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Principal bicheiro do RJ é transferido ao presídio federal de MS

Rogério de Andrade é apontado como responsável pelo assassinato de outro contraventor, que era da sua família

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Preso desde o dia 29 de outubro no Rio de Janeiro, Rogério de Andrade, o  maior bicheiro carioca, ficará no presídio federal de Campo Grande a partir desta terça-feira (12). Sobrinho de Castor de Andrade e patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, Rogério Andrade foi preso sob a acusação de  ter encomendado a morte do também contraventor Fernando Iggnácio, ocorrida em novembro de 2020.

Na época ele chegou a ser detido, mas em fevereiro de 2022, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria de votos, trancar a ação penal contra o contraventor, que passou a usar tornozeleira eletrônica. 

O relator do processo, o ministro Nunes Marques, aceitou o pedido da defesa, por entender que a denúncia não descreveu de que modo Rogério teria participado, na condição de mandante do crime — apesar de Márcio Araújo de Souza, apontado pelo MP como chefe de segurança do bicheiro, ter sido preso, à época da denúncia, pela suspeita de ter arregimentado os autores da morte de Iggnácio.

Agora, a estratégia usada pelo Ministério Público para reabrir o caso foi instaurar um novo Procedimento Investigatório Criminal (PIC), a partir de novas provas recolhidas em dois anos de investigação da participação de Rogério como mandante no homicídio de Fernando Iggnácio.

Também foi denunciado um homem que teria monitorado os passos de Fernando para a sua execução. A denúncia traz ainda dados de quebra do sigilo telemático e telefônico de ambos.

Prisão com RDD

Na decisão judicial que determinou a prisão de Rogério de Andrade constam os motivos pelos quais o bicheiro deve ser transferido para um presídio federal de segurança máxima com Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Neste regime, ele fica praticamente isolado inclusive dos outros internos. 

Ele é apontado como o chefe de um grupo criminoso "voltado para a prática de diversos crimes" — entre eles homicídio, corrupção, contravenção e lavagem de dinheiro. O texto destaca que a quadrilha tem contatos com órgãos de segurança estaduais.

Em Campo Grande, ele ficará na mesma unidade que já abriga uma série de “famosos”. No presídio federal, inaugurado em 2006, estão, entre outros, o deputado federal Chiquinho Brazão, acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco, o chefe da maior milícia do Rio, Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, e o traficante Marcinho VP, uma das lideranças do Comando Vermelho.

O deputado Chiquinho Brazão, apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL), foi transferido para Campo Grande a pedido da sua defesa. Ele e o irmão Domingos Brazão foram apontados em delação do ex-PM Ronnie Lessa como os mandantes do assassinato da parlamentar e do motorista Anderson Gomes.

Desde março deste ano, Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, aguarda julgamento na penitenciária de Campo Grande. Ele foi preso no dia 24 de dezembro de 2023, quando se apresentou à Polícia Federal. 

A prisão ocorreu depois de intensas negociações entre seus advogados, a Secretaria de Segurança Pública e a PF. Zinho é apontado como responsável por comandar os ataques à zona oeste no final do ano passado. Naquele momento, havia, pelo menos, 12 mandados de prisão contra o miliciano expedidos pela Justiça.

O traficante Marcinho VP, de 54 anos, um dos chefes do Comando Vermelho, foi transferido para a mesma unidade em janeiro, após a fuga de presos do presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte.  Ele é condenado a 37 anos de prisão por associação criminosa, tráfico de drogas e homicídio.

HISTÓRICO

Sobrinho de um dos nomes mais conhecidos da contravenção carioca, Rogério de Andrade assumiu os negócios da família após a morte de Castor de Andrade, em 1997. O bicheiro teve um ataque cardíaco enquanto jogava cartas com um amigo.

Desde então, o sobrinho ficaria o responsável pela exploração do jogo do bicho, de máquinas de caça-níqueis, bingos e cassinos, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Braço direito do tio, Rogério dividiu a herança de Castor com o filho do bicheiro, Paulo Roberto de Andrade, que morreu um ano após o pai, e com o ex-cunhado, Fernando Iggnácio, assassinado a tiros em um heliponto na zona oeste do Rio de Janeiro, em 2020. Rogério foi investigado como mandante dos dois crimes.

A contravenção é forte no estado do Rio de Janeiro e as disputas pela exploração do jogo não acontecem apenas internamente na família de Castor.

Desde a década de 1970, foi criada uma espécie de divisão de territórios para apaziguar os conflitos entre os bicheiros da chamada “velha cúpula”. Deu certo por um tempo. No entanto, as novas gerações passaram a entrar em conflitos novamente os pontos e principalmente o controle das máquinas caça-níqueis.

Há alguns anos, Rogério de Andrade vive uma guerra declarada contra Bernardo Bello,  por quem é descrito como uma pessoa violenta.

Além disso, essa nova cúpula do bicho tem outros nomes, como Adilson Coutinho Oliveira Filho, o Adilsinho, herdeiro de uma família de bicheiros da Baixada Fluminense, e Vinicius Drumond, filho de Luizinho Drumond, morto em 2020, que controlava pontos de jogo na zona da Leopoldina.

Na disputa violenta por pontos de jogo, Rogério de Andrade foi um dos alvos. Em um atentado, em 2010, explosivos foram colocados dentro do carro em que o bicheiro estava. O filho do contraventor, Diogo de Andrade, que dirigia o veículo, não sobreviveu. Rogério teve ferimentos no rosto.

Carnaval

Assim como outros importantes líderes do jogo do bicho no Rio de Janeiro, Castor de Andrade tinha uma ligação intensa com o Carnaval do Rio. Ele foi um dos criadores da Liga Independente das Escolas de Samba, a Liesa.

A paixão do bicheiro, no entanto, era pela Mocidade Independente de Padre Miguel. Desde os anos 1970, era grande investidor da escola. Rogério seguiu o tio também no samba. Atualmente o contraventor é patrono da agremiação.

A ausência na Sapucaí no último desfile foi porque não conseguiu autorização judicial. Ele cumpria prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, desde dezembro de 2022 e não podia sair de casa entre 20h e 06h.

O benefício foi concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) apenas quatro meses após a prisão, durante um a ação da Polícia Federal. Na ocasião foi apreendida numa casa do bicheiro, num condomínio em Petrópolis, uma lista de pagamento de propinas a policiais.

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Segurança

Corumbá solicita medidas urgentes para segurança no trânsito fronteiriço

Em reunião com a Secretaria Nacional de Trânsito, em Brasília, o município apresentou propostas para melhorar a segurança no trânsito da cidade.

06/12/2024 15h30

Imagens/ Diário Corumbaense

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A Agência Municipal de Trânsito e Transporte (Agetrat) de Corumbá, localizada a 427 quilômetros de Campo Grande, apresentou um ofício ao secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, solicitando mais segurança no trânsito. A medida foi tomada após o aumento considerável no fluxo de veículos na região que atravessa a fronteira entre Brasil e Bolívia nos últimos dias.

O encontro, realizado em Brasília (DF), teve como objetivo identificar soluções para aprimorar a infraestrutura e a legislação de trânsito em regiões de intensa movimentação internacional, como é o caso da fronteira entre Brasil e Bolívia.

De acordo com o relatório do órgão, cerca de 8 mil veículos atravessam a fronteira diariamente. O fluxo intenso de veículos e carga na linha internacional tem contribuído para a redução da segurança na região.

Em entrevista ao jornal Diário Corumbaense, o especialista em trânsito e servidor da Agetrat (Agência Municipal de Trânsito e Transporte), Jeferson Braga, confirmou que entregou um documento ao secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, propondo medidas para melhorar a segurança na cidade.

"Corumbá tem características únicas, com um fluxo elevado de veículos e um grande movimento devido a sua proximidade com a Bolívia. A segurança no trânsito precisa de uma abordagem mais específica, que leve em consideração essas peculiaridades locais", afirmou Braga.

Ainda segundo Braga, o objetivo do relatório é iniciar uma discussão e propor modificações para melhorar a infraestrutura do trânsito em Corumbá.

Entre as sugestões entregues ao secretário estão a revisão da legislação de trânsito, a adequação das normas para o transporte de cargas pesadas e a implementação de campanhas educativas voltadas para os motoristas da região.

Para o secretário Nacional de Trânsito, as ações apresentadas são necessárias, devem ser analisadas e, em breve, colocadas em prática.

 "Entendemos que as cidades de fronteira enfrentam realidades únicas, e por isso é fundamental que as políticas de trânsito sejam adaptadas a essas especificidades", afirmou Adrualdo Catão.

De acordo com Adrualdo, os pedidos serão analisados pela União para estudos de viabilidade de implementação.

 

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Mato Grosso do Sul

Campo Grande: Acesso ao saneamento melhora a saúde de recém-nascidos, diz estudo da FGV

O levantamento foi realizado com base nos dados fornecidos pela Águas Guariroba, referentes ao programa Sanear Morena, que ampliou a rede de esgoto na cidade entre 2005 e 2019

06/12/2024 14h55

Estudo indicou melhora no saneamento básico da Capital

Estudo indicou melhora no saneamento básico da Capital Divulgação

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A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou resultados parciais de um estudo que avalia os efeitos do saneamento básico na saúde neonatal em Campo Grande. O levantamento foi realizado com base nos dados fornecidos pela Águas Guariroba, referentes ao programa Sanear Morena, que ampliou a rede de esgoto na cidade entre 2005 e 2019.

O estudo, intitulado Saneamento e Saúde Neonatal: Evidências do Brasil, foi conduzido pelos pesquisadores Pedro Oliveira, Daniel da Mata e Fernanda Batolla, da Escola de Economia de São Paulo da FGV. 

A pesquisa mostrou que o acesso ao saneamento básico está diretamente relacionado ao aumento do peso dos recém-nascidos e à redução de nascimentos com peso abaixo de dois quilos, diminuindo o tempo de internação em UTIs neonatais.

Entre os destaques, a pesquisa identificou que, a cada mês de acesso ao saneamento durante a gestação, o peso do bebê aumenta em média 20 gramas. Esse impacto é mais significativo quando o saneamento é acessado nos dois primeiros trimestres de gravidez. 

“O que acontece ainda na barriga da mãe terá efeitos permanentes na vida da criança”, explicou Fernanda Batolla, uma das autoras do estudo, durante uma live de divulgação.

Cobertura

Durante o período analisado, a cobertura de esgoto em Campo Grande avançou de 22%, em 2005, para 83%, em 2019. Atualmente, o índice chega a 93%, superando as metas estipuladas pelo Marco Legal do Saneamento Básico, que exige 90% de cobertura até 2033. A Águas Guariroba, responsável pela rede, destacou que 95% das famílias têm aderido ao serviço quando ele é disponibilizado.

Francis Faustino, diretora-executiva da concessionária, enfatizou a importância dos resultados.  

“O estudo reforça nosso compromisso com a população e mostra os frutos do trabalho realizado ao longo dos anos. Continuamos investindo na ampliação da Tarifa Social, que hoje beneficia mais de 65 mil pessoas, garantindo que cada vez mais famílias tenham acesso ao saneamento”, afirmou a diretora.

A pesquisa também destacou disparidades no acesso ao saneamento, com maiores benefícios observados entre mães com melhor escolaridade e renda.

Para mitigar essa desigualdade, a Águas Guariroba vem intensificando ações de conscientização e investindo em infraestrutura, como os 500 quilômetros de rede implantados nos últimos dois anos, dentro do programa Campo Grande Saneada.

O estudo da FGV será publicado integralmente em breve e integrará a tese de doutorado de Pedro Oliveira, um dos autores, com financiamento da Fapesp.

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