Pantanal disparasse. 

O desmatamento praticamente dobrou no comparativo entre os seis anos anteriores ao decreto e os seis anos posteriores – só em 2021, chegou a 74,7 mil hectares. A ação do Conama, no entanto, acabou não se fazendo necessária, pois, no fim de agosto, Eduardo Riedel anunciou uma moratória do decreto feito por seu antecessor, suspendendo todos os pedidos de licença ambiental em andamento para supressão de vegetação no Pantanal até que uma lei para regular a ocupação do solo pantaneiro seja aprovada na Assembleia Legislativa de MS. 

O grupo de trabalho criado em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, comandado por Marina Silva, é o primeiro passo nesse sentido. Apesar de a lei ser construída dentro da jurisdição estadual (Executivo propõe, Assembleia Legislativa vota e aprova e governador sanciona), Riedel quer a participação de vários setores da sociedade para a redação da lei. É assim que o grupo de trabalho deve caminhar. 

“Na prática, muda a ideia de que a proteção do meio ambiente é uma ação só do governo federal, de cima para baixo, e estabelece uma prática de ‘Sistema Nacional do Meio Ambiente’, em que governo federal, estados e municípios podem trabalhar juntos”, afirmou Marina Silva. 
“Esse grupo vai trabalhar, aliás, já está trabalhando: a portaria que assinamos aqui é fruto deste trabalho”, acrescentou a ministra. 

Limites

Apesar de a preservação do Pantanal ser uma construção coletiva, Marina Silva mandou alguns recados logo após o encontro com o governador Eduardo Riedel.

“Não queremos que o Pantanal seja destruído. Para isso, teremos de combater as coisas erradas e fazer prevalecer as coisas certas, com instrumentos econômicos, marcos regulatórios, para que se evite aquilo que não pode, mas que estabeleça instrumentos corretos para se fazer o que é desejável”, asseverou. 

Riedel, ao detalhar os três eixos de atuação para a preservação do Pantanal, lembrou que o bioma, além de fauna e flora, também é constituído de pessoas, como povos tradicionais, ribeirinhos, comunidades indígenas e produtores rurais que participaram do processo de formação e manutenção do que o Pantanal é hoje.

“Por isso a preocupação com o social, mas também com o econômico, com o qual a gente garante a ocupação dessas pessoas lá no Pantanal, e, claro, o eixo ambiental, que deve ser visto com total preocupação e zelo por parte do ente público para que a gente possa buscar os mecanismos corretos de preservação”, argumentou. 

Por fim, Riedel falou em equilíbrio ao finalizar a explicação de sua tese sobre os eixos de atuação no Pantanal. “Temos de preservar todos os eixos para não desequilibrar a balança e termos problemas no futuro, e a formação desta parceria é fundamental para que esses problemas não ocorram”, concluiu. 
Na sequência, Marina Silva elogiou Eduardo Riedel por implantar a política transversal de meio ambiente narrada no início desta reportagem. 

Participaram do evento, além do governador e da ministra do Meio Ambiente, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, e mais autoridades ambientais. 

Cidades

Chuva causa alagamentos em diferentes regiões de Campo Grande

Moradores registraram, nesta quinta-feira (24), ruas tomadas pela água no Centro e em bairros

24/04/2025 18h29

A Avenida Rachid Neder, tomada pela água, ficou com um lado da via intransitável

A Avenida Rachid Neder, tomada pela água, ficou com um lado da via intransitável Reprodução Redes Sociais

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Com alerta de tempestades para todo o Estado, emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nesta sexta-feira (24), a chuva que caiu alagou ruas na região central e em bairros de Campo Grande.

A Avenida Rachid Neder ficou intransitável em um dos lados da via, e um carro ficou atravessado na pista. Outras vias ficaram com trechos tomados como:

  • Guaicurus;
  • Coronel Antonino;
  • Ernesto Geisel, no trecho que ela é chamada de Thyrson de Almeida.

 

 

O trânsito ficou caótico ao ponto de um motociclista ter a moto arrastada na rua Pedro Celestino com a Rachid Neder. A moto só não foi levada pela força da água porque ele recebeu ajuda de populares que passavam pelo local no momento do ocorrido.

A Avenida Rachid Neder, tomada pela água, ficou com um lado da via intransitávelMotociclista tentando levantar a moto que estava sendo levada pela força da água / Crédito: Por cima de CG

Em outro ponto da cidade, no bairro Santo Antônio, na Rua Taquari, uma moradora registrou a situação e alertou que não consegue sair de casa, já que a calçada e a rua desapareceram, dando lugar a “um rio enorme”.

No bairro Octávio Pécora, em imagens divulgadas no Instagram pela págima Por Cima de CG, uma rua também ficou completamente tomada pela água. Não é sequer possível visualizar a calçada de um dos lados, e um carro estacionado está com as rodas submersas.

 

 

Há registros de alagamentos no Jardim Seminário, no Coophasul, na Coophatrabalho e no Nova Lima, no grande Aero Rancho.

A reportagem entrou em contato com a Energisa que informou que está com situações pontuais e nenhum bairro está completamente sem energia.  A concessionária alertou para os cuidados que os munícipes devem ter em situações de fortes chuvas. 

"É importante alertar que, diante dessas situações de temporais, pode haver curto-circuito e rompimento de cabos que, ao cair ao solo, podem estar energizados. A orientação é: mantenha a distância. Não se aproxime em hipótese alguma e acione a Energisa pelos canais oficiais de atendimento", ressalta a Energisa.

Chuva do final de semana

Durante a madrugada do último sábado, Campo Grande registrou 98 mm de precipitação, resultando em estragos por toda a cidade. Conforme informou o coordenador de Proteção e Defesa Civil da capital, Enéas Netto, foram registradas 16 ocorrências na cidade no fim de semana, envolvendo alagamentos, vias danificadas e quedas de árvores.

Entre os chamados, o de maior gravidade foi atendido na Vila Popular, onde a água do Córrego Imbirussu transbordado invadiu casas na Avenida José Barbosa Rodrigues.

Entre os chamados, o de maior gravidade foi atendido na Vila Popular, onde a água do Córrego Imbirussu transbordado invadiu casas na Avenida José Barbosa Rodrigues.

No interior, também foram registradas chuvas acima dos 50 mm, com destaque para Rio Brilhante (97,2 mm), Três Lagoas (85,2 mm), Ponta Porã (71,6 mm), Itaporã (79,6 mm), Sete Quedas (71,4mm) e Santa Rita do Pardo (73,2 mm). 

Apesar de diversos estragos, principalmente nos municípios da região centro-sul de MS, a Defesa Civil afirmou que nenhuma cidade solicitou apoio para atendimento após as chuvas.

Nesta manhã de quinta-feira, a capital registrou um volume, mesmo que pequeno, de chuva: cerca de 4 mm, a depender da região. A tendência é que a chuva engrosse um pouco mais durante a tarde e, principalmente, na parte da noite.

 

** Colaborou Felipe Machado

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Feminicidio Zero

Agressores de mulheres serão monitorados por tornozeleira eletrônica

Além do equipamento, a vítima e a polícia contarão com um aplicativo que envia um alerta caso o infrator se aproxime

24/04/2025 17h53

Foto Divulgação CNJ

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta quinta-feira (24), a lei que estabelece que agressores de mulheres passem a ser monitorados por meio de tornozeleira eletrônica.

A medida, que endurece a Lei Maria da Penha (11.340/2006), foi assinada na presença da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, da ministra da Secretaria de Relações Institucionais e deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), e da primeira-dama Janja Lula da Silva.

Assim que a mulher solicitar, na Casa da Mulher Brasileira, medidas protetivas contra o agressor, ele, além de receber a intimação de que não pode se aproximar da vítima, terá que usar o dispositivo.

Com o uso da tornozeleira, tanto a polícia quanto a vítima serão alertadas caso o agressor se aproxime irregularmente. O PL 5.427/2023 é de autoria do deputado Gutemberg Reis (MDB-RJ).

Durante a cerimônia, o presidente comentou a situação de terror vivida por mulheres que são vítimas de violência doméstica.

"É um sofrimento perpétuo, que não acaba nunca, porque, quando ela está em casa, morando com o agressor, ela sabe que vai ser agredida quando ele chegar do trabalho", disse Lula, e completou:

"E, quando ela sai, passa a ter medo 24 horas por dia, porque fica na expectativa de quando ele vai aparecer. Então é preciso que se crie um mecanismo de proteção à mulher, para que ela possa, com o tempo hábil, receber um sinal de que ele está por perto e chamar alguém para protegê-la. É uma coisa extremamente importante."

A ministra Cida Gonçalves, que, em fevereiro deste ano, veio a Campo Grande e enviou uma equipe à Casa da Mulher Brasileira após o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, pontuou que a medida é fundamental na prevenção dos feminicídios.

"O Ministério das Mulheres, por meio de edital, já destinou recursos para nove estados adquirirem tornozeleiras para este monitoramento. Ampliar esta medida significa que vamos evitar a reincidência da violência doméstica de ponta a ponta, pois ela transfere para o Estado a responsabilidade de monitorar o agressor. Com esses dispositivos, a política pública de proteção às mulheres será ainda mais efetiva", explicou a ministra Cida Gonçalves.

Monitoramento


Com a intenção de evitar feminicídios, o monitoramento está alinhado ao que garante o Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios (Decreto 11.640/23), como medida de prevenção secundária.

Com essa intervenção inicial, em conjunto com a força policial qualificada, a ideia é evitar situações extremas em que a vítima possa perder a vida.

Além da tornozeleira, será ofertado o "botão do pânico", um aplicativo que será instalado no celular da vítima e que emite um alerta em caso de aproximação do infrator, simultaneamente à polícia.

Como a medida protetiva limita os locais que o agressor pode frequentar, mesmo que o episódio ocorra longe da residência da vítima, em outras localidades, a mulher continuará sendo amparada pelo monitoramento e pelo aplicativo.

Outras leis


Duas leis foram sancionadas em proteção às mulheres. Uma aumenta pela metade a pena de seis meses a dois anos, além de multa, para o crime de violência psicológica, se cometido com o uso de Inteligência Artificial ou qualquer outro meio tecnológico que altere a imagem ou o som da vítima.

A outra pune quem discriminar estudantes mães, assim como gestantes, puérperas ou adotantes, que estejam participando de processos seletivos ou concorrendo a bolsas de estudos na graduação ou pós-graduação. O funcionário da instituição que cometer a discriminação responderá a processo administrativo, que pode, a depender do caso, acarretar na exclusão dos quadros do órgão ou instituto.

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