Cidades

Direitos das mulheres

Nova caderneta para gestantes relativiza violência obstétrica e conselhos pedem que material seja recolhido

Conselho dos Direitos da Mulher de MS repudia nova cartilha e alerta população

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A nova versão da caderneta para gestantes foi motivo de revolta no âmbito nacional da saúde. O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) alertou os profissionais e gestantes sobre a utilização da nova cartilha e recomendou que o material seja recolhido. 

De acordo com o departamento, o manual relativiza a violência obstétrica e promove práticas inseguras como a utilização da amamentação para prevenir gravidez nos primeiros seis meses após o parto e manobras, até então, proibidas durante partos normais.

O documento foi atualizado pelo Ministério da Saúde no dia 4 de maio e contradiz decisões do próprio Ministério em versões anteriores.

A 6ª versão da cartilha, utilizada no Sistema Único de Saúde (SUS) como forma de orientação para grávidas, também foi alvo de repúdio em Mato Grosso Do Sul. 

O Conselho dos Direitos da Mulher, (CEDM-MS), também não aprovou as alterações feitas pelo Ministério da Saúde na versão atual da caderneta. Para o colegiado, o guia traz adversidades que contrariam evidências científicas, comprovadas pelas Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal.

Na 6º versão da cartilha o Ministério da Saúde aprova o estimulando a prática da episiotomia, (corte realizado na região no períneo durante o parto para facilitar a saída do bebê), conhecida popularmente como mutilação genital. 

Além disso, o conselho relata que no documento consta uma recomendação ao médico para utilização de empurrões, apertões e pressões na barriga da gestante para forçar a saída do bebê (manobra Kristeller). 

A presidente do Conselho, Bianca Knorst, afirma que o departamento segue defendendo o enfrentamento a todo tipo de violência contra mulher. 

“Repudiando quaisquer atos que violem os direitos garantidos às mulheres, as alterações publicadas ferem o direito da pessoa gestante e não podemos deixar que isso aconteça”. advertiu.

Pedido do Conselho de Enfermagem

O Cofen recomendou que o material seja devolvido ao Ministério da Saúde e reelaborado, de acordo com as evidências científicas disponíveis.

“Relativizar violência obstétrica é um retrocesso para a assistência ao parto no Brasil e não contribui para a melhoria dos indicadores de assistência materno-infantil.”, pontuou o conselho em nota. 

O conselho ressalta que, embora a amamentação nos seis meses após o parto reduza a fertilidade, ela é comprovadamente pouco eficaz como método contraceptivo, e deve ser preferencialmente combinada a outro método. 

Ainda de acordo com o Cofen, estudos associam o espaçamento curto entre as gestações a maior risco de mortalidade neonatal e infantil.

A Cartilha

Ao todo, mais de 3 milhões de cópias do material serão impressas e distribuídas aos serviços da Atenção Primária à Saúde de todo o país para disponibilização às gestantes. 

O Ministério da Saúde afirmou jornal O Globo, que a nova caderneta faz parte de um processo de reestruturação do modelo de cuidado materno-infantil no SUS e que o documento é “um importante instrumento de acompanhamento da gestação, parto e pós-parto”.

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Cidades

Com caos na saúde, MPE instaura série de investigações em Campo Grande

Entre as irregularidades estão demora no atendimento e na transferência de pacientes, além da falta de médicos e medicamentos na rede pública de saúde

27/11/2024 14h00

Com caos na saúde, MPE instaura série de investigações em Campo Grande

Com caos na saúde, MPE instaura série de investigações em Campo Grande MPMS

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Com o objetivo de dar fim ao caos na saúde em Campo Grande, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), instaurou quatro inquéritos que identificaram irregularidades na prestação dos serviços de saúde pública.

De acordo com o primeiro inquérito, aberto pela 76ª Promotoria de Justiça da Saúde da comarca de Campo Grande, deverá ser apurado a regularidade na prestação do serviço de saúde pública no CRS Tiradentes, especialmente a demora no atendimento e possível descumprimento dos plantões por parte dos médicos e enfermeiros da Unidade

Já o outro, deverá tratar das medidas que serão adotadas pelos Gestores para viabilizar a transferência imediata de pacientes internados em Unidades de Pronto Atendimento e Centros Regionais de Saúde de Campo Grande/MS, cujos leitos hospitalares já tenham sido autorizados pelos hospitais via regulação e evitar que pacientes permaneçam nessas unidades por vários dias no aguardo de transporte adequado.

Conforme informações, alguns pacientes aguardam até seis dias pela transferência, sendo que o prazo limite é de 24 horas.

Os outros dois inquéritos tratam da falta de medicamentos da Rede Municipal de Saúde na Capital e a ausência de médicos especialistas em cabeça e pescoço no Hospital do Câncer Alfredo Abrão, que pode impactar na indisponibilidade de agenda para atendimento de pacientes oncológicos.

Decisões

No dia 27 de novembro, o MPMS apresentou duas decisões, as quais atendem pedidos de liminar apresentados pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que identificou demandas reprimidas por atendimento nas especialidades médicas de cirurgias plásticas reparadoras e oftalmológicas em MS.

De acordo com as decisões, no prazo de seis meses, tanto o Governo do Estado quanto o município de Campo Grande deverão apresentar planos concretos de ação, com metas e cronograma definidos para a redução das filas de espera, sob pena de multa diária de R$ 10 mil no caso de descumprimento, e responsabilização dos gestores públicos por improbidade administrativa, litigância de má-fé e crime de desobediência. 

Conforme apurado pelo MPMS, as consultas e procedimentos estavam previstas para serem incluídas no Programa de Redução de Filas de Procedimentos Eletivos do Governo do Estado, o "Mais Saúde, Menos Fila", lançado em maio de 2023, entretanto, desde que foi lançado, não houve diminuição de espera pelos pacientes.

Cirurgias reparadoras

Ao todo são 2.295 pacientes na fila de espera da Capital na especialidade cirurgia plástica geral. A solicitação mais antiga foi inserida no sistema de regulação da prefeitura no dia 8 de novembro de 2017, ou seja, há quase sete anos. Há, ainda, 15 solicitações datadas de 2019, ou seja, há quase cinco anos, e as demais datam de 2020 até 2023.

É importante ressaltar que cerca de cinco unidades de saúde estão cadastradas no sistema de regulação para realização de consultas em cirurgia plástica geral, mas não existem médicos especialistas lotados no quadro de servidores. 

Desta forma, o serviço precisa ser contratualizado com a rede externa, corroborando "a necessidade de aprimoramento dos processos de contratualização, avaliação, controle e regulação dos serviços assistenciais, como também da adequação da rede estadual nesta linha de cuidado", subscreveu a Promotoria.

Oftalmologia

Já no setor oftalmológico são 11.750 pacientes que aguardam por diferentes especialidades: 

  • Catarata 4.752 pacientes
  • Córnea 220 pacientes
  • Estrabismo 786 pacientes
  • Oftalmologia pediátrica 977 pacientes
  • Plástica ocular 1.075 pacientes
  • Pterígio 1.539 pacientes
  • Retina geral 2.222 pacientes

A primeira solicitação foi inserida no sistema de regulação no dia 17 de novembro de 2016, ou seja, há oito anos. No inquérito, a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau) informou que apenas sete médicos oftalmologistas estão lotados na rede pública municipal de saúde, quantitativo considerado insuficiente para atender à demanda por consultas na especialidade, inclusive a reprimida.

Segundo a Promotoria, foram destinados R$45 milhões do Governo do Estado para que fosse possível a ampliação do acesso aos procedimentos cirúrgicos eletivos e exames do programa "Mais Saúde, Menos Fila".

Já o valor programado para a execução das cirurgias eletivas foi de R$15,9 milhões para o Estado, em diversas especialidades entre: 

  • Oftalmologia
  • Otorrinolaringologia
  • Cirurgia vascular
  • Cirurgia geral
  • Ortopedia
  • Cirurgias reparadoras preventivas de bullying voltadas para pré-adolescentes e jovens em idade escolar
  • Realização de exames diagnósticos.

Ressonância Magnética

Uma terceira decisão judicial relacionada às filas na saúde pública de Campo Grande é resultado de um inquérito civil iniciado em 2019, que buscava soluções consensuais com gestores para reduzir a espera por exames. 

Segundo o levantamento, os procedimentos mais demandados incluem:

  • Ressonância magnética (13.356 pessoas na fila)
  • Radiografias simples (6.196)
  • Tomografias computadorizadas (2.921)
  • Ressonância magnética com sedação (1.389)
  • Eletroneuromiograma (1.145).  

O caso mais antigo registrado no sistema é de julho de 2018, referente a uma ressonância magnética. Já o pedido mais antigo para eletroneuromiograma é de 2020. Entre os pacientes, destaca-se o caso de um bebê de dois anos que aguarda há mais de um ano por uma ressonância de crânio para dar continuidade ao tratamento de encefalopatia crônica não evolutiva.  

Ainda segundo o processo, a demora no atendimento causa sofrimento físico e psicológico aos pacientes que aguardam diagnóstico ou tratamento, além de aumentar o risco de agravamento do quadro clínico.

O problema também gera um alto número de ações judiciais, acarretando custos elevados tanto para os cofres públicos quanto para o Judiciário, frequentemente acionado para garantir o direito fundamental à saúde.

Sonora

Corpo de trabalhador rural desaparecido no Rio Correntes é encontrado

A vítima estava com amigos em um quiosque, quando decidiu atravessar o rio a nado, mas acabou passando mal ao retornar para as margens. O corpo foi encontrado na manhã de ontem (27)

27/11/2024 13h30

Equipes de Bombeiros encontrou o corpo do homem que estava em meio aos galhos do rio

Equipes de Bombeiros encontrou o corpo do homem que estava em meio aos galhos do rio Imagens/ Coxim Agora

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Desaparecido desde domingo (24), após churrasco entre amigos em um quiosque, o corpo de Pedro Pereira, de 55 anos, foi encontrado na manhã desta quarta-feira (27), no rio Correntes, próximo ao município de Sonora, a 361 quilômetros de Campo Grande. 

Conforme informações do site Coxim Agora, a vítima estava em um quiosque perto da fazenda onde trabalhava com os colegas, quando durante o momento de lazer, informou aos amigos que iria tomar banho no rio Correntes. 

Testemunhas relataram que Pedro chegou atravessar o rio a nado e ao retornar, acabou passando mal próximo às margens do rio. A vítima até tentou se agarrar em raízes de árvores, mas acabou se afogando e desaparecendo. 

Equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros foram acionados e as buscas iniciaram na segunda-feira (25), em buscas pelo corpo. Pedro foi encontrado morto por volta das 7h10 de ontem (26), enroscado em uma galha de rio. 

O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Coxim para os procedimentos de praxe. 

 

CALOR x ÁGUA
Calor, que atinge o Estado nos últimos dias, têm feito sul-mato-grossenses a frequentarem meios aquosos com maior frequência.

Balneários, piscinas, clubes, rios, cachoeiras, lagos e córregos têm sido o refúgio da população para se refrescar neste calorão.

Onda de calor favorece acidentes, mortes e desaparecimentos por afogamento nas épocas mais quentes do ano. Por isso, é importante tomar cuidados. 

CUIDADOS
De acordo com o Corpo de Bombeiros, dezenas de atitudes podem evitar tragédias em banhos de mar, rio, piscina, cachoeira, córregos, riachos e lagoas. Veja:

  • Procure um local conhecido por você ou por outra pessoa, desde que ela o acompanhe
  • Não ultrapasse faixas e placas de avisos
  • Não entre em locais onde há avisos de perigo de morte ou em águas poluídas
  • Não tente salvar uma pessoa afogada, caso não saiba nadar, sempre acione o Corpo de Bombeiros
  • Procure sempre local onde existe a presença de guarda-vidas, ou o Corpo de Bombeiros
  • Evite nadar sozinho
  • Não tome bebida alcoólica antes de entrar na água
  • Não se afaste da margem
  • Nade longe de pedras e estacas
  • Não salte de locais elevados para dentro da água
  • Prefira lançar flutuadores para salvar pessoas ao invés da ação corpo a corpo
  • Identifique nas proximidades a existência do salva-vidas e permaneça próximo a ele
  • Evite brincadeiras de mau gosto, como caldos, trotes, saltos e de empurrar
  • Acate as orientações dos Bombeiros ou dos Salva-vidas
  • Não abuse se aventurando perigosamente
  • Não deixe as crianças sozinhas em meios aquosos
  • Não deixe brinquedos ou materiais dentro da piscina, pois atraem a atenção de crianças
  • Não deixe baldes ou bacias com água ao alcance de crianças e sempre deixe a tampa da privada fechada
  • Obedeça sinalizações próximos à margem de rios
  • Mantenha a calma e o pulmão sempre cheio de ar, pois ele funcionará como uma boia
  • Caso esteja em um rio, tentar jogar as pernas para frente, de forma a proteger a cabeça
  • Mantenha calma: a própria correnteza do rio, em algum momento, o levará até a margem
  • Tente agarrar algum galho de árvore que esteja flutuando
  • Evite navegar com carga em excesso
  • Só entre na embarcação usando coletes salva-vidas
  • Somente conduza embarcações se for habilitado para tal

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