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rota bioceânica

Por que 13 km de asfalto e aduana vão custar meio bilhão de reais?

Resultado da licitação das obras de acesso à ponte sobre o Rio Paraguai, de R$ 472,41 milhões, foi oficializado nesta quarta-feira pelo Dnit

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Embora o trajeto seja de apenas 13 quilômetros, as obras de acesso da BR-267 à ponte sobre o Rio Paraguai, em Porto Murtinho, vão consumir pelo menos R$ 472,41 milhões. O valor é maior até mesmo que toda a ponte, orçada em R$ 436 milhões, conforme valores informados à época do início da obras, de 90 milhões de dólares. 

Com deságio insignificante, o resultado da licitação das obras de acesso foi oficializado pelo DNIT nesta quinta-feira (16) e o vencedor foi um consórcio denominado PDC Fronteira, formado pelas empreiteiras Caiapó, Paulitec e DP Barros, de Goiás e São Paulo, que venceram por terem oferecido o menor preço. O teto da obra havia sido estipulado em até R$ 472,42 milhões. Com os tradicionais aditivos das obras públicas, o custo final deve passar de meio bilhão de reais.

Mas o que explica esse alto valor para uma obra de apenas 13 quilômetros de asfalto e que também prevê a construção de uma estrutura aduaneira? Conforme a proposta vencedora, o item  mais caro será a terraplanagem, que vai consumir impressionantes R$ 145,9 milhões. 

Para efeito de comparação, a Agesul está construindo uma estrada de 11 quilômetros, também no meio do Pantanal e às margens do Rio Paraguai, ligando a BR-262 ao distrito de Porto Esperança, ao custo de R$ 17,5 milhões. Essa estrada, que será sem asfalto e é mais estreita, também está sendo feita sobre um aterro para escapar de inundações e ficar transitável o ano inteiro.

Então, uma das possíveis explicações para este alto custo é que a obra é no meio do Pantanal, região sujeita a inundações pelo Rio Paraguai. Por isso, os 13 quilômetros terão de ser construídos sobre uma espécie de dique para que fique acima do nível de possíveis inundações.

A cidade de Porto Murtinho, por exemplo, é protegida por um dique de 11 metros de altura, construído depois de uma grande cheia em 1982, quando boa parte da cidade ficou submersa. Depois disso, na maior cheia que se tem registo, a de 1988, quando o nível do Rio Paraguai atingiu 6,64 metros na régua de Ladário, a cidade ficou a salvo por causa desta barragem. 

E não é somente a estrada que terá de ser construída no alto. O aterro também vai abrigar toda a obra da aduana. E é exatamente esse centro aduaneiro que terá o segundo maior custo de todo o projeto. Dos R$ 472,4 milhões, um total de R$ 126,6 milhões serão somente para essa estrutura. 

Outro item do edital que chama a atenção são as chamadas “obras de arte especiais”, as quais vão consumir R$ 101,5 milhões. O edital não especifica o que serão exatamente essas obras. 

Mas, parte deste dinheiro deve ser destinado a uma grande área de estacionamento para caminhões, já que existe a previsão de que centenas de veículos de carga passem diariamente pela rota bioceânica, indo ou vindo do Paraguai, Argentina e Chile. 

Somente estes três itens (terraplenagem, aduana e obras de arte) vão consumir 79,2% do montante da obra, que será bancada pelo Governo Federal. A obra da ponte está sendo custeada pela Itaipu Binacional. 

FONTE: DNIT

Ainda de acordo com a licitação, a pavimentação propriamente dita dos 13 quilômetros vai custar “apenas” R$ 23,3 milhões, o que corresponde a 4,9% do custo total. 

A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos em até 26 meses, quanto também deve estar encerrados os trabalhos de construção da ponte, coordenados pelo governo paraguaio. 

Por conta da relevândia desta obra,  fundamental para a chamada rota bioceânica, está prevista para a próxima semana, dia 24, a vinda do vice-presidente, Geraldo Alckmin, para uma espécie de vistoria nas obras da ponte, que terá 1,3 mil metros e estão com cerca de 40% dos trabalhos concluídos. 


ROTA

A Rota Bioceânica é um corredor rodoviário com extensão de 2.396 km que ligará os dois maiores oceanos do planeta, Atlântico e Pacífico, partindo do Brasil e chegando aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando pelo Paraguai e pela Argentina.

O projeto que começou a ser debatido em 2014 e que iniciou em 2017 tem a promessa de ampliar a relação comercial do Estado com países asiáticos e sul-americanos.

A ideia é que o corredor rodoviário entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile interligue o Pacífico e o Atlântico. Conforme estudo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), os custos para o envio da produção sul-mato-grossense serão reduzidos, além do tempo de viagem, que será encurtado em até 17 dias rumo ao mercado asiático.

A Rota Bioceânica, conforme os mais otimistas, terá potencial para movimentar US$ 1,5 bilhão por ano em exportações de carnes, açúcar, farelo de soja e couros para os outros países por onde passará.

ANUÁRIO DA PRF

MS é o terceiro estado com maior ocorrência de crimes em rodovias federais

Os principais crimes cometidos no Estado foram tráfico de drogas e contrabando, mas também houve flagrantes de crimes ambientais, roubos e apreensão de dinheiros e armas, dentre outros

20/04/2025 15h30

Tráfico de drogas lidera as ocorrências registradas no Estado

Tráfico de drogas lidera as ocorrências registradas no Estado Reprodução/PRF

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Mato Grosso do Sul é o terceiro estado do País com maior número de ocorrências criminais registradas nas rodovias federais no ano de 2024. Dados são do Anuário da Polícia Rodoviária Federal, divulgados na última quinta-feira (17).

Conforme o levantamento, MS teve 4.117 ocorrências criminais registras ao longo dos 4.109,2 quilômetros de rodovias federais atendidas pela PRF. O Estado só fica atrás de Paraná, que teve 5.203 ocorrências, e de Minas Gerais, com 4.795.

Os principais crimes cometidos no Estado foram tráfico de drogas e contrabando e descaminho, devido à sua localização de fronteira com o Paraguai e Bolívia, países por onde entram grande parte dos ilícitos.

Com relação às drogas, no ano passado foram apreendidas:

  • 258,019 toneladas de maconha
  • 12,465 toneladas de cocaína
  • 3,531 toneladas de skunk
  • 99 unidades de anfetaminas
  • 7,80 kg de crack
  • 265,10 kg de haxixe
  • 9 micropontos de LSD

Dentre as apreensões de contrabando e descaminho, se destacam as de cigarro, 6.485.816 maços; vestuário (127.779 unidades) e eletroeletrônicos (51.349). Também foram apreendidos agrotóxicos (5.331 kg), alimentos (2 t), combustíveis (2.264 litros), cosméticos (8.376 unidades), medicamentos (6.645 un.) e pneus (4.008 un).

Foram apreendidas 93 armas, que vão de a artesanais a fuzis, e 2.023 munições.

Houve ainda 362 ocorrências de crimes ambientais, que resultaram na apreensão de 2.020 animais silvestres, 268,420 m³ de madeira e 3,051 quilos de pescado.

Em dinheiro, houve a retenção de 408 dólares e 405.602 reais.

O levantamento aponta também o registro de um roubo de veículo de carga, 269 casos de alcoolemia em índices que configuram crime, 405 mandados de prisão cumpridos, 424 veículos recuperados, 308 flagrantes de veículos adulterados e outros 395 crimes de trânsito.

Por fim, a PRF detalha que 3.011 foram presas ao longo do ano, o que indica que, em média, uma pessoa foi presa a cada três horas nas rodovias federais do Estado.

Além dos crimes, foram lavrados 228.602 autos de infração no ano passado. Dentre as condutas mais observadas no Estado estão o excesso de velocidade (125.630), as ultrapassagens indevidas (14.578) e o não uso do cinto de segurança (6.003).

Em todo o Brasil, foram 5.269 ocorrências criminais nas rodovias atendidas pela PRF.

Acidentes

No ano passado, 182 pessoas morreram e 1.940 ficaram feridas em acidentes registrados nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul.

De janeiro a dezembro de 2024, foram 1.803 acidentes. Dentre os feridos, 1.393 tiveram ferimentos leves e 547 foram graves.

O tipo de veículo em que os acidentes mais resultaram em mortes foram os de passeio. Na sequência, aparecem caminhões, motos e ônibus.

Segundo a PRF, e a maioria dos acidentes aconteceram na BR-163, conhecida como rodovia da morte.

No País, o levantamento revela que 6.160 pessoas morreram e 84.526 ficaram feridas em meio a 73.156 acidentes.

Luto

Morre ex-vereador e líder de comunidade japonesa, Paulo Yonamine

Yonamine tinha 88 anos e a causa da morte não foi divulgada.

20/04/2025 12h15

Ex-vereador morreu aos 88 anos

Ex-vereador morreu aos 88 anos Divulgação/Rede social

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A madrugada deste sábado (19) foi marcada por luto. Morreu o ex-vereador de Campo Grande Paulo Sukehiro Yonamine, aos 88 anos. Paulo nasceu em 20 de setembro de 1936 e foi uma grande figura da comunidade japonesa em Mato Grosso do Sul, líder da comunidade Nikkei.

Seu período como vereador de Campo Grande se deu nos anos de 1972 até 1976, integrando a 17ª e 18ª legislaturas. Neste período, houveram momentos decisivos para o futuro do estado, como os debates sobre a divisão do Estado de Mato Grosso, que resultou na criação do Estado de Mato Grosso do Sul, em 1977. 

Yanomine aprovou projetos estratégicos para o desenvolvimento da cidade durante seu período como parlamentar, como a instalação do Núcleo Industrial de Campo Grande. Outro momento marcante durante sua atuação foi a concessão do Título de Cidadão Campo-Grandense a Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, durante uma visita à Capital com a equipe do Santos Futebol Clube para uma partida contra o time do Comercial, em 1973.

O velório foi realizado neste domingo (20) pela manhã, no Cemitério Parque  das Primaveras, na Avenida Senador Filinto Muller, no bairro Vila Ipiranga. O sepultamento será no mesmo lugar no decorrer do dia. 

Comunidade Japonesa em Campo Grande

Apesar de terem chegado ao Brasil em 1908, somente em 1910 os primeiros japoneses pisaram em terras mato-grossenses (a divisão entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul só ocorreu em 1977), juntamente com a construção da estrada de ferro. 

Segundo a Nippo Brasil, Campo Grande foi um dos importantes núcleos de imigrantes de Okinawa, que chegaram à região atraídos por bons pagamentos. Por causa disso, 75 imigrantes aceitaram trabalhar no assentamento dos trilhos da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, no então Estado de Mato Grosso. 

O primeiro morador japonês fixo em Campo Grande foi Kosho Yamaki, que chegou na cidade em maio de 1914, vindo do Peru. 

Hoje, Mato Grosso do Sul possui a terceira maior população de japoneses do Brasil, ocupando posição no ranking apenas atrás de São Paulo e do Paraná. Campo Grande é a sede da terceira maior colônia de imigrantes japoneses do país, com cerca de 15 mil descendentes até a 4ª geração, de acordo com dados do Governo do Estado em 2018.
 

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