Política

ELEIÇÕES

A+ A-

Ao menos na Justiça, Trad e Harfouche polarizam disputa em Campo Grande

Antes mesmo de a campanha começar, candidatos deram início a uma guerra na Justiça Eleitoral

Continue lendo...

Pelo menos no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), a eleição para prefeito de Campo Grande está polarizada. 

O atual prefeito e candidato à reeleição, Marcos Trad (PSD), e o procurador de Justiça Sérgio Harfouche (Avante) já protagonizam uma guerra de processos na Justiça Eleitoral. São sete ações envolvendo os dois candidatos a prefeito.  

Os processos tratam de vários temas, desde o mais impactante, em que Trad pede a impugnação da candidatura de Harfouche, a outros processos sobre propaganda eleitoral irregular, seja na imprensa, na internet ou mesmo de painéis publicitários fora da medida nos comitês.  

Sobre a impugnação de Harfouche, Trad ajuizou o pedido por entender que ele deveria ter deixado de ser um membro do Ministério Público de Mato Grosso do Sul ou ter se aposentado do cargo que exerce. 

Harfouche, assim como na eleição passada, quando concorreu ao Senado (foi o terceiro mais votado e não se elegeu), pediu apenas o afastamento.  

Na mesma esteira de Trad, o diretório municipal do Progressistas (PP) também fez o pedido de impugnação com base no mesmo critério adotado pela coligação aliada ao atual prefeito, que é composta pelos partidos: Patriotas, PSD, PCdoB, PSDB, PTB, Rede, PSB, Cidadania, Republicanos e Democratas.

CONTRA-ATAQUE

Já o contra-ataque do promotor licenciado veio por meio de cinco pedidos, dos quais três foram indeferidos pela Justiça Eleitoral. Segundo a chapa do promotor, o atual prefeito estaria realizando propaganda eleitoral em veículos da imprensa escrita e on-line. 

Porém, o juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 8ª Zona Eleitoral, indeferiu os pedidos.

No entanto, Harfouche teve uma vitória definitiva e outra parcial. Em uma delas, Trad afirma que Harfouche teria feito campanha antecipada ao fazer uma transmissão ao vivo da convenção que definiu sua candidatura pelo Avante. 

Ao analisar o processo, o também juiz eleitoral Thiago Negasawa Tanaka, entendeu que não houve por parte da campanha nenhuma irregularidade que tenha interferido no rito processual das eleições 2020.

Em outra “vitória”, parcial, o juiz eleitoral Paulo Afonso de Oliveira determinou que um oficial de justiça verifique o tamanho de uma placa, que poderia estar fora do tamanho permitido pela propaganda eleitoral, que é de 4 m². 

Portanto, na determinação, o magistrado diz que, caso constatada a irregularidade, o outdoor deve ser retirado imediatamente do espaço físico.

O Correio do Estado foi até o comitê da campanha de Trad, no domingo (11) – um dia após a decisão judicial – e constatou que a placa já havia sido retirada.

SUSPEIÇÃO

Outra derrota sofrida pelo procurador ocorreu nesta semana. O pedido feito por ele de suspeição do juiz eleitoral Roberto Ferreira Filho, que julgará a validade de sua candidatura, foi negado pelo magistrado.  

Harfouche, no pedido, citou entrevistas do juiz em que ele criticava os eventos promovidos pelo candidato, que na época era promotor de Justiça e atuou na proposição de uma lei que versa sobre o dever dos alunos em sala de aula.  

Em resposta, o magistrado confirmou que, durante o período em que conviveu com Harfouche, especificamente na Vara de Infância e Juventude, ambos concordaram e divergiram por inúmeras vezes, mas esse fato não o torna impedido. 

“Divergências no campo das ideias jamais me tornaram inimigo de quem comigo diverge, assim como, em sentido diametralmente oposto, concordâncias nesta seara jamais me fizeram amigo íntimo de quem quer que seja”, afirmou.

Apesar dos pedidos de impugnação, o Ministério Público, instituição a que Harfouche pertence, deu parecer favorável à candidatura dele. 

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

Continue Lendo...

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

Continue Lendo...

O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).