Cidades

CARTÃO VERMELHO

Três meses depois, Cezário volta a ser preso

Em maio, "imperador" do futebol estadual foi alvo de operação que investiga desvio de dinheiro na Federação de Futebol de MS; desde junho estava em liberdade, utilizando tornozeleira eletrônica

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Na manhã desta quarta-feira (28), o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) foi à residência de Francisco Cezário, presidente afastado da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), para cumprir um novo mandato de prisão, desta vez por descumprimento a ordens judiciais, conforme apontam informações iniciais.

Até o momento, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), órgão ao qual o Gaeco é vinculado, não forneceu mais informações a respeito do caso.

Relembre

Cezário foi preso na manhã do dia 21 de maio deste ano, também em casa, por ser um dos alvos da Operação Cartão Vermelho, do Gaeco, que investiga o desvio de mais de R$ 6 milhões da Federação de Futebol de MS, somente entre os anos de 2018 e 2023. Somente na casa de Cezário, foram apreendidos mais de R$ 800 mil.

Menos de uma semana após a Operação, ele pediu afastamento do cargo.

Desde o dia 6 de julho, o "chefão" do futebol de MS teve liberdade concedida, com o uso de tornozeleira eletrônica por 90 dias, e proibição de contato com demais acusados e testemunhas.

Decisão da desembargadora Elizabete Anache, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, também o proibia de se ausentar da comarca por mais de oito dias sem o prévio conhecimento e anuência do juízo natural, de mudar de endereço sem autorização e de comparecer à sede da FFMS, além de fazer qualquer atividade relacionada à federação.

A liberdade só foi concedida porque no dia 5 de junho, Cezário deixou o Presídio Militar com um princípio de infarto, e precisou realizar um cateterismo, procedimento que trata doenças cardíacas por meio da introdução de um tubo flexível, o cateter. O problema aconteceu logo após ele tomar conhecimento falecimento da irmã, Maria Rosa Cezário, de 81 anos, que morreu naquele mesmo dia, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Histórico

Oficialmente, Cezário comandou a entidade futebolística pela primeira vez em 1987, 37 anos atrás. 

Neste período, ele ficou, em tese, fora do do comando da associação por quatro anos, entre 2001 a 2004, quando assumiu a prefeitura de Rio Negro, cidade distante 150 quilômetros de Campo Grande. Mesmo assim, controlava a Federação.

Cezário tentou reeleger-se prefeito, mas não conseguiu. Ele voltou para a FFMS e não saiu mais. Normalmente, ele concorre sozinho, sem adversários.

Votam nas eleições da FFMS dirigentes de associações (clubes profissionais), associações (clubes praticantes do futebol amador da capital e do interior) e ligas municipais amadoras. Em torno de 35 pessoas participam do pleito.

Segunda vez

A operação Cartão Vermelho não chega a ser uma novidade no histórico de Francisco Cesário. Ele já havia sido condenado, em 2009 em primeira instância e em 2010 a 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) ratificou a decisão para que cumprisse pena de quatro anos e cinco meses, em regime semiaberto, por desviar algo em torno de R$ 56 mil Federação de Futebol.

De acordo com a assessoria de imprensa do TJ, à época Cezário foi denunciado pelo Ministério Público por ter supostamente transferido recursos da FFMS para a conta particular.

Dizia ainda a denúncia que parte do dinheiro o presidente investiu em campanha política, quando era candidato a prefeito da cidade de Rio Negro, no fim da década de 90.

Na época, a denúncia foi baseada em provas levantadas pela PF em meio a uma CPI que investigou as relações entre a CBF e a Nike.

Operação Cartão Vermelho

Na manhã de 21 de maio, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, passou sete horas na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul em ação para deflagrar a Operação Cartão Vermelho, que tinha como alvo não apenas o presidente da FFMS, Francisco Cezário, mas também demais integrantes de uma suposta organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro.

Segundo o balanço, divulgado pelo Gaeco, as investigações já aconteciam há 20 meses, e constataram que foi instalada na Federação uma organização criminosa que desviava valores recebidos do Governo do Estado (via convênio, subvenção ou termo de fomento) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A quantia desviada era utilizada para benefício dos envolvidos no grupo, e não chegava a ser investida no futebol estadual.

"Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul – FFMS, em valores não superiores a R$ 5.000,00, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema", diz nota do Gaeco.

Usando desse mecanismo, os integrantes da organização realizaram mais de 1.200 saques, que somados ultrapassaram o valor de R$ 3 milhões.

A investigação também aponta que os suspeitos também possuíam um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

"Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul", explicou o Gaeco.

De setembro de 2018 a fevereiro de 2023, foram desviados da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul mais de R$ 6 milhões.

A operação batizada como “Cartão Vermelho” cumpriu 7 mandados de prisão preventiva, além de 14 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Somente nesta manhã, foram apreendidos mais de 800 mil reais.

Saiba: O nome da operação, Cartão Vermelho, é autoexplicativo e faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.

Colaborou: Neri Kaspary e Naiara Camargo

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Cidade morena

Ameaça termina em morte durante confraternização em Campo Grande

Claudio Lourenço Almeida Siqueira foi morto aos 31 anos; o acusado alega que foi ameaçado por dívida de seu padrasto, onde a vítima teria dito que "mataria todo mundo"

24/11/2024 11h00

Caso foi registrado na Depac Cepol e acusado confirmou que a arma usada para o crime teria sido arremessada em um córrego

Caso foi registrado na Depac Cepol e acusado confirmou que a arma usada para o crime teria sido arremessada em um córrego Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Claudio Lourenço de Almeida Siqueira, de aproximadamente 31 anos, foi morto em Campo Grande na noite de ontem (23), mais precisamente no Bairro Vila Cidade Morena, sendo que as situações para o assassinato que aconteceu durante uma confraternização começaram a se desenrolar muito antes do homicídio. 

Informações repassadas pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul detalham que, a ocorrência registrou disparos de fogo e um ferido, para além da morte de Claudio.

Segundo relato dos moradores, feito às autoridades policiais, no local acontecia uma confraternização e, horas antes do crime, os dois envolvidos já teriam discutido. 

Após esse primeiro ocorrido, Claudio teria saído então do local, porém, retornando em seguida acompanhado, momento em que se dirigiu até o acusado pelo crime. 

Inicialmente identificado como Sebastião Matos Mendes, o homem alvejou Claudio com três tiros e atingiu o terceiro envolvido com um tiro no pé, sendo que ambos chegaram a receber os primeiros socorros. 

Entretanto, a morte de Claudio Lourenço Almeida Siqueira foi registrada ainda enquanto ele estava a caminho do hospital. 

Caso foi registrado na Depac Cepol e acusado confirmou que a arma usada para o crime teria sido arremessada em um córrego Vítimas de homicídios dolosos em 10 anos. Reprodução/Sejusp

Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), especificamente sobre vítimas de homicídios dolosos, indicam que 359 pessoas já perderam a vida nesse tipo de ocorrência. 

Ainda, os números da Sejusp mostram que, 301 dessas vítimas totais eram identificadas como do sexo masculino, com o principal mês que pressiona esse índice sendo setembro, quando 44 pessoas morreram. 

Ainda assim, o total é o menor dos últimos cinco anos, já que em 2019, quando os índices até então em queda voltaram a subir, 456 pessoas morreram vítimas de homicídios dolosos. 

Desde então, anualmente o número de mortes registrado foi: 

  • 2020: 473
  • 2021: 487 
  • 2022: 502
  • 2023: 452

Entenda a motivação

Sebastião foi procurado pela equipe do Batalhão de Choque, que foi até a casa da mãe do suspeito após receber essa primeira informação de seu possível paradeiro, porém o homem já tinha saído desse local também. 

Questionada pelos policiais, a mulher confirmou que seu filho esteve no local e ainda acrescentou: 

"Fez uma besteira para se defender", disse ela, indicando ainda que o filho possivelmente teria se deslocado até a chácara de um tio. 

Nesse local, recebida pelo proprietário, a equipe do Batalhão de Choque localizou o acusado que confessou o crime ao ser questionado pelas autoridades. 

Ele ainda detalhou o motivo que justificaria seus atos, dizendo que Claudio inicialmente era quem teria ameaçado não só Sebastião como toda sua família. 

As ameaças, por sua vez, teriam sido motivadas graças a uma dívida adquirida pelo padrasto de Sebastião, com Claudio afirmando em seguida, segundo o acusado, que "mataria todos na casa". 

Justamente por essas ameaças que os dois se desentenderam, inicialmente, ainda na noite de ontem. 

Por fim, o acusado de homicídio confirmou que a arma usada para o crime teria sido arremessada em um córrego, onde a polícia em diligência não foi capaz de localizar o armamento. Caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol.

 


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APOSENTADOS E PENSIONISTAS

Pagamento de novembro do INSS começa na segunda-feira (25)

Créditos são escalonados, em dias úteis, e vão até o dia 6 de dezembro

24/11/2024 10h31

O Instituto alertou que circula nas redes sociais boato de que haverá o pagamento de

O Instituto alertou que circula nas redes sociais boato de que haverá o pagamento de "14º salário" ou "folha extra de 13º salário". "Essas informações não são verdadeiras", ressaltou. Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começam a receber os pagamentos de novembro a partir da próxima segunda-feira (25).

Cabe apontar que os créditos são escalonados, em dias úteis, e seguem até o dia 6 de dezembro, pagos de acordo com o número final do cartão do benefício, sem considerar o último dígito verificador, que aparece depois do traço.

Os beneficiários do Rio Grande do Sul continuarão a receber o pagamento no primeiro dia do calendário enquanto durar o estado de calamidade pública na região, em razão das enchentes que atingiram o estado no mês de maio deste ano.

Os demais beneficiários, que ganham até um salário mínimo, recebem primeiro. Aqueles com número do cartão com final 1 terão o crédito dia 25 de novembro, e assim sucessivamente até as pessoas com cartão com final 0, que recebem dia 6 de dezembro.

Para quem ganha acima do mínimo, os créditos ocorrerão no dia: 

  • 2 de dezembro, para os benefícios com final 1 e 6,
  • 3 de dezembro, para os benefícios com final 2 e 7,
  • 4 de dezembro, para os benefícios com final 3 e 8,
  • 5 de dezembro, para os benefícios com final 4 e 9, 
  • 6 de dezembro, para os benefícios com final 5 e 0.

Se houver feriado municipal, estadual ou federal, o pagamento do benefício é no dia útil seguinte. O prazo para saque dos benefícios com cartão é até o final do mês seguinte (aproximadamente 60 dias) ao da disponibilização do valor na conta.

Caso o segurado não faça o saque nesse período, os valores correspondentes serão devolvidos ao INSS.

O INSS paga, mensalmente, cerca de 40 milhões de benefícios assistenciais e previdenciários. Na folha de pagamentos do mês de outubro foram 28.279.547 de benefícios até um salário mínimo. Os que ganham acima do piso nacional somaram 12.365.818 benefícios.

13º salário

Serão contemplados com o abono anual os beneficiários de auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), auxílio-acidente, aposentados, pensão por morte, auxílio-reclusão e salário-maternidade implantados a partir de junho.

Não recebem o 13º salário aqueles contempladas pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos com mais de 65 anos e pessoas com deficiência de baixa renda, e beneficiários de Renda Mensal Vitalícia.

Em março deste ano, o governo federal determinou a antecipação do pagamento das duas parcelas do 13º salário a 33,6 milhões de beneficiários.

Os segurados que ganharam o benefício a partir de junho, após o crédito da segunda parcela do 13º salário, terão esse valor incluído no benefício mensal em parcela única. Vão receber essa parcela única 2.016.620 de pessoas do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

No caso de beneficiários que têm o fim do auxílio programado para antes de 31 de dezembro de 2024, será pago o valor proporcional do abono anual.       

Valor

Os aposentados, pensionistas e beneficiários dos auxílios já podem conferir quanto vão receber ligando para a Centra 135, canal de atendimento telefônico do INSS.

Para saber o valor, é preciso informar o número do CPF e confirmar algumas informações cadastrais para a atendente, de forma a evitar fraudes. O atendimento é de segunda-feira a sábado, das 7h às 22h.

Os segurados também podem acessar o site ou o aplicativo Meu INSS, disponível para smartphones com sistemas Android e iOS. Nos dois casos, é necessário fazer login e senha no portal Gov.br.

Para acessar todos os detalhes sobre o pagamento do benefício, basta clicar no serviço “Extrato de pagamento”.

Fake news

O Instituto alertou que circula nas redes sociais boato de que haverá o pagamento de "14º salário" ou "folha extra de 13º salário". “Essas informações não são verdadeiras”, ressaltou.

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