Cidades

Mapa do feminicídio

Mato Grosso do Sul tem um dos maiores índices de feminicídio do Brasil

O Mapa mostra o inconformismo com a separação como maior motivo alegado pelos autores dos feminicídios

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Governo estadual divulgou relatório do "Mapa do Feminicídio", criado para sistematizar e divulgar números de violência contra a mulher. Desde 2018, Mato Grosso do Sul aparece como um dos estados com os maiores registros do crime no Brasil.

Em 2018, o Estado foi o terceiro estado do país com o maior número percentual de feminicídios, com taxa de 2,2 por 100 mil mulheres, atrás apenas do Acre (3,4) e do Mato Grosso (2,5). O índice nacional foi de 1,1.

De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp), entre 2015 e 2018, foram 110 casos de feminicídios consumados e 220 casos na forma tentada. Sendo 21,8% na Capital e 78,2% no interior.

Últimas notícias

Os números mais recentes são de 2019, quando ocorreram 30 casos e 98 tentativas do crime, sendo 16,6% das mortes ocorridas na Capital e 83,4% no interior. 

No mesmo ano, foram registrados 415 homicídios dolosos, dos quais 75 tinham mulheres como vítimas, incluídos os tipificados como feminicídio. Do total, 7% foram caracterizadas como crimes violentos contra mulheres, por questões de gênero.

Mesmo que o número de feminicídio tenha diminuído em 2019, o índice de tentativas aumentou. Na Capital, as mortes diminuíram em 20,6%, mas o crime na forma tentada aumentou em 5%, em comparação com 2018.

No interior do Estado, não houve variação em relação aos casos consumados, mas as tentativas de feminicídios aumentaram em 30,5%, passando de 59 casos para 77.

Em uma análise mais profunda em relação ao modo que as mulheres morreram, o documento mostra que 77% das mortes violentas aconteceram na casa da vítima. 

Em 37% dos casos, as mulheres morreram por golpes de armas brancas, com predominância no uso de facas. Outras 33% perderam a vida de formas cruéis, como asfixia, estrangulamento, espancamento, atropelamento, queimadura e enforcamento.

Motivação

O Mapa mostra o inconformismo com a separação como maior motivo alegado pelos autores dos feminicídios. 

"O que evidencia o sentimento de posse que nutriam pela vítima, não aceitando a vontade da mulher e não permitindo que tomassem as rédeas de suas vidas. Foi a causa da morte em 12 casos", evidenciou.

Em 10 casos, os autores justificaram o crime por motivos banais, como a vítima ter conversado com outro homem, ou por imaginarem que a vítima poderia estar tendo um outro relacionamento, ou ainda uma traição que nunca se confirmou.

Nos 6 dos 30 casos analisados, a motivação também foram consideradas fúteis, como uma discussão devido à televisão que não funcionava, briga após consumo de bebida alcóolica em excesso, ou ainda pelo fato da mãe negar ao filho dinheiro para comprar mais bebida.

O estudo mostrou ainda que 93,33% das vítimas não tinham nenhuma medida protetiva contra o autor. 

Em relação ao perfil das vítimas, a predominância foi de mulheres casadas, na faixa etária de 41 a 50 anos, mas as idades oscilaram entre 17 e 62 anos. Além disso, 4 das 30 vítimas eram indígenas.

Na maioria dos casos (56,66%), os autores dos crimes foram os companheiros das vítimas. 

"Um namoro de apenas 4 meses ou um casamento de mais de 30 anos, em ambos os casos, as mulheres foram mortas por manifestarem desejo de não mais conviver com o agressor", anunciou documento.

O Mapa completo pode ser conferido aqui.

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Cidades

Sociedade médica alerta para baixa procura da vacina contra a dengue

Apenas metade das doses distribuídas foi aplicada

24/01/2025 21h00

Sociedade médica alerta para baixa procura da vacina contra a dengue

Sociedade médica alerta para baixa procura da vacina contra a dengue FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ AGÊNCIA BRASIL

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A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) emitiu um alerta nesta sexta-feira (24) sobre a baixa procura por vacina contra a dengue. O imunizante está disponível para um grupo restrito de pessoas em 1,9 mil cidades nas quais a doença é mais frequente. Apenas metade das doses distribuídas pelo Ministério da Saúde para estados e municípios foi aplicada.

De acordo com a pasta, de 2024 a 20 de janeiro de 2025, foram distribuídas 6.370.966 doses. A Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) indica que 3.205.625 foram aplicadas até o momento.

Em 2024, o país teve registro recorde de dengue: 6.629.595 casos prováveis e 6.103 mortes. Estão ainda em investigação 761 óbitos. Os dados fazem parte do painel de monitoramento do Ministério da Saúde e traz informações até 28 de dezembro de 2024. Em 2025, são 101.485 casos prováveis e 15 mortes confirmadas.

A vacina

A vacina contra a dengue, Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda Pharma e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), começou a ser distribuída no país em fevereiro de 2024.

Por causa da capacidade limitada do fabricante, a quantidade de doses adquiridas pelo governo brasileiro precisou ser restrita ao público-alvo de crianças de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, depois de pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa.

A Qdenga é aplicada em duas doses com intervalo de 90 dias.

A presidente da SBIm, Mônica Levi, destaca que o Brasil foi o primeiro país a oferecer a vacina contra a dengue na rede pública. No entanto, lamenta o que classifica como “baixa procura”. Ela ressalta que a Qdenga é um imunizante seguro e eficaz.

“Qualquer vacina para ser aprovada e licenciada no país passa por uma série de critérios de aprovação, e essa vacina Qdenga, do laboratório Takeda, foi aprovada no Brasil, na Europa, na Argentina, em vários da Ásia, em vários países do mundo”, afirmou à Agência Brasil.

Ela reforça o benefício de completar o ciclo de duas aplicações. “A segunda dose é responsável, principalmente, pela proteção de mais longa duração, de pelo menos mais quatro anos e meio”, explica.

Mônica Levi orienta que quem perdeu o prazo de 90 dias pode tomar a dose adicional normalmente. A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, convocou crianças e adolescentes para receberem a dose adicional.

“Se houver atraso do esquema, a primeira dose continua válida, jamais [deve] recomeçar. Dose dada é dose computada no nosso sistema imunológico, e o resultado final não tem nenhum prejuízo em um alargamento do intervalo entre as doses. Mas a gente sempre recomenda, dentro do possível, fazer as doses no esquema recomendado”, completa.

O Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, anunciou no último dia 22 o início da produção dos imunizantes contra a dengue. A vacina se chamará Butantan-DV. Mas ainda é preciso aprovação da Anvisa. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, não acredita que o país terá vacinação em massa em 2025.

Prevenção e monitoramento

O alerta da sociedade médica acompanha ações recentes de prevenção e monitoramento do Ministério da Saúde e chega em um momento de preocupação crescente por causa da detecção do sorotipo 3 (DENV-3) do vírus da dengue. Esse tipo não circula de forma predominante no país desde 2008, e grande parte da população está suscetível ao DENV-3.

Entenda o que são sorotipos da dengue e por que o tipo 3 preocupa

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde explicou que a lista dos 1.921 municípios que receberam a Qdenga foi elaborada justamente com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), ou seja, de acordo com estados e municípios.  

“As vacinas são destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte, com alta transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, levando também em conta altas taxas nos últimos meses”, apontou a pasta. Veja a lista de municípios aqui

O ministério afirma que a baixa disponibilidade para aquisição do imunizante faz com que a vacinação não seja a principal estratégia do governo contra a dengue. Por isso, é mantida ênfase na prevenção.

O órgão destaca que lançou o Plano de Ação para Redução da Dengue e Outras Arboviroses (doenças transmitidas por insetos, como mosquitos), em parceria com estados, municípios e organizações.

A iniciativa prevê a intensificação do controle vetorial do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da doença, com tecnologias como o método Wolbachia, Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs) em áreas de difícil acesso e a Técnica do Inseto Estéril por Irradiação (TIE-Irradiado) em aldeias indígenas, além da borrifação residual em imóveis públicos com grande circulação de pessoas.

O ministério lembra ainda que instalou, no último dia 9, o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para ampliar o monitoramento de arboviroses.

Escuridão

Sem luz há 6 dias, Parque das Nações ficará fechado à noite neste final de semana

Parque tem fechado os portões mais cedo desde o último domingo (19)

24/01/2025 18h15

Postes de iluminação da pista de skate do Parque das Nações estão pifados

Postes de iluminação da pista de skate do Parque das Nações estão pifados Foto: Lucas Caxito

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Pelo sexto dia consecutivo, o Parque das Nações Indígenas não abrirá ao público no período noturno, em Campo Grande, por falta de luz. Sem previsão para a correção do problema, a situação vai permanecer durante o final de semana.

Conforme nota da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), o problema na rede elétrica foi constatado no último domingo (19).

Desde então, os frequentadores que costumam caminhar, pedalar ou andar de skate no local durante a noite estão impedidos de fazê-lo.

Conforme o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), enquanto o reparo não ocorrer, as atividades, que normalmente são das 6h às 21h diariamente, serão encerradas às 18h.

"As equipes estão trabalhando, não é um único problema, é uma manutenção geral. É bastante coisa, o parque é muito grande, são fios elétricos bastante extensos. Isso demanda muito tempo para reparar, mas o parque funciona normalmente até às 18h", explicou o Instituto.

"Essa manutenção é feita para dar mais qualidade de atendimento para os usuários do parque, por isso que está tendo essa demanda. [Os trabalhos] já começam cedo e vai até tarde na parte elétrica, é bastante coisa mesmo", complementou.

Escuridão

Em imagens enviadas ao Correio do Estado, de gravação feita no domingo (19), é possível ver que boa parte do parque ficou no escuro. O problema nas torres de iluminação pegou os usuários de surpresa. 

Problemas na rede elétrica não são novidade no Parque das Nações Indígenas. Em 2023, em três diferentes ocasiões o local encerrou as atividades mais cedo por falta de energia.

 

 

Parque das Nações Indígenas

O Parque das Nações Indígenas está localizado na Região Urbana do Prosa, em Campo Grande.

A criação ocorreu em 1993, com a desapropriação pelo Governo do Estado de diversas chácaras e terrenos, localizados às margens dos córregos Prosa e Reveilleau, situados no perímetro urbano compreendido pelas avenidas Afonso Pena e Mato Grosso, e pelo córrego Sóter.

Por meio do Decreto Estadual no 7.354, de 17 de agosto de 1993, a área urbana passou a ser denominada Parque das Nações Indígenas.

Cenário econômico atrasa a concessão de parques estaduais

O Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE) do governo de Mato Grosso do Sul já concluiu o estudo para a concessão do Parque das Nações Indígenas e do Parque Estadual do Prosa para a inciativa privada. A expectativa, conforme o calendário do próprio EPE, é que o edital seja lançado ainda neste ano.

Na última reunião do Conselho Gestor de Parcerias (CGP) do Programa de Parcerias do Estado de Mato Grosso do Sul (Prop-MS), que ocorreu em dezembro de 2024, um estudo com toda a modelagem econômico-financeira da concessão, com fluxo de caixa, payback (retorno do investimento) e custo médio ponderado do capital, chegou a ser apresentado. Entretanto, os cálculos tiveram de ser todos refeitos.

Terminada a apresentação de toda a modelagem sob o ponto de vista jurídico e econômico, a presidente do CGP, Eliane Detoni, a qual também preside o EPE, demandou a análise da viabilidade de todo o processo de concessão do Parque das Nações Indígenas e do Parque Estadual do Prosa, considerando “novos cenários para a apresentação na próxima reunião”.

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