O para-atleta de Campo Grande, Yeltsin Jacques, fez história na noite desta segunda-feira (30) nos Jogos Paralímpicos de Tóquio ao conquistar a centésima medalha de ouro para o Brasil em paralimpíadas, e também a sua segunda medalha dourada na competição que é realizada no Japão neste ano.
Para acrescentar a noite histórica, o campo-grandense ainda quebrou o recorde mundial ao vencer a final dos 1.500 metros na categoria T11, classe para atletas cegos, com a marca de 3min57s60.
Na semana passada Yeltsin já havia conquistado seu primeiro ouro paralímpico, na prova dos 5.000 metros T11. Com o resultado, os para-atletas brasileiros chegam 13 medalhas no atletismo em Tóquio: seis ouros, três pratas e quatro bronzes.
“Quero agradecer a minha família, a minha esposa, e a todos de Campo Grande que sempre me apoiam”, disse Jacques após se consagrar mais uma vez.
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O campo-grandense venceu com folga e Bira, o guia dele, disse que segurou Yeltsin depois que a medalha já estava garantida.
O Brasil já chegou ao Japão com muita expectativa em relação a essa marca. Com 87 ouros contabilizados até o início dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, a centésima não parecia um sonho distante, já que em cada uma das quatro Paralimpíadas imediatamente anteriores foram conquistados mais de 13 ouros: 14 em Atenas 2004, 16 em Pequim 2008, 21 em Londres 2012 e 14 na Rio 2013.
Dos cem ouros brasileiros, portanto, 78 se concentraram nas últimas cinco edições, incluindo os 13 de Tóquio 2020. E essa coleção ainda pode aumentar um bocado até dia 5 de agosto, quando as Paralimpíadas se encerram.
Da primeira à centésima medalha dourada brasileira, ambas no atletismo, houve uma enorme evolução no esporte paralímpico do país. O Brasil começou a participar dos Jogos na sua quarta edição, em Heidelberg, em 1972. Mas o primeiro ouro só chegou em 1984, com a vitória de Marcia Malsar nos 200m rasos C6.
E dos cem, 83 se dividem entre duas modalidades: 47 no atletismo e 36 na natação. Foi nas piscinas, inclusive, que se consagrou o atleta que mais fez o hino brasileiro ser tocado, Daniel Dias, 14 vezes campeão paralímpico.