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A Copa é verde e amarela

Torcer pelo Brasil, não só agora, como sempre, é atuar ativamente para traduzir em realidade o conjunto de valores da liberdade, da inclusão social e da justiça

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A normalidade da vida brasileira, baseada nos constantes solavancos institucionais e crises sociais, vai, gradualmente, sendo restaurada após os intensos e calorosos conflitos partidários. Um sentimento misto de medo e de esperança com os acontecimentos futuros toma conta de todas as individualidades nacionais.

Contudo, a Copa do Mundo chega, providencialmente, neste ano, após as eleições, para unir o sentimento brasileiro.

Quando a seleção canarinho entrar em campo, representará, junto com a própria pátria brasileira, os valores da democracia, da sustentabilidade socioambiental e dos direitos humanos.

O nosso verde representa não só a biodiversidade pujante, mas sim toda a manifestação da vida em plenitude, seja individual, coletiva ou social, além de sua capacidade de fomentar a ação baseada na esperança de um futuro estruturalmente mais inclusivo.

Ou seja, cada pessoa, ao torcer pelo Brasil, cantará em apoio ao verde da vida e do trabalho, na edificação de estruturas sociais sustentáveis, inclusivas e justas.

Ao mesmo tempo, apoiará o amarelo das nossas maiores riquezas pátrias: o nosso povo, em sua diversidade, pluralidade e criatividade anárquica e sorridente.

Dessa nossa interação popular, em que cada individualidade, tão diferentes em experiências, práticas e pensamentos, mas tão iguais em dignidade, deveres e direitos, interage coletivamente, fomentando o nascimento de inovações econômicas e sociais.

O azul de nosso pavilhão nacional representa mais do que apenas nosso “céu risonho e límpido”, mas a utopia que deve guiar e orientar nossa caminhada e nossa ação: a utopia de um Brasil inclusivo e justo, ação essa que deve ser semeada nos bancos escolares, com a aplicação de uma política educacional inclusiva e coordenada com práticas esportivas, culturais e de proteção social, que floresce pelo trabalho disciplinado, perseverante e ético de todos.

Esse é o sentido do lema nacional “Ordem e Progresso”: o esforço criterioso, com as devidas e implícitas moderações do amor, de todas as individualidades presentes na sociedade, na elaboração de fundamentos coletivos que sejam justos e inclusivos e, portanto, que determinem o progresso e a evolução de cada pessoa e de toda a nação.

O branco, assim como universalmente se costuma convencionar, simboliza a paz. Mas não somente aquela que se conquista pela ausência de conflitos.

A paz retratada pelo nosso branco é a da concretização e do aprofundamento dos direitos humanos.

Assim, o verde representa a esperança na vida que deve se realizar; o amarelo, a riqueza de nossa diversidade popular; o azul, a educação e o trabalho pautados pela disciplina e pela perseverança; e o branco, a construção e a ampliação progressivas dos direitos humanos. Já a bandeira, como um todo, simboliza o futuro da sociedade brasileira, que há de ser estruturalmente sustentável, inclusiva e justa.

Torcer pelo Brasil, não só agora, como sempre, é atuar ativamente para traduzir em realidade o conjunto de valores da liberdade, da inclusão social e da justiça! É hexa, Brasil!

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ARTIGOS

Conflito de gerações: como pais e jovens podem abordar a escolha do curso universitário?

08/02/2025 07h45

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A escolha de qual universidade cursar é uma das decisões mais importantes para os jovens que estão concluindo o Ensino Médio e, muitas vezes, envolve um confronto direto entre gerações dentro de um contexto globalizado e caracterizado pela efemeridade das relações e dos avanços tecnológicos cada vez mais potentes. De um lado, estão os pais com sua experiência e suas expectativas de estabilidade e sucesso.

De outro, os jovens da geração Z, que buscam desafios e sentido em suas escolhas, em alguns casos, distantes das profissões tradicionais. Nesse contexto, o choque de visões e a pressão familiar podem gerar tensões significativas, resultando em um conflito de gerações que marca o ambiente familiar.

Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação, revelam que 59% dos estudantes brasileiros desistem de seus cursos ao entrar na faculdade. Esse índice pode refletir diversos fatores que levam à desistência do curso universitário, desde questões econômicas até a influência das expectativas familiares. Isso porque os pais, preocupados com uma escolha profissional segura, com garantias de empregabilidade e salários atrativos, exercem uma pressão que desconsidera o cenário atual do mercado de trabalho e as novas profissões emergentes, que atraem cada vez mais a juventude.

O caminho do diálogo: a geração Z é marcada pela busca de uma carreira que ofereça realização pessoal e desafios constantes, sendo mais inclinada a correr riscos e a experimentar antes de se comprometer com uma trajetória específica. Esse comportamento gera desconforto em muitas famílias, que preferem ver seus filhos seguindo carreiras “tradicionais”.

Para amenizar esse conflito, o diálogo aberto é essencial. Os pais devem praticar a escuta ativa sem se antecipar com uma escolha autoritária, criando um espaço de convivência seguro para que os filhos tenham confiança em compartilhar suas dúvidas, seus medos e suas angústias. Ao mesmo tempo, os jovens precisam aprender a comunicar suas escolhas de forma clara, explicando seus interesses e demonstrando o potencial de suas decisões.

Esse diálogo, no entanto, nem sempre é fácil. A comunicação entre pais e filhos, especialmente em momentos de pressão, pode ser desafiadora e conflituosa. Assim, é importante que os pais aceitem que os filhos cresceram e que são pessoas independentes em busca de autonomia. Negar isso é contribuir para que permaneçam heterônomos.

O papel da escola e do mercado: além do diálogo familiar, as escolas também desempenham um papel importante nesse processo. As instituições de ensino devem fornecer aos jovens ferramentas e informações sobre as opções de carreira e orientar os pais sobre as transformações do mercado de trabalho. Programas de orientação vocacional, visitas a universidades e diálogos com profissionais de diferentes áreas são essenciais para preparar os jovens para o futuro.

O mercado de trabalho atual está em constante transformação. Segundo a consultoria McKinsey, cerca de 50% das ocupações existentes hoje podem ser automatizadas até 2030, o que demanda novas habilidades e competências. As profissões do futuro estarão mais focadas em áreas como tecnologia da informação, ciência de dados e inteligência artificial. Portanto, é essencial que pais e jovens estejam cientes dessas mudanças ao tomar decisões sobre a Educação Superior.

O conflito geracional na escolha do curso universitário só pode ser mitigado por meio do diálogo aberto e da busca por informações atualizadas sobre o mercado de trabalho. Jovens que abandonam suas escolhas e decidem se dedicar àquilo que os pais querem frequentemente se tornam profissionais frustrados ou não finalizam os cursos.

Portanto, cabe aos pais apoiarem seus filhos, não apenas oferecendo conselhos baseados em suas experiências, mas também aprendendo sobre as novas realidades profissionais. Ao mesmo tempo, os jovens devem se posicionar de forma assertiva, explicando seus interesses e expectativas para o futuro. Somente assim será possível encontrar um equilíbrio entre segurança e realização pessoal na escolha da carreira.

ARTIGOS

Caminhos da vida

08/02/2025 07h30

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Cada ser humano tem sua maneira de pensar sua vida. Uns descobrem maravilhas. Outros passam longos tempos sem descobrir e sem assumir. Os bem-sucedidos são admirados e queridos. Os que não conseguirem levarão a desconfiança e até o desprezo.

Bom e louvável será cada qual olhar para seu mundo e examinar quais seriam as capacidades e as forças de que dispõe, não apenas para não decepcionar, mas principalmente para conquistar aquilo que almeja. Ao descobrir, certamente destinará tempo a fim de examinar em profundidade os passos a serem dados. Muita cautela. Muita paciência. E muita calma.

São valores vitais que estão em jogo. Não poderemos aventurar. E muito menos brincar. Teremos que levar a sério, pois ela é comparada a uma pesca. Para acontecer, serão necessárias várias tarefas. Entre elas apontamos a paciência, o preparo físico, os instrumentos próprios e um lugar que seja adequado para a tarefa.

Tudo isso será possível se tiver muita esperança. Aliás, a vida humana deverá ser vivida plenamente se houver ambiente de esperança. Novamente iremos ao livro sagrado, a Bíblia, para nela buscar a luz necessária em nossas dúvidas e em nossa insegurança. Mais precisamente no Evangelho de Lucas (L. 5,1-11), em um fato que nos revela a insegurança humana antes das maravilhas descobertas nos ensinamentos do Mestre. 

Ao se aproximar da barca em que se encontram os discípulos pescadores, pergunta se têm algo para comer. E eles, de imediato e um tanto decepcionados, responderam: “Não”. A resposta não foi das melhores. E muito menos de esperança. Com isso, o Mestre se manteve tranquilo e, com o espírito que lhe era próprio, com toda sua delicadeza e, ao mesmo tempo, com toda sua segurança, ordenou que se lançassem em águas mais profundas. 

Já era hora de deixar as atitudes e as palavras levianas. Era hora de enfrentar com mais coragem e mais determinação os acontecimentos e os fatos da vida. Mesmo não acreditando no Mestre, aceitaram o convite. E lançaram. Mesmo sem querer depositaram confiança nele. Havia necessidade de acreditar em alguém. Sempre haverá necessidade de depositar confiança em alguém, mesmo que não tenha o conhecimento que a experiência que deveria ser exigida.

Ninguém poderá viver sozinho. Os eremitas são raros. Necessitamos de alguém que nos acolha, alguém que nos escute e alguém que diga uma palavra. Seja ela de conforto, seja ela de estímulo, seja ela de correção, seja ela de solidariedade. Necessitamos de Deus. Ele não tem necessidade de ninguém, mas prefere não viver só. Prefere comunidade para ser uma unidade na diversidade. Espera que façamos parte dessa unidade.

Precisamos amar como Deus ama. Precisamos perdoar como Deus perdoa. Precisamos limpar nossa mente. Precisamos purificar nossa alma. Precisamos cultivar nosso pensamento e semear por onde andar paz e bem. Precisamos não ter medo da verdade. Precisamos. Precisamos ter a coragem em fazer de nossas palavras caminho para uma vida sempre mais justa, para atitudes honestas e para uma comunhão fraterna e solidária.

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