Durante a operação Dark Money, realizada pela Polícia Civil, por meio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), nesta quarta-feira (7), em Maracaju, foram encontrados cheques que somavam R$ 1 milhão e R$ 100 mil em dinheiro vivo.
De acordo com o Dracco, os valores foram apreendidos com um dos vereadores da cidade suspeito de fazer parte de um esquema de corrupção para desviar dinheiro da prefeitura. A operação está na terceira fase, batizada de “Mensalinho”.
Além das quantias em dinheiro, também foram apreendidos quatro revólveres, duas pistolas e duas espingardas.
Dois parlamentares foram presos em flagrante por posse irregular de arma de fogo. No entanto, eles já foram liberados após pagarem fiança no começo da tarde desta quarta-feira.
Ao todo foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão, incluindo 13 veículos, os valores em moedas nacionais e internacionais e as cédulas de cheque que totalizaram R$ 1 milhão.
Como a operação investiga o desvio de verbas públicas e pagamento de propinas entre dezembro de 2019 a novembro de 2020, dos 11 parlamentares suspeitos de envolvimento no crime, oito foram reeleitos e, até então, estavam exercendo seus mandatos.
Além do bloqueio de bens, a Justiça também determinou que os oito parlamentares sejam suspensos da Casa de Leis de Maracaju.
OPERAÇÃO DARK MONEY
As prisões e apreensões realizadas hoje fazem parte da terceira fase da operação, que vem se desenrolando desde 2021, quando o Dracco investigou o desvio de mais de R$ 23 milhões da Prefeitura de Maracaju.
O esquema era orquestrado usando uma conta clandestina, aberta em nome da prefeitura e sem conhecimento dos órgãos de controle municipais.
Ainda no ano passado, a operação culminou na prisão temporária dos servidores e ex-servidores, incluindo ex-secretários e ex-prefeito da cidade. Na segunda fase, também em 2021, as prisões foram convertidas em preventivas. Também foram realizadas novas prisões.
Nesta nova fase, foi investigado um esquema de pagamento de propina para que as fiscalizações feitas pelos vereadores fosse afrouxada e os parlamentares fizessem “vista grossa” para o desvio de verbas municipais, além de aprovar leis de interesse do Executivo.
Os valores pagos a cada parlamentar dependia do quanto ele influenciava na Casa de Leis e qual era seu papel na gestão municipal. Estima-se que, dentro de um ano, foram pagos, aproximadamente, R$ 1.374.000,00.
Os pagamentos eram feitos por meio de cheques, que poderiam ser recebidos pelo próprio vereador ou por pessoas que serviam como “laranjas”. Também era feitos pagamentos em espécie para dificultar o rastreio dos valores.
Ainda não foi confirmado se haverá outros desdobramentos da operação Dark Money.