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Novos presídios ajudam, mas não acabam com a superlotação em MS

As 1.600 novas vagas correspondem a apenas 17,6% do necessário para suprir o déficit de vagas em todo o Estado

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Na última segunda-feira (28), o ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino, esteve em Campo Grande para anunciar investimento federal de R$ 60 milhões para construção de quatro presídios de baixa complexidade em Mato Grosso do Sul, que somados devem ter 1,6 mil vagas.

O novo investimento ajuda a amenizar a superlotação nos presídios do estado, mas não chega nem perto de resolver o problema. Segundo dados da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), atualmente o sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul tem 20.809 presos entre os sistemas aberto, semiaberto e fechado, para um total de 11.742 vagas.

Se calcularmos com base nos números atuais, as 1.600 novas vagas que serão criadas com o investimento correspondem a apenas 17,6% das 9.067 vagas que faltam no sistema penitenciário do Estado.

Ampliação

Além dos investimentos anunciados, a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) informou que 407 novas vagas estão em fase de construção, e que há projeto junto à Secretaria Nacional de Serviços Penais (Senappen) para a geração de outras 430 vagas com ampliações em unidades prisionais, que já tem recursos aprovados.

Federalização

Questionado sobre uma possível federalização de presídios de Mato Grosso do Sul, o secretário estadual de Segurança Pública (Sejusp), Antônio Carlos Videira, afirmou que o tema é bastante relevante, mas que ainda não há discussões efetivas sobre. A expectativa é a criação de mais um presídio federal no Estado. 

"O que nós discutimos seria a criação de um novo presídio federal aqui para Mato Grosso do Sul, em um local ali no Complexo da Gameleira, contemplando principalmente presos do tráfico. Nós temos discutido isso porque nós temos percapitamente uma das maiores populações carcerárias do mundo, mais do dobro da média nacional. Então hoje a ampliação das vagas do sistema penitenciário é uma forma direta de promover segurança pública".

O titular da Sejusp ainda reforça o alto índice de presos envolvidos com o tráfico, que seriam, teoricamente, de responsabilidade federal.

"O Mato Grosso do Sul hoje é recordista em apreensões de drogas, e é um crime de competência da Polícia Federal, que as forças estaduais o fazem com força de convênio. Eu gosto de ter uma atenção, e o governo federal tem nos atendido nesse sentido. É muito importante você ter vagas para atender as demandas e aquilo que a segurança pública produz. A excelência na segurança pública tem reflexos direto no sistema penitenciário, e o ministro, sensível a essa questão, vem agora nos contemplar", concluiu.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, o ministro Flávio Dino não garantiu o novo presídio federal, mas se mostrou disposto a discutir novos investimentos para o Estado.

"No momento, o investimento sendo feito é esse das quatro novas unidades, mas é claro que nós sempre estamos abertos a discutir posteriormente outros investimentos", comentou.

Investimentos

Ao todo, o ministro Flávio Dino anunciou investimentos de mais de R$ 121 milhões para o fortalecimento da segurança pública do Estado.

Ele participou do lançamento do Programa de Ação na Segurança (PAS) e o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci 2), em Campo Grande, em parceria com o governador Eduardo Riedel (PSDB).

Dentro das ações, foi entregue pelo ministro um cheque do Fundo Nacional de Segurança Pública para 2023, no valor de R$ 35.334.706,88.

Também houve a entrega de oito viaturas exclusivas para o combate a violência contra a mulher e 69 viaturas para uso da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), que totalizam investimento de R$ 10.772.250,00.

Ainda na área do Pronasci, Flávio Dino entregou armamentos e outros equipamentos para a segurança pública, no valor estimado de R$ 6.225.313,97, sendo:

  • 103 pistolas
  • 163.050 munições
  • 34.489 insumos e equipamentos para a perícia
  • kit para uso das forças estaduais de segurança pública

Além disso, o ministro fez entregas da Secretaria Nacional de Políticas Penais, para uso do Sistema Penitenciário Nacional.

No relacionado aos armamentos e equipamentos, o investimento é de R$ 1.506.096,00, com a entrega de:

  • 200 pistolas
  • 120 detectores de metais
  • TVs para a educação
  • 4 raio-x
  • 4 portal de detector de metais

Três veículos SUVs e dois caminhões, para uso do Sistema Penitenciário, somam R$ 1.406.500,00.

Os repasses de recursos federais totalizam R$ 121.044.873,97.

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Até fim do ano, Petrobras terá projeto de transição energética interessante aprovado, diz Magda

A executiva apresentou o Plano de Negócios 2026-2030 da empresa para empresários fluminenses, lembrando que o plano se estende até 2050, quando a companhia pretende atingir emissões líquidas zero

05/12/2025 22h00

Sede da Petrobrás

Sede da Petrobrás Imagem: Agência Petrobras

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A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que o Conselho de Administração da estatal vai aprovar, até o final do ano, um projeto de transição energética "interessante, e que não é greenwashing (sem impacto efetivo)". A declaração foi realizada em evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

A executiva apresentou o Plano de Negócios 2026-2030 da empresa para empresários fluminenses, lembrando que o plano se estende até 2050, quando a companhia pretende atingir emissões líquidas zero.

Magda também destacou os investimentos no Estado do Rio de Janeiro, com foco no Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, que segundo ela vai ganhar uma petroquímica "moderníssima", mas também não deu detalhes.

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Novo Bolsa Família reduziu beneficiários e valor total de benefícios entre 2023 e 2025

O Novo Bolsa Família foi relançado em 2023 e tem renovado o público atendido ao longo do tempo, diz o relatório "Filhos do Bolsa Família

05/12/2025 21h00

Crédito: Lyon Santos / MDS

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Um novo estudo com dados administrativos do governo federal mostra que, entre o início de 2023 e outubro de 2025, o número total de beneficiários do Novo Bolsa Família diminuiu, assim como o número de famílias e o valor total gasto em benefícios. O levantamento, conduzido pelos professores da Escola de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV EPGE) Valdemar Pinho Neto e Marcelo Neri, chama atenção para os fluxos mensais, que indicam mais saídas do que novas entradas. Isso apontaria "sustentabilidade e rotatividade saudável no programa".

O Novo Bolsa Família foi relançado em 2023 e tem renovado o público atendido ao longo do tempo, diz o relatório "Filhos do Bolsa Família - Uma Análise da Última Década", lançado hoje no Rio de Janeiro. Entre os beneficiários observados no início de 2023, 31,25% já não estavam mais no programa em outubro de 2025. De acordo com a pesquisa, o Bolsa Família oferece proteção em momentos de vulnerabilidade de renda, não se configurando como uma política de dependência permanente. "Mesmo em um horizonte inferior a três anos, o programa segue associado à transição para arranjos de renda mais autônomos, sobretudo nas idades em que o ingresso no mercado de trabalho é mais intenso".

A análise diz que a Regra de Proteção, que permite que a família permaneça no programa por um período quando a renda do trabalho ultrapassa o limite de entrada no programa, tem funcionado como um "amortecedor" entre o Bolsa Família e o mercado de trabalho.

"Isso evita quedas bruscas de renda, diminui o medo de aceitar empregos formais ou registrar-se como Microempreendedor Individual (MEI) e, ao mesmo tempo, garante que, em caso de nova perda de renda, a família possa retornar com prioridade ao programa", cita a publicação.

O lançamento do estudo foi acompanhado pelo ministro do Desenvolvimento, Assistência social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.

"Quando a gente vê a elevação do PIB no Brasil, surpreendendo muitas vezes a área econômica e técnica, ali tem o PIB dos mais pobres. Aquelas pessoas que lá atrás viviam de transferência de renda, agora tem consumo", afirmou.

Segunda geração

O estudo sustenta que o Bolsa Família conjuga proteção social "robusta" e mobilidade socioeconômica. A evidência, de acordo com o pesquisador, é que muitos filhos do programa deixam de receber o benefício futuramente.

A pesquisa acompanha, ao longo da última década (2014-2025), os membros de famílias que recebiam o benefício em 2014, com foco em crianças e adolescentes. Os resultados indicam que uma parcela expressiva da chamada "segunda geração" de beneficiários deixou de depender da transferência de renda. Entre todos os beneficiários de 2014, 60,68% não recebiam mais o Bolsa Família em 2025. As taxas são ainda mais altas entre os que eram adolescentes naquele ano: 68,8% entre jovens de 11-14 anos e 71,25% entre 15-17 anos. Nas áreas urbanas, a taxa de saída para jovens de 6-17 anos chega a 67,01%.

A escolaridade do adulto responsável também faz diferença: quando a pessoa de referência concluiu o ensino médio, quase 70% dos jovens que tinham 6-17 anos em 2014 deixaram o Bolsa Família ao longo da década.

"Essa emancipação do Bolsa Família é acompanhada por uma saída relevante do Cadastro Único e por aumento da participação no mercado de trabalho formal", cita o estudo. Entre os jovens que tinham 15-17 anos em 2014, por exemplo, mais da metade deixa o CadÚnico até 2025, e 28,4% possuem vínculo formal de emprego no ano de 2023.

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