Cidades

CENSO AGRO 2017

MS é o 5º estado com maior número de indígenas produtores, diz IBGE

A pesquisa aponta que 20% dos estabelecimentos produziam para próprio consumo do produtor ou de pessoas com laços de parentesco

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Estudo módulo do Censo Agro 2017, divulgado nesta quarta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que Mato Grosso do Sul é o 5º estado entre as Unidades de Federação com maior número de indígenas produtores agropecuários. 

A pesquisa detalha as principais características dos estabelecimentos agropecuários e extrativistas segundo os grupos de cor ou raça dos seus produtores. 

A publicação também traz recortes territoriais específicos, sobre as Terras Indígenas espalhadas pelo país e para algumas categorias de Unidades de Conservação - Reservas Extrativistas (RESEX), Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e as Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais.

Mato Grosso do Sul ganha destaque na participação de indígenas entre os produtores. Com 4,52% das propriedades tendo produtores que se declararam como indígenas, o Estado registrou o quinto maior percentual, atrás de Roraima (33,63%), Amazonas (20,43%), Amapá (10,96%) e Acre (6,09%). 

O estado também figura com o 3º maior percentual de produtores que se declararam de cor ou raça amarela. DF registrou 3,64%, SP, 3,12% e MS, 1,30%.

A pesquisa aponta, inclusive, que a produção indígena é majoritariamente feita nas próprias terras indígenas do Estado. 

Além disso, os números de Mato Grosso do Sul mostram que, no geral, 20% dos estabelecimentos produziam para próprio consumo do produtor ou de pessoas com laços de parentesco com este. Os outros 80% eram para comercialização.

Para Marta Antunes, coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais, o trabalho familiar é característico dos povos indígenas. 

“Isso se dá, principalmente, nos estabelecimentos dedicados ao autoconsumo. Nos estabelecimentos dirigidos por indígenas também encontramos maior diversidade de produtos, o que ocasiona mais segurança alimentar para essas famílias", explica. 

No Brasil, em 67,08% dos estabelecimentos agropecuários em Terras Indígenas a finalidade principal da produção de horticultura é o consumo do produtor e seus familiares.

Plantio  

Segundo o IBGE, os indígenas de Mato Grosso do Sul produzem, principalmente, mandioca. Tal produção registrada pelo Censo Agro 2017 entre indígenas foi de 12.196 toneladas 

Em segundo lugar, veio o milho, com 5.050 toneladas e a soja, com 3.011 toneladas. 

Entre brancos, a cultura majoritária foi o milho, com 7.602.071 t, seguida da soja, com 6.557.003 t. 

Entre os produtores pretos, as culturas são mesmas, mas os números registrados foram 45.398 e 39.572 t. 

Entre amarelos, 229.257 e 173.967 t. Entre pardos, 822.474 e 659.349 t.

Escolaridade  

A pesquisa destacou que quase 20% dos estabelecimentos de Mato Grosso do Sul são gerenciados por pessoas com nível superior. 

Pelo menos 92% dos estabelecimentos são gerenciados por pessoas que sabem ler e escrever no Estado. 

Entre brancos, o número registrado foi de 95,98%. Entre pretos, 83,68%, amarelos, 97,93%, pardos, 90,61% e indígenas, 77,32%.

Se considerado o sexo, as mulheres apresentam números menores. Em 90.99% dos estabelecimentos que são comandados por mulheres estas sabem ler e escrever. Entre as brancas, são 95,11%, pretas, 83,38%, amarelas, 96,97%, pardas, 90,00% e indígenas, 71,40%.

Brasil   

Segundo as informações do IBGE, entre os 5,1 milhões de produtores encontrados pela pesquisa, 45,43% se declararam brancos, 44,47% se disseram pardos, 8,37% pretos, 1,12% indígena e 0,62% amarelo.

Os locais com maior número de produtores indígenas são, principalmente, a região Norte, com 5%, e a região Centro-Oeste, 1,29%. 

Por outro lado, o Nordeste e o Norte são as regiões do país com as maiores proporções de produtores de cor ou raça preta, respectivamente, 11,61% e 9,65%. 

Entre os estados, destaque para Bahia (15,75%), Amapá (14,63%), Maranhão (14,14%), Tocantins (13,55%) e Piauí (12,41%).

Participação de mulheres  

A pesquisa do IBGE destacou, ainda, que os estabelecimentos com produtores indígenas têm as taxas mais elevadas de participação de mulheres entre os produtores, com um índice de 25,90% . 

Em sequência, as maiores taxas são de produtores de cor ou raça preta (24,57%) e parda (21,18%). 

Sobretudo, constatou-se que cerca de 27,99% dos produtores indígenas têm menos de 35 anos de idade. 

A média de idade dos produtores indígenas é de 45,4 anos, enquanto os brancos apresentam média de 54,7, seguidos dos amarelos com 54,3, pretos com 53,2 e dos pardos com 51,7 anos.

Saiba  

Foi a primeira vez que o Censo Agropecuário investigou cor ou raça dos produtores e de seus cônjuges, com recortes de Terras Indígenas e Unidades de Conservação. 

O objetivo foi disponibilizar informações detalhadas sobre esses temas, atendendo à necessidade de monitoramento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas, do Consenso de Montevidéu sobre População e Desenvolvimento e do Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas.

Previsão do tempo

Confira a previsão do tempo para o final de semana em Campo Grande e demais regiões de MS

Chuva vai embora do estado a partir de sábado

08/11/2024 04h30

Após chuvarada, tempo abre no estado

Após chuvarada, tempo abre no estado Gerson Oliveira / Correio do Estado

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A previsão para o final de semana em Mato Grosso do Sul, começa com probabilidade de chuva na sexta-feira (8) e tendência de tempo mais firme ao longo de sábado (9) e domingo (10).

Com expectativa de tempo mais firme no domingo as temperaturas estarão em elevação, podendo atingir valores entre 36°C e 38°C.

Os ventos atuam entre o quadrante oeste e sul com valores entre 40 km/h e 60 km/h. Pontualmente, podem ocorrer rajadas de vento acima de 60 km/h.

Confira abaixo a previsão do tempo para cada região do estado: 

  • Para Campo Grande, estão previstas temperaturas mínimas de 22°C e máximas entre 27°C e 33°C. Chove na sexta.
  • A região do Pantanal deve registrar temperaturas mínimas entre 23ºC e 26°C e máximas entre 30°C e 36°C. Pode chover durante sexta-feira.
  • Em Porto Murtinho são esperadas mínimas de 22°C e 23°C e máximas de 32ºC e 37°C. 
  • O Norte do estado deve registrar temperaturas mínimas entre 21°C e 23°C e máximas entre 28°C e 35°C. Deve chover durante sexta e sábado. 
  • As cidades da região do Bolsão, no leste do estado, terão temperaturas mínimas entre 21°C e 23°C e máximas entre 28°C e 32°C. Há possibilidade de chuva na sexta e no sábado.
  • Anaurilândia terá mínimas de 20°C e 22°C e máximas de 32°C e 33°C. Choverá na sexta-feira.
  • A região da Grande Dourados deve registrar mínimas de 20°C e 21°C e máximas entre 31°C e 34°C. 
  • Estão previstas para Ponta Porã temperaturas mínimas de 20°C e máximas entre 32°C e 37°C. Irá chover sexta.
  • Já a região de Iguatemi terá temperatura mínimas de 20°C e 21°C e máximas entre 31°C e 34°C. 

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Cidades

"Nem no recreio": pesquisadores da educação criticam celular na escola

Educadores debateram tema durante evento sobre tecnologia

07/11/2024 23h00

ARQUIVO/EBC

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O uso por crianças e adolescentes do telefone celular nas escolas deve ser evitado porque gera riscos e prejuízos, tanto de aprendizagem como emocionais. Essa é uma opinião dividida por especialistas na educação, como os professores Claudia Costim (ex-diretora de educação do Banco Mundial), Luciano Meira (especialista em gameficação) e Rossandro Klinjey (psicólogo e que faz palestras sobre educação emocional). Eles foram ouvidos sobre o assunto pela reportagem da Agência Brasil.

Os três pesquisadores estão em diferentes atividades no Rec´n´Play, evento de tecnologia no Recife (PE). O tema da proibição dos celulares em sala de aula encontra-se em tramitação no Congresso Nacional. Inclusive, o projeto de lei que trata sobre o tema foi aprovado na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados na semana passada

"É preciso brincar"

A professora Claudia Costim argumenta que crianças e adolescentes não têm ainda o córtex pré-frontal maduro para ter autorregulação sobre o dispositivo eletrônico. 

“Especialmente no ensino fundamental, eu entendo que não se deveria usar celular na escola. Nem no recreio. Porque também faz parte da aprendizagem da criança e do adolescente viver em sociedade, brincar ao ar livre”, defendeu.

A ex-diretora de educação do Banco Mundial ponderou que seria preferível que fossem utilizadas outras ferramentas que não são portáteis, como o notebook ou o tablet para usar em finalidades pedagógicas. “Além disso, é importante que os pais regulem o celular em casa para não atrapalhar tanto o sono de crianças e adolescentes".

“Muitos professores estão se queixando que as crianças chegam exaustas em sala de aula e não interagem com seus colegas. Eu sou a favor da proibição e uso só como ferramenta assistiva no caso de crianças com deficiência para determinadas finalidades”, disse Claudia Costim.

Não adianta só proibir

O professor Luciano Meira, que também é psicólogo e atua na Universidade Federal de Pernambuco nas áreas de educação, inovação e empreendedorismo, aponta que, no geral, é positivo o projeto de proibir o celular em sala de aula. "Mas não há uma estratégia pedagógica adequada”. Ele avalia que não existem recursos nem uma política de formação docente para usar de forma pedagógica os dispositivos móveis. 

O pesquisador considera que a proibição é uma forma inclusive de se apoiar as famílias que estariam perdidas diante da invasão do celular no dia a dia dos filhos.

"Mas, ao mesmo tempo, você concorre para o aumento da desigualdade. Às vezes, a escola é o único lugar onde muitas crianças teriam acesso a tecnologias digitais sofisticadas. E, com a proibição, isso as afasta das redes de ensino e da possibilidade de capturar artefatos digitais. Não adianta só proibir”.

No entender do pesquisador, a proibição pode ser interessante se o uso pedagógico for apoiado por políticas públicas que façam sentido.

Controle do tempo

Para o professor e psicólogo Rossandro Klinjey, não há mais dúvidas de que o celular em sala de aula traz impactos negativos.

“A gente não precisa demonizar, mas controlar o uso e o tempo disso fora da sala de aula. Isso é fundamental. Tanto que entendo que já existe um consenso sobre isso”.

Se o celular não deve ser utilizado, a educadora Claudia Costim entende que as tecnologias de inteligência artificial devem ser trazidas para a sala de aula com o objetivo de começar a ensinar o uso de uma maneira mais pedagógica. “É o momento de ensinar a navegar com segurança nas redes sociais. Então, há algum uso que pode acontecer no ensino fundamental e na educação infantil”, diz a professora. 

Formação de professores

Para ela, a inteligência artificial apresenta ameaças e oportunidades. “Ameaças de extinção acelerada de muitos postos de trabalho e de usos não éticos dos dados e das imagens. Por isso, regulação é muito importante”. 

Por outro lado, a educadora entende que pode ser uma ferramenta muito poderosa para ajudar a estruturar o pensamento. “É fundamental formar os professores para o uso da inteligência artificial e depois eles poderem trabalhar com usos interessantes com seus alunos”, afirmou.

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