Durante a primeira visita oficial do presidente Jair Bolsonaro a Mato Grosso do Sul, ontem, o chefe do Executivo ressaltou a importância do agronegócio como “locomotiva” que move a economia do País.
O destaque foi principalmente para as exportações do agronegócio, que, de acordo com o presidente, “sustentaram” o Brasil durante o período da pandemia. Ainda durante o discurso, o presidente teceu elogios à ministra sul-mato-grossense Tereza Cristina Dias, titular do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Os números reforçam a importância do segmento para o País e para Mato Grosso do Sul.
A balança comercial brasileira bateu recorde em julho, com US$ 8,06 bilhões a mais em exportações do que importações, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia.
O registro é o maior superavit para o mês de julho em 31 anos, quando teve início a série histórica. Ao todo, foram exportados US$ 19,56 bilhões em julho, enquanto o total de produtos e serviços importados fechou em US$ 11,50 bilhões.
Os principais fatores para o resultado foram o bom desempenho dos produtos agropecuários, impulsionados pela maior demanda de países asiáticos, e o real desvalorizado.
“O nosso agronegócio vem batendo recordes, cada vez exporta mais. Os portos do Brasil também, ao longo dos últimos cinco meses, têm batido recordes de exportação mês após mês daquilo que produzimos no campo. O agronegócio é a locomotiva da nossa economia. Podemos viver sem muita coisa, mas ninguém vive sem comida”, ressaltou Bolsonaro.
RECORDE
O Brasil deve bater recorde na produção em 2020. Estimativa apresentada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta produção de 253,7 milhões de toneladas na safra de grãos 2019/2020, crescimento de 4,8% em relação à safra anterior e aumento de 11,6 milhões de toneladas no volume de produção.
O setor rural mantém o Brasil entre os mais eficientes fornecedores de alimentos do mundo e assegura a tranquilidade do abastecimento interno.
“O agronegócio alimenta mais de um bilhão de pessoas no mundo. O nosso governo enfrentou essa questão da pandemia tendo à frente um dos baluartes, a nossa querida ministra [Tereza Cristina] do nosso Mato Grosso do Sul. O homem do campo não parou, não teve lockdown, todos trabalharam e o índice de mortes foi o mais baixo, levando em conta os demais setores”, reforçou o presidente.
Ainda durante a cerimônia de inauguração da Estação Radar, em Corumbá, o presidente enalteceu a importância da ministra sul-mato-grossense para o seu governo na abertura de mercados no exterior.
“Nossa querida ministra Tereza Cristina, o orgulho do agronegócio, e orgulho não apenas para Mato Grosso do Sul, mas para o nosso Brasil. Parabéns pelo trabalho maravilhoso que você faz à frente do Ministério da Agricultura, inclusive abrindo fronteiras para além da América do Sul. Em todas as viagens que fizemos ao exterior, ela fazia um trabalho de base muito bem-feito com vários países mundo afora. Quando eu chegava lá o tereno já estava mais que amaciado e era só assinar os acordos”, comentou Jair Bolsonaro.
ESTADO
Em Mato Groso do Sul, o agronegócio foi o setor da economia que mais cresceu no ano. A alta do dólar e a queda na produção de outros países ajudaram a manter os bons resultados.
Com uma pauta de exportações liderada pelos produtos do setor, Mato Grosso do Sul registrou superavit de US$ 2,4 bilhões na balança comercial nos sete primeiros meses do ano, 29,37% maior do que o resultado de 2019.
De janeiro a julho, a diferença entre o total exportado e o importado pelo Estado foi de US$ 2,4 bilhões, US$ 600 milhões a mais em relação ao US$ 1,8 bilhão de 2019.
Neste ano, as exportações somam US$ 3,5 bilhões, de acordo com os dados do Ministério da Economia compilados na Carta de Conjuntura do Setor Externo, elaborada pela secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).
Os principais produtos enviados ao exterior foram a soja em grão, que apareceu como primeiro produto na pauta de exportações, com 37,32% do total exportado em termos do valor e aumento de 55,08% em relação ao mesmo período no ano passado.
O segundo produto da pauta foi ocupado pela celulose, com 29,12% de participação, com queda em termos de valor de 16,83%.
“Uma das coisas que permitiu ao governo do Estado sustentar a arrecadação foi a dinâmica do setor exportador, tanto que crescemos em relação ao ano passado, com um ótimo desempenho da soja, com a retomada do açúcar, que é um produto que se recuperou. A carne bovina tem se mantido, e o setor de aves, apresentou crescimento de 18,59%. Este conjunto fez com que a dinâmica do agro nesse primeiro semestre fosse sustentada”, disse o titular da Semagro, Jaime Verruck.