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DICAS

Saiba identificar os danos à audição causados pelo uso indevido de fones de ouvido

Especialista explica as razões e orienta como utilizar esses equipamentos de forma consciente ante o alerta apontado pela OMS: 1,35 bilhão de jovens estão em risco por conta do uso inadequado

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O uso de fones de ouvido é uma prática comum no cotidiano de milhões de brasileiros, seja para ouvir música, seja para assistir a vídeos ou participar de chamadas. No entanto, o uso constante e inadequado desses dispositivos pode trazer sérios riscos à saúde auditiva.

De acordo com a otorrinolaringologista Bruna Assis, o uso excessivo de fones em volumes elevados pode ter consequências graves, e em muitos casos irreversíveis, para a audição e a saúde do ouvido em geral.

“É uma questão que preocupa bastante os médicos, mas que infelizmente é ignorada pela maioria das pessoas. Mesmo sabendo dos prejuízos à saúde que os fones podem causar, a comodidade que esses equipamentos oferecem geralmente fica em primeiro lugar, a despeito dos eventuais riscos. Por isso, é importante a gente sempre reforçar esse alerta”, observa a médica especializada em doenças do ouvido, nariz, garganta, seios da face, cabeça e pescoço.

Bruna destaca os cinco problemas mais recorrentes vinculados ao uso excessivo de fones de ouvido: perda de audição; tontura; inflamação; acúmulo de cera; e abscessos e infecções.

PERDA DE AUDIÇÃO

A perda de audição induzida por ruído (Pair) é um dos problemas mais comuns entre pessoas que fazem uso constante de fones de ouvido em volumes altos. Segundo dra. Bruna, “a exposição a volumes elevados por longos períodos pode causar danos às células ciliadas do ouvido interno, responsáveis pela captação do som. Isso pode levar a uma perda auditiva irreversível”.

Um estudo global realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022 estimou que 1,35 bilhão de jovens ao redor do mundo estão em risco por conta do uso inadequado de fones de ouvido.

TONTURA

A pressão constante sobre o canal auditivo e a exposição contínua a sons intensos podem desencadear sintomas como tontura, náusea e sensação de desequilíbrio.

“A tontura relacionada ao uso de fones não é muito comum, mas pode ocorrer em pessoas que já têm predisposição ou que utilizam os fones por longos períodos, o que agrava o quadro”, alerta a médica.

INFLAMAÇÃO

O uso prolongado de fones de ouvido pode causar irritação e inflamação no canal auditivo. Isso ocorre, sobretudo, com fones intra-auriculares, também chamados de in-ear, que se encaixam no canal auditivo e podem causar compressão. 

“A irritação constante no ouvido pode levar a inflamações dolorosas, como otite externa, que requerem tratamento especializado para evitar complicações. Por isso, nesse caso, o mais recomendável é o uso de fones supra-auriculares, ou headphones, que se colocam por cima da cabeça”, afirma a especialista.

A médica também lembra que é essencial manter os fones sempre limpos e evitar o uso excessivo, permitindo que os ouvidos tenham tempo para “descansar”.

ACÚMULO DE CERA

Outra consequência do uso de fones de ouvido é o acúmulo de cera no ouvido. Quando os fones são inseridos de maneira inadequada ou por longos períodos, a cera acaba sendo pressionada para dentro do canal auditivo, dificultando sua eliminação natural.

Esse acúmulo pode levar à obstrução do canal, causando desconforto, zumbido e até perda auditiva temporária.

“Os fones de ouvido não devem ser utilizados para limpar os ouvidos, pois isso pode agravar ainda mais o acúmulo de cera”, diz Bruna.

ABSCESSOS E INFECÇÕES

O uso constante de fones de ouvido também pode aumentar o risco de infecções no ouvido. A introdução de objetos no canal auditivo, como os fones, pode prejudicar a proteção natural do ouvido contra germes e bactérias, causando infecções graves.

Em casos mais sérios, pode-se desenvolver abscessos nessa região do corpo, que exigem tratamento médico imediato. Bruna recomenda evitar o compartilhamento de fones e realizar a limpeza regular dos dispositivos para prevenir esses problemas.

COMO PREVENIR

Para evitar tudo isso, a especialista explica que medidas simples podem fazer muita diferença e reduzir significativamente os riscos a quem não deseja abrir mão do seu “foninho”. Confira as dicas a seguir.

  • Mantenha o volume baixo. O ideal é que o volume não ultrapasse 60% da capacidade máxima do dispositivo;
  • Faça pausas. A cada 60 minutos de uso, faça uma pausa de, pelo menos, 10 a 15 minutos para permitir que seus ouvidos descansem;
  • Escolha fones de ouvido de boa qualidade. Fones com isolamento acústico podem ajudar a reduzir a necessidade de aumentar o volume;
  • Faça a limpeza regular. Mantenha seus fones de ouvido limpos e evite o uso excessivo de cotonetes no ouvido;
  • Cuide da higiene pessoal. Não compartilhe seus fones de ouvido e evite colocá-los em superfícies sujas.

“Embora os fones de ouvido sejam uma ferramenta útil no nosso dia a dia, é essencial usá-los de forma responsável para evitar danos à saúde auditiva. A conscientização sobre o uso correto e a manutenção da higiene dos fones pode prevenir a maioria dos problemas relacionados ao ouvido”, diz a médica.

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Páscoa B+: Você escolheu o melhor ovo de Páscoa? Saiba mais

Descubra 8 verdades e armadilhas ao escolher seu ovo de chocolate nesta Páscoa

19/04/2025 15h00

Páscoa B+: Você escolheu o melhor ovo de Páscoa? Saiba mais

Páscoa B+: Você escolheu o melhor ovo de Páscoa? Saiba mais Foto: Divulgação

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Páscoa e chocolate formam uma dupla perfeita para milhares de pessoas, independentemente da idade. Quanto maior o ovo de chocolate, melhor! E não faltam opções em sabores, texturas e recheios — sem contar a vantagem de trazer benefícios à saúde.

Para muitos, o chocolate é o “alimento da felicidade”. Quando as coisas não vão bem, basta um pedaço para tudo parecer melhor. E há explicações científicas para isso.

O chocolate é rico em vitaminas, esteróis, fosfolipídios, alcaloides e polifenóis, substâncias com efeitos antioxidantes, anti-hipertensivos, anti-inflamatórios, antiaterogênicos e antitrombótico, que contribuem na prevenção de doenças cardiovasculares, anemia, sistema imunológico, mas dependem da concentração de cacau.

Por isso, é importante ficar atento às armadilhas dessas delícias, que muitas vezes contêm excesso de açúcar, gordura e até podem causar uma espécie de “dependência”.

Como é difícil resistir à tentação — especialmente na Páscoa — o Prof. Dr. Durval Ribas Filho, médico nutrólogo, Fellow da The Obesity Society – TOS (EUA), presidente da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia) e docente da pós-graduação CNNUTRO, compartilha algumas dicas valiosas com o B+:

De olho no cacau

Quanto maior a concentração de cacau, mais saudável o chocolate. Na prática, os melhores são os mais escuros e amargos, pois contêm mais compostos benéficos à saúde e menos adição de açúcar, leite e gorduras.

Bem-estar a cada mordida

Os chocolates com 70% de cacau ou mais ajudam a promover a sensação de felicidade. Isso se deve à presença de teobromina — um alcaloide semelhante à cafeína — e à feniletilamina, responsável por estimular o prazer. Com moderação, o chocolate também pode contribuir para o aumento da serotonina, ajudando a reduzir ansiedade e estresse.

Sem excessos, sem privações

A porção ideal é de 30 a 40 gramas por dia, preferencialmente com alto teor de cacau. Na Páscoa, com tanta variedade, não é preciso se privar — basta manter o equilíbrio. O consumo exagerado de chocolates ricos em açúcar, gordura e leite pode prejudicar o funcionamento do fígado e causar sintomas como náuseas, refluxo, diarreia, dor de cabeça e mal-estar por alguns dias. Atenção: a vida continua depois da Páscoa.

Nem todo chocolate é igual

Prefira os amargos ou meio amargos. Os chocolates ao leite, mais populares, têm baixa concentração de cacau e alto teor de açúcar e gordura, o que eleva o valor calórico e reduz os benefícios à saúde.

Atenção aos rótulos

Diabéticos, intolerantes à lactose, celíacos e veganos devem observar atentamente os ingredientes. Prefira produtos com menor teor de açúcar, gordura e carboidrato — e maior concentração de cacau. Versões diet (sem açúcar) nem sempre são menos calóricas, pois podem conter mais gordura e os produtos light apenas indicam redução de, no mínimo, 25% em algum ingrediente.

Ressaca pós-Páscoa

Se exagerou no chocolate, aposte em uma alimentação mais leve: frutas, legumes, verduras, pouca carne vermelha e carboidratos complexos, como batata-doce. Reduza pães, massas e biscoitos e mantenha-se bem hidratado.

Congele e faça a Páscoa durar mais

Siga as orientações de conservação da embalagem e evite variações bruscas de temperatura ou exposição ao Sol. O armazenamento em geladeira pode alterar a textura do chocolate. Mas é possível congelar. Corte o ovo em pedaços, embrulhe em papel-alumínio e guarde em pote hermético. Depois, descongele somente o que for consumir.

Cuidado com o consumo emocional

Quando o chocolate é consumido para aliviar emoções como ansiedade, tristeza ou estresse — mesmo sem fome —, pode indicar compulsão alimentar, um transtorno relacionado à saúde mental. Fique atento aos sinais de dependência

CULTURA

Entenda como a Páscoa mudou de ovos decorados para tradição do chocolate

Levantamento apontou que 52% dos brasileiros pretendem comprar ovos de chocolate na Páscoa

19/04/2025 14h32

O tamanho dos ovos de chocolate veio com o crescimento e desenvolvimento das indústrias.

O tamanho dos ovos de chocolate veio com o crescimento e desenvolvimento das indústrias. Bruno Henrique / Arquivo / Correio do Estado

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Recentemente divulgadp pela empresa de pesquisa e inteligência de dados Nexus, um levantamento apontou que 52% dos brasileiros pretendem comprar ovos de chocolate na Páscoa, o que nesse caso representa que cada um pretende adquirir em média três produtos.

Mas como os tradicionais ovos decorados, que eram presenteados no passado, transitaram para os ovos feitos de chocolate, que dominam as prateleiras dos comércios e são aguardados ansiosamente nesta época do ano pelas crianças?

Ana Beatriz Dias Pinto é doutora em Teologia e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), ela explicou que a transição dos ovos decorados para os de chocolate seguiu uma adaptação do mercado.

“Embora o ovo seja símbolo ancestral de fertilidade e vida (presente antes mesmo do cristianismo, em rituais pagãos e em tradições cristãs orientais), a prática de presentear ovos de chocolate é resultado de um processo de industrialização e mercantilização da Páscoa, que se intensificou ao longo do século XIX e permanece há 175 anos”, afirmou. 

História

Segundo a professora e pesquisadora, a fabricação dos primeiros ovos de chocolate começou na França e na Alemanha por volta de 1850.

“Foi uma forma de presentear com algo mais gostoso e bonito. Antes eram ovos de galinha, pato, avestruz, muito frágeis e visualmente enriquecidos com pinturas e adornos, mas que geralmente tinham tamanhos menores.”

O tamanho dos ovos de chocolate veio com o crescimento e desenvolvimento das indústrias.

“Há países onde já vi ovos do tamanho de uma pessoa”, disse Ana Beatriz.

Para a pesquisadora, “por conta deste marketing, os ovos de chocolate acabam servindo ao consumismo de mercado, mas sua dimensão simbólica para a Páscoa verdadeira não está associada às campanhas publicitárias, brinquedos e embalagens festivas, assim como a vela, o coelho, o círio pascal e as flores,. ela é um elemento que fala sobre a vida, o renascimento”.

O consumismo que pode ser representado pelos números da indústria. A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Bala (Abicab) estimou que a produção do setor neste ano deve atingir cerca de 45 milhões de unidades.

Apesar do aumento nos preços do produto por causa da crise da produção do cacau, ainda assim são números expressivos. 

 

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