Economia

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FGTS Futuro pode impulsionar a comercialização de imóveis em MS

Modalidade que permite a compra da casa própria com "créditos" pode ser liberada pelo governo no próximo mês

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A modalidade que permite o uso do saldo futuro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na compra da casa própria e em financiamentos imobiliários chega para impulsionar o mercado imobiliário em Mato Grosso do Sul.

O chamado FGTS Futuro deve começar a valer no próximo mês, conforme o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias.

A princípio, a iniciativa será destinada a beneficiários do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), tendo como foco famílias com renda mensal de até R$ 2.640, sendo esses os que compõem a Faixa 1 do programa habitacional do governo federal. 

A proposta permitirá que o trabalhador com carteira registrada utilize créditos que ainda serão depositados no fundo para abater ou amortizar prestações de imóveis financiados pelo programa.

Aprovada pelo conselho curador do FGTS ainda no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a modalidade depende de regulamentação e deve ser tema da próxima reunião do colegiado, que está marcada para ocorrer em 19 de março.

Inicialmente, haverá um período de teste, para que posteriormente ele seja ampliado para todos os contemplados do Minha Casa, Minha Vida, cujo limite de renda é de R$ 8 mil mensais, detalham os técnicos do Ministério das Cidades.

Em Mato Grosso do Sul, analistas econômicos projetam um impacto positivo na economia, com o aquecimento do setor imobiliário. O doutor em Economia Michel Constantino avalia a possibilidade como positiva.

“A flexibilização é muito bem-vinda, pois permite a autonomia do próprio trabalhador sobre o recurso”, pondera.

Na análise econômica, Constantino pontua que, caso o programa seja implantado, haverá um efeito positivo na economia. “Vai estimular a compra e o pagamento de financiamentos”, afirma.

Em complemento, o economista Eduardo Matos frisa que, atualmente, o FGTS que já foi recebido pelos trabalhadores pode ser utilizado no financiamento habitacional para reduzir o montante a ser pago pelo imóvel.

“Seria basicamente a mesma coisa, no entanto, contando com um valor que ainda será recebido, como se fosse um adiantamento do fundo de garantia. Isso possibilita, no momento da contratação do financiamento, melhorar a avaliação do contratante [o trabalhador] e, consequentemente, diminuir o custo do financiamento, ou seja, os juros a serem cobrados podem ser menores”.

Matos ainda explica que, considerando que o financiamento imobiliário pode ficar mais barato com essa possibilidade, a demanda efetiva por imóveis pode aumentar.

SETOR

O presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS), Geraldo Paiva, afirma que o FGTS Futuro vai contribuir mensalmente para o aquecimento do segmento habitacional do Estado.

Contudo, ele faz um alerta aos interessados. “Caso o comprador adquira a casa própria com a previsão de receita futura do FGTS e venha a perder o emprego, deverá assumir integralmente o valor da prestação que o empregador pagava todo mês. Essa modalidade será incorporada apenas para o MCMV”.

A presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul (Sindimóveis-MS), Luciana de Almeida, salienta que todas as medidas que venham a aumentar as chances da compra da casa própria são vistas de forma positiva pelo setor.

“Se a proposta for aceita e se estender a todas as faixas do programa Minha Casa Minha Vida, será mais uma turbinada nas vendas e um superaquecimento no setor imobiliário”, aponta.

A vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Mato Grosso do Sul (Creci-MS), Simone Leal, pontua que quaisquer incentivos do governo federal que visem facilitar a compra da casa própria pela população de baixa renda sempre serão bem-vindos. 

“Esse programa FGTS Futuro, é mais uma medida para reduzir a dificuldade do mutuário para comprar a casa própria, com a obtenção de crédito. Com isso, aumentará toda a cadeia que envolve o setor imobiliário, pois esse novo incentivo impactará também no setor de materiais de construção e gerará mais empregos diretos e indiretos para a construção de novas unidades”, analisa.

Simone ressalta, ainda, que até a chegada aos corretores de imóveis, com as vendas dessas unidades para as famílias, muitos serão beneficiados. “É o que chamamos de fazer a roda [da economia] girar”, conclui.

FINANCIAMENTO

Na prática, o trabalhador vai poder optar por um imóvel mais caro pagando uma prestação menor. Em um exemplo prático, quem ganha R$ 2 mil, por exemplo, pode comprometer atualmente 25% da renda mensal e pagar uma prestação de até R$ 500.

Ao fazer uso do FGTS Futuro, esse trabalhador poderia assumir uma prestação de 
R$ 660 e continuaria arcando com os mesmos R$ 500.

A diferença seria coberta automaticamente pela Caixa Econômica Federal, agente operador do FGTS, mensalmente – os R$ 160 são referentes ao pagamento retido do empregado todos os meses.

Assim, o fluxo mensal de pagamento do FGTS pelo empregador vai direto para o financiamento habitacional.

Isso também pode beneficiar famílias que não conseguem pegar um empréstimo habitacional por conta do comprometimento de renda exigido.

Ao incluir o FGTS Futuro, têm mais chance de serem elegíveis ao financiamento da casa própria. Assim, o FGTS passa a ser contado como renda mensal, o que não ocorre hoje.

Atualmente, já é possível usar até 80% do FGTS acumulado para reduzir o valor das prestações que vão vencer em um ano ou abater no valor do contrato.

No caso do FGTS Futuro, será possível abater as prestações com o FGTS simultaneamente ao momento em que o trabalhador recebe os valores do empregador.

Mas há um risco maior. Se o trabalhador que optar pelo FGTS Futuro for demitido, o valor da prestação que ele tem de pagar sobe. Ou seja, será preciso pagar o valor cheio da prestação em dinheiro, somando a fatia que vinha do FGTS. 

Considerando o exemplo da prestação de R$ 500, esse valor seria acrescido de R$ 160 para cobrir a falta do depósito do FGTS. Em situação de inadimplência, o mutuário fica sujeito à retomada do imóvel pela instituição financeira.

A tendência é de que a proposta de regulamentação seja aprovada sem problemas pelo conselho curador em março. O colegiado, comandado pelo Ministério do Trabalho, tem representantes do governo, de trabalhadores e de empregadores.

O FGTS reservou para este ano um orçamento de R$ 97,15 bilhões para novas contratações dentro do Minha Casa, Minha Vida e mais R$ 8,5 bilhões para quem tem conta no fundo. Os juros variam entre 4% e 8,16% ao ano. O prazo de pagamento é de até 35 anos. 

Economia

Em nove meses, correios liquida R$ 220 milhões para reduzir déficit de R$ 7,6 Bi em fundo de pensão

Pagamentos serão feitos em parcelas mensais de cerca de R$ 30 milhões ao longo de 30 anos

21/08/2024 22h00

Os Correios já pagaram R$ 220 milhões para equacionar um rombo de R$ 7,6 bilhões no fundo de pensão dos funcionários da estatal.

Os Correios já pagaram R$ 220 milhões para equacionar um rombo de R$ 7,6 bilhões no fundo de pensão dos funcionários da estatal. Imagem extraído da Internet

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Os Correios já pagaram R$ 220 milhões para equacionar um rombo de R$ 7,6 bilhões no fundo de pensão dos funcionários da estatal, o Postalis. Os pagamentos foram feitos em decorrência de um acordo assinado entre a empresa e o fundo em 2020 e implementado no fim de 2023.

Os pagamentos serão feitos em parcelas mensais de cerca de R$ 30 milhões ao longo de 30 anos.

"O reconhecimento da obrigação e o pagamento do equacionamento deveriam ter sido feitos em 2020, quando a empresa teve lucro recorde devido ao aumento excepcional e inédito do volume de encomendas por conta da pandemia", disse, em nota, a companhia.

"Ao não realizar o pagamento, o governo anterior pôde anunciar lucro, ao mesmo tempo em que jogou o problema para gestões futuras", continuou.

O déficit total no Postalis é de R$ 15 bilhões e foi dividido entre a patrocinadora (os Correios) e os patrocinados (funcionários da estatal) em um acordo mediado pela Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), o órgão que regula o mercado de previdência privada.

Os funcionários, aposentados e pensionistas do Postalis têm descontos nos valores recebidos além da extinção de alguns benefícios.

O rombo tem diversas causas. Investimentos realizados entre 2011 e 2016, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, foram a principal razão. A perda com as aplicações corresponde a 61% do total, cerca de R$ 9 bilhões em valores corrigidos pela inflação.

Parte dos investimentos foi investigado na operação Greenfield, que apurou fraudes em fundos de pensão.

De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, entre os investimentos deficitários estão títulos da dívida pública da Venezuela e da Argentina, adquiridos por meio de um fundo cujo único cotista era o Postalis e administrado pelo banco BNY Mellon.

A instituição financeira norte americana está sendo processada pela Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares), que busca recuperar parte dos valores perdidos. A intenção é reaver cerca de R$ 12 bilhões que o banco teria gerado aos participantes do fundo de pensão.

Caso consiga recuperar valores, eles serão utilizados para cobrir parte do déficit no Postalis
O caso também foi investigado pela CPI dos Fundos de Pensão, da Câmara dos Deputados. Em depoimento na comissão, o presidente do BNY Mellon para a América Latina admitiu a fraude e culpou uma corretora contratada pela instituição.

O relatório final da CPI apontou que além de investimentos duvidosos houve também a cobrança de taxas excessivas para realizar operações com recursos do Postalis.

 

*Informações da Folhapress 
 

Economia

Bolsa cate recorde pelo terceiro dia seguida; Dólar Cai

Moeda americana registrou leve queda depois de divulgação da Ata do Fed, que sinalizou que havia 'cases' para corte dos juros americanos em julho.

21/08/2024 20h00

O dólar fechou em queda de 0,44% nesta sexta-feira (2), aos R$ 5,709.

O dólar fechou em queda de 0,44% nesta sexta-feira (2), aos R$ 5,709. Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil

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 A Bolsa brasileira renovou o recorde histórico pelo terceiro pregão consecutivo nesta quarta-feira (21). O Ibovespa, principal índice acionário do país, avançou 0,28%, aos 136.463 pontos, e chegou a tocar os 137 mil pontos pela primeira vez na máxima do dia.
Os mercados foram embalados pela repercussão da ata da reunião de julho do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) e da revisão para baixo de dados de emprego no mercado norte-americano.

Os eventos trouxeram volatilidade ao dólar, que fechou em leve queda de 0,08%, a R$ 5,481. A moeda chegou a virar para alta após a divulgação dos números do mercado de trabalho e atingiu a máxima de R$ 5,510 na sessão, mas voltou a cair com a minuta do banco central no meio da tarde.

A ata do Fed era amplamente esperada por guardar sinais sobre a trajetória dos juros dos Estados Unidos.

A minuta, divulgada às 15h (horário de Brasília), indicou que a grande maioria dos diretores de Política Monetária está inclinada a um corte na taxa a partir da próxima reunião, marcada para setembro, "se os dados permanecerem dentro do esperado".

Vários deles inclusive se mostraram dispostos a um corte na própria reunião de julho, cuja resolução foi por manter a taxa inalterada na faixa de 5,25% e 5,50%.

O documento ainda trouxe que "muitos" diretores consideraram a taxa restritiva, com argumentos de que, em meio a um resfriamento contínuo das pressões inflacionárias, nenhuma mudança nos juros poderia acentuar a desaceleração da economia.

"O Federal Reserve tem um mandato duplo, isto é, ele olha para a inflação e para o mercado de trabalho. Muitos dirigentes notaram que os riscos para a inflação diminuíram, enquanto os de desemprego aumentaram", afirma Camila Abdelmalack, economista chefe da Veedha Investimentos.

"Na prática, esses comentários são argumentos para o início do ciclo de flexibilização monetária por lá."

O Fed trabalha com a meta de inflação em 2%, e, nas últimas leituras, os indicadores têm mostrado uma desaceleração na alta de preços. Somado a isso, temores em relação ao estado do mercado de trabalho têm criado uma ansiedade adicional sobre o início do ciclo de afrouxamento monetário americano.

Dois dias após a última reunião do Fed, dados do payroll (folha de pagamento, em inglês) mostraram uma forte desaceleração na criação de empregos em julho, com a taxa de desemprego subindo para uma máxima pós-pandemia de 4,3%.

Isso instalou a percepção de que a maior economia do mundo estaria a caminho de uma recessão, desencadeando uma volatilidade intensa nas Bolsas globais e levando o dólar a máximas ante diversas moedas, inclusive o real.

Dados divulgados na esteira do payroll ajudaram a colocar panos quentes sobre os temores do mercado, como os pedidos semanais de auxílio-desemprego menores do que o esperado e vendas no varejo dentro das expectativas.

Nesta quarta, a revisão dos dados do mercado de trabalho dos últimos 12 meses até março mostrou que os EUA criaram bem menos vagas do que o divulgado anteriormente.

A estimativa para o total de empregos criados no período de abril de 2023 a março de 2024 foi reduzida em 818.000. Com isso, as autoridades do Fed poderão considerar que o mercado de trabalho foi mais brando do que se pensava anteriormente ao avaliarem o ritmo das reduções de juros.

"O mercado de trabalho tem sido, nas últimas semanas, o principal vetor para os próximos passos do Fed na condução da política monetária", afirma André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, plataforma de transferências internacionais.
"A revisão mostra que a economia dos Estados Unidos caminha para uma desaceleração, o que aumenta a possibilidade de que o Fed adote uma postura mais contundente na próxima reunião, em setembro."

A agenda de hoje, no entanto, é apenas um prelúdio para o que ainda está por vir nos próximos dias. Entre quinta e sábado, ocorre o encontro de autoridades de bancos centrais em Jackson Hole, no estado de Wyoming, nos EUA.

O evento mais aguardado é o discurso de Jerome Powell na sexta-feira. Os mercados dão como certo que o início do ciclo de afrouxamento será no mês que vem. A magnitude do corte, porém, divide opiniões: 61,5% dos investidores esperam redução de 0,25 ponto percentual e 38,5%, de 0,5 ponto, segundo a ferramenta CME FedWatch.

A expectativa é que, com o discurso de Powell, as projeções de corte tomem um rumo único.

O dólar costuma se depreciar à medida que o Fed reduz os juros. Em tese, a moeda americana se torna comparativamente menos atrativa em relação a outras divisas quando os rendimentos dos títulos ligados ao Tesouro dos EUA, chamados de treasuries, caem.

A mesma lógica se aplica à Bolsa brasileira e a outros mercados acionários. Quando há queda nos treasuries, considerados os ativos mais seguros do mundo, os investidores se voltam aos de maior risco. Isso explica, em grande parte, a atual disparada do Ibovespa.

Na cena doméstica, o mercado também teve o BC (Banco Central) no radar. O presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, afirmou em entrevista que a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) da próxima reunião está indefinida.

"Há opiniões divergentes no grupo sobre o balanço de riscos, se são simétricos ou não. A gente vai decidir no próximo Copom", disse.
Após a última reunião sinalizar a possibilidade de subir juros, o mercado passou a precificar uma alta de 0,5 ponto percentual na reunião de setembro. Com as falas de Campos Neto, essa possibilidade fica mais incerta, dizem especialistas.

O real, em tese costuma se beneficiar quando há alta na Selic, porque o diferencial de juros entre EUA e Brasil aumenta, tornando a moeda brasileira mais atraente para investimentos.
Na cena corporativa, Vale amparou o Ibovespa com alta firme de 1,92%, acompanhando os futuros de minério de ferro na China.

Entre as maiores altas, CVC disparou 12,75%, com a queda do dólar voltando a estimular o setor de viagens. Petz veio em seguida, com 7,07%, ainda no embalo da fusão com a Cobasi.

No sinal negativo, os papéis preferenciais e ordinários da Petrobras recuaram 0,88% e 0,60%, respectivamente, seguindo o petróleo Brent no exterior.

Na terça-feira (20), o dólar fechou em alta de 1,33%, a R$ 5,4854, e a Bolsa subiu 0,22%, a 136.087 pontos, renovando o recorde alcançado na véspera.

 

*Informações da Folhapress 

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