Cidades

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ONG malaia abre berçário para mulheres deixarem bebês indesejados

ONG malaia abre berçário para mulheres deixarem bebês indesejados

Redação

09/09/2010 - 14h30
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Uma organização de caridade malaia preparou uma sala em seu escritório com um berço especialmente preparado para que mães que não queiram os filhos possam deixar seus bebês de maneira anônima.

A creche da entidade Orphancare abriga apenas um bebê, ainda sem nome. Mas a organização espera resgatar cada vez mais crianças, num momento em que as autoridades do país tentam conter o alto número de bebês abandonados.

Quase 500 bebês abandonados foram encontrados na Malásia desde 2005. Alguns foram deixados em templos muçulmanos, em frente a portas de casas e até mesmo em latas de lixo. Muitos são encontrados mortos. Acredita-se que essas crianças são principalmente abandonadas por mães solteiras.

Ter um filho fora do casamento ainda é visto como algo profundamente vergonhoso no país de maioria muçulmana, onde a educação sexual ainda é baseada na pregação da abstinência.

 

BERÇO

Os escritórios da Orphancare estão localizados em um subúrbio tranquilo perto da capital, Kuala Lumpur. Perto da entrada principal há uma pequena porta que abre para um pequeno berço especial, semelhante a uma incubadeira. Uma vez que um bebê é colocado no berço, um alarme é soado e o ar condicionado começa a funcionar.

Quando a porta fecha, o bebê fica preso com segurança do lado de dentro, e um funcionário retira a criança. Desta forma, o bebê é mantido seguro, e a identidade da mãe se mantém em sigilo. Os críticos dizem que o programa vai tornar fácil demais para as mães abandonarem seus bebês, encorajando o sexo fora do casamento.

Mas Noraini Hashim, da Orphancare, diz que o anonimato é a única maneira de garantir que os pais usem a entidade em vez de jogar seus bebês no lixo. "Não queremos perseguir as mães ou o casal que traz o bebê", ela diz.

 

ILEGAL

Na Malásia, é ilegal para os muçulmanos manter relações sexuais fora do casamento. O país tem um sistema duplo de Justiça, no qual a lei islâmica se aplica aos muçulmanos e a lei civil se aplica aos demais.

Mas o estigma de ter um filho fora do casamento é o que leva as mães solteiras a atos desesperados, afirma Noraini.

Ela diz que a pressão é maior para garotas jovens quando seus namorados as deixam e elas se sentem incapazes de se apoiar na família ou em amigos. "Nesse estado de depressão, suponho que a única solução para elas é abandonar o bebê", diz Noraini.

O governo, preocupado com o número crescente de bebês abandonados, pediu à polícia que comece a investigar esses casos como tentativa de homicídio ou assassinato, crime sujeito à pena de morte.

 

REFÚGIO

Perto do centro de Kuala Lumpur, o refúgio Kewaja, para grávidas solteiras, é um dos únicos lugares aos quais essas mulheres podem recorrer, já que o aborto é proibido. O refúgio é feito de uma série de casas térreas no fundo de uma estrada de terra, parcialmente coberta por bananeiras.

Todas as mulheres usam véus e camisetas em tamanho grande para esconder suas barrigas. Elas ficam no refúgio até que seus bebês nasçam. Três delas concordaram em contar suas histórias sob condição de anonimato.

Uma delas, Su, é uma garota de 19 anos, que diz ter procurado o refúgio aos cinco meses de gravidez para não envergonhar a família em frente aos vizinhos.

Siti, de 18 anos, deu à luz uma menina no refúgio. Seu pai acha que ela está fora estudando. Ela não pode voltar para casa até que a mãe a autorize, e ela está esperando há mais de um mês.

Mila tem 28 anos e veio para o refúgio no último mês de gravidez. Diferentemente das outras duas, ela está noiva e tem um emprego estável, mas se sente incapaz de manter a criança porque ter sexo fora do casamento é proibido pelo Islã.

"Se o bebê soubesse que nasceu fora do casamento, ele carregaria essa vergonha pelo resto de sua vida", ela diz.

As três mulheres dizem que sabiam sobre contraceptivos, mas que tinham vergonha de comprá-los.

Yahya Mohamed Yusof, que dirige o refúgio com sua mulher, diz que entidades como a sua ou a creche da Orphancare para bebês abandonados ajudam a salvar vidas, mas não resolvem o problema das gravidezes indesejadas.

Yahya diz ver um aumento nos casos todos os meses. "Quando começamos, há 14 anos, tínhamos menos de dez garotas no refúgio. Mas agora temos ao menos 70 mulheres grávidas sob nossos cuidados", diz.

Para manter suas gestações em segredo, a maioria das mulheres no refúgio Kewaja dará seus bebês para adoção.

luto

Morre o publicitário Washington Olivetto, criador do garoto Bombril

Ele ficou quase cinco meses internado no hospital Copa Star, no Rio, por complicações pulmonares

13/10/2024 17h35

DIVULGAÇÃO

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Washington Olivetto morreu neste domingo (13), às 17h15, aos 73 anos, vítima de falência múltipla de órgãos.

O publicitário ficou quase cinco meses internado no hospital Copa Star, no Rio, por complicações pulmonares.

Descendente de italianos da região da Ligúria, nasceu no bairro da Lapa, na cidade de São Paulo, e cursou comunicação e psicologia, mas não chegou a se formar.

Sua carreira começou em 1969, aos dezoito anos, como redator em uma agência de publicidade, na qual foi procurar vaga como estagiário ao ter o pneu de seu carro furado em frente à empresa.

O Corinthians, time do coração e uma paixão herdada de seu tio Armando, mereceu também sua atenção editorial. Sobre o clube, do qual foi vice-presidente de marketing e um dos fundadores do movimento Democracia Corinthiana, nos anos 1980, escreveu "Corinthians x Outros" e "Corinthians – É Preto no Branco", este com Nirlando Beirão. Em 2013, a escola de samba Gaviões da Fiel o homenageou em seu desfile de Carnaval, cujo tema foi a história da publicidade brasileira.

Percebeu na adolescência que poderia juntar a paixão pelas letras com o ato de vender. Decidiu então tentar ser publicitário. "Aprendi a ler muito cedo, com cinco anos, e sempre gostei de escrever. Tanto que queria escrever para todas as mídias, jornal, revista, rádio, televisão", contou, certa vez.

O publicitário teve uma vida repleta de prêmios, viagens, idas a botequins e galerias de arte, mas também episódios tristes e curiosos —como a doença que não era doença e lhe deu uma bagagem literária acima da média para uma criança— e o sequestro do qual foi vítima, em 2001.

Depois de 53 dias confinado em um quarto de um metro de largura por três de comprimento, sem janelas ou entrada de luz, ele foi resgatado com a ajuda de uma estudante de Medicina que suspeitou dos barulhos que vinham do quarto da casa ao lado da sua.

Ela usou o estetoscópio para ouvir o pedido de socorro pouco ortodoxo de Olivetto assim que os sequestradores saíram de casa. Havia faltado luz e a música alta e incessante se calara. Ele aproveitou o silêncio momentâneo para se fazer ser ouvido: "Chamem as rádios!", berrou, apaixonado que era por este meio de comunicação, e consciente de seu poder de alcance em minutos. Ele evita falar no assunto, mas o faz em um de seus livros.

Sua última coluna em O Globo foi publicada no dia 17/06/2024, dias depois de ele dar entrada no hospital Copa Star, em Copacabana, zona sul do Rio, de onde não saiu mais —ele passou seu aniversário de 73 anos, no último dia 29 de setembro, internado, e já num quadro grave de saúde.

* Com Folhapress

Rio Negro

Bovinos em extrema magreza são encontrados; fazendeiro é multado em R$ 1 milhão

Durante fiscalização, os policiais encontraram os animais sem água e alimentos, em estado de abandono em uma fazenda no município de Rio Negro

13/10/2024 17h30

Carcaças de bonivos foram encontrados na fazenda

Carcaças de bonivos foram encontrados na fazenda Divulgação/ Polícia Militar Ambiental

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Durante uma fiscalização de 3.418 hectares da propriedade rural, próximo ao município de Rio Negro, a 153 quilômetros de Campo Grande, agentes da Polícia Militar Ambiental (PMA) multaram um fazendeiro em R$ 1,13 milhão após encontrarem 15 animais mortos e bovinos em extrema magreza.

Em nota, a Polícia Militar Ambiental divulgou que a área onde foram encontrados os animais estava em manipulação, sem nenhuma condição de alimentação para eles. Um dos bebedouros usados pelos animais estava seco, e não havia alimento nos cochos.

Carcaças de bonivos foram encontrados na fazenda Divulgação/ PMA 

Ao ser interrogado pelos militares ambientais, o capataz da fazenda afirmou que havia 24 milhões de recém-nascidos sendo alimentados pela família, e que algumas férias ficavam morridas após o parto desses animais.

Novamente questionado sobre as irregularidades ocorridas na fazenda, o capataz afirmou que os bezerros estavam sendo alimentados com feno, mas o estoque estava esgotado. Os policiais ambientais também conversaram com o filho do proprietário da fazenda, que afirmou estar enfrentando dificuldades para encontrar feno devido à seca, que elevou a demanda pelo produto.

Durante a fiscalização, os policiais verificaram que o capataz era o único responsável por cuidar de 2.027 cabeças de gado.

Ainda de acordo com os militares ambientais, durante a inspeção pela fazenda, os policiais encontraram nove bovinos deitados, incapazes de se levantar devido ao estado avançado de magreza e desnutrição.

Diante da situação, o proprietário da fazenda foi multado em R$ 1,13 milhão. Os bovinos foram apreendidos, mas continuam sob a responsabilidade do proprietário da propriedade.

O caso foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Rio Negro e ao Ministério Público Estadual. Conforme a PMA, este é o segundo caso registrado na região do Pantanal.

 

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