Cidades

ÊXODO

Gabinete da prefeita é esvaziado com exoneração em massa às vésperas da eleição

Funcionários tirados do lado da chefe do Executivo são espalhados pela Funsat e Fundação de Esportes, enquanto, por outro lado, o futebol local enfrenta "tempos nebulosos"

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Nas últimas semanas a Prefeitura Municipal tem feito um verdadeiro êxodo para esvaziar o gabinete, publicando desde o fim de maio em edições do Diário Oficial de Campo Grande, uma série de exonerações para tirar esses funcionários do lado da chefe do Executivo e realocar em pastas como a Fundação de Esportes, enquanto, por outro lado, a Cidade Morena vive um verdadeiro caos na federação de futebol. 

Das 19 exonerações (publicadas espaçadas entre as edições extras de 22 de maio; 06 e 10 de junho), quine dos funcionários saíram direto do Gabinete da Prefeita para a Fundação Municipal de Esportes, sendo os outros quatro renomeados na Fundação Social do Trabalho de Campo Grande. 

Entre os cargos estão funcionários dos símbolos chamados "DCA", com classificações numeradas de 2 a 9, as remunerações oscilam entre R$ 763,02; R$ 1.146,59 até quatro mil reais. 

Logo em 22 de maio, os cinco funcionários com cargo DCA-9 exonerados do gabinete da prefeita foram renomeados diretamente na Fundação Municipal de Esportes. 

O maior volume de exonerações foi registrado na edição de 06 de junho do Diogrande, a última quinta-feira, na qual oito pessoas foram exoneradas do gabinete, sendo que sete foram para a Fundação de Esportes e só uma para a Funsat. 

Junho e a "abertura do mar"

Ainda que boa parte dessas exonerações tenham acontecido neste mês, cabe ressaltar que até mesmo aquelas publicadas em maio tem sua data de validade a contar a partir de junho, cerca de 127 dias distante para as eleições municipais deste ano, que tem o primeiro turno marcado para 06 de outubro.

Mais recente, na edição extra de ontem (10) do Diogrande outras seis pessoas tiveram exonerações publicadas, das quais quatro foram para a pasta esportiva do município. 

Nessa última leva, entre dois cargos com remuneração mais baixa, destaca-se justamente o chamado DCA-2 (R$ 4.039,56) que sai da assessoria-executiva do gabinete da prefeita para a mesma função na Fundação Municipal de Esportes. 

Caos no futebol

Esse "reforço de pessoal" na secretaria municipal de esporte acontece, coincidentemente, enquanto o futebol local enfrenta um verdadeiro caos na gestão diante das suspeitas de corrupção. 

Ainda em 21 de maio, o homem considerado "imperador" do futebol estadual, Francisco Cezário de Oliveira, foi um dos presos na operação "Cartão Vermelho", investigando o desvio de mais de R$ 6 milhões da Federação entre 2018 e 2023. 

Foram sete mandados de prisão e 14 de busca e apreensão, sendo que após saída de Cezário, quem assumiu como interino na Federação foi Estevão Petrallas, mas também não demorou muito até que apontassem irregularidades que impediriam ele de comandar.

Já no último dia sete deste mês, uma reunião - que teve inclusive troca de acusações pelos clubes locais - decidiu que o Petrallas ficará no comando da Federação de Futebol do Mato Grosso do Sul, porém, vigiado por cinco presidentes por cerca de três meses. 

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sem transporte coletivo

Donos de ônibus atribuem greve a dívida de R$ 39 milhões da prefeitura

Consórcio Guaicurus afirmou que os salários dos motoristas só serão pagos caso o poder público repasse o valor

15/12/2025 10h15

Garagens amanheceram cheias de ônibus

Garagens amanheceram cheias de ônibus MARCELO VICTOR

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Campo Grande está sem ônibus nesta segunda-feira (15). Terminais amanheceram fechados, pontos vazios e garagens cheias. Os motoristas estão em greve por tempo indeterminado. Está é a segunda vez no ano que o transporte coletivo para na Capital.

A greve ocorre por falta de pagamento: os motoristas do Consórcio Guaicurus estão sem salário há 10 dias. Com isso, reivindicam por:

  • Pagamento do 5º dia útil, que deveria ter sido depositado em 5 de dezembro – foi depositado apenas 50% - está atrasado
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

O Consórcio Guaicurus, prestador do serviço de transporte coletivo urbano em Campo Grande (MS), afirmou que está sem dinheiro para pagar a folha salarial, 13º salário e custos operacionais básicos (combustível, manutenção da frota e encargos).

De acordo com o Consórcio, a Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) deve R$ 39 milhões à empresa desde 2022 e que os salários dos motoristas só serão pagos caso o poder público repasse o valor.

“O atraso e o pagamento parcial não decorrem de má gestão, mas sim da inadimplência reiterada do Município de Campo Grande/MS no repasse do subsídio financeiro contratualmente instituído no quarto termo aditivo previsto. O valor devido pelo Poder Concedente, apenas no período compreendido desde 2022, quando foi designada a tarifa técnica no quarto termo aditivo do contrato de concessão, já soma um subsídio superior a R$ 39 milhões ainda não repassados ao Consórcio. A dificuldade financeira é uma consequência direta da quebra do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão pelo Poder Concedente. O pagamento da complementação do salário de novembro, do adiantamento de dezembro de 2025 (vencível em 20/12/2025) e da segunda parcela do 13º salário está condicionado à regularização desses repasses públicos”, explicou o Consórcio Guaicurus por meio de nota enviada à imprensa.

O diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, Themis Oliveira, detalhou o montante de R$ 39 milhões devido pela prefeitura.

“A tarifa técnica é a que a prefeitura tem que pagar a diferença de uma para a outra, é uma maneira da prefeitura decidir ‘olha, eu quero que a população só pague tanto, o resto eu pago’. O quarto termo aditivo coloca que a prefeitura tem que todo mês, via as agências, aferir esse valor e informar a prefeitura para que ela pague esse valor. As agências nunca fizeram esse cálculo, porque na hora que ela conclui o cálculo, a prefeitura passa a dever, então elas nunca fizeram. Nós estamos desde 2022 com uma tarifa pública aqui, uma técnica aqui e sem receber essa diferença. Só nos últimos 12 meses, essa diferença já dá R$ 8,5 milhões. Se eu levar desde o começo de 2022, esse valor chega em R$ 39 milhões”, explicou o diretor-presidente.

“Além disso, eu estou com hoje R$ 4.874.000,00 em aberto do transporte dos alunos. Hoje, de 3 milhões e 200 mil passageiros, mais ou menos, que andam por meio dos ônibus, 1 milhão é gratuidade. Um milhão andando de graça e eu recebo só um pedacinho disso. A maioria desses 1 milhão que anda por mês eu não estou recebendo e isso está quebrando a economia do Consórcio. Então, agora, chegou num ponto que nós não conseguimos recursos para pagar, nós estamos devendo fornecedor, estamos devendo banco, E não conseguimos os recursos para pagar 100% da folha, pagamos 50% da folha", complementou.

 O Correio do Estado entrou em contato com a PMCG pessoalmente e via e-mail, mas, até o fechamento desta reportagem, não foi respondido. O espaço segue aberto para resposta.

GREVE POR TEMPO INDETERMINADO

Campo Grande amanheceu sem ônibus nesta segunda-feira (15). Esta é a segunda vez no ano em que o transporte coletivo para na Capital.

Os terminais Morenão, Julio de Castilho, Bandeirantes, Nova Bahia, Moreninhas, Aero Rancho, Guaicurus, General Osório e Hércules Maymone amanheceram fechados sem nenhuma "alma viva". Em contrapartida, as garagens amanheceram lotadas de ônibus estacionados. 

O transporte coletivo está em greve por tempo indeterminado e deixou usuários “na mão” em pleno início de semana. A greve foi alertada antecipadamente, estava prevista e não pegou passageiros de surpresa.

As pessoas que dependem do transporte coletivo tiveram que recorrer a caronas, transporte por aplicativo, táxi ou bicicleta para chegar ao trabalho na manhã desta segunda-feira (15). A greve ocorre por falta de pagamento.

DECISÃO JUDICIAL

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, em decisão judicial, que 70% dos motoristas trabalhem durante a paralisação, sob multa diária de R$ 20 mil.

A decisão foi desrespeitada, pois 100% dos motoristas estão em casa e declararam greve nesta segunda-feira (15).

Desembargador Federal do Trabalho, César Palumbo, intimou o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano para que cumpra com urgência a decisão judicial em questão.

Audiência de conciliação, entre TRT e sindicato, será realizada nesta terça-feira (16), às 15h45min, na sede no tribunal.

Veja a decisão judicial na íntegra:

Garagens amanheceram cheias de ônibus

INTERIOR

Anel Viário amanhece fechado após retomada de protestos em MS

Novo bloqueio parcial da rodovia MS-156 foi retomado ontem (14) em Dourados

15/12/2025 10h05

Carros de passeio e automóveis mais leves podem desviar ainda na Planacon, já veículos de carga devem retornar pela BR-163

Carros de passeio e automóveis mais leves podem desviar ainda na Planacon, já veículos de carga devem retornar pela BR-163 Reprodução/DouradosNews/ClaraMedeiros

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Após uma breve liberação do trecho entre o fim da tarde de sexta-feira (12), um novo bloqueio parcial da rodovia MS-156 foi retomado ontem (14) em Dourados, com a interrupção em protesto mantendo a via fechada ainda nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira (15). 

Carros de passeio e automóveis mais leves podem desviar ainda na Planacon, já veículos de carga devem retornar pela BR-163Trecho perto do Auto Posto Litro foi bloqueado e exige desvio. Reproduçção

O cuidado dos motoristas que trafegam pela rodovia precisou ser redobrado ainda no domingo (14), como bem acompanha o portal local Dourados News, quando um trecho do Anel Viário voltou a ser parcialmente interditado por indígenas em protesto. 

Nas proximidades do posto de gasolina Litro, em trecho que fica localizado próximo à Avenida Guaicurus, os indígenas reacenderam o protesto para levantar a discussão a respeito do Marco Temporal, após sustentações orais recentes de quatro casos sobre o assunto no Supremo Tribunal Federal (STF).

Além desse motivo, a retomada dos bloqueios colocou na lista de pautas a situação envolvendo Magno de Souza, preso desde a tarde de sábado (13), acusado de estupro contra uma jovem de 21 anos em um caso que segue em sigilo. Sem a liberação do ex-candidato a governador, as lideranças pautaram o tema entre as reivindicações. 

Desvio

Importante reforçar a presença constante da Polícia Militar Rodoviária (BPMRv) durante todo o momento, empregada tanto para sinalização e monitoramento da situação, mas também com orientações aos motoristas, já que opcionalmente pode ser preferível seguir por caminhos que desviem do trecho em protesto. 

Ou seja, quem segue pela MS-156 em motocicletas ou qualquer veículo mais leve, pode optar por realizar o desvio ainda pela Planacon, ao invés de contornar pela direita e seguir pela rodovia. 

Em outras palavras, no trecho próximo à construtora é possível cortar em direção ao centro da cidade e, só depois, entrar no acesso da BR-163 ou mesmo seguir na MS-156, em trecho que vai de Itaporã a Dourados e segue com fluxo normal. 

Diferente dos carros menos, os veículos de carga e caminhões estão sendo orientados a retornar para a BR-163, de pode-se seguir rumo ao sul do Estado, em direção a Ponta Porã, Naviraí e para o Paraná, por exemplo. 

Mesmo que os bloqueios tenham começado na quinta-feira (11), logo na primeira noite de protestos houve uma liberação para a passagem de carretas, o que demonstra a colaboração dos manifestantes. 

Reivindica a posse de uma área de retomada onde, atualmente, vivem aproximadamente 300 famílias, o pedido por essa faixa de terra vêm sendo feito há quase uma década. 

 

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