Preso pela equipe da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derf) na segunda-feira (8), Ademir Ferreira de Sousa Junior, de 21 anos, confessou o furto do aparelho auditivo sob medida para uma criança autista de 5 anos na semana passada na região do Nova Lima. O criminoso foi levado à delegacia, mas ficou preso porque havia um mandado de prisãoem aberto.
Após confessar o crime, o assaltante alegou que pegou o aparelho na casa junto com a televisão e outros objetos, mas achou que o dispositivo era um conversor de televisão e levou junto com os outros objetos. No entanto, quando descobriu que não era o que pensava, jogou o aparelho no córrego Anhanduí, próximo ao parque Ayrton Senna, na região do Bairro Aero Rancho. O dispositivo não foi localizado pela polícia.
Ademir não agiu sozinho, o comparsa, um homem de 29 anos, que deu fuga no dia do crime esteve na delegacia mas chegou a ser liberado por não ser pego em flagrante e não ter mandado de prisão em aberto. No entanto, a polícia não descarta pedir a prisão preventiva do rapaz.
Segundo o delegado da Derf responsável pelo caso, Fábio Brandalise, no momento da identificação, Ademir foi localizado na Avenida Ernesto Geisel, próximo a rodoviária antiga dirigindo o mesmo veículo do furto, um Fiat Pálio azul e acabou confessando o crime. “Ele contou várias versões e mentiu, mas uma das versões que nós consideramos, é que, ao saber da repercussão que o caso teve na cidade e que a polícia iria localizá-lo ele rapidamente se desfez do aparelho”, disse o delegado.
A polícia realizou diligências atrás do aparelho, mas conseguiram recuperar apenas a televisão, a caixa de som, mas o dispositivo mesmo não foi localizado.
GRANDE PREJUÍZO
O aparelho é de uso exclusivo da criança, que tem autismo, ele chegou a usar o aparelho por apenas um mês. Os dispositivos receptores eram implantados na cabeça e são codificados com o aparelho auditivo. O que dava melhor qualidade de vida para o menino.
A mãe de 30 anos, contou à polícia que o menino sofreu de meningite com 1 ano. Durante a cirurgia, descobriram que ele sofre de paralisia cerebral, o que ocasionou os problemas de audição. A cirurgia para implantação do aparelho durou mais de sete horas.
Se não conseguir comprar um aparelho igual ao que tinha, a criança terá que passar por outra cirurgia. A mãe precisa de ajuda para adquirir outro aparelho que custa em torno de 5 mil reais.
SOBRE O APARELHO
O implante coclear é composto de dois sistemas principais: um externo e um interno. A parte interna é formada por um receptor e um arranjo de eletrodos que fica posicionado dentro da cóclea (órgão da audição com formato de caracol). Eles se conectam a um receptor, que funciona como um decodificador, implantado na região atrás da orelha, por baixo da pele. Com o receptor, ficam uma antena e um ímã, que servem para fixar a unidade externa e captar os sinais elétricos.
A unidade interna normalmente funciona por radiofrequência, ou seja, o mesmo meio usado para transmitir informações para a unidade interna é responsável pelo funcionamento dela. A parte externa é composta por um processador de fala, uma antena transmissora e um microfone.
*Colaborou Rafael Ribeiro