A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mudou os parâmetros da gasolina brasileira e, a partir do dia 3 de agosto, produto com maior octanagem passará a ser distribuído aos postos.
Isso quer dizer que o combustível ficará mais eficiente, porém mais caro. Só o tempo dirá se o custo-benefício do novo padrão valerá a pena no bolso, já que em tese, os veículos tendem a “beber” menos.
Edson Lazaroto, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis de Mato Grosso do Sul (Sinpetro), disse ao Correio do Estado que a Petrobras anunciou acréscimo de quatro a seis centavos por litro nas refinarias.
Como o carregamento vai para a distribuidora e só depois é levada aos postos, o incremento deve pesar um pouco mais aos consumidores finais.
Por outro lado, segundo ele, a expectativa é que os automóveis, motocicletas e demais veículos movidos a gasolina consumam de 4% a 6% a menos por quilômetro.
“A nossa gasolina atual não tem essa condição específica, portanto, ela terá melhor qualidade, dirigibilidade e agredirá menos o meio ambiente”, pontuas Lazaroto.
COMO FUNCIONA?
O motor do carro é parecido com uma seringa, cujo “êmbolo” é o pistão. Quando ele desce, deixa entrar no compartimento mistura de ar e vapor da gasolina. Quando ele sobe, comprime esses compostos até o ponto em que a vela lança uma faísca que causa uma explosão, empurrando o pistão novamente para baixo.
Esse movimento de sobe e desce da peça faz o veículo andar. Quando ele retorna para a posição inferior, libera os gases formados na combustão e faz o ciclo recomeçar.
O problema é que a gasolina tem que resistir a essa compressão para “queimar” no momento certo. Quanto maior a octanagem, mais resistência ela tem.
PADRÃO
A octanagem é medida por um índice que vai de zero a cem.
A gasolina comum atualmente tem aproximadamente 87 unidades e as premium (mais caras) chegam a 97.
Com as mudanças, o produto comum deverá obedecer padrão de pelo menos 92 em agosto e 93 em janeiro de 2022.
Já a premium passa a ser de 97 mês que vem. Segundo informações da ANP o combustível vendido em território brasileiro passa a ter padrão internacional.
“Nossa gasolina terá melhora na qualidade e deve chegar mais perto do produto europeu, que atualmente é de 95 unidades”, afirmou Lazaroto ao Correio do Estado.
O novo padrão permitirá aos projetistas das montadoras construírem motores que sejam ainda mais econômicos do que os encontrados atualmente no mercado.
Conforme a ANP, as alterações são resultados de estudos e pesquisas dos padrões de qualidade, “considerando o acompanhamento das especificações e harmonizações internacionais e de debates com os agentes do mercado de combustíveis”, diz em nota publicada no site oficial.
Além disso, o novo padrão “atende aos atuais requisitos de consumo de combustível dos veículos e de níveis de emissões progressivamente mais rigorosos, considerando cenário futuro das fases L-7 e L-8 do Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve – Ibama), e do Programa Rota 2030 – Mobilidade e Logística (Governo Federal)”.