Cidades

TEMPO INDETERMINADO

Multa de R$ 100 mil por hora não assusta manifestantes que seguem aglomerados em frente ao CMO

Atos antidemocráticos já duram dez dias, enquanto forças policiais "compilam informações" sobre manifestantes para encaminhar à Polícia Federal

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Pelo décimo dia consecutivo, o grupo de pessoas trajadas em verde e amarelo segue aglomerado em manifestação na Avenida Duque de Caxias, nas imediações do Comando Militar D’Oeste, em Campo Grande, sendo que nem a multa horária no valor de R$ 100 mil parece intimidá-los. 

"Não me interessa decisão proferida [sobre a multa], quero escutar realmente de uma pessoa que tenha a caneta na mão. Supremo? Quem é o Supremo? ", argumenta uma das manifestantes que, em consenso optaram por não se identificar. 

Resistentes em falar até mesmo com a própria imprensa - com a equipe do Correio do Estado recebida com frases como "infelizmente larga mão" ao tentar coletar informações de manifestantes -, eles apontam (sem se identificar) que a mídia tem destorcido os fatos que acontecem no local. 

"Não escutei. Só gosto de escutar da boca de uma autoridade. Mídia não... se falou que é um milhão, dez mil, não me importa", expõe ainda a mulher.

Segundo o grupo, não há razões para identificar os presentes em materiais divulgados na mídia pela impresa.

Sem reconhecer seus atos como antidemocráticos, eles apontam que mantém acampamento, revezando em turnos a presença em frente ao CMO, pois, segundo eles, estão "lutando pelo Brasil". 

"Começou individual e se tornou um grupo, porque todo mundo quer o bem da nação. A questão não é ser bolsonarista mais. Eu não quero um ladrão, comunista, para nos governar e representar no exterior", afirma uma das manifestantes. 

Com pessoas espalhadas pelos canteiros, hasteando bandeiras debaixo do sol, entre os manifestantes as tradicionais frases prontas contra o resultado da eleição, são repetidas também nesses atos antidemocráticos em Campo Grande. 

"A gente não quer se tornar uma Venezuela, uma Nicarágua, uma Argentina"; "Está todo o sistema contra a gente, o TSE é corrupto" e até "Lula se tornou ex-presidiário por conchavos. Esse cara que se diz eleito, não queremos ele", estão entre o vocabulário dos manifestantes.  

Mas e a decisão? 

Camburões monitoram o local apenas para caso de descontrole da ordem. Foto: Marcelo Victor

Ainda que a liminar expedida pelo Tribunal Superior Eleitoral, em 1º de novembro, seja para a "liberação de imediato" de "toda e qualquer via pública obstruída", a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública havia apontado intenção de cumprir decisão do Ministro Alexandre de Moraes, mas ressaltou um caráter diferente na manhã de hoje (09). 

Enquanto o documento disponibilizado à imprensa pela Sejusp, na data de ontem (08), apontava para a inclusão de manifestações como a da Av. Duque de Caxias, no escopo da liminar, o que autorizaria o cumprimento da ordem de "liberação imediata das vias", a Secretaria hoje ressalta:  

"A determinação do Tribunal Superior Eleitoral, que deve ser cumprida em 48 horas é para envio de todas as informações sobre a identificação dos caminhões e veículos que participaram ativamente dos bloqueios e nas manifestações em frente aos quarteis das Forças Armadas, assim como os dados dos respectivos proprietários, pessoas físicas ou jurídicas. E, ainda, informar a identificação dos líderes, organizadores e/ou financiadores dos referidos atos
Isso será feito pela Sejusp dentro do prazo estabelecido.
Cabe ressaltar que a determinação é para as Polícias Civis e Militares, bem como para a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal",
diz

Em off, policiais militares - de um dos dois camburões que marcavam presença na manifestações - frisaram que, a presença dessa força armada no local é simplesmente para o controle da ordem, em caso de confusão, delegando aos agentes da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), o papel de listar uma relação dos presentes.  

 

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Veja o vídeo

Câmeras registraram briga entre caminhoneiro morto em motel e travesti

Segundo delegado Sam Ricardo, que investiga o caso, vítima pode ter morrido em razão de overdose

08/01/2025 18h47

Câmeras de segurança registram imagens da briga envolvendo caminhoneiro

Câmeras de segurança registram imagens da briga envolvendo caminhoneiro Divulgação

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Câmeras de segurança registraram os últimos momentos do caminhoneiro encontrado morto em motel no começo da tarde desta quarta-feira (8), na Vila Taveirópolis, em Campo Grande

Durante as imagens de vídeo em que o Correio do Estado teve acesso, é possível visualizar a vítima, identificada como Jeferson Pontes Barbosa, de 32 anos, em vias de fato com uma travesti - sua acompanhante.

Após desentendimento, ambos saem do quarto e a situação sai do controle. É possível identificar o caminhoneiro sendo agredido por socos e tapas. Após as agressões, a vítima vai em direção à entrada do estabelecimento, onde perdeu a consciência e morreu.

Veja o vídeo completo:

 

Caminhoneiro pode ter sofrido overdose

Segundo o delegado da 6ª Delegacia de Polícia Civil (DP), Sam Ricardo - que investiga o caso - a causa da morte de Jeferson pode ter sido uma overdose por cocaína.

Isso porque ao analisarem o corpo do motorista, a perícia constatou que ele sofreu apenas uma lesão no lábio.

Nesse sentido, não seria possível morrer em razão das agressões sofridas. "A suspeita inicial é de que Jeferson sofreu uma parada cardiorrespiratória. A gente não sabe ainda o motivo, se foi natural ou por overdose, provocada por um possível uso de drogas”, explicou o delegado.

Ainda segundo o delegado, foi o próprio caminhoneiro quem acionou a Polícia Militar, no começo da tarde por volta das 13h. "Pelo o que os nossos policiais militares que estiveram no local me relataram, foi a própria vítima quem fez o acionamento", esclareceu.

Contudo, ao chegarem no endereço, os militares já encontraram Jeferson sem vida. Tanto a travesti envolvida quanto um segundo homem que também estava no quarto, foram levados para a delegacia para prestar esclarecimentos. 

Desentendimento aconteceu por limite de Pix excedido

Segundo o boletim de ocorrência, a briga entre Jeferson e a travesti aconteceu por causa de uma dívida de R$ 100. Conforme o registro, Jeferson teria excedido seu limite de transferência via Pix, e por isso, não conseguiu pagar pelo serviço utilizado integralmente.

O caso foi registrado como crimes de Lesão Corporal Dolosa e Morte a Esclarecer; e segue em investigação pela Polícia Civil.

Falta de Pagamento

Aposentados reclamam de atraso no pagamento em Campo Grande

Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Marcos Tabosa, servidores inativos e ativos não receberam

08/01/2025 18h00

Prefeitura de Campo Grande

Prefeitura de Campo Grande Divulgação

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Após a revolta dos professores da Rede Municipal de Ensino (Reme), a Prefeitura de Campo Grande realizou o pagamento nesta quarta-feira (8), no quinto dia útil. No meio desse imbróglio, aposentados relataram não ter recebido o pagamento.

Em conversa com o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais (Sisem), devido a denúncias sobre o não recebimento de salários por parte de Guardas Civis Metropolitanos (GCM) e servidores administrativos, Tabosa garantiu que o pagamento estava na conta.

No entanto, afirmou que os aposentados e os ativos do Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG) não receberam.

"Os que não receberam ainda, pelo que fui informado, são do IMPCG, os inativos e ativos. Mas a informação que obtive é que será pago amanhã", informou Tabosa.

Revolta dos professores

O quinto dia útil começou com especulações por parte dos professores do município. Alguns receberam parte do pagamento, enquanto outros não. No entanto, no final da tarde desta quarta-feira (8), servidores da educação teriam tido o restante do valor depositado na conta.

A situação gerou transtorno ainda mais que no dia anterior, a categoria se inflamou pelo não recebimento do pagamento de maneira antecipata, o que ocorreu, por exemplo, no ano anterior. 

O secretário jurídico do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACPMS), Leonel Alves do Bonfim explicou que os professores que não haviam recebido o salário integral pela manhã tiveram o restante depositado ao longo do dia.

A situação teria ocorrido do pagamento fracionado, conforme o secretário, devido a falhas no sistema.

Outras categorias

Em relação à situação envolvendo os servidores da Guarda Civil Metropolitana e os servidores administrativos, o presidente do Sisem reforçou que todas as categorias ligadas ao sindicato, “filiadas e organizadas”, tiveram o pagamento efetuado.

Entretanto, segundo informações de um servidor de carreira, que terá o nome preservado, nem todos receberam.

"Uma grande quantidade ainda não recebeu. Existe um grupo só de guardas mais antigos: alguns receberam, mas a maioria não", afirmou.

Baixo escalão

Entre os servidores que enfrentam dificuldades estão os comissionados, que foram exonerados e supostamente também não receberam. Relatos obtidos de conversas que rolam nos bastidores (a famosa "rádio corredor"), tudo indica que alguns terão de procurar seus “padrinhos políticos” na tentativa de recontratação.

A situação do que foi chamado de “baixo escalão” não parece positiva.

"Realmente, procede que alguns servidores receberam e outros não. Creio que deve atrasar ainda mais. Isso parece afetar principalmente o pessoal do baixo escalão. Tanto que removeram todos que estavam no grupo de comunicação das secretarias, pois são todos comissionados", disse.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande pedindo um posicionamento acerca do salário dos servidores. A resposta recebida foi que o pagamento está na conta.

“A Prefeitura de Campo Grande informa que o pagamento dos salários referentes ao mês de dezembro de 2024 dos servidores públicos municipais — ativos, aposentados e pensionistas — está disponível nas contas dos trabalhadores nesta quarta-feira (8)”.

Em relação aos casos em que o dinheiro não foi creditado, a Secretaria Municipal de Fazenda informou que está fazendo o possível para que a situação seja resolvida ainda hoje.

 

Prefeitura de Campo GrandeReprodução Redes Sociais

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