Cidades

Meio Ambiente

Multas ambientais podem ter desconto com Refis Pandemia em Mato Grosso do Sul

Mesmo em ano recorde de incêndios no Pantanal, projeto prevê renegociação de dívidas

Continue lendo...

Um projeto de lei elaborado pelo Governo do Estado estipula que multas aplicadas pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) possam ser negociadas e quitadas dentro do Refis Pandemia. Autuações geradas por queimadas do Pantanal, por exemplo, poderão ser quitadas com redução de até 95% nas multas e juros.

O Refis Pandemia abrange dívidas relacionadas ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e ao Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) geradas até o dia 31 de julho de 2020.

Apenas em relação às queimadas, o Imasul aplicou de janeiro a agosto R$ 3,77 milhões em multas por incêndios que resultaram em danos ambientais.  

Acompanhe as ultimas noticias do Correio do Estado

De acordo com o instituto, vinculado à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), o valor é decorrente de 42 autuações aplicadas em municípios de Mato Grosso do Sul.  

Segundo o Imasul, o valor teve um aumento de 43% em relação ao ano passado inteiro, em que foram emitidas multas no valor de R$ 2,34 milhões. Ainda conforme o instituto, os focos existentes em todas as propriedades rurais foram levantados por meio de imagens de satélite e análise temporal, que foram cruzadas com outros bancos de dados, possibilitando a identificação das fazendas, dos donos e da área total atingida pelos incêndios.

Aprovação

O Projeto de Lei Refis Pandemia, programa de recuperação fiscal, foi encaminhado pelo Governo do Estado para a Assembleia Legislativa na semana passada. O projeto foi enviado à Comissão de Constituição, Justiça e Redação e o deputado Gerson Claro foi definido como relator; foram apresentadas nove emendas. Caso seja aprovado, as dívidas de multas aplicadas por Procon, Iagro e Imasul poderão ser negociadas. De acordo com o texto, a adesão deverá ser feita até o dia 23 de dezembro.

Com base no projeto, o contribuinte poderá regularizar a situação com a Fazenda Estadual pagando o débito à vista, com redução de 95% nas multas e juros. Para quem optar em dividir entre duas e 20 parcelas, o desconto é de 75%, e entre 21 e 60 parcelas, a redução é de 60%.  

Para aqueles que foram punidos por descumprimento de obrigações acessórias de ICMS, será concedida redução de 90% da multa, 70% para as opções entre duas e 20 parcelas, e entre 21 e 60 cotas mensais, desconto de 50%.

Incêndios

Em 2020, o número de incêndios no Pantanal foi 122% maior que os 9.843 focos identificados em 2019, segundo informações do satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

De acordo com Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), 30% do bioma foi consumido pelo fogo este ano.  

A área queimada representa 4.490 mil hectares em todo o bioma. No Pantanal de Mato Grosso do Sul, o total é de 1.983 hectares e em Mato Grosso foram 2.507 mil hectares destruídos pelo fogo.

O Imasul, em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), criou a Operação Focus para apurar os incêndios nas propriedades locais do Pantanal. Um dos objetivos da Operação Focus é identificar a origem dos focos de incêndio e punir os responsáveis nos casos em que a queima da vegetação foi proposital.

Durante ação da Operação Focus, a fiscalização identificou uma propriedade onde foram destruídos 3.200 hectares de forma intencional e uma outra fazenda onde pessoas atearam fogo em leiras oriundas da limpeza da pastagem. Na região do Nabileque, os levantamentos iniciais apontam para queimadas iniciadas em áreas indígenas.

Uma das causas mais prováveis dos incêndios é a de que proprietários rurais autorizados a queimar parte da vegetação para limpeza tenham perdido controle do fogo. Outra hipótese é de que as queimadas foram propositais – e resultaram no total de multas aplicadas.

DRAMA

Seca e queimadas deixam animais e assentados sem alimento

Por conta disso, 800 cestas básicas e cinco toneladas de bagaço de cana serão fornecidos a famílias e rebanhos em Itaquiraí, no sul do Estado

12/09/2024 12h57

Zeca do PT e Paulo Duarte aproveitaram a sessão desta quinta-feira para relatar o drama de moradores tanto do sul do Estado quanto do Pantanal

Zeca do PT e Paulo Duarte aproveitaram a sessão desta quinta-feira para relatar o drama de moradores tanto do sul do Estado quanto do Pantanal

Continue Lendo...

Um mutirão dos governos estadual e federal, com ajuda da iniciativa privada, promete garantir alimentos para famílias e animais de assentamentos rurais de Itaquiraí, no sul do Estado. De acordo com o deputado estadual Zeca do PT, os gricultores perderam a produção em decorrência da estiagem e das queimadas e estão até sem alimentos básicos.

Durante a sessão desta quinta-feira na Assembleia Legislativa, o deputado petista afirmou que as famílias estão sendo atendidas com 800 cestas emergenciais, pois estão sem comida devido à perda das plantações, pela falta de chuvas ou pelo fogo.

“O prefeito de Itaquiraí atendeu ao nosso convite e se reuniu conosco junto ao governador Riedel [PSDB], que, de imediato, atendeu a nossa solicitação. Uma equipe da Agraer está indo fazer levantamento de todas as famílias atendidas e o Governo Lula está disponibilizando 800 cestas emergenciais para atendê-los, pois não tem comida nem para o gado, nem para gente. Está dramática a situação e quero agradecer a sensibilidade dos governos”, afirmou. 

Por conta da escassez de chuvas, até o gado está sem alimento. A alternativa,  segundo o parlamentar, foi pedir ajuda a usinas de cana, “que estão disponibilizando mais de cinco toneladas de bagaço de cana para alimentar o gado. Sensibiliza a solidariedade, então gostaria de manifestar em nome da bancada do PT e dos assentados o apreço por isso”,  afirmou durante a sessão desta quinta-feira (12).

PANTANAL

O parlamentar relembrou que na semana anterior esteve em Corumbá e, igualmente, em assentamentos que não tem comida e nem água. “E ainda do outro lado do rio, o fogo”, lamentou. 

Por conta disso, apresentou requerimento ao Governo Federal solicitando um Programa de Atendimento Emergencial aos produtores da Agricultura Familiar de MS. 

“Esse povo não tem dinheiro, os pequenos não tem absolutamente nada. Precisamos pensar em renegociar dívidas, do Pronaf, precisamos dar segurança alimentar via Conab, criar um mecanismo com recursos para atender o gado que está morrendo e socorrer quem mais precisa”, sugeriu o deputado, que ainda pediu reunião da Comissão de Desenvolvimento Agrário, Assuntos Indígenas e Quilombolas para reunir representantes de assentamentos atingidos, deputados e poder público para pensar em ações conjuntas.

Da mesma forma, Paulo Duarte (PSB) pediu para que Zeca do PT, por ser ex-governador, seja um interlocutor junto ao presidente Lula para ações mais concretas contra o desastre ambiental que atinge o Pantanal. 

“Não estamos vendo uma ação concreta, a Corumbá, a Ladário e ao Pantanal. Essa questão é importantíssima, porque as pessoas em Brasília não têm a dimensão do que está acontecendo. Vocês não têm ideia de quem está no campo. Tem que parar de conversa e ter ação para socorrer as pessoas. Um cientista hoje disse em entrevista que o Pantanal vai acabar em 46 anos. A realidade é uma tragédia”, criticou.

O presidente da Assembleia, Gerson Claro (PP), explicou que a situação é grave, apesar dos esforços dos governos. “O Governo Federal já esteve três vezes em Corumbá. Os ministros já vieram, o Governo do Estado conseguiu um avião KC360 da FAB, que transporta tanques, isso nunca aconteceu fora de ações da Força Aérea, está lá em Corumbá à disposição para apagar o fogo, mas o que temos visto é uma situação de desastre. Eu compreendo a angústia de todos. O fogo já está em Miranda, Sidrolândia, a gente precisa se preocupar com o futuro, porque não tem mais o que falar, é trabalho a fazer”, ponderou

Mara do Caseiro (PSDB) também disse em tribuna que está preocupada em como trazer uma solução às pessoas. "Que seja um programa para dispor recursos aos animais e também pelos alimentos perdidos com as queimadas. É preciso estar atento. Falamos com o governador Riedel no sentido de trazer aporte aos prefeitos, que estão até ajudando a apagar o fogo, para trazer medidas de contenção e alento", finalizou. 

(Informações da assessoria da Assembleia Legislativa)

Cidades

Após operação policial, pichações do PCC se alastram por cidade de MS

Polícia interpretou pichações como uma tentativa da facção de manter a aparência de controle sobre o território; autor foi preso

12/09/2024 12h30

Divulgação: Polícia Civil

Continue Lendo...

Um dia após uma grande operação da Polícia Civil de combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado, realizada na sexta-feira (6), Santa Rita do Pardo amanheceu com pichações de siglas do PCC.

A Operação Leviatã mobilizou mais de 23 policiais civis de diversas regiões do estado, que cumpriram mandados de busca e apreensão em 11 locais diferentes, incluindo dois alvos dentro da Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas. O objetivo da operação foi não apenas enfraquecer a facção criminosa investigada, mas erradicá-la completamente da cidade.

Durante a ação, cinco pessoas foram presas em flagrante, sendo encontradas em posse de diversas drogas, como crack, cocaína e maconha. Além disso, duas armas de fogo foram apreendidas. Essa é considerada a maior operação policial já realizada no município. A ação busca cessar a proliferação de “biqueiras”.

Nesta quinta-feira (12), a Polícia Civil prendeu o autor das pichações, que foram vistas pela polícia como uma tentativa da facção de manter a aparência de controle sobre o território, apesar das prisões. A investigação rápida e precisa da Polícia Civil identificou o responsável pelos atos: um usuário de drogas endividado, recrutado para realizar as pichações.

Ao ser localizado, o indivíduo foi convidado a reparar os danos, sendo orientado que tal atitude poderia contribuir para a redução de sua pena, que pode ultrapassar 15 anos, considerando as acusações de dano qualificado e promoção de organização criminosa.

"A Polícia Civil acompanha de perto o processo de reparo das pichações, garantindo tanto a execução correta dos trabalhos quanto a segurança do homem, que demonstrou arrependimento ao colaborar com as autoridades. O caso segue em andamento, e os resultados serão devidamente relatados no inquérito policial", diz nota da Polícia.

Saiba: O nome da operação, “Leviatã”, faz referência à criatura bíblica e ao conceito descrito pelo filósofo Thomas Hobbes, simbolizando um Estado forte e capaz de garantir a ordem pública e a paz.

Assine o Correio do Estado. 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).