Economia

FUNCIONALISMO PÚBLICO

Com ajuda para ampliar o caixa, governo e prefeitura garantem 13° salário

Gratificação natalina de servidores públicos vai movimentar mais de R$ 500 milhões na economia do Estado

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Em um ano marcado por pandemia e crise financeira, governo do Estado e Prefeitura de Campo Grande garantem que o 13° salário dos funcionários públicos será pago em dia. 

Nos últimos quatro anos, os administradores da Capital e do Estado só cravaram o pagamento da gratificação natalina dos servidores em meados de novembro ou dezembro. Neste ano, já em setembro, afirmam que há caixa para o salário extra. 

A diferença, em 2020, é que houve ampliação de receitas, ajuda milionária do governo federal e programas de renegociação de débitos.  

O pagamento das duas folhas movimentam mais de R$ 500 milhões. O governo do Estado tem mais de 79 mil funcionários, entre ativos e inativos. 

A folha de pagamento gira em torno de R$ 400 milhões. De acordo com o secretário de Governo e Gestão Estratégica (Segov), Eduardo Riedel, a administração estadual trabalha para manter o equilíbrio nas contas.  

“O governo sempre trabalhou com as perspectivas de equilíbrio fiscal. Nos momentos mais difíceis, a gente aperta o cinto, no momento que a economia responde de uma maneira mais positiva conseguimos desenvolver projetos. Então, essa não é uma meta, é uma base, o equilíbrio fiscal é uma parte intrínseca do governo para se conseguir avançar em todas as áreas”, destacou Riedel e ainda reiterou que os funcionários do Estado podem ficar tranquilos.

“O 13° está garantido a partir dessa premissa fiscal, o servidor pode ficar tranquilo em relação ao cumprimento dessa obrigação”, concluiu. Sobre a data em que os salários serão depositados, a gestão estadual ainda não soube informar.

A Prefeitura de Campo Grande já definiu a data em que os funcionários terão acesso à gratificação de Natal. “Será em parcela única em 20 de dezembro, já temos boa parte do 13° provisionado”, explicou ao Correio do Estado, o titular da secretaria de Finanças e Planejamento (Sefin), Pedro Pedrossian Neto.

Conforme o secretário, são cerca de 25 mil servidores, com folha de pagamento estimada em mais de R$ 100 milhões.  

Arrecadação foi ampliada neste ano

Em abril, início da pandemia da Covid-19, a gestão estadual estimava queda na arrecadação e chegou a cogitar corte no décimo terceiro dos servidores. Conforme noticiado pelo Correio do Estado, na época, a estimativa era de um tombo de R$ 1,4 bilhão no orçamento estadual. No entanto, em Mato Grosso do Sul o efeito foi contrário, as receitas aumentaram.

Segundo o demonstrativo da receita corrente líquida (RCL), Mato Grosso do Sul conseguiu contornar as dificuldades e ampliou as receitas com o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em R$ 384,029 milhões no primeiro semestre de 2020, no comparativo com o mesmo período do ano passado.  

Entre janeiro e junho de 2019, o Estado arrecadou R$ 4,295 bilhões com a principal receita do ente federado, o ICMS. Já neste ano, o primeiro semestre rendeu aos cofres estaduais R$ 4,680 bilhões, 8,9% a mais que no mesmo período do ano anterior.

Para o município, a estimativa era que Campo Grande perdesse até o fim do ano R$ 150 milhões em receitas. Nos primeiros meses de pandemia, segundo a administração municipal, a arrecadação teve queda de 80% nas receitas com impostos.  

Nos últimos meses, no entanto, a prefeitura viu a arrecadação com Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) bater recorde. Em julho, segundo a gestão do município, foram R$ 37 milhões contra R$ 27,976 milhões em julho do ano passado, ampliação de 32,25%.

 A média antes da pandemia era de R$ 27 milhões; e durante a pandemia, R$ 25 milhões mensais. Em agosto o resultado também foi positivo e em setembro a parcial também aponta crescimento. 

“A arrecadação voltou, no mês passado tivemos bons números e até o dia 23 de setembro estávamos com crescimento de 21,41%. Estamos otimistas”, disse Pedrossian.

Ajuda federal deu fôlego

Outro recurso que serviu para manter as contas em dia foi a ajuda do governo aos entes federados. A sanção presidencial foi publicada no dia 28 de maio no Diário Oficial da União (DOU) e representou um socorro de R$ 60,15 bilhões para estados e municípios de todo o País.  

O socorro federal é dividido entre o custeio da administração e valores destinados ao combate à pandemia. O Estado recebeu, no total, R$ 1,16 bilhão dividido em repasses programados para os dias 9 de junho, 13 de julho, 12 de agosto e 11 de setembro.  

Os cofres estaduais receberam R$ 702 milhões e outros R$ 461 milhões foram destinados às 79 prefeituras. Campo Grande recebeu R$ 148,5 milhões do rateio por ter o maior número de habitantes.

Renegociação de dívidas ampliou receitas

Ainda entram nas contas a redução da inadimplência com o fisco, tanto estadual quanto municipal. Ambas as administrações recuperaram débitos com programas de regularização tributária, conhecido como Refis.  

O Refis do ICMS, do governo estadual, arrecadou R$ 225 milhões até o mês passado, com estimativa de chegar a R$ 265 milhões até o fim do prazo. A edição teve início em dezembro de 2019 e foi prorrogada até 30 de setembro de 2020.  

Já o Refis 100% Saúde, realizado pela prefeitura da Capital, entre 1° de junho e 15 de setembro, recuperou R$ 83 milhões em débitos tributários.

ECONOMIA

Reforma tributária; entenda mudanças aprovadas pela Câmara

A proposta aprovada é, em sua maior parte, um substitutivo do Senado ao Projeto de Lei Complementar 108/2024 e representa o segundo texto de regulamentação da reforma tributária

20/12/2025 12h31

Plenário da Câmara dos Deputados

Plenário da Câmara dos Deputados Agência Câmara

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Concluída Votação na Câmara dos Deputados do segundo e último projeto que regulamenta pontos centrais da reforma tributária, como a gestão e a fiscalização do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e regras do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD). O texto agora segue para sanção presidencial.

A proposta aprovada é, em sua maior parte, um substitutivo do Senado ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2024 e representa o segundo texto de regulamentação da reforma tributária.

A seguir, veja os principais pontos e como eles impactam empresas, consumidores e setores específicos da economia.

O que é o IBS e como será administrado

O IBS foi criado para substituir dois tributos atuais:

  • Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelos estados;
  • Imposto sobre Serviços (ISS), cobrado pelos municípios.

Comitê Gestor

A arrecadação, fiscalização e distribuição do novo imposto ficarão a cargo do Comitê Gestor do IBS (CG-IBS), formado por representantes da União, estados e municípios.

Entre as atribuições do comitê estão:

  • Coordenar a arrecadação e a fiscalização do IBS;
  • Definir metodologia e cálculo da alíquota;
  • Distribuir os recursos entre os entes federativos.

Na prática, a ideia é simplificar o controle: um único auditor poderá acompanhar a situação fiscal de uma empresa em todo o país.

Transição de alíquotas

De 2027 a 2033, as alíquotas do ICMS e do ISS para financiar o funcionamento do Comitê Gestor do IBS cairão de forma escalonada. O cronograma de redução será o seguinte:

  • Até 100% das alíquotas atuais em 2026;
  • Até 50% em 2027 e 2028;
  • Até 2% em 2029;
  • Até 1% em 2030;
  • Até 0,67% em 2031; 
  • Até 0,5% em 2032.

Financiamento da União ao Comitê Gestor

Financiamento inicial

Por causa da arrecadação menor no início da vigência do IBS, a União financiará as despesas de instalação do Comitê Gestor de 2025 a 2028 com até R$ 3,8 bilhões, distribuídos da seguinte forma:

  • R$ 600 milhões em 2025, proporcional ao número de meses da instalação do órgão;
  • R$ 800 milhões em 2026;
  • R$ 1,2 bilhão em 2027; 
  • R$ 1,2 bilhão em 2028.

A partir de 2029, o Comitê Gestor ressarcirá a União com recursos da arrecadação do IBS. O projeto permite destinar para essa finalidade um adicional do IBS de até:

  • 1% em 2029;
  • 0,5% em 2030;
  • 0,33% em 2031;
  • 0,25% em 2032;
  • 0,1% de 2033 a 2038.

O comitê poderá usar rendimentos com aplicações financeiras de receitas próprias para quitar o adiantamento.

Split payment: como funcionará

O Comitê Gestor também será responsável pelo sistema de split payment, que permitirá o registro automático de compras e vendas das empresas. O modelo é semelhante ao da Declaração Pré-Preenchida do Imposto de Renda, reduzindo erros e sonegação.

Alíquota zero para medicamentos

A proposta altera a regra atual sobre medicamentos com alíquota zero de IBS e Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Em vez de uma lista fixa, o governo adotará um modelo mais flexível:

O Comitê Gestor do IBS e o Ministério da Fazenda, com consulta ao Ministério da Saúde, deverão publicar a cada 120 dias uma lista de medicamentos isentos.

A isenção valerá para remédios destinados ao tratamento de:

  1. Doenças raras ou negligenciadas;
  2. Câncer;
  3. Diabetes;
  4. Aids/HIV e outras ISTs;
  5. Doenças cardiovasculares;
  6. Medicamentos do Programa Farmácia Popular.

Continuam isentos:

  1. Medicamentos adquiridos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por entidades filantrópicas que prestam serviços ao SUS;
  2. Soros e vacinas.

A mudança busca evitar judicialização e permitir atualização mais rápida da lista.

Futebol: tributação mantida para SAFs

As Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) continuarão com a tributação atual. A Câmara rejeitou o aumento previsto na primeira lei da reforma.

  • Tributação mantida: 3% (em vez de 8,5% a partir de 2027);
  • Entidades desportivas também terão redução de 60% das alíquotas gerais.

Bebidas açucaradas e bebidas vegetais

  • Câmara rejeitou o limite máximo de 2% para o Imposto Seletivo sobre bebidas açucaradas. Alíquota para esses produtos não terá teto.
     
  • Já as bebidas vegetais (à base de cereais, frutas, leguminosas, oleaginosas e tubérculos) terão redução de 60% nas alíquotas dos novos tributos.

Plataformas de venda on-line

Marketplaces e plataformas digitais poderão ser responsabilizados solidariamente pela arrecadação de tributos caso o vendedor associado não emita nota fiscal.

Pessoas com deficiência: mudanças na compra de veículos

Ampliação de benefícios fiscais:

  • Valor máximo do veículo com desconto sobe de R$ 70 mil para R$ 100 mil;
  • Prazo para troca do veículo com benefício cai de quatro para três anos.

ITCMD

Cobrado sobre doações e heranças, o ITCMD teve pontos aprovados na emenda constitucional da reforma tributária, em 2023, regulamentados no projeto:

  • Alíquotas obrigatoriamente progressivas, subindo conforme o valor do bem transferido;
  • Cada unidade da Federação poderá fixar alíquotas, mas Senado fixará teto;
  • Para bens móveis, títulos ou créditos, estado de domicílio do doador ou do falecido terá competência;
  • Para bens imóveis, imposto estará vinculado a estado de localização do bem;
  • Base de cálculo equivalente a valor de mercado do bem transferido.

ITBI

Cobrado pelos municípios na venda de imóveis entre pessoas vivas, o Imposto sobre a Transmissão de Bens Intervivos (ITBI) também foi regulamentado.

  • Municípios poderão aplicar alíquota menor que a do registro da escritura, se contribuinte antecipar o pagamento para a data da assinatura da escritura no cartório de notas, inclusive para imóveis na planta;
  • Base de cálculo definida pelo valor venal (valor em condições normais de mercado), em vez do valor da venda individual.

Sistema financeiro: novas alíquotas

Para serviços financeiros, a soma das alíquotas de IBS e CBS será gradual entre 2027 e 2033:

  • 10,85% (2027 e 2028);
  • 11% (2029);
  • 11,15% (2030);
  • 11,3% (2031);
  • 11,5% (2032);
  • 12,5% (2033).

Durante o período de transição, haverá reduções temporárias caso IBS, CBS e ISS sejam cobrados simultaneamente. Os redutores incidirão da seguinte forma:

  • 2 pontos percentuais (p.p.) em 2027 e 2028;
  • 1,8 p.p. em 2029;
  • 1,6 p.p. em 2030;
  • 1,4 p.p. em 2031;
  • e 1,2 p.p. em 2032.

Além disso, administradoras de programas de fidelidade, como milhas aéreas, passam a seguir o mesmo regime tributário do sistema financeiro.

Importação de serviços financeiros

Houve acordo para manter alíquota zero na importação de serviços financeiros ligados a operações como:

  • Câmbio;
  • Emissão de títulos;
  • Captação de recursos no exterior.

Em contrapartida, empresas do regime regular não poderão gerar crédito de IBS e CBS em operações de empréstimos referenciados em moeda estrangeira. A medida que busca evitar a transferência da base de cálculo dos tributos para fora do país.

Próximo passo

Com a votação concluída na Câmara, o projeto segue agora para sanção do presidente da República. As novas regras fazem parte da transição para o novo sistema tributário, que será implementado gradualmente nos próximos anos.

 

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CAMPO GRANDE (MS)

Expogrande 2026 será realizada de 9 a 19 de abril

Serão 11 dias de shows, leilões, exposições, atrações e comida típica

20/12/2025 09h45

Exposição de animais na Expogrande

Exposição de animais na Expogrande Gerson Oliveira

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86ª edição da Exposição Agropecuária e Industrial de Campo Grande (Expogrande) ocorrerá de 9 a 19 de abril de 2026, no Parque de Exposições Laucídio Coelho, localizado na rua Américo Carlos da Costa, número 320, vila Carvalho, em Campo Grande.

De acordo com publicação da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), serão 11 dias de shows, leilões, exposições de animais, música e comida típica.

Atrações musicais, estimativa de público e arrecadação/movimentação financeira ainda não foram repassados pela associação.

Polícia Militar (PMMS) e Guarda Civil Metropolitana (GCM) vão marcar presença para realizar a segurança do evento.

Promovida pela Acrissul, a Expogrande é considerada a maior feira agropecuária do Estado e já recebeu o título de 2ª maior feira agropecuária do Brasil, ficando atrás apenas da ExpoZebu, realizada em Uberaba (MG).

A Expogrande 2025 ocorreu de 3 a 13 de abril, com shows de Hugo & Guilherme, Matuê, Matogrosso & Mathias, Chitãozinho & Xororó, Jorge & Mateus e Vh & Alexandre.

No ano passado, o evento recebeu 125 mil pessoas e movimentou R$ 640,7 milhões.

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