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Economia

Duas formas antagônicas para a gestão da economia: uma escolha para o Brasil

Confira a coluna de Michel Constantino desta terça-feira

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Nesta semana nós brasileiros temos uma escolha fundamental para o país, qual o modelo de gestão da economia queremos para os próximos quatro anos.

Os dois candidatos são antagônicos, o atual presidente tem uma equipe de economistas liberais que prezam por menos Brasília e mais Brasil, que tem no seu plano de governo a redução do estado, sejam em privatizações de estatais, aumento de autonomia do cidadão e das empresas e concessões de serviços de infraestrutura para a iniciativa privada, sendo a atividade produtiva o motor da economia.

O candidato da esquerda segue o mesmo modelo aplicado nos últimos 16 anos, o estado como motor do desenvolvimento, usando aumento de impostos, crédito público via BNDES, Caixa, Banco do Brasil e controle de preços, principalmente em estatais para maquiar a contabilidade.

Para a teoria econômica, os modelos são chamados de ortodoxos e heterodoxos respectivamente. Qual está certo? Qual o melhor?

Para responder essa questão, primeiro é preciso explicar que nunca tivemos um governo liberal no Brasil. Ter economistas liberais na economia, não quer dizer que temos um governo liberal (que muitos chamam de Neoliberal como tentativa de denegrir a abordagem).

O modelo do atual governo é uma mistura de conservadores com liberais.

Respondendo a pergunta efetivamente o modelo de maior sucesso olhando nos países mais desenvolvidos é o modelo liberal, onde a iniciativa privada é o motor e o governo é o regulador. Nos países que tem modelos heterodoxos funcionando, os países já são ricos, com serviços essenciais dedicados pelo estado e o mercado é aberto para o mundo (liberdade econômica).

Espero que os leitores do texto entendam que nosso país é um país rico em recursos, mas pobre em renda. A renda per capita relativa é praticamente a mesma nos últimos 30 anos, o que nos deixa pobra em relação aos demais países. Um país pobre de renda não pode ter um governo como motor da economia, pois, para pagar essa conta vai cobrar mais impostos, reduzindo ainda mais o poder da renda.

Tivemos uma revolução microeconômica nos últimos anos, a economia brasileira se transformou em uma economia digitalizada, mais competitiva e pronta para crescer 4% ao ano nos próximos 10 anos via investimento privado, vai depender tipo de governo. A nossa escolha quem vai determinar a economia que queremos.

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Decisão histórica do STJ garante importação e cultivo de cânhamo para fins medicinais

15/11/2024 07h30

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Por: Claudia de Lucca Mano - Advogada e consultora empresarial, atuando desde 1999 na área de Vigilância Sanitária e Assuntos Regulatórios

A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tomou uma decisão histórica, ao declarar legal a importação de sementes e o cultivo de cânhamo (hemp) para fins medicinais em território brasileiro. A decisão unânime foi tomada em um julgamento que respondeu à ação movida pela empresa DNA Soluções, que contestava a proibição do cultivo da variante de Cannabis sativa conhecida como cânhamo, imposta pelos regulamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O julgamento representa um marco para o mercado canábico brasileiro, destacando que a permissão para o cultivo nacional de cânhamo permitirá ao País produzir matéria-prima para medicamentos, reduzindo a dependência de importação e facilitando o acesso dos pacientes a produtos de cannabis de qualidade.

A ministra relatora, Regina Helena Costa, fundamentou seu voto com base na distinção científica entre variantes da planta Cannabis sativa. Ela apontou que a Anvisa, ao incluir genericamente a planta na lista de substâncias proibidas, não diferenciou adequadamente as variantes com potencial psicoativo (drogas) daquelas desprovidas desse efeito, como o cânhamo. Dessa forma, o entendimento da ministra foi de que o cânhamo não se enquadra na definição de droga e que seu manejo, cultivo e a extração de insumos farmacêuticos não deveriam ser restringidos no Brasil.

Entretanto, o STJ delimitou a abrangência da decisão, autorizando exclusivamente o cultivo para fins farmacêuticos, excluindo outros usos industriais, como na indústria têxtil e alimentícia. A Corte entendeu que o processo analisado não incluía esses objetivos.

Importante ressaltar que a decisão também definiu um prazo de 180 dias, a partir da publicação do acórdão, para que a Anvisa, em conjunto com os Ministérios da Saúde e da Agricultura e Pecuária, e possivelmente outros órgãos do governo, estabeleçam regulamentações específicas para viabilizar o cultivo de cânhamo no País. 

Essas regulamentações deverão tratar de exigências como o cultivo em ambiente indoor, áreas de plantio, licenças e outras condições necessárias para o cultivo em escala industrial.

Esta decisão do STJ representa um avanço para o mercado medicinal brasileiro e para pacientes que dependem de produtos à base de cannabis, criando perspectivas de desenvolvimento econômico e inovação no setor de saúde.

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Etarismo corporativo e os desafios de uma população mais longeva

15/11/2024 07h00

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Por: Marinildes Queiroz - Head de Pessoas da Up Brasil, empresa que oferece soluções focadas no bem-estar dos trabalhadores

A Organização Mundial da Saúde (OMS) projeta que a população idosa do Brasil deve triplicar até 2050. No entanto, seu envelhecimento está acompanhado de um desafio crescente: o etarismo corporativo, que se refere à discriminação com base na idade dentro do ambiente de trabalho. Atualmente, isso se manifesta em preconceitos que desvalorizam ou excluem colaboradores mais velhos de oportunidades, promoções ou até mesmo da contratação. Muitas empresas ainda preferem contar com profissionais mais jovens, subestimando a experiência e o valor que os trabalhadores mais velhos podem trazer.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), essa forma de discriminação não apenas compromete a segurança financeira dos idosos, como também agrava a pobreza e afeta diretamente sua saúde. Além disso, o etarismo intensifica o isolamento social, contribuindo para a solidão, o declínio da saúde mental, a desmotivação e a diminuição da autoconfiança. Isso, por sua vez, pode afetar a produtividade e o engajamento, resultando em alta rotatividade e perda de conhecimento acumulado – o que é prejudicial para as organizações.

Uma pesquisa do Grupo Croma, baseada em dados da Oldiversity, revela que 86% dos brasileiros com mais de 60 anos já enfrentaram preconceito no mercado de trabalho, independentemente de suas qualificações. Embora a legislação brasileira proíba a discriminação por idade na contratação, conforme a Lei nº 9.029/1995, práticas indiretas de exclusão continuam a ocorrer.

O cenário observado no mercado de trabalho atualmente reflete essa realidade. Segundo levantamento das consultorias Robert Half e Labora, cerca de 70% das empresas contrataram poucos ou nenhum profissional com mais de 50 anos, com esses profissionais representando apenas 5% das novas admissões. Além disso, 80% das companhias pesquisadas ainda não definiram métricas para avaliar o sucesso de suas iniciativas voltadas à inclusão da diversidade geracional.

A situação se torna ainda mais preocupante à medida que o número de desempregados nessa faixa etária cresce. Segundo a IDados, em 2012, havia 508,9 mil desempregados com mais de 50 anos. Hoje, esse número já ultrapassa 1,4 milhão, evidenciando a urgência de ações para reverter esse cenário preocupante.
Vale destacar que o envelhecimento da população traz uma força de trabalho mais experiente, mas também apresenta desafios, como a necessidade de adaptação das empresas a novas dinâmicas de trabalho. Isso inclui a promoção de ambientes inclusivos e a reavaliação das políticas de recursos humanos para acolher uma diversidade etária que pode melhorar a colaboração e a inovação.

Além disso, é importante que as companhias promovam treinamentos sobre etarismo para gestores, criem programas de mentoria que integrem colaboradores de diferentes idades e ajustem suas descrições de cargos para focar em habilidades e experiências, em vez de idade. Investir na educação e na requalificação profissional dos colaboradores mais velhos, ajudando em suas jornadas de adaptação às mudanças do mercado, só trará benefícios para as empresas e a sociedade. Todas essas iniciativas ajudam na missão de derrubar estereótipos e trazer novas habilidades relevantes para esses trabalhadores tão essenciais para o mercado.

Sabemos que o aumento da longevidade pode enriquecer o ambiente corporativo com uma diversidade de experiências e perspectivas, visto que os colaboradores mais velhos trazem habilidades valiosas, mentorias e uma visão mais ampla. Os obstáculos relacionados ao envelhecimento da população sempre vão existir, mas não podemos esquecer o enorme valor dos profissionais mais maduros e experientes. Precisamos combater o etarismo agora, para que ele não se agrave com o passar do tempo e fomente um mercado discriminatório e menos inclusivo.

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