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Projeto captura tatu-canastra mais pesado no Parque do Pombo em MS

O manejo de Gerald, um macho adulto com mais de 10 anos, precisou do auxílio cinco pesquisadores devido ao tamanho e porte do animal

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Cerca de quatro meses após capturar o maior tatu-canastra já registrado em Mato Grosso do Sul, desta vez o Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) conseguiu pegar Gerald, o mais pesado.

Enquanto o maior tatu-canastra, Wolfgang, registrou 1,60 m e 36 kg e foi capturado em Aquidauana (MS), no Pantanal sul-mato-grossense, o mais pesado foi localizado no Cerrado.

O ICAS estava monitorando Gerald, que chegou a ser registrado 25 vezes pelas armadilhas fotográficas, inclusive em junho de 2022, quando os equipamentos estavam sendo instalados.

 

 

Divulgação Icas

Gerald é três centímetros menor que Wolfgang. Os pesquisadores registraram que ele mede 1,57 m e pesa 40 kg. A captura foi feita no Parque do Pombo, em Três Lagoas (MS).

Cinco pessoas tiveram que trabalhar no transporte da caixa devido ao tamanho e peso do animal.

Conforme divulgado pelo ICAS, a captura ocorreu na borda do parque, em uma propriedade particular.

Registro e pesquisa

Com base em um mapeamento de distribuição feito pelo projeto, o biólogo e coordenador do Projeto Tatu-Canastra no Cerrado e no Pantanal, Gabriel Massocato, explicou que já se previa que o animal tinha o hábito de percorrer a área do parque e fora dela.

“Acreditamos que os tatus estão constantemente entrando e saindo do parque, pois ele representa o maior fragmento de Cerrado da região e um dos maiores de Mato Grosso do Sul”, destaca.

Um dos trabalhos dos pesquisadores é inserir no animal transmissores de GPS, que ajudarão a compreender o percurso percorrido pelo tatu-canastra e, com isso, entender as áreas que ele utiliza.

Isso auxiliará no processo a pesquisa com relação ao tempo que o tatu-canastra permanece no local, seja para alimentação, descanso ou abrigo, tanto dentro quanto fora da área de conservação.

Também será possível observar a movimentação em áreas particulares, corredores naturais e pequenas reservas ao redor do parque.

Com os dados, será possível compreender quando o animal transita pelos espaços e, assim, criar estratégias que garantam a conectividade entre os fragmentos de Cerrado que estão fora da área protegida.

Comunidade

Com o registro e monitoramento de Gerald, a equipe do ICAS está conversando com proprietários de terras vizinhas para explicar a importância da espécie e, deste modo, cultivar futuras parcerias para a manutenção do tatu-canastra.

A presença de Gerald, como explicou o fiscal ambiental responsável pela gestão do Parque Natural Municipal do Pombo, Flávio Henrique Fardin, evidencia a importância da manutenção de corredores ecológicos entre o parque e as propriedades particulares.

“A parceria com os proprietários é fundamental para que as áreas de reserva legal, os corredores ecológicos e as áreas de preservação permanente estejam livres de ameaças, como incêndios e a introdução de espécies exóticas”, afirma.

Já que o tatu-canastra pode ser um aliado do homem do campo, pois se alimenta de formigas e cupins, auxiliando na redução da população desses insetos, que podem prejudicar a produção.

“Ter um tatu-canastra na propriedade é um bom negócio para todos”, reforça Massocato.

Com o uso do GPS, será possível levantar:

  • Dados mais precisos sobre os trajetos e o comportamento da espécie;

  • Identificar quais passagens do Cerrado são utilizadas;

  • Entender até onde os animais conseguem chegar.

 

 

Parceria

O Parque do Pombo possui uma área estimada de 8.032 hectares de mata nativa preservada, e seu entorno é formado por propriedades privadas. Dessa forma, o acesso da equipe a esses locais só é possível mediante autorização dos proprietários.

“Com os dados do GPS e o mapeamento dos deslocamentos do tatu-canastra fora do parque, poderemos desenvolver estratégias para minimizar riscos e garantir que esses animais não fiquem vulneráveis quando estiverem fora da área protegida. Nosso objetivo é garantir a sobrevivência da população de tatus a longo prazo”, explica Massocato.

 

 

Conservação do tatu-canastra

O tatu-canastra desempenha um papel fundamental no equilíbrio ecológico e é considerado um engenheiro do ecossistema.

Suas tocas abandonadas servem de abrigo e área de descanso para diversas outras espécies.

“Preservar o tatu-canastra em Mato Grosso do Sul é sinônimo de preservar o Cerrado”, enfatiza Fardin.

O Projeto Tatu-Canastra no Cerrado é uma iniciativa do ICAS em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agronegócio (SEMEA) de Três Lagoas, com o objetivo de proteger essa espécie ameaçada de extinção e promover a conservação do bioma Cerrado.

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Bonito

Inserção de espécie exótica pode causar desequilíbrio ambiental em Bonito

Ibama busca por peixes invasores que feriram banhistas em balneário particular no município; fiscalização é feita pela preocupação da presença desse animais

17/04/2025 09h00

Mergulhador faz buscas por peixes desde a terça-feira no Balneário Praia da Figueira, em Bonito, onde os acidentes aconteceram

Mergulhador faz buscas por peixes desde a terça-feira no Balneário Praia da Figueira, em Bonito, onde os acidentes aconteceram Divulgação / Ibama

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Preocupado com casos recentes de acidentes causados por mordida de peixes, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realiza busca por espécies exóticas em um dos balneários de Bonito. Se confirmadas as suspeitas de peixes de fora da bacia pantaneira, o receio do órgão é de que isso possa desequilibrar o meio ambiente, destruindo a vegetação aquática da região.

Segundo a equipe ambiental do Ibama, composta também pelo professor convidado José Sabino, doutor em Ecologia e especialista em peixes, as suspeitas são de que as espécies tambaqui e tambacu – essa última que é derivada do cruzamento dos peixes pacu e tambaqui – causaram os acidentes registrados no Balneário Praia da Figueira.

Em entrevista para o Correio do Estado, a analista ambiental do Ibama Fabiane Souza informou que é preocupante o impacto ambiental com uma possível dispersão dessas espécies na biodiversidade de Bonito.

“Existe uma grande possibilidade de impacto não só com os acidentes com humanos, mas também com a biodiversidade, porque essas espécies vão competir por comida com outros animais locais. A lagoa é um sistema fechado, mas caso ocorra uma enchente ou um acidente de extravasar, esses peixes podem cair nos rios da região”, disse Fabiane.

“Os peixes exóticos interferem na cadeia alimentar de peixes nativos e em nascentes, como o Rio Sucuri, e poderiam destruir essa vegetação aquática em busca de alimento”, acrescentou.

Sobre os acidentes, Fabiane explicou que os dentes das espécies tambacu e tambaqui, por meio de suas mordidas, podem causar feridas. Em alguns casos, esses machucados necessitam de pontos para serem fechados.

“Esses animais têm uma dentição que é própria para quebrar coco, sementes, então é uma dentição muito forte e que pode ocorrer os acidentes com pessoas, por meio da oferta de alimentos ou da ceva, que é proibida por lei estadual”, frisou.

Das 20 ocorrências no balneário, registradas de janeiro a março, 11 envolviam ataques de peixes, sendo cinco amputações de falanges dos dedos das mãos.

O tambaqui é uma espécie da Bacia Amazônica na qual só é permitida a sua criação para aquicultura em sistema fechado. Mesmo sendo uma espécie exótica na Bacia do Rio Paraguai, sua presença no Rio Paraguai ocorre desde 1998. Já o híbrido com o pacu, o tambacu, não é permitido nem sequer para criação em aquicultura na Bacia do Rio Paraguai, conforme informou o Ibama.

BUSCAS

Após os frequentes registros de acidentes com mordida de peixes no Balneário Praia da Figueira, em Bonito, equipes do Ibama estão no lago desde esta terça-feira, a fim de realizar buscas das espécies supostamente causadoras dos acidentes.

Os objetivos principais do Ibama no balneário é identificar as espécies que habitam na lagoa e como chegaram lá, averiguando a necessidade de retirada de peixes e as condições associadas que podem caracterizar bioinvasão de espécies.

Caso sejam encontradas espécies exóticas de peixes no local, o Ibama deve aplicar uma multa aos responsáveis pelo balneário.

Por conta dos acidentes, o ponto turístico chegou a ser fechado no dia 26/3, após uma decisão assinada pelo diretor-presidente do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), André Borges, que suspendeu a licença de operação. Porém, três dias depois, o órgão estadual decidiu autorizar a reabertura parcial do empreendimento.

As atividades turísticas voltaram a ser realizadas por conta da instalação de uma grade de contenção para impedir o acesso dos peixes de médio e grande porte à área destinada ao banho.

TURISMO

O caso causou repercussão e trouxe preocupação às autoridades de turismo do Estado e de Bonito. De acordo com Bruno Wendling, diretor-presidente da Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul (Fundtur), esse é um caso isolado de um atrativo que não estava cumprindo as normas ambientais.

“Estamos sim [preocupados]. Esse atrativo não tem cumprido com as normas ambientais nem de segurança. Bonito é um destino seguro, responsável e que oferece atrativos naturais, com controle de carga e segurança nas atividades de natureza. Estamos atentos, [inclusive para] que o atrativo se adéque”, declarou Wendling.
Em nota, a prefeitura de Bonito, por meio da sua Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico, informou que encaminhou um ofício ao Imasul relatando a situação.

“O Imasul tomou as providências necessárias com o atrativo, que já realizou as adequações cabíveis para garantir a segurança dos visitantes. Ressaltamos que estamos sempre atentos a situações pontuais que possam surgir, com o objetivo de aprimorar continuamente a qualidade da experiência dos turistas em nosso município”, comunicou.

“Bonito tem implementado o sistema de gestão de segurança (SGS) visando adotar práticas consagradas de segurança em ecoturismo e turismo de aventura no Brasil, proporcionando uma experiência ainda mais segura e positiva aos visitantes que escolhem Bonito como destino”, completou a nota.

Saiba

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), no fim de fevereiro, instaurou um inquérito civil para investigar o Balneário Praia da Figueira por desvio de água do Rio Formoso 
para abastecimento de açude do local.

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CAMPO GRANDE

Feriadão de Semana Santa/Tiradentes vai movimentar 24 mil pessoas na rodoviária

Destinos mais procurados são Corumbá, Dourados, Três Lagoas, Cuiabá, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Curitiba

17/04/2025 08h10

Movimento na rodoviária será intenso neste feriadão

Movimento na rodoviária será intenso neste feriadão MARCELO VICTOR

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Quinta-feira Santa é comemorada hoje (17), Sexta-feira Santa amanhã (18) e Tiradentes na segunda-feira (21) em todo o Brasil.

Serão cinco dias seguidos de feriadão. Órgãos públicos e várias empresas decretaram ponto facultativo e vão emendar o feriado de quinta-feira (17) até segunda-feira (21), retornando aos trabalhos na terça-feira (22).

Quem tem oportunidade e disponibilidade, não perde tempo para curtir o feriadão em outra cidade.

Com isso, o movimento promete ser intenso no Terminal Rodoviário de Campo Grande.

De acordo com a concessionária que administra o terminal, a expectativa é que 24 mil pessoas embarquem e desembarquem no local entre quinta-feira (17) e terça-feira (22).

Entre quinta (17) e sexta-feira (18), 5 mil pessoas devem passar pela rodoviária. Os destinos mais procurados são Corumbá, Dourados, Três Lagoas, Cuiabá, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Curitiba.

ORIENTAÇÕES

A empresa que administra a Rodoviária da Capital orienta que o passageiro:

  • Apresente documento oficial com foto no momento de embarque, mesmo que seja criança;
  • Chegue com 1 hora de antecedência do horário do embarque;
  • Obedeça o limite de bagagem: 30kg por pessoa no bagageiro e 5kg de bagagem de mão;
  • Remarcação e reembolso de passagens são feitos com até 3 horas de antecedência, diretamente com a empresa de ônibus;
  • Crianças e adolescentes menores de 16 anos devem estar acompanhados dos pais ou responsáveis. Caso viajem desacompanhados ou com terceiros, precisam de autorização.

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