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Além do ídolo

"Uma das pessoas mais simples que eu conheci na vida": como era Edson Arantes do Nascimento, o Pelé

O relato de quem teve o privilégio de conhecer, de perto, o ídolo do futebol mundial

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Na tarde desta quinta-feira (29), o mundo se despediu de Edson Arantes do Nascimento, Pelé, o Rei do Futebol.

O ídolo nacional estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein desde o dia 29 de novembro deste ano, devido a um tumor de cólon identificado em setembro de 2021. O ex-atacante já não respondia à quimioterapia e estava sob cuidados paliativos.

Carlos Alberto de Assis, 73, diretor-presidente da Agência de Regulação dos Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul (AGEMS), teve a oportunidade de conhecer o Rei do Futebol durante a década de 1990, mais precisamente entre os anos de 1995 e 1998, período em que Pelé foi ministro do esporte no governo Fernando Henrique Cardoso.

Na época, Carlos Alberto de Assis era vice-presidente da Confederação Brasileira de Tênis, e recebeu o craque em Cuiabá (MT), para o lançamento do Juniors Cup, um projeto criado para utilizar quadras inativas e de quartéis para a prática do tênis.

“Eu sou palmeirense, mas sempre tive ele como ídolo em função do meu avô, que era santista... Ele não era nem santista, ele era 'pelézista', né? Então sempre respeitei o Pelé. No dia em que eu conheci o Pelé me emocionei, porque era uma referência mundial”, relatou em entrevista ao Correio do Estado.

Carlos Alberto brincou que esperava se deparar com um homem metido, cheio de história, mas afirmou, com toda a certeza: “foi uma das pessoas mais simples que eu conheci na minha vida”.

Muitos de nós conhecemos Pelé. Carlos conheceu Edson Arantes do Nascimento.

“Um cara acessível, de fácil conversa, humano, muito humano, uma pessoa de um coração imenso”.

Eles passaram o dia todo juntos, mas, segundo Carlos, o momento que mais marcou foi o almoço, realizado em um clube de Cuiabá, com aproximadamente quinze pessoas.

“Eu tive a oportunidade de sentar em frente dele e conversar com ele. Então, o que que você espera do rei do futebol mundial? Um cara cheio de manias. Ele comeu normal, comida simples, com um bom bate-papo, profundo, conhecedor de vários assuntos, uma visão fantástica do mundo do esporte”, descreveu.

Para ele, o encontro foi um presente de Deus.

“Eu fiquei encantado com aquele dia, com aquele momento, com aquilo que Deus me deu de presente pra viver. Marcou a minha vida. Foi uma coisa fantástica que eu vivi. Infelizmente, ele vai jogar no time de Deus agora”.

Carlos Alberto chegou a encontrar com Pelé uma segunda vez, nos Jogos dos Povos Indígenas, que teve sua cerimônia de abertura no Parque de Exposições.

“Tive um contato mais rápido, mas conversei com ele, lembramos lá da nossa passagem de Cuiabá, nos falamos, e ele mais uma vez muito acessível, muito simples, muito gentil”, concluiu.

O jornalista naviraiense Paulo Nonato de Souza, também conheceu o craque. O repórter teve a oportunidade de entrevistar o Rei do Futebol no início da década de 1980. Com passagem em diversos veículos de Mato Grosso do Sul, inclusive no Correio do Estado, ele esteve frente a frente com Pelé para uma entrevista à Rádio Record, de São Paulo.

Ao Correio do Estado, Paulo relatou que a entrevista com o craque foi uma de suas experiências mais impactantes com a emissora. 

“Minha estreia na Rádio Record foi em um jogo do Palmeiras, em Salvador, e depois eu fui viajar para fora do Brasil com o Palmeiras. Quando voltei, fui cobrir a Seleção Brasileira. Então, assim, eu diria que a entrevista com o Pelé, impactou até mais do que ter feito tudo isso”, comentou. 

O jornalista foi escalado para entrevistar o Rei no dia de seu aniversário, em sua residência no Guarujá. Ele descreveu Pelé como “tranquilo”, e “super amigável”. 

“Eu era muito jovem, naquele momento não tive noção exata da oportunidade de entrevistá-lo. Eu não cheguei a vê-lo jogar, quando eu comecei como repórter ele já tinha parado, ele não estava nem no Cosmo de Nova Iorque. É algo, assim, marcante. Muito marcante, sem dúvida nenhuma, mesmo para um jovem de dezoito, dezenove anos, como repórter, fazer uma entrevista daquela é sensacional".

Pelé

Edson Arantes do Nascimento nasceu em 23 de outubro de 1940, na cidade Três Corações, em Minas Gerais. Filho do jogador João Ramos do Nascimento, conhecido como Dondinho, e de Celeste Arantes, foi o primogênito de três irmãos.

Já com o sangue boleiro de seu pai, Edson Arantes viu, aos 10 anos de idade, o Brasil perder uma Copa do Mundo para o Uruguai, em 1950. Na ocasião, prometeu à sua família que venceria uma Copa do Mundo. Oito anos depois, cumpriu a promessa.

Com uma infância humilde, Pelé cresceu na cidade de Bauru, no interior do estado de São Paulo. Foi lá que atuou em sua primeira equipe, Sete de Setembro. Logo depois, entrou para o Ameriquinha, primeiro time onde Pelé usou chuteiras.

A terceira equipe, o Baquinho, time infanto-juvenil de Bauru, rendeu à jovem promessa o bicampeonato da liga local, e visibilidade para seguir o sonho do jogador.

Aos 15 anos, em 1955, a partir do contato com Waldemar de Brito, Pelé foi para o Santos - primeiro clube em que jogou profissionalmente. 

Um ano depois, aos 16 anos, fez sua estreia pela seleção brasileira. Com a amarelinha, Pelé foi três vezes vencedor da Copa do Mundo (1958, 1962 e 1970).

Em 1962, além da Copa, Pelé foi Campeão Paulista, Campeão Brasileiro, apeão da Taça Libertadores da América e Campeão do Mundial Interclubes.

O Rei do Futebol se despediu dos gramados em 1º de outubro de 1977, em um amistoso entre Santos e New York Cosmos - último clube em que jogou antes de se apostentar -, no Giants Stadium, nos Estados Unidos. O craque jogou um tempo por cada equipe e marcou pelos americanos.

Pelé continua sendo o maior artilheiro de todos os tempos, com 1.283 gols, e foi eleito pela FIFA o Jogador de Futebol do Século e Embaixador Global e Humanitário.

Em 1995, Pelé foi nomeado ministro do esporte no governo Fernando Henrique Cardoso. Porém, em 29 de abril de 1998, solicitou sua exoneração do cargo.

O Rei também foi nomeado, em 2010, presidente honorário do New York Cosmos, time de futebol onde o camisa 10 jogou na reta final de sua carreira, entre 1975 e 1977.

Em 2021, foi agraciado pelo Vasco - seu time do coração -, com o título de sócio honorário do clube.

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Ozempic manipulado: médicos alertam para riscos de remédio alternativo

Estes medicamentos exigem processos rigorosos de fabricação

05/02/2025 20h00

Ozempic manipulado: médicos alertam para riscos de remédio alternativo

Ozempic manipulado: médicos alertam para riscos de remédio alternativo TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL

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A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) divulgaram nota nesta quarta-feira (5) na qual alertam a população sobre “graves riscos” associados ao uso de medicamentos injetáveis de origem alternativa ou manipulados para tratar obesidade e diabetes.Ozempic manipulado: médicos alertam para riscos de remédio alternativoOzempic manipulado: médicos alertam para riscos de remédio alternativo

Os medicamentos em questão, de acordo com as entidades, são análogos do GLP-1 e GIP, incluindo a semaglutida (Ozempic e Wegovy, da farmacêutica Novo Nordisk) e a tirzepatida (Mounjaro e Zepbound, do laboratório Eli Lilly), aprovados por agências reguladoras como a brasileira Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a norte-americana Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês).

“Medicamentos biológicos, como a semaglutida e a tirzepatida, exigem processos rigorosos de fabricação para assegurar que o organismo utilize e metabolize a substância de forma eficaz e segura. Essas moléculas são administradas por injeções subcutâneas, o que demanda padrões rigorosos de esterilidade e estabilidade térmica”, destacou a nota.

O uso de versões alternativas ou manipuladas, segundo as entidades, figura como “prática crescente, preocupante e perigosa” e carece de bases científicas e regulatórias que garantam eficácia, segurança, pureza e estabilidade do produto, “expondo os usuários a sérios riscos à saúde, pois não passam pelos testes de bioequivalência necessários, tornando impossível prever seus efeitos no corpo humano”.

“Relatos da FDA documentam problemas graves de administração em versões alternativas ou manipuladas, com doses superiores ou inferiores às recomendadas, contaminações e substituição por outros compostos”, alerta a nota. “A semaglutida e a tirzepatida alternativas ou manipuladas são frequentemente divulgadas como opções mais acessíveis e igualmente eficazes, o que é uma falsa promessa.”

Ainda de acordo com as entidades, a comercialização direta dessas medicações alternativas ou manipuladas por profissionais de saúde em consultórios configura prática contrária ao Código de Ética Médica, “ferindo a confiança da relação médico-paciente”. “Versões vendidas em sites, redes sociais ou por WhatsApp também aumentam o risco de adulteração, contaminação e ineficácia por desestabilização térmica”.

Dentre as recomendações que constam na nota está:

  1. que profissionais de saúde não prescrevam semaglutida ou tirzepatida alternativas ou manipuladas. “Apenas utilizem medicamentos aprovados por agências reguladoras, com fabricação industrial certificada e vendidos em farmácias”;
  2. que pacientes rejeitem tratamentos que incluam versões alternativas ou manipuladas dessas moléculas – incluindo vendas diretas em sites, aplicativos ou em consultórios – e busquem alternativas aprovadas pela Anvisa;
  3. que órgãos reguladores e fiscalizadores, em especial a Anvisa e os conselhos de medicina, intensifiquem ações de fiscalização sobre todas as empresas e pessoas envolvidas na prática.

Por fim, as entidades reforçam a importância de seguir recomendações baseadas na ciência e na ética, priorizando a segurança e o bem-estar da população. “E reiteram o compromisso social de melhorar o acesso a medicações seguras e eficazes para tratar a obesidade e o diabetes mellitus, assim como reivindicam políticas públicas de inclusão e abordagem ampla de prevenção e tratamento dessas condições”.

Falsificações

Em janeiro de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a fazer um alerta para a escassez de medicamentos como um problema global, sobretudo em países de baixa e média renda. Segundo a entidade, desde setembro de 2021, o número de insumos em falta em dois ou mais países cresceu 101%.

“Essa escassez de medicamentos é uma força motriz reconhecida para remédios falsificados ou de qualidade inferior e acarreta o risco de muitos procurarem obter medicamentos através de meios não oficiais, como a internet”, destacou a OMS, em nota.

O comunicado cita especificamente a escassez global, registrada em 2023, de produtos indicados para o tratamento do diabetes tipo 2 e utilizados também para a perda de peso, como o semaglutida. A substância é o princípio ativo do Ozempic, caneta de aplicação na pele para controle do apetite.

Anvisa

Em outubro, a Anvisa recebeu um comunicado da farmacêutica Novo Nordisk, responsável pela produção do Ozempic, sobre indícios de que canetas de insulina foram readesivadas e reaproveitadas com rótulos do medicamento. A suspeita era que os adesivos tenham sido retirados indevidamente de canetas originais de um lote da medicação e utilizados em embalagens de insulina vendidas.

A orientação da Anvisa é que a população e os profissionais de saúde fiquem atentos às características da embalagem do Ozempic e adquiram somente produtos dentro da caixa, em farmácias regularizadas junto à vigilância sanitária, sempre com a emissão de nota fiscal.

A agência recomenda ainda que não sejam adquiridos produtos de sites e canais que comercializam medicamentos usando nomes de marcas ou aplicativos de vendas, além de perfis em redes sociais que oferecem os produtos.

descaminho

Polícia apreende estoques de tênis falsificados em lojas de Campo Grande

Operação foi realizada em duas lojas que vendiam produtos importados a preços muito abaixo do de mercado

05/02/2025 18h44

Calçados eram vendidos a preços muito menores do que o de mercado

Calçados eram vendidos a preços muito menores do que o de mercado Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Duas pessoas foram presas e mais de 30 mil pares de tênis falsificados foram apreendidos, em duas lojas de Campo Grande, na tarde desta quarta-feira (5).

O titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon), delegado Reginaldo Salomão, disse ao Correio do Estado que os produtos entraram no país ilegalmente.

"Foi tipificado descaminho, porque a maioria dos produtos entrou no país ilegalmente, mas são permitidos no Brasil, então é descaminho", explicou.

A investigação começou a partir de um grupo de advogados, especializados em fazer levantamento de lojas que vendem produtos falsificados em todo o Brasil.

"Eles visitaram Mato Grosso do Sul, especificamente Campo Grande, efetuaram compras desses produtos e encaminharam para o estado de São Paulo e Rio de Janeiro, onde eles tem laboratório. Constatou-se que eram produtos descaminhados, produzidos em países asiáticos, com baixa qualidade, falsificados", explicou o delegado.

"Eles encaminham o relatório e uma solicitação de providência para a Polícia Civil. Com base no levantamento deles, a gente faz uma conferência e deflagra a operação", acrescentou Salomão.

Em uma das lojas, localizada na esquina das ruas 14 de Julho e Barão do Rio Branco, tênis eram vendidos pelo preço único de R$ 70. O valor é muito abaixo do que o de mercado de várias marcas. Nesta loja, foram apreendidos 7,5 mil pares de calçados.

Em outra loja, também no centro de Campo Grande, houve a apreensão de 23.270 produtos falsificados.

Os proprietários de ambas os comércios foram presos, mas pagaram fiança de R$ 15.180,00 cada e foram liberados após autuação.

O delegado ressalta que as investigações continuam, para apurar se há outros crimes cometidos pelos comerciantes.

Apreensões e prejuízos

No fim de janeiro, três mil pares de tênis falsificados foram apreendidos em uma loja em Corumbá, durante a Operação  Barba Negra do Pantanal II, desencadeada pela Polícia Federal.

Após investigação, os agentes foram até o comércio e, no local, a equipe realizou um laudo pericial, que confirmou a falsificação dos produtos.

Conforme levantamento recente da Receita Federal, o mercado paralelo provocou prejuízos estimados em US$ 70 bilhões à economia brasileira em 2023.

Além disso, o setor ilegal impediu a criação de aproximadamente 370 mil postos de trabalho e provocou uma perda de R$ 24 bilhões em arrecadação tributária.

Ainda conforme a Receita Federal de Corumbá, as apreensões de mercadorias que violam o Direito de Propriedade Intelectual (DPI) tem aumentado no município.

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