Área de aproximadamente 8 mil m², localizada no cruzamento da Avenida Fernando Corrêa da Costa e da Rua Rui Barbosa, será destinada para construção de unidades habitacionais do projeto Reviva Campo Grande. A aquisição do terreno, com face para ambas as vias, já foi formalizada pela prefeitura, porém, o valor pago ainda não foi divulgado.
O planejamento do município prevê que no local sejam erguidas, pelo menos, quatro torres de apartamentos, mas o número de moradias está indefinido. Esta construção atenderia às exigências do projeto, sem a necessidade de adequações de outros prédios antigos para se tornarem residências.
Já foi totalmente descartada pela administração municipal a readequação de prédios abandonados, que serviriam como moradias para o projeto, apesar de levantamento realizado pela Agência Municipal de Habitação (Emha) apontando a viabilidade e indicando os possíveis locais a serem reformados. Um deles, de acordo com especialistas ouvidos pelo Correio do Estado, é o prédio do antigo Hotel Campo Grande.
O secretário municipal de Governo e Relações Institucionais (Segov), Antônio Lacerda, explicou que a reforma e adequação da área seria mais onerosa do que a construção do zero. “Foge do parâmetro do projeto do Reviva, é um valor muito alto para reformar. Nossa preocupação é proporcionar infraestrutura. Adquirir e fazer é a alternativa”, afirmou.
Após a segunda quinzena de agosto, que é quando vence o prazo de 75 dias de prorrogação do chamamento público para a construção de 600 unidades do projeto, deve haver definição quanto à obra no Bairro Cabreúva. O local foi apontado inicialmente como único a receber a totalidade de residências. E, apesar de afastar a reforma de construções antigas que podem ser transformadas em moradias, a prefeitura ainda cogita outro projeto – ainda não divulgado –, em relação ao qual já houve cadastro de um prédio aprovado pelo Ministério do Desevolvimento Regional.
CRÍTICAS
Enquanto há pendências relativas à construção das moradias no Centro, a prefeitura também patina em relação à autorização na área do Bairro Cabreúva. “Ainda falta uma documentação. O proprietário do local está no Japão. Estamos tentando resolver”, disse Lacerda.
Já para especialistas, a utiliação de prédios que demandariam apenas reformas seria o ideal. “Ocupar o Hotel Campo Grande com novas habitações é o projeto ideal. Tudo no Centro está ocupado. Partir do zero á mais caro”, opinou a professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e doutora em Planejamento Urbano Maria Lúcia Torrecilha.
Construído em 1971, o Hotel Campo Grande foi referência arquitetônica, mas encerrou as atividades em 2001, por conta de dívidas e pendências financeiras. Apesar de uma das proprietárias chegar a anunciar a intenção de reativar o espaço em 2012, ele continua fechado. Dos 13 andares, apenas o térreo tem áreas comerciais em funcionamento, onde funciona uma loja de produtos populares. No total, o hotel tinha 82 apartamentos e quatro suítes.
“O que pode ser pensado é que o hotel não tem mais função e os grandes apartamentos podem ser redivididos e ocupados por famílias com renda entre 2 e 4 salários mínimos. É bem viável. E a população que não tem a renda tão alta pode ter condições de morar no Centro”, opinou a professora.
Idealizado em 2010, o Reviva Campo Grande tem como objetivo trazer de volta os anos de glória do Centro da Capital.