Cidades

R$ 3 MILHÕES

Parada por atraso em repasse, obra na Ernesto Geisel desmorona

Sem previsão de retomada, chuva estragou trecho recém-construído na via

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Paradas e sem previsão de serem retomadas, as obras de revitalização da Avenida Ernesto Geisel tiveram problemas após a forte chuva que ocorreu em Campo Grande na tarde de quinta-feira (7). Trecho do guard-rail caiu, após a terra ceder por conta da forte enxurrada no cruzamento com a Rua do Aquário.

A obra estava em ritmo lento em razão do atraso no repasse de verbas do governo federal, que já chega a R$ 3 milhões, referentes aos meses de julho, agosto e setembro. Ainda não foi contabilizado como atrasado o repasse referente ao mês de outubro.

Moradores e comerciantes da região ouvidos pela reportagem garantem que desde o fim de setembro a intervenção estava parada, apenas com alguns funcionários no local, sem movimento de maquinário. “Quando começou a gente achou que ia terminar. Mas agora parou e não sabemos se vai voltar [o trabalho para conclusão]”, reclamou o comerciante Rafael Ferreira, 28 anos.

O titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Rudi Fiorese, explicou que por conta da falta de pagamento as empresas reduziram as frentes de serviço, mas agora a obra foi totalmente paralisada, conforme constatado pela equipe do Correio do Estado. “As empresas precisam receber para retomar”, disse Fiorese.

As obras na região, segundo o secretário, estão 60% concluídas, sendo investidos R$ 29.416.122,52. Duas empresas são responsáveis pela construção, a Dreno Construções – Eireli EPP (segundo e terceiro lote – da Abolição até a Aquário) e a Gimma Engenharia Ltda. (primeiro lote – da Rua Santa Adélia até Abolição) e nenhuma das duas recebeu os pagamentos referentes à medição nos últimos meses.

CONTRADIÇÃO

O atraso contradiz a promessa do governo federal de que, depois que fosse votada a reforma da Previdência, os recursos seriam liberados. “Isso não aconteceu. Na última visita do prefeito a Brasília [DF], ele foi ao Ministério do Desenvolvimento Regional e eles disseram que esperam um repasse do Ministério da Economia”, afirmou Fiorese.
Apesar de não haver previsão para o pagamento dos valores em atraso nem para a retomada das obras, o secretário disse que “tem esperança” de que ainda este ano a construção da contenção seja retomada.

“Eles disseram que iam entregar a parte de lá [sentido bairro-centro] no aniversário da cidade, mas como não deu eles só abriram o trânsito e fecharam alguns buracos na rua”, contou o mecânico Lucas Medina, 32 anos, que trabalha há três anos no local.

Iniciada em fevereiro de 2018, a revitalização abrange trecho de quase dois quilômetros da avenida, atravessando os bairros Coophamat, Taquarussu, Jacy e Marcos Roberto. Paredões de gabião com até 9 metros de altura foram levantados para proteger as margens da erosão e evitar o transbordamento do Rio Anhanduí. A via terá drenagem, ciclovia, urbanização e recapeamento das duas pistas. 

A obra total está orçada em R$ 48.497.999,21 e tinha previsão de término para setembro deste ano. Em relação ao restante da obra, da Rua do Aquário no sentido Bairro Aero Rancho, a estabilização da margem esquerda – com placas de concreto e gabião – só será iniciada quando a Águas Guariroba remanejar o emissário da rede de esgoto instalado à margem do rio. A tubulação será removida em direção à pista, para ficar a 4 metros da parede do gabião. Conforme o secretário, não há previsão para as obras começarem.

CHUVA

Sobre o trecho que apresentou problemas em razão da chuva, o secretário promete que logo a empresa responsável vai arrumar o estrago. “O terreno ali não estava bem firme, por isso, aconteceu a queda”, justificou.

A chuva de quinta-feira (7) levou parte do asfalto próximo ao cruzamento entre a Avenida Ernesto Geisel e Rua do Aquário. Esta é a segunda vez, em menos de um mês, que isso acontece. 

No dia 19 de outubro, por conta de outra chuva, parte do asfalto próximo a uma tampa de esgoto foi levado pela enxurrada. Conforme funcionários que trabalham em frente ao local, equipe da prefeitura havia recapeado o trecho há aproximadamente 10 dias. Porém, com a chuva de quinta-feira o local foi novamente afetado.

De acordo com o secretário de Infraestrutura do município, Rudi Fioresi, uma equipe da prefeitura esteve nesta sexta-feira (8) no local para avaliar o que causou a cratera, que dessa vez está mais funda. “Temos que avaliar se foi algum cano que estourou também, ou foi só a chuva”. 

O secretário afirmou ainda que, caso confirmar que houve problema nos canos, a obra só deverá começar após passar o período chuvoso. Além disso, parte da obra na avenida sofreu estragos por conta da chuva, uma parte da parede do canal na ponte do cruzamento com a Rua do Aquário desmoronou. De um lado, o guard-rail caiu e a base afundou porque parte da terra cedeu. Já do outro houve um pequeno deslizamento e a proteção entortou.

Como o trecho representa uma descida, a água dos dois lados da via fica represada naquela quadra. 

48,4 milhões de reais é o valor total do investimento previsto nos três trechos da Avenida Ernesto Geisel. Já o repasse em atraso, referente aos meses de julho, agosto e setembro, chega a R$ 3 milhões –sem levar em conta o do mês de outubro.

recorde

Rio Paraguai registra mínima histórica em ano mais seco no Pantanal

Nível do rio atingiu marca de 62 cm abaixo da cota de referência

13/10/2024 19h00

Foto: Ministério de Minas e Energia

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O Rio Paraguai chegou ao seu nível mais baixo já medido, segundo o Serviço Geológico Brasileiro (SGB), atingindo a marca de 62 centímetros abaixo da cota de referência.

A série de medições foi iniciada pela Marinha em 1900, no posto de Ladário, junto à cidade de Corumbá (MS), na fronteira com Porto Quijarro (Bolívia). A mínima anterior, registrada em 1964, foi de 61 centímetros abaixo da cota.

A cota padrão é de 5 metros (m) de profundidade média, segundo o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), que já havia feito um alerta sobre o menor nível histórico do rio na última quarta-feira (9), a partir de medições próprias.

A estação serve como referência para a Marinha na análise das condições para navegação e definição de medidas de restrições.

O Rio Paraguai corre pelos estados de Mato Grosso, onde nasce, e Mato Grosso do Sul, de onde segue para o Paraguai e a Argentina. Suas nascentes são alimentadas por águas que vêm da Amazônia, como as do Rio Negro.

A região também passa por seca histórica. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA) a Região Hidrográfica Paraguai ocupa 4,3% do território brasileiro, abrangendo parte dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o que inclui a maior parte do Pantanal mato-grossense, a maior área úmida contínua do planeta.

Para o SGB, a situação era esperada desde fevereiro, quando os pesquisadores alertaram sobre a possibilidade de se chegar a uma mínima histórica na região.

“Essa seca vem sendo observada em razão das chuvas abaixo do normal durante toda estação chuvosa, desde outubro de 2023. Por isso, temos alertado sobre esse processo que se desenhava na bacia”, explica o pesquisador Marcus Suassuna na nota da instituição.

Segundo o Imasul, a queda no nível do Paraguai tem implicações diretas para a economia e para o meio ambiente, afetando turismo e pesca, além do abastecimento de comunidades ribeirinhas. ˜Especialistas associam essa redução drástica à variabilidade climática e à escassez de chuvas na bacia hidrográfica. O Pantanal, um dos biomas mais frágeis e importantes do planeta, está particularmente vulnerável a essas mudanças, que afetam tanto a biodiversidade quanto as comunidades humanas", destaca o instituto em nota.

Recuperação lenta

De acordo com as projeções do SGB, a recuperação dos níveis na Bacia do Rio Paraguai será lenta. O nível em Ladário (MS) deve ficar abaixo da cota até a segunda quinzena de novembro.

“Observamos que o ritmo de descida do rio tem diminuído consideravelmente e estava estabilizado desde a última segunda-feira (7) em razão dessas primeiras chuvas da estação chuvosa. As precipitações devem continuar, mas não em ritmo muito forte que vá contribuir para subidas rápidas neste trecho e em toda a bacia”, analisa Suassuna na nota.

A década tem sido marcada por estações chuvosas insuficientes para a recuperação das reservas. Segundo o SGB, durante a estação chuvosa iniciada em outubro de 2023, foi registrado um déficit acumulado de 395 (milímetros) mm de chuvas.

O total estimado foi de 702 mm, enquanto a média esperada seria de 1.097 mm. Na década, considerando o acumulado de 2020 a 2024, o déficit foi de aproximadamente 1.020 mm, valor equivalente ao total de um ano hidrológico.

Ainda segundo o relatório do SGB, na última semana, a Bacia do Rio Paraguai registrou um volume de chuvas de 3 mm.

Os rios da região apresentam níveis abaixo do normal para este período do ano, com exceção do Rio Cuiabá, que apresenta nível dentro do esperado. A situação do Rio Cuiabá, porém, deve-se à regularização das vazões ocasionada pela operação da Usina Hidrelétrica de Manso.

Em Barra do Bugres e Porto Murtinho, o Rio Paraguai alcançou o nível mais baixo do histórico de toda a série de monitoramento das estações.

O estudo explica que as projeções utilizadas indicam acumulados de chuva de 27 mm nas próximas semanas, levando ao início da recuperação dos níveis em Cáceres, Ladário, Forte Coimbra e Porto Murtinho, além da estabilização em outros locais.

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), considerando a estimativa para a Energia Natural Afluente (ENA), a Região Sul deve atingir com 86% da Média de Longo Termo (MLT).

A medida indica a capacidade dos sistemas hidrelétricos de geração. Para as demais regiões, os índices são os seguintes: Norte, com 49% da MLT; Sudeste/Centro-Oeste, com 45%; e Nordeste, com 34%. 

Riscos à navegação

A Marinha mantém uma série de alertas para o Rio Paraguai, boa parte indicando piora nas condições de navegação. Em um deles, afirma a necessidade de precaução de segurança.

"Em virtude do rígido regime de seca observado no Rio Paraguai e o consequente afloramento de bancos de areia e rochas, os navegantes devem redobrar a atenção, fazendo uso da carta náutica em vigor, atentando para o balizamento e mantendo uma velocidade segura."

Além disso, antes de iniciar a navegação, devem consultar o boletim diário de avisos-rádio náuticos disponível no site do Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, a fim de verificar a diferença entre o nível do rio e o nível de referência da carta náutica (nr), eventuais alterações no balizamento e outros avisos para segurança do navegante.

A região tem trânsito constante de barcos desde ao menos o século 18, estabelecendo importante corredor de integração com os países vizinhos. Hoje é uma das seis hidrovias cuja licitação para concessão à iniciativa privada está estabelecida como prioridade pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), junto com as hidrovias Madeira, Tapajós, Tocantins, Lagoa Mirim e Barra Norte.

O projeto visa acelerar o transporte de cargas, especialmente de produção agrícola e mineral, para beneficiamento e exportação, o que deve favorecer o aumento da exploração desses itens na região, atividades que levam ao aumento do consumo de água.

PREVISÃO DO TEMPO

Semana começa com tempo estável, mas chuva promete dar as caras em MS

Apesar da segunda-feira (14) de sol em boa parte do Estado, quase todo o território sul-mato-grossense tem chuva prevista a partir da terça-feira (15)

13/10/2024 18h00

Campo Grande começa semana com 38 °C, mas já na quarta-feira (16), o campo-grandense pode reservar o guarda-chuva

Campo Grande começa semana com 38 °C, mas já na quarta-feira (16), o campo-grandense pode reservar o guarda-chuva Gerson Oliveira/ Correio do Estado

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Mesmo que o sol predomine a partir de amanhã (14) em Mato Grosso do Sul, a chuva deve voltar a dar as caras nesses meados de outubro em boa parte do território sul-mato-grossense, com a segunda metade do mês prevendo acumulados entre 30 - 100 mm.        

É o que aponta a tendência meteorológica prevista pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec), indicando a probabilidade de chuva, que já deve aparecer nesse meio de semana. 

Campo Grande, por exemplo, inicia a semana com aumento na temperatura, que atinge máximas de 38 °C numa segunda e terça-feira (14 e 15) bastante encoberta de nuvens. 

Porém, já na quarta-feira (16), o campo-grandense pode reservar o guarda-chuva, pois, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (16) está previsto um dia bastante encoberto e com chuvisco, além da queda na temperatura a partir de quinta (17). 

Demais regiões

Pedro Gomes, que viu chuva desde o domingo (13), só terá a segunda-feira (14) de descanso das precipitações, quando os termômetros também sobem até a casa de 38 °C. 

Isso porque, a partir de terça-feira (15) o município ao norte de Mato Grosso do Sul, distante cerca de 305 km da Capital, deve registrar chuva até o início do próximo final de semana. 

No extremo oposto do mapa sul-mato-grossense, o município de Mundo Novo mantém o clima de muitas nuvens e observa um leve aumento na temperatura, até 33 °C na terça-feira (15), a partir de quando a chuva também promete dar as caras. 

Ao leste de Mato Grosso do Sul, Água Clara também vê os termômetros subirem a partir de amanhã (14) e só observa tendência de queda na temperatura a partir de quarta-feira (16). 

Na terça-feira (15), o município distante cerca de 192 km de Campo Grande vê fortes pancadas de chuva isolada, sendo que o clima mais encoberto e com chuvisco se mantém até quinta-feira (17). 

Por fim, a Cidade Branca, que fica no extremo-oeste de Mato Grosso do Sul, região do Pantanal, já amanhece a segunda-feira (14) encoberta e com chuviscos, porém, com termômetros que beiram a casa dos quarenta graus. 

Para a terça-feira (15) estão previstas pancadas de chuva isolada, que também se mantém até quinta-feira (17) e chegam justamente para abaixar a temperatura no município corumbaense. 

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