Correio B

Correio B

Pantanal é retratado em exposição com grandes nomes da fotografia

Saga do principal bioma do Estado, que envolve a planície alagável mais extensa do planeta, ganhou exposição em São Paulo com obras de Alexis Prappas e mais

Continue lendo...

Duas semanas após o fiasco da COP26, a conferência do clima realizada na Escócia até 12 de novembro, o Pantanal, seus tipos humanos e a beleza resiliente da fauna e da flora da região da Serra do Amolar ganham destaque no circuito paulistano de artes visuais. 

Sob a curadoria de Roberto Bertani, a exposição “Pantanal e a Physis – Olhar o Presente para Ver o Futuro”, que começou em 25 de novembro e vai até 20 janeiro. 

Reúne obras de Alexis Prappas, Sebastião Salgado, Bia Doria e Victor Chahin com a proposta de mobilizar o público para a urgência da questão ambiental. 

Parte das vendas será destinada ao Instituto do Homem Pantaneiro (IHP).

A mostra está em cartaz na Galeria Roberto Camasmie, Rua Bela Cintra, 1.992, Jardins, São Paulo, de segunda a sexta-feira, das 9h30min às 18h30min, e aos sábados, das 10h30min às 14h, com entrada franca. 

Em um cenário com luzes, sons e outros elementos que simulam a atmosfera quente e úmida do Pantanal, os quatro artistas apresentam um conjunto de 20 trabalhos, entre fotografias e esculturas. 

Em que repercutem suas leituras e sentimentos sobre o Pantanal e, de modo mais específico, a Serra do Amolar, na região de Corumbá, onde se localiza o IHP.

QUATRO OLHARES

Na verdade, toda a iniciativa foi orquestrada por Roberto Camasmie e o coronel Angelo Rabelo, diretor-presidente do IHP. 

Pintor há mais de 40 anos, reconhecido por uma expressão ultrarrealista que não ignora certa sensibilidade kitsch, Camasmie esteve na Serra do Amolar e o que viu tocou o seu coração: uma natureza exuberante e potente, capaz de projetar beleza e força para se refazer mesmo diante de tanta devastação. 

Em seguida, o artista logo decidiu abrir a pauta de seu ateliê-galeria, localizado na esquina da Alameda Lorena com a Rua Bela Cintra, um ponto nobre da capital paulista, para outros criadores envolvidos com a causa.

“Tentei traçar um recorte que pudesse contemplar não só a especificidade da produção poética e artística de cada um." 

"Mas criar um diálogo entre esses quatro olhares sobre a questão do meio ambiente”, afirma o curador Roberto Bertani. 

“Todo o processo se deu a partir da leitura de como tem se dado essas questões de aquecimento global e de uma natureza que luta em seu processo de recuperação."

"Nós procuramos encontrar um termo, uma lógica para tentar trazer a essência do que é a natureza. Os artistas aqui elencados fazem um registro resultante dessa luta”.

PRAPPAS

Alexis Prappas celebra as boas companhias na mostra, “especialmente Sebastião Salgado”, e comenta a sua ligação com a temática. 

“Sempre tive admiração e respeito pelos homens e mulheres que vivem no Pantanal. Os lugares de difícil acesso e recursos limitados moldam a vida nestas regiões." 

"Em contrapartida, a beleza ímpar das paisagens e da vida animal exuberante são combustível para a criatividade e me inspiram a registrar cada vez mais as suas nuances." 

"Desde as coisas microscópicas e texturas abstratas às grandes paisagens panorâmicas”, afirma o consagrado fotógrafo.

Nascido em Sorocaba (SP) e estabelecido em Campo Grande desde a infância, Prappas, aos 47 anos de idade, tem uma trajetória de quase três décadas na criação de imagens para a grande imprensa e outros segmentos. 

Além de seus reconhecidos projetos autorais, que muitas vezes se voltam para o registro do Pantanal, bioma mais importante de Mato Grosso do Sul, que envolve a planície alagável de maior extensão no planeta – 624.320 quilômetros quadrados – no território de três países. 

Uma das marcas de seu trabalho é a sofisticação e o apuro visual no acabamento plástico das imagens.

REGISTRO ESTÉTICO

O artista diz que não teme o eventual risco de excessos estéticos na hora de dar o toque final em seus trabalhos. 

Esse é um debate recorrente entre os praticantes da fotografia artística, que busca ir além do registro figurativo e propõe sentidos a partir da sensibilidade de quem está atrás da câmera. 

“Nunca me preocupei com a estetização, pois acredito que cada um tem sua linguagem e seu propósito na fotografia."

"Eu falo que ainda estou construindo isso e acho que é uma coisa que nunca para a evolução do olhar e o seu direto resultado nas minhas fotografias. A estética muda conforme nós adquirimos experiência”, afirma Prappas.

“Sempre há o risco de estetização da abordagem, mas é importante que você crie algum tipo de artifício que permita essa reflexão e essa desestetização daquilo que se está oferecendo”, afirma Roberto Bertani. 

“Com isso, o galerista convidou um cenógrafo, que é o Juan [Castiglione], que está elaborando uma intervenção no espaço expositivo, criando um clima muito próximo do que seria esse ambiente do espaço do Pantanal." 

"Além das obras, existe uma intervenção cenográfica simples, mas contundente, que estará disponível nos primeiros dias da exposição para trazer um pouco desse clima para São Paulo”.

PHYSIS

Sobre o termo que orienta o conceito e dá nome à exposição: “Procurei dentro da própria expressão o que poderia ser importante para uma abordagem um pouco diferente."

"E cheguei a physis, que significa fazer brotar, nascer, produzir, termo que é muito utilizado pelos filósofos gregos pré-socráticos, que entenderam que physis é o elemento primeiro da natureza”, diz o curador. 

“Ele é eterno, perene, a transformação, o fundo eterno, imortal, onde tudo nasce e tudo volta, aquilo que é invisível para o nosso olhar, a nossa percepção, mas que tem muito a ver com o processo que permanece vivo e que traz uma reflexão para um processo de resistência, luta e sobrevivência”.

Bertani aponta o trabalho de Alexis Prappas – quando mostra, por exemplo, “um processo de queimada acontecendo, de recuperação, de animais que se transpõem de um lado ao outro fugindo de um desastre” – como ilustração desse recorte. 

O fotógrafo anuncia como um de seus próximos projetos, além de mostras individuais no Brasil e no exterior, um livro com seus registros, para levar “estas belezas e dificuldades do Pantanal” para o maior número de pessoas. 

“Ele tem um trabalho bastante importante acompanhando esse período de queimadas na região do Amolar e traz aí algumas leituras bastante particulares”, diz o curador.

PROPOSTA COMUM

“São quatro percursos diferentes, porém paralelos, e a proposta comum de fazer com que a gente abra o nosso olhar para um assunto que é de todos nós”, segue Bertani. 

“Temos o Sebastião Salgado, internacionalmente conhecido, assim como a Bia Doria, com suas esculturas a partir de reaproveitamento de material que a natureza disponibilizou ou sobras resultantes de algum ataque a esse ambiente e que ela transforma e nos provoca com obras monumentais." 

"E o Victor Chahin, que também tem o registro das suas imersões no Pantanal sobre as figuras do ambiente, os elementos, os animais, a flora, a fauna”.

Do mesmo modo, coronel Rabelo vê nas iniciativas culturais mais uma chance de despertar a sensibilidade para a valorização da natureza e, “de maneira especial”, a Serra do Amolar. 

“Não só a fotografia de figuras como Sebastião Salgado e Alexis Prappas, mas também por meio do balé da Cia. de Dança do Pantanal, que nos privilegiou com a presença e um espetáculo que está sendo finalizado." 

"Assim, buscamos esse caminho como uma forma de aproximação e de educação”, afirma Rabelo. Um dos renomados fotógrafos do País, Salgado doou integralmente a renda a ser obtida com a venda de seus trabalhos.

Prappas, Doria e Chahin ficarão com uma parte menor da venda de suas obras, 50% vão para as ações do IHP e o restante será destinado a cobrir os custos de produção de “Pantanal e a Physis – Olhar o Presente para Ver o Futuro”. 

Coronel Rabelo antecipa que a agenda de 2022 está em discussão, “privilegiando os artistas da terra e outros que estiveram no Pantanal e demonstraram sensibilidade e respeito pelo nosso trabalho”. 

Assine o Correio do Estado

Correio B+

Capa da semana B+: Entrevista exclusiva com a atriz destaque em "O Agente Secreto" Isadora Ruppert

"A forma como o nosso cinema é admirado lá fora me emocionou muito. Me senti honrada de estar ali, não só como atriz do filme, mas como uma brasileira, representando um país que eu amo profundamente".

07/12/2025 16h30

Capa da semana B+: Entrevista exclusiva com a atriz destaque em

Capa da semana B+: Entrevista exclusiva com a atriz destaque em "O Agente Secreto" Isadora Ruppert Foto: Divulgação

Continue Lendo...

Isadora Ruppert está no elenco do filme “O Agente Secreto”, dirigido por Kleber Mendonça Filho, que estreou nos cinemas brasileiros no dia 6 de novembro. O longa, produzido por Emilie Lesclaux e CinemaScópio, estreou mundialmente no 78º Festival de Cannes, em maio de 2025, na Seção de Competição Oficial, e, desde então, participou de diversos festivais importantes.

“Acredito profundamente na força desse projeto. É um filme necessário sobre a história recente do Brasil, sobre memória e poder. Ele provoca, questiona, incomoda e, ao mesmo tempo, é profundamente envolvente do ponto de vista estético e narrativo”, diz atriz.

Isadora estava presente no Festival de Cannes, quando Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho receberam os prêmios nas categorias Melhor Ator e Melhor Diretor, respectivamente, por “O Agente Secreto”. Ela descreve a experiência como inesquecível: “Foi incrível aquele grande público, na França, celebrando os prêmios brasileiros.

A forma como o nosso cinema é admirado lá fora me emocionou muito. Me senti honrada de estar ali, não só como atriz do filme, mas como uma brasileira, representando um país que eu amo profundamente”. Para ela, o reconhecimento internacional reforça a importância de continuar contando histórias brasileiras com coragem e sensibilidade. “O mundo está atento ao que produzimos. Nosso cinema tem potência, tem voz, tem alma”, diz.

Isadora participou também do longa “Ainda Estou Aqui”, vencedor do Oscar 2025 na categoria Melhor Filme Internacional, como Laura Gasparian. Dessa vez é Daniela, em “O Agente Secreto”, que foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Internacional em 2026. “Sempre sonhei em fazer um filme que chegasse ao Oscar, mas nunca imaginei que isso aconteceria tão rápido, aos 26 anos. É muita sorte”, confessa.

No cinema, Isadora, esteve também em “Medusa”, no papel de “Dani”, de Anita Rocha da Silveira, que estreou em Cannes, em 2021, na Quinzena dos Realizadores. Na TV, estará no elenco da série “BR 70”, da Netflix, ainda inédita, e a acabou de fazer uma participação na novela Dona de Mim contracenando com a atriz Flora Camolese, a Nina da trama das 19 horas.

No teatro, Isadora tem uma sólida trajetória. Recentemente, a atriz marcou presença na reabertura do Teatro Glaucio Gil, integrando o elenco da peça “Cabaré TV”, dirigida por Christina Streva e Juracy de Oliveira, em que contracenou com Gilberto Gawronski. Com a sua companhia, criada junto com amigos, a “Má Companhia de Teatro”, Isadora estará em cartaz com a peça “Dia de Jogo”, na Casa de Cultura Laura Alvim, de 5 a 21 de dezembro.

Nas redes sociais, Isadora apresenta o quadro “Pequenas Epifanias”, ao lado da amiga Beatriz Adler, escritora e psicóloga. No projeto, Beatriz assina os textos, enquanto Isadora dá vida às palavras com interpretações bem-humoradas e descontraídas que já ultrapassaram a marca de 300 mil visualizações. Mais do que entretenimento, Isadora enxerga o quadro como uma forma de manter-se ativa na atuação, divulgar seu trabalho artístico e abordar, com leveza e sensibilidade, temas que fazem parte da sociedade contemporânea.

A relação de Isadora com a temática de “O Agente Secreto” vai muito além da ficção. Ela carrega, em sua própria história, as marcas dos anos sombrios da ditadura militar no Brasil: “Minha avó foi perseguida pela ditadura. “O Agente Secreto” é o segundo filme que faço que se passa nesse período, e eu sinto isso quase como uma missão. Minha vó foi perseguida por mais de 20 anos. Ela tinha uma companhia de teatro de bonecos em Curitiba e teve que abandonar tudo para se esconder”.

Isadora faz dessa memória familiar um combustível para sua arte. “Quando estou em um projeto que é ambientado nesse período, sinto que estou também contando a história da minha família, e de tantas outras famílias brasileiras que viveram traumas parecidos. Não é só um papel, é algo que atravessa”, declara .    

Sobre a repercussão do longa após a estreia, ela diz: “Foram incríveis esses primeiros dias após a estreia do filme. Muitas pessoas vieram falar comigo e todo mundo diz: “Nossa, é um susto quando você aparece”. Eu fico muito feliz com tudo isso, e com o sucesso que o filme está fazendo”.

A atriz é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e em entrevista ao Caderno ela fala sobre carreira, teatro, sucesso, filmes, entre eles "O Agente Secreto" indicado ao Oscar.

Capa da semana B+: Entrevista exclusiva com a atriz destaque em "O Agente Secreto" Isadora RuppertA atriz Isadora Ruppert é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Julieta Bacchin - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana

CE - Você participou de dois filmes premiados internacionalmente. Podemos dizer que é uma atriz pé quente?
IR -
Esses dias li uma frase que representa muito tudo isso que está acontecendo: “Sorte é quando a oportunidade encontra alguém preparado”, de Sêneca. Sinto que isso descreve perfeitamente o momento que estou vivendo. Eu me preparo há anos para dar o meu melhor em cada trabalho que faço; ser atriz é um ofício árduo, no qual me debruço por completo.

Me sinto muito sortuda por esses dois filmes terem me encontrado, “O Agente Secreto” e “Ainda Estou Aqui”, e por eles estarem chegando tão longe. Isso é consequência de um esforço coletivo gigantesco de todas as pessoas que compõem a equipe de ambos os filmes. E confesso que estou gostando desse apelido que as pessoas têm me dado: “pé de coelho do cinema brasileiro”. Que venham muitos outros filmes como esses, e que eles inspirem ainda mais diretores a me convidarem para novas parcerias (risos).

CE - Como foi estar em Cannes e sentir a recepção ao filme?
IR -
Sempre foi um sonho para mim ir a Cannes, algo que eu carregava comigo há anos. Esses dias, relendo uma conversa com meu namorado, encontrei um vídeo do tapete vermelho que eu tinha enviado para ele no WhatsApp em 2021 e, embaixo, mandei uma mensagem assim: “amor, eu tenho certeza de que um dia vou estar lá”. E cortar para 2025… eu fui.

E foi exatamente como eu sonhei. Ver aquelas pessoas ovacionando o nosso cinema, sentir que eu fazia parte do cinema internacional e que estava ali representando o meu país… eu me senti muito brasileira. Foi um sonho realizado!

CE - Como é estar em filmes que tratam de uma época que também marcou sua história familiar?
IR -
Eu sinto isso como uma missão, sabe? A ditadura militar está muito entranhada na minha história familiar, porque a minha avó foi perseguida por mais de 20 anos. Então, de certa forma, esse assunto sempre foi muito presente para mim.

Eu cresci ouvindo minha avó contar as histórias do que viveu. Por isso, falar sobre esse tema é muito natural para mim, porque faz parte da minha própria história. Mas, ao mesmo tempo, sinto isso como uma missão — porque esse foi um período muito difícil da nossa história como país e não pode ser esquecido, para que não se repita.

Capa da semana B+: Entrevista exclusiva com a atriz destaque em "O Agente Secreto" Isadora RuppertA atriz Isadora Ruppert - Divulgação

CE - Como você se preparou para a Daniela, de O agente Secreto?
IR
- Aconteceu uma coincidência: na época em que recebi o teste para fazer a Daniela, eu estava realizando uma pesquisa profunda no Arquivo Nacional sobre a vinda da família paterna da Polônia para o Brasil. Então, eu tive um contato muito intenso com arquivos, e sinto que usei bastante dessa experiência para construir a Daniela. Outra coisa que também me ajudou na construção da personagem foi realmente compreender sobre do que filme tratava, a história dele. E pude perceber isso conversando com o Kleber e com outras pessoas da equipe. Foi muito importante para mim entender o todo para conseguir criar a minha personagem dentro do filme.

CE - Recife é importante na sua trajetória. Qual sua relação com Recife?
IR -
Recife ocupa um lugar muito especial na minha vida, tanto artisticamente quanto pessoalmente. Essa relação tão forte nasceu a partir da cultura popular — principalmente da minha conexão com o Maracatu de Baque Virado. Hoje, viajar para lá todos os anos se tornou quase um compromisso afetivo. Em Recife, aprendi muita coisa, fiz amigos que levo para a vida e reencontros que sempre me fazem crescer. É sempre muito bom voltar para lá.

CE - Você iniciou sua carreira no teatro. Qual a importância do teatro na sua formação como atriz?
IR -
O teatro é central em tudo que eu faço. Ele me formou como pessoa: foi onde fiz amigos, encontrei pessoas que amo e realmente me descobri. Comecei muito cedo, e sem ele eu certamente não teria me tornado atriz nem compreendido a dimensão de ser artista — que é algo sério, uma missão mesmo. O teatro me fez entender quem eu sou, a essência do ofício da atuação e a ter compromisso com o meu fazer artístico.

CE - Quem são suas referências artísticas?
IR -
São muitas influências... Mas, com certeza, Maria Clara Machado: que fundou O Tablado e onde, praticamente, é minha segunda casa. Foi lá que aprendi tudo. David Lynch também me marcou muito, ele me ensinou sobre a importância de estar conectado com o próprio ser e sobre Meditação Transcendental, que realmente transformou a minha vida. E o Kleber, claro. Comecei a ver os filmes dele muito nova, e isso me fez criar uma conexão profunda com o nosso cinema.

Capa da semana B+: Entrevista exclusiva com a atriz destaque em "O Agente Secreto" Isadora RuppertA atriz Isadora Ruppert é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Julieta Bacchin - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana

CE - Você apresenta o quadro “Pequenas Epifanias” nas redes. Considera importante para um ator estar na Redes Sociais?
IR -
Sinto que, hoje em dia — até por fazer parte de uma geração muito presente nas redes — elas podem ser uma oportunidade para que alguém te veja, um meio de mostrar seu trabalho. Acho que isso é especialmente válido para um jovem ator, já que muitos diretores de elenco e até diretores usam o Instagram como plataforma de busca.

Mesmo assim, tento não ficar bitolada com isso: faço o que posso, dentro dos meus limites. O “Pequenas Epifanias” surgiu justamente como uma forma de entrar nessa lógica de maneira leve e divertida, além de ser um quadro que permite às pessoas conhecerem melhor o meu trabalho.

CE - Você atua em teatro, cinema, internet e estará em breve no streaming. Tem preferência por algum veículo?
IR -
Eu sempre digo: “Enquanto eu estiver atuando, eu estou feliz”. Sabemos como é a realidade. Só de poder exercer meu ofício, seja na TV, streaming, cinema ou teatro, já me sinto realizada. O importante é estar ativa.

Você ainda é jovem e participou de produções de peso no mercado Brasileiro. O que aprendeu com essas experiências?

Eu aprendi muito. Sinto que a gente aprende de verdade quando coloca a mão na massa, e o set, para mim, representa exatamente isso. Aprendo muito ao observar e ouvir as pessoas ao meu redor e tudo o que acontece ali. Sinto que todos os projetos dos quais participei foram, de fato, uma grande escola. Ver grandes diretores dirigindo e grandes atores em ação certamente fez com que eu crescesse muito, tanto como profissional quanto como pessoa.

CE - Quais seus projetos futuros?
IR -
Ano que vem vai ser recheado de coisas boas, mas ainda não posso entrar em muitos detalhes. Ainda esse ano, vou estrear a peça “Dia de Jogo” no dia 5 de dezembro, junto com a minha companhia de teatro, Má Companhia. Ficaremos em cartaz até 21 de dezembro, na Casa de Cultura Laura Alvim, todas as sextas, sábados e domingos.

--

 

VIAGEM INÉDITA

Piloto de MS vai cruzar os 5 continentes em avião monomotor em 4 meses

Durante a viagem por dezenas de países, será produzido um documentário sobre a expedição; tripulação será composta por dois profissionais: Mário (comandante) e um cineasta

07/12/2025 15h00

Piloto, Mário Jorge Dias de Oliveira Filho, de 33 anos em seu avião de trabalho monomotor Bonanza F33A

Piloto, Mário Jorge Dias de Oliveira Filho, de 33 anos em seu avião de trabalho monomotor Bonanza F33A ARQUIVO PESSOAL

Continue Lendo...

Piloto, Mário Jorge Dias de Oliveira Filho, de 33 anos, vai dar a volta ao mundo e cruzar os cinco continentes do planeta, em um avião monomotor Bonanza F33A, pelo período de 120 dias.

A viagem começará em abril e vai até agosto, podendo se estender para 180 dias, ou seja, até outubro de 2026.

Durante a viagem por dezenas de países, será produzido um documentário sobre a expedição, antes (preparação), durante (viagem) e depois (chegada). Com isso, a tripulação será composta por dois profissionais: Mário (comandante) e um cineasta.

Veja a rota

  1. Brasil
  2. Caribe
  3. EUA
  4. Canadá
  5. Groenlândia
  6. Islândia
  7. Europa
  8. África
  9. Emirados Árabes
  10. Índia
  11. Sri Lanka
  12. Cingapura
  13. Indonésia
  14. Austrália
  15. Japão
  16. Papua
  17. Filipinas
  18. Taiwan
  19. Japão
  20. Rússia
  21. Alaska
  22. Canadá
  23. EUA
  24. México
  25. Costa Rica
  26. Panamá
  27. Colômbia
  28. Peru
  29. Chile
  30. Argentina
  31. Paraguai
  32. Brasil
Piloto, Mário Jorge Dias de Oliveira Filho, de 33 anos em seu avião de trabalho monomotor Bonanza F33AMário Jorge e a Aurora Boreal na Islândia. Foto: Arquivo Pessoal

Ele nasceu em Aquidauana (MS) e mora em Campo Grande (MS), mas, atualmente, mora “no céu”, pois, não tem local fixo de trabalho ou residência por conta de sua profissão.

Tirou sua primeira habilitação de piloto aos 18 anos, antes mesmo de tirar a carteira de motorista.

Ele viaja/trabalha em um avião de pequeno porte, onde presta serviço a empresas americanas e brasileiras que importam aeronaves. Neste caso, ele busca e traz aeronaves de um país a outro.

“Quando um avião é adquirido em outro país eu sou contratado para ir buscar essa aeronave! Então hoje eu já rodei o mundo algumas vezes buscando avião! Já fiz voo para Austrália, Zimbábue, Kenya, Grécia, Escócia, Suíça, Canadá, Malawi, África do Sul, Estados Unidos e ilhas do Caribe como Providenciales, Punta Cana, Barbados, Curaçao, Grenada e St Marteen”, explicou o piloto ao Correio do Estado.

VOLTA AO MUNDO

Mário está prestes de realizar um sonho pessoal e profissional: dar a volta ao mundo, cruzar os cinco continentes do planeta – América, Europa, Ásia, Oceania e África –, em seu avião monomotor Bonanza F33A, por um período de 120 a 180 dias, entre abril e agosto-outubro de 2026.

Piloto, Mário Jorge Dias de Oliveira Filho, de 33 anos em seu avião de trabalho monomotor Bonanza F33AMário Jorge sobrevoando o mar próximo a Brisbane, na Austrália. Foto: Arquivo Pessoal

O objetivo é rodar o mundo criando conteúdo de aviação, lifestyle, aventura, viagem e cultura. Além disso, Mário quer levar a bandeira do Brasil para diferentes países do mundo.

“Quero mostrar a cultura dos diferentes países, de cada continente e também claro os pontos turísticos, os perrengues e tudo que envolve o planejamento e preparação de um voo! Especialmente voo internacional em avião pequeno! A ideia é fazer essa volta ao mundo em 120 dias mas a medida que novos patrocinadores estão chegando, estou estudando a possibilidade para aumentar esse número e ficar até 180 dias em viagem pelo globo terrestre! Uma verdade aventura, uma verdadeira expedição! Quero levar os valores e a bandeira do nosso país ao redor do mundo, levando nossa cultura e nossa nação! Fazer a audiência viajar junto, sem precisar sair de casa! Mostrar que tudo é possível com planejamento, paciência e coragem! ”, contou o piloto entusiasmado, à reportagem.

“Estou levando mais um monomotor da Austrália ao Brasil! Serão 25 pousos, dezenas de países e 5 continentes! Com certeza será a maior que um brasileiro fez nesse tipo de avião até hoje! Ouso dizer, o primeiro! É um Sul-Mato-Grossense fazendo história”, acrescentou.

Atualmente, está na Austrália e deve retornar para Campo Grande nesta segunda-feira (8), em uma aeronave CIRRUS SR22. A previsão é que pouse em solo sul-mato-grossense daqui um mês, em 7 de janeiro de 2026.

PAIXÃO

Piloto, Mário Jorge Dias de Oliveira Filho, de 33 anos em seu avião de trabalho monomotor Bonanza F33AMário Jorge sobrevoando a Groelândia. Foto: Arquivo Pessoal

Mário revelou que é apaixonado pelo que faz.

“Eu sou apaixonado pelo o que faço! Digo a todo mundo que estou vivendo o que um dia foi meu sonho! Então impossível não fazer isso com sorriso de orelha a orelha.

De acordo com o comandante, o voo mais especial de sua vida ocorreu em julho de 2024, quando buscou uma aeronave em Zimbábue, na África, oportunidade a qual pôde ver com os próprios olhos a Aurora Boreal, na Islândia/Groenlândia.

“Cruzei todo o continente africano de sul ao norte, toda a Europa, Islândia - Groenlândia - Canadá, desci aos Estados Unidos - Caribe e Brasil! Foram 16 dias de voo e 98 horas!! Foi incrível!”, contou o comandante à reportagem.

REDES SOCIAIS

Além de piloto, Mário também é blogueiro e mostra sua rotina de voos, dia a dia da profissão, viagens, cultura e pontos turísticos de diversos países e perrengues nas redes sociais, Instagram, Youtube e TikTok, onde possui milhares de seguidores.

Piloto, Mário Jorge Dias de Oliveira Filho, de 33 anos em seu avião de trabalho monomotor Bonanza F33AMário Jorge sobrevoando a Ilha de Provilenciales - Turks and Caicos. Foto: Arquivo Pessoal

Com isso, consegue lucrar com os posts. “Eu lucro com parcerias e patrocínio!!! Eu amo trabalhar com marcas e fazer marketing!!! Nossa audiência e nicho são muito bons!! E graças a Deus estamos tendo retorno nisso; tanto financeiramente como em audiência! O meu público é maravilhoso! Eles sempre mandam energias boas em casa missão e adoram acompanhar as aventuras”, disse.

Mário Jorge está habilitado a pilotar aviões a hélice (turbo-hélice e pistão). Sua carreira é baseada na aviação executiva. Fez a primeira etapa do curso de piloto privado em Campo Grande (MS) e o curso de piloto comercial, multi motor e voo por instrumento nos Estados Unidos.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).