Um homem que agredia, espancava e mantinha a mulher e mais três crianças incomunicáveis e sem alimentação morreu em confronto com policiais civis e militares, neste domingo (11), na Fazenda Jaçanã, localizada no Pantanal de Corumbá. Ele foi o quatro agressor de mulher morto pela polícia de Mato Grosso do Sul em pouco mais de dois meses.
Um vídeo divulgado por familiares mostra ele enforcando a mulher com a perna. O caso chegou à policia de Corumbá e duas embarcações foram mobilizadas para atender a ocorrência e resgatar não apenas a vítima, mas também as três crianças que poderiam estar em perigo.
Conforme nota da Polícia Civil divulgada nesta segunda-feira, foram empenhados cinco agentes policiais, sendo um investigador de Polícia Civil e quatro policiais militares.
A equipe se deslocou até a fazenda e na porteira o autor já os esperava de braços cruzados sendo reconhecido pela equipe que verbalizou para que colocasse as mãos na cabeça, dando-lhe voz de prisão.
Mas, de acordo com a nota, ele desobedeceu todas as ordens. Após todas as tentativas, um sargento da PM se aproximou para tentar algemá-lo e imobilizá-lo.
No entanto, no momento da aproximação, o homem sacou uma faca pelas costas e para golpear o sargento.
Com isso, os outros policiais atiraram e desarmaram o agressor. Ele foi atendido pelos policias e encaminhado para a base do Exército Brasileiro em Forte Coimbra, mas não resistiu e faleceu no local.
Outros policiais fizeram a varredura no interior da residência em busca das vítimas (a mulher e três crianças). Ao avistarem a equipe expressaram gratidão pela presença da polícia, relatando que sofriam diversos tipos de agressões por parte de autor.
Foram encontrados na residência quatro cápsulas deflagradas de diferentes calibres, duas cápsulas de calibre 7.62, uma cápsula de calibre .22, um rádio comunicador modelo A-777S, um aparelho de celular marca Samsung, entre outros objetos.
O caso foi registrado como ameaça, sequestro e cárcere privado, resistência, desobediência, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, lesão corporal dolosa, maus tratos, homicídio decorrente de intervenção policial e violência psicológica contra a mulher.
Depois de ser resgatada, a mulher passou por exames médicos e ficou internada durante a terde domingo, sendo liberada e ouvida na Delegacia. Depois, com ajuda das assistência social, ela e as crianças viajaram para Campo Grande, onde residem seus familiares.
Veja o vídeo do homem agredindo a mulher:
OUTROS CASOS
30 de novembro de 2023
Jean Carlos da Silva, de 31 anos, morreu em confronto com policiais militares do Batalhão de Choque (BPMChoque), em um apartamento localizado no Jardim Canguru, em Campo Grande.
Conforme apurado pela reportagem, o Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM) recebeu uma denúncia de violência doméstica via 190, na qual um homem, sob efeito de drogas, estava ameaçando a família com uma faca.
Equipes do BPMChoque se deslocaram para o local e encontraram uma senhora, identificada como mãe da vítima, que relatou aos policiais que sua filha estava correndo risco de vida. Neste momento, gritos de “eu vou te matar” foram escutados de dentro do apartamento.
De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais arrombaram a porta e visualizaram o autor próximo a uma faca, completamente perturbado, como se estivesse sob efeito de algum estimulante.
Na casa, havia móveis quebrados, marcas de sangue, além de uma serra e uma faca usadas para ameaçar a esposa e filhos.
O indivíduo gritou que dali ninguém sairia vivo e que não voltaria para a prisão, tentando cortar a tela de proteção da janela dizendo que iria pular e se suicidar.
Nesse momento, uma das vítimas interveio para tentar evitar o possível suicídio do agressor e a equipe precisou conter as vítimas.
Em certo momento, o autor agrediu e começou a lutar com um dos policiais, conseguindo quebrar o coldre e tomar a arma do militar.
Com isso, os outros policias balearam, desarmaram e algemaram o criminoso. Ele foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Universitário, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.
2 de dezembro de 2023
Ângela Maria Bonifácio dos Santos, de 47 anos, foi assassinada a facadas pelo ex-namorado, Flávio Ferreira Rodrigues, de 38 anos, na frente de familiares em uma conveniência no município de Nova Alvorada do Sul.
Horas depois do feminicídio, Flávio acabou sendo morto por policiais.
Conforme informações da Polícia Civil, a vítima estava em um bar consumindo bebida alcoólica quando por volta de meia noite, Flávio chegou no local pedindo uma bebida. Logo após, ele começou a discutir com a vítima.
Durante o bate-boca, a proprietária do bar pediu para que Ângela fosse embora do local, receosa que algo pudesse acontecer com ela, mas a mulher recusou o convite e ficou no estabelecimento.
Neste momento, Flávio tirou uma faca da cintura e atingiu a vítima com quatro golpes. Assustada e pedindo socorro, Ângela correu para a rua, mas foi novamente golpeada. A vítima caiu no chão e acabou morrendo no local.
Equipes da Polícia Militar foram acionadas e realizaram rondas pela cidade em busca do autor. Durante as diligências, os policiais encontraram Flávio escondido em um quarto na rua Raimundo Alves da Silva.
Ao perceber o cerco policial, ele saiu do imóvel e partiu para cima dos militares com uma faca em mãos.
Durante a ação, os policiais pediram para Flávio soltar a faca, mas foram ignorados e na tentativa de se defenderem, atiraram contra o indivíduo.
Ele foi encaminhado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.
24 de janeiro de 2024
Lucas Cáceres Kempener, de 24 anos, foi morto por policiais civis do Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), após espancar, atear fogo e matar a filha de sua ex-namorada.
A menina, de 11 anos, permaneceu 64 dias seguidos internada, de 8 de dezembro de 2023 a 10 de fevereiro de 2024, quando morreu em decorrência dos ferimentos.
Ela teve cortes de 20 centímetros na cabeça, traumatismo craniano e queimaduras de 3º e 4º grau. No hospital, precisou amputar braço, perna e dedos devido aos graves ferimentos.
Lucas desobedeceu a abordagem policial, sacou a arma e atirou contra os policiais, que revidaram, balearam e desarmaram o criminoso. Ele foi encaminhado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.
L.C.K era acusado de tentativa de homicídio contra as duas crianças; estupro e lesão corporal grave, além do incêndio doloso.