Milhares de pessoas que fogem da violência e do caos na Líbia continuavam chegando neste sábado (26) ao porto de La Valeta, capital da pequena ilha de Malta, utilizada por países do mundo inteiro como escala para repatriar seus cidadãos.
Nas primeiras horas da manhã, uma fragata da Marinha britânica, a "HMS Cumberland", com 207 pessoas a bordo, atracou em La Valeta procedente do porto líbio de Benghazi, situado a 1.000 km a leste de Trípoli e sob controle da rebelião contra o regime de Muamar Kadhafi.
Os passageiros fizeram uma viagem extenuante em um mar Mediterrâneo agitado. O barco levou 35 horas para chegar ao destino devido às dificuldades meteorológicas.
A fragata transportava principalmente britânicos, mas também cidadãos de mais de 20 países, membros do imenso mosaico de trabalhadores do mundo inteiro que operavam nesse rico Estado petroleiro.
Mais tarde chegaram 2.000 chineses retirados de Benghazi a bordo de um ferry das linhas italianas Grimaldi, fretado por Pequim.
Esses passageiros receberam instruções de permanecerem a bordo até a chegada de aviões para repatriá-los.
Três navios fretados por Pequim já retiraram em torno de 7.000 chineses da Líbia. Fazem parte dos 33.000 trabalhadores chineses na Líbia que atuam na construção ferroviária, no petróleo ou em empresas de telecomunicações. Alguns foram retirados diretamente em aviões para Pequim.
Brasileiros que estavam em Trípoli - funcionários da empresa Odebrecht - foram resgatados de avião na quinta-feira e levados para a ilha de Malta, no Mediterrâneo.Também foram retirados da capital brasileiros que trabalharam para a Petrobras e a construtora Andrade Gutierrez.
Grécia
Os 148 brasileiros que ainda estavam na Líbia deixaram o país de navio por volta das 10h da manhã (5h em Brasília) deste sábado, segundo informou a Embaixada do Brasil na Grécia. O comandante da embarcação disse que a previsão de chegada ao porto grego de Pireu é na manhã deste domingo (27), às 7h (2h em Brasília).
O navio deveria ter zarpado de Benghazi, na Líbia, na tarde desta sexta-feira (25), mas o mau tempo adiou a viagem. A Embaixada acredita que o tempo melhorou, mas ainda não está ideal, pois em condições normais o navio chegaria às 3h da manhã de domingo(22h de sábado no Brasil), pois são 17h de viagem.
Além dos brasileiros, funcionários da construtora Queiroz Galvão, a embarcação leva a bordo trabalhadores da empresa de outras nacionalidades (48 portugueses, 13 espanhóis e um tunisiano).
Na Grécia, os brasileiros serão atendidos pelos funcionários da Embaixada brasileira e embarcam, em voo fretado, para o Brasil. O governo líbio reteve todos os passaportes de estrangeiros que vivem no país, por isso os funcionários da empreiteira viajariam sem passaporte.