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CAMPEONATO BRASILEIRO

Cade extingue fim da preferência da Rede Globo nos direitos de TV do Brasileirão

Cade extingue fim da preferência da Rede Globo nos direitos de TV do Brasileirão

Uol

20/10/2010 - 16h52
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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu, nesta quarta-feira, extinguir o direito de preferência da Rede Globo na negociação pelos direitos de TV do Campeonato Brasileiro. O acordo, costurado pelo órgão com a emissora e o Clube dos 13, vale já para a negociação das edições de 2012 a 2014.

O processo que julgava supostas práticas de cartel na negociação dos direitos de transmissão já durava 13 anos. Nesta quarta, em reunião do Plenário do Cade, a proposta final de extinção da cláusula de preferência foi aprovada pela maioria. Apenas o presidente da sessão, Arthur Badin, não quis homologar o texto proposto pela relatoria, por julgar que as mudanças no atual modelo deveriam ser maiores. 

Agora, Globo e Clube dos 13 ficam sob a vigilância do Cade. O acordo celebrado nesta quarta é apenas um termo de cessação de conduta (TCC). Caso o órgão verifique novos indícios de carteis ou o descumprimento do TCC, o julgamento será reaberto.

Até a decisão do Cade, a Globo tinha o direito de cobrir qualquer proposta concorrente, mesmo que ela tenha acontecido em sistema de envelope fechado. Isso significa que ela concorrerá igualmente com suas rivais. Caso vença a disputa, no entanto, ela poderá manter a exclusividade que possui atualmente. 

O TCC aprovado orienta que os direitos de TV sejam separados por mídias (TV aberta, TV por assinatura, pay-per-view, internet e celular). Ele não exclui, no entanto, a possibilidade de que uma mesma empresa conquiste todos os contratos.

Também não há exigência alguma quanto ao sub-licenciamento dos direitos. Desta forma, depende da vontade da emissora revender, ou não, a propriedade para as suas concorrentes, tanto na TV aberta quanto na fechada. Para Badin, o Cade deveria aproveitar a possibilidade para tentar minar um possível monopólio.

“A mudança que está sendo implementada pelo TCC é do interesse do próprio Clube dos 13 e poderia ser feito por ele mesmo. Desse modo, me sinto bastante incomodado em reconhecer a validade de uma série de práticas que são o objeto principal desse processo, como a exclusividade”, disse o presidente do plenário, que reconheceu, no entanto, não ter uma contra-proposta à altura.

A argumentação do relator César Mattos é que uma mudança mais drástica, como a pulverização das propriedades e a exigência de que mais de uma emissora compre os direitos, poderia atrapalhar o desenvolvimento do mercado.

“Mesmo em contato com a experiência internacional, o Clube dos 13 nos disse que outro modelo tem o potencial de desarranjar o setor. É arriscado seguir por esse caminho. Este arranjo de preferência gera o melhor efeito possível até onde posso ir sem gerar um trauma”, disse o relator. 

A reportagem do UOL Esporte entrou em contato com a Globo, que ainda não se manifestou oficialmente, mas deve fazê-lo nas próximas horas. Já o Clube dos 13 informou, por meio de sua assessoria, que não vai comentar o assunto. 

PREMIADA

Mesmo com polêmicas, árbitra de MS é eleita melhor VAR do Paulistão

Em cerimônia dos melhores da competição, Federação Paulista concede prêmio à Daiane Muniz, que vai com moral para a disputa do Brasileirão

31/03/2025 10h30

Daiane Muniz é eleita melhor VAR do Paulistão

Daiane Muniz é eleita melhor VAR do Paulistão Foto: Reprodução

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Natural de Três Lagoas, Daiane Muniz foi eleita a melhor Árbitra de Vídeo (VAR) desta última edição do Campeonato Paulista, mesmo após polêmicas durante a competição.

Na última sexta-feira (28), um dia após a definição do Corinthians como campeão diante do Palmeiras, a Federação Paulista de Futebol (FPF) realizou a cerimônia de premiação dos melhores do Paulistão, do qual premiou jogadores, treinadores e árbitros que foram destaques durante todo o desenrolar do torneio.

Na categoria melhor VAR e AVAR, Daiane Muniz e Amanda Matias foram as escolhidas. Ao todo, a árbitra sul-mato-grossense participou de 12 jogos nesta edição do campeonato, incluindo clássicos e partidas decisivas: 

  • Novorizontino 0 x 1 Ponte Preta (Paulistão)
  • Portuguesa 1 x 2 São Paulo (Paulistão)
  • Velo Clube 0 x 1 Mirassol (Paulistão)
  • Inter de Limeira 1 x 1 RB Bragantino (Paulistão)
  • Palmeiras 1 x 1 Corinthians (Paulistão)
  • Ferroviária 2 x 2 Santo André (Paulistão)
  • Portuguesa 2 x 2 Corinthians (Paulistão)
  • São Paulo 1 x 2 Ponte Preta (Paulistão)
  • Corinthians 2 x 0 Mirassol (Paulistão - Quartas de Final)
  • Corinthians 0 x 0 Palmeiras (Paulistão - Final)

Além desses citados acima, Daiane também participou de um jogo da Copinha e dois da Série A2 do Paulistão. Agora, a três-lagoense deve atuar no Campeonato Brasileiro, e chega com moral para a competição após a premiação.

Polêmicas

Nesse Campeonato Paulista, Daiane esteve envolvida em algumas polêmicas que irritaram torcedores e jogadores. O primeiro deles foi no dérbi paulista que aconteceu no início de fevereiro, pela fase de grupos. O jogo teve três polêmicas principais, das quais todas aconteceram na segunda etapa.

Após o apito final, foi noticiado que o Palmeiras iria à Federação Paulista de Futebol (FPF) protocolar reclamação. Na coletiva de imprensa, Abel Ferreira, técnico palmeirense, criticou a arbitragem e falou que "a regra existe para se cumprir".

Nas quartas de final da competição, em Corinthians x Mirassol, Daiane foi árbitra principal e também ouviu reclamações dos dois lados. No primeiro tempo, faltas marcadas contra a equipe corintiana irritou jogadores, comissão técnica e os mais de 44 mil torcedores presentes na Neo Química Arena.

Porém, quem terminou o primeiro tempo se queixando foi o Mirassol. No finalzinho da primeira etapa, quando já estava 1x0 para a equipe da casa, André Carrillo efetuou um carrinho por trás e atingiu o tornozelo do atacante Clayson com as travas da chuteira.

Daiane marcou a falta e deu cartão amarelo para o jogador corintiano, mas a equipe do interior reclamou (e muito) para a árbitra expulsar o atleta. Nada feito. Após a partida, o lateral-esquerdo Reinaldo, capitão do Mirassol, comentou sobre o lance na zona mista.

“Com certeza [fomos prejudicados]. Se fosse à favor do Corinthians, ela já viria com vermelho. Sabemos que é assim, temos que jogar até contra eles [arbitragem]. O lance poderia ter mudado o jogo, deixando eles com 1 a menos, e a gente poderia ter ficado com a classificação”, disse.

A última polêmica aconteceu no jogo de volta da final, entre Corinthians x Palmeiras, na Neo Química Arena. O lance capital aconteceu aos 25 minutos do segundo tempo, quando Vitor Roque é lançado, vence Félix Torres na corrida, mas é atingido por um carrinho por trás do zagueiro equatoriano. Matheus Candançan, árbitro principal, prontamente assinalou o pênalti e não mostrou cartão amarelo para o defensor corintiano, o que seria o seu segundo e, consequentemente, seria expulso.

O Corinthians reclama que não foi pênalti, mas sim uma falta fora da área. Já o Palmeiras diz que, além da falta ser dentro da área, o que foi marcado, Félix deveria receber mais uma advertência, o que não aconteceu. Do minuto da marcação da penalidade até a cobrança, Abel Ferreira e sua comissão técnica ficaram indignados com a omissão do árbitro ao não mostrar o cartão ao zagueiro.

Durante um de seus gritos, o treinador teria falado ao quarto árbitro que “vocês têm que ver direito, é tudo contra nós, isso é absurdo, tais a roubar”, como relatado em súmula. Com isso, Matheus Candançan expulsou o português do jogo, que foi obrigado a assistir ao restante da partida no vestiário alviverde.

Mesmo com esse “rolo” todo, Daiane Muniz não sugeriu nenhuma revisão e o VAR não interrompeu o jogo, ou seja, se manteve a decisão de campo. Para “sorte” do quadro de arbitragem, Raphael Veiga perdeu o pênalti e Félix Torres faria mais uma falta dois minutos depois e, assim, também foi expulso.

Ainda nos minutos finais, o VAR finalmente foi acionado, após uma briga entre jogadores das duas equipes. Ao assistir filmagens da confusão, Matheus Candançan expulsou Marcelo Lomba, goleiro reserva do Palmeiras, e José Martinez, volante do Corinthians.

História

Árbitra FIFA desde 2018, Daiane iniciou sua carreira no Campeonato Sul-mato-grossense em junho de 2014, inclusive foi a primeira mulher a ser árbitra principal no estadual, no jogo entre Corumbaense e Maracaju, em 2020, mas mudou-se para São Paulo logo depois, tanto que hoje faz parte do quadro de arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF).

A partir deste momento, ganhou reconhecimento nacional e comandou o VAR em vários jogos da primeira divisão nacional e chegou até a Copa do Mundo Feminina de 2023, disputada na Austrália, onde ela também trabalhou como assistente de vídeo.

No ano passado, ela também esteve no quadro de árbitros para comandar o VAR em Paris, durante a realização dos Jogos Olímpicos, chegando a apitar a final masculina, entre Espanha e França, e a disputa de bronze no feminino, entre Espanha e Alemanha. 

Ainda, atuou na Copa do Mundo Feminina sub-17, onde também apitou a final, disputada entre Coreia do Norte e Espanha.

Saiba

Na cerimônia, também foram escolhidos o craque da competição e os melhores de cada posição. Confira os premiados em cada categoria:

Goleiro: Hugo Souza (Corinthians);
Lateral-direito: Matheuzinho (Corinthians);
Zagueiros: Arboleda (São Paulo) e Murilo (Palmeiras);
Lateral-esquerdo: Escobar (Santos);
Meio-campistas: Richard Ríos (Palmeiras), Carrillo (Corinthians) e Lucas Moura (São Paulo);
Atacantes: Estêvão (Palmeiras), Guilherme (Santos) e Yuri Alberto (Corinthians);
Técnico: Ramón Díaz (Corinthians);
Craque: Yuri Alberto (Corinthians);
Craque da galera: Yuri Alberto (Corinthians);
Gol Mais Bonito: Neymar (Santos), contra a Inter de Limeira;
Artilheiro: Guilherme (Santos), com 10 gols marcados;
Drible mais bonito: Memphis (Corinthians), contra o Palmeiras, na fase de grupos;
Revelação: Vinicinho (Bragantino);
Craque do interior: Carlão (Noroeste);
Prêmio Djalma Santos Fair Play: Mirassol;

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BRASILEIRÃO 2025

Palmeiras repete velhos erros, empata com o Botafogo na estreia do Brasileirão e é vaiado

Foi um duelo entre um time que se propôs a jogar, com toques curtos, movimentação e intensidade, e um que se limitou a dar chutões

30/03/2025 18h00

Foto: Vitor Silva/Botafogo

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O duelo entre os dois últimos campeões brasileiros terminou com empate sem gols neste domingo. Time de ótimos jogadores, mas de notória pobreza tática, o Palmeiras repetiu os erros que mostra há pelo menos uma temporada, foi dominado pelo Botafogo e deixou a partida com um ponto no Allianz Parque graças ao goleiro Weverton e às falhas do time carioca nas finalizações. Ao apito final, a torcida vaiou o tropeço caseiro.

O time alviverde, ganhador da competição em 2023, regrediu sob o comando de Abel Ferreira, que não reconhece seus erros e continua com apostas táticas e técnicas que não se mostraram acertadas. Há mais de um mês só treinando, o Botafogo, cobrado por desempenho melhor após acumular fracassos no início da temporada, mostrou evolução e foi superior. Mas precisa pôr o pé na forma nas próximas rodadas do Brasileirão.

O Botafogo teve um mês somente para treinar e descansar e parece ter usado com inteligência esse período. Renato Paiva, novo treinador, organizou o time carioca, que viveu uma série de fiascos nos primeiros meses da temporada. Armada com três volantes, a equipe carioca dominou o Palmeiras no primeiro tempo e não foi ao intervalo em vantagem porque falhou nas finalizações.

Foi um duelo entre um time que se propôs a jogar, com toques curtos, movimentação e intensidade, e um que se limitou a dar chutões, algo rotineiro para Abel Ferreira, que não admite suas debilidades, insiste no saturado modelo de jogo que não rende mais frutos e mantém o único craque do time, o jovem Estêvão, preso na ponta direita. Não fosse Weverton, que parou Igor Jesus duas vezes e Savarino em outra oportunidade, os donos da casa teriam levado goleada diante de seu torcedor.

O Botafogo foi tudo o que não conseguiu ser o Palmeiras: organizado, bem armado, paciente, produtivo e inteligente. Armou-se com competência na defesa e fez o time alviverde correr atrás em contragolpes tramados com velocidade e toques curtos.

Nervoso, o vice-campeão paulista repetiu os erros que produz há mais de uma temporada e foi dominado. Estêvão não esteve na melhor de suas tardes, logo, sem ele inspirado, foi incapaz de construir sequer um ataque que incomodasse o goleiro John, tranquilo em sua função. Também não tiveram muito trabalho Jair e Barboza, que se revezaram para afastar as muitas bolas erguidas à área pelos palmeirenses.

Embora tenha ótimos jogadores e investido quase R$ 500 milhões em reforços em 2025, o Palmeiras mostrou ser hoje um time sem recursos técnicos. Tanto que, incapaz de construir de pé em pé, por baixo, prossegue com os balões, bolas longas, chutes de fora da área e cruzamentos. Foi assim que encontrou um caminho para ir às redes, só que o baixinho Vitor Roque cabeceou por cima, sem direção.

O Palmeiras passou o jogo sufocado e, quando conseguiu a bola do jogo, para definir a vitória, falhou. Lançado em velocidade, Flaco López teve apenas John em sua frente e fez o que parecia impossível: perdeu o gol ao chutar em cima do goleiro botafoguense.

O Botafogo faz seu primeiro jogo em casa pelo Brasileirão no próximo sábado, quando recebe o Juventude no Engenhão. No domingo, o Palmeiras visita o Sport na Ilha do Retiro. Antes disso, os dois têm compromisso pela Libertadores. Quarta, os cariocas vão a Santiago enfrentar a Universidad de Chile. Quinta, os paulistas jogam no Peru contra o Sporting Cristal.

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