Já é verão. O sobe e desce do termômetro nos últimos dias, ainda mais seguido de chuva, pode até fazer passar batido. Mas, de acordo com o calendário, a estação do astro-rei já está vigente desde ontem e segue firme e forte até as águas de março decretarem a sua despedida. É hora de beber mais água e aumentar os cuidados com os raios solares.
O período de frio tardio e calor escasso chega ao fim nos meses de dezembro e janeiro. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), há previsão de chuvas intensas para o início de 2023, seguidas de alta nas temperaturas. É um cenário que pode provocar diferentes problemas ao organismo.
Com o período de férias escolares e dos recessos de Natal e Réveillon, nem todo mundo fica ligado aos cuidados básicos para se proteger do sol e curtir a estação “numa boa”.
Por isso, especialistas recomendam atenção aos fatores que podem gerar maior desconforto. De acordo com a dermatologista Jéssica Mustafá, a estação exige, sim, atenção com a saúde.
“Além do calor, a rotina diária de muitas pessoas sofre alterações, já que se trata de um período de férias, viagens e lazer. Ao contrário do que alguns podem pensar, a atenção deve ser redobrada, pois o organismo sente as mudanças e exige hábitos essenciais para manter o funcionamento normal, não só da parte física, como da emocional e mental”, afirma a médica de 34 anos.
Além de prestar atendimento em sua clínica, em Campo Grande, Jéssica também é professora do curso de Medicina da Uniderp. A especialista destaca algumas dicas para manter o bem-estar durante a temporada.
BEBER ÁGUA
O corpo é formado por 70% de água, e ela é a grande aliada das funções vitais do nosso organismo. No verão, a transpiração é maior porque a eliminação de líquidos controla a temperatura corporal. Por isso, é recomendado beber dois litros de água por dia. A boa hidratação ajuda a administrar as calorias, melhorar o funcionamento dos órgãos e evitar a retenção.
OLHO NO RELÓGIO
Praticar atividades físicas ao ar livre em horários em que o sol está mais forte pode causar desidratação e elevação da temperatura corporal. Os melhores horários para praticar exercícios são no início da manhã, até as 10h, e na parte da tarde, após as 16h.
PROTETOR SOLAR
É importante intensificar o uso de protetor solar. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pele responde por 33% dos diagnósticos de tumores no Brasil.
O QUE COMER
Ingerir alimentos pesados e gordurosos pode não ser a melhor alternativa, já que eles exigem um trabalho maior de digestão, o que aumenta a temperatura corporal. Dê preferência para refeições mais leves e comidas com bom porcentual de água.
Durante o verão, também é comum casos de intoxicações alimentares, pois o calor faz com que os produtos estraguem mais rapidamente. Por isso, é importante dar atenção às datas de validade.
COM QUE ROUPA
O vestuário contribui para a elevação da temperatura corporal. Assim, é importante ceder espaço para roupas mais leves, com tecidos de fibras naturais, como algodão, linho, seda e crepe, que permitem a ventilação do corpo. As cores claras são aliadas, uma vez que tonalidades escuras tendem a absorver o calor e, com isso, prejudicam o conforto.
OUTRAS DICAS:
REGULE A BIRITA
A combinação de sol e calor e o clima de férias podem parecer perfeitos para degustar uma caipirinha ou uma cerveja gelada, mas é preciso ter moderação no consumo de bebidas alcoólicas, e esse é um dos principais cuidados com a saúde no verão.
Além da intoxicação do organismo, que leva à famosa ressaca, o álcool estimula a micção e a transpiração, o que aumenta a perda de água e pode causar desidratação. Outras substâncias que favorecem a perda de líquidos pelo corpo são a cafeína e o açúcar em excesso, que também devem ter seu consumo controlado.
INSOLAÇÃO NÃO
Conhecida popularmente como insolação, a hipertermia consiste na elevação da temperatura corporal acima dos 40ºC.
Essa condição acontece quando os mecanismos de regulação da temperatura do corpo são sobrecarregados em situações como permanência em ambientes muito quentes, exposição desprotegida ao sol, esforço físico em excesso e desidratação.
Alguns dos sintomas que acompanham a hipertermia são sudorese intensa, náuseas, dor de cabeça, tontura, confusão mental e convulsões. Ao identificar esses sinais em uma pessoa, leve-a para um local mais fresco e ventilado, deite-a e remova calçados e roupas apertadas.
Ofereça água apenas se a pessoa estiver consciente e busque ajuda médica o mais breve possível.
CRIANÇAS E IDOSOS
Todas as pessoas estão sujeitas a queimaduras solares, desidratação e insolação, mas as crianças e os idosos são ainda mais vulneráveis a esses problemas.
Além de terem a pele naturalmente mais fina e sensível, o que aumenta o risco de vermelhidão e bolhas depois de uma exposição desprotegida ao sol, essas duas faixas etárias são mais propensas a sofrer insolação em razão de um menor desempenho de seu sistema termorregulatório.
Outro ponto importante é que, enquanto os idosos têm uma percepção diminuída da sede, as crianças por vezes se esquecem de tomar água quando estão se divertindo. Por isso, é necessário oferecer mais líquidos a essas pessoas, de forma a evitar a desidratação.
MICOSES ZERO
A umidade e o calor são dois fatores que estimulam o crescimento e a reprodução dos fungos, o que aumenta a incidência de micoses no verão, principalmente nas unhas e entre os dedos dos pés, conhecida como frieira.
A prevenção dessas infecções é feita com medidas simples, com o objetivo de evitar o contato ou reduzir a exposição a esses microrganismos. Uma delas é frequentar piscinas cuja qualidade da água pode ser comprovada – desinfecção periódica com cloro, água transparente, ausência de lodo no revestimento, etc.
Calçar chinelos ao utilizar ambientes coletivos que estão sempre úmidos – como saunas, lava-pés, duchas de praia, vestiários e banheiros de clubes – também faz parte das precauções, assim como tomar um banho completo assim que possível depois de sair da praia ou da piscina, ou pelo menos tomar uma ducha de água doce.
Do mesmo modo, trocar as roupas de banho molhadas por roupas secas o quanto antes, secar muito bem entre os dedos dos pés e outras dobras da pele depois de sair do banho e evitar o compartilhamento de objetos de uso pessoal – incluindo roupas de banho, peças íntimas, calçados, meias, pentes, escovas e chapéus – são hábitos que ajudam na prevenção às micoses.