Política

De para para filho

Bolsonaro confirma Pix de R$ 2 milhões para Eduardo nos EUA

Ex-presidente admite envio de recursos para o filho atuar nos EUA, nega lobby por sanções e volta a falar em perseguição judicial

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou à Polícia Federal, nesta quinta-feira (5), que transferiu R$ 2 milhões via Pix para o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos. Segundo Bolsonaro, o valor foi enviado para custear a estadia do filho no exterior, onde ele promove uma campanha contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente negou, no entanto, que as possíveis sanções estudadas pelo governo americano contra Moraes sejam resultado direto das ações da família Bolsonaro.

“Botei um dinheiro na conta dele. Bastante até. E ele está levando a vida dele. Dinheiro limpo, legal, Pix”, afirmou Bolsonaro durante o depoimento. Ele voltou a alegar que é vítima de perseguição por parte do Judiciário brasileiro.

Segundo o ex-presidente, eventuais sanções a Moraes estão relacionadas a decisões do ministro que afetaram cidadãos norte-americanos nas redes sociais, e não a interferência de Eduardo. Bolsonaro citou, como exemplo, uma ordem de prisão emitida contra uma brasileira com dupla cidadania nos EUA, além da suspensão de contas na plataforma X (antigo Twitter) durante o período eleitoral.

Eduardo Bolsonaro passou a ser investigado pelo STF no último dia 26 de maio, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontar que ele estaria pressionando o governo norte-americano a aplicar sanções contra autoridades brasileiras, entre elas membros do STF, do Ministério Público e da Polícia Federal. A suposta estratégia teria como objetivo dificultar o andamento do julgamento de Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado.

Embora tenha confirmado que o trabalho de Eduardo, licenciado do mandato de deputado federal, é denunciar o que considera abusos do STF, Bolsonaro negou que o filho esteja articulando diretamente sanções contra Moraes. “Não existe sancionamento de qualquer autoridade, aqui ou no mundo, por lobby, é tudo por fatos. Não adianta ninguém jogar pra cima dele”, disse.

Durante o depoimento, Bolsonaro reforçou a narrativa de que é perseguido pela Justiça e afirmou que as ações de Eduardo visam denunciar violações aos direitos humanos e à liberdade de expressão. Eduardo Bolsonaro é investigado por suspeita de coação no curso do processo penal, obstrução de investigação sobre organização criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Segundo a PGR, o ex-presidente seria diretamente beneficiado pelas ações do filho e, por isso, foi chamado a depor. O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, justificou a oitiva afirmando que Bolsonaro já havia declarado ser o responsável financeiro pela permanência de Eduardo nos Estados Unidos.

Após deixar a sede da PF, Bolsonaro negou qualquer envolvimento na fuga da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que deixou o Brasil via Argentina com destino à Itália. “Eu não tenho nada a ver com a Carla Zambelli, está certo? Não coloquei dinheiro no Pix dela.”

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, incluiu no pedido de depoimento a declaração pública de Bolsonaro de que vinha arcando com as despesas do filho no exterior. Em entrevista ao UOL, o ex-presidente afirmou: “Eu estou bancando a despesa dele agora. Em grande parte, eu estou bancando. Se não fosse o Pix, eu não teria como manter essa ajuda para ele, que está sem salário lá fora”.

De acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Bolsonaro recebeu, entre 1º de janeiro e 4 de julho de 2023, um total de R$ 17,1 milhões por meio de 769 mil transferências via Pix.

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Política

Juíza federal anula mudança arbitrária de Trump em política de financiamento à pesquisa

Atualmente, a NSF determina os custos indiretos de cada beneficiário de subsídio individualmente e deve cobrir as despesas reais

21/06/2025 22h00

Reprodução Redes Sociais

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A juíza distrital em Boston, nos EUA, Indira Talwani, anulou ontem, 20, uma mudança arbitrária da administração de Donald Trump que poderia ter retirado das universidades dezenas de milhões de dólares em financiamento para pesquisas. As instituições argumentam que a medida ameaçava trabalhos em inteligência artificial, cibersegurança, semicondutores e outros campos tecnológicos.

Para Talwani, a mudança, anunciada pela Fundação Nacional de Ciência (NSF) em maio, "era arbitrária, caprichosa e contrária à lei". Um e-mail enviado neste sábado à NSF não foi respondido. Em questão estão os custos "indiretos", despesas como manutenção de edifícios e sistemas de computador que não estão diretamente ligados a um projeto específico.

Atualmente, a NSF determina os custos indiretos de cada beneficiário de subsídio individualmente e deve cobrir as despesas reais.

A administração Trump descartou as despesas indiretas como "custos gerais" e as limitou para futuros prêmios da NSF para universidades a 15% do financiamento para custos diretos de pesquisa. A Universidade da Califórnia, uma das demandantes, estimou que a mudança custaria a ela pouco menos de US$ 100 milhões por ano.

Juízes já bloquearam limites semelhantes que a administração Trump impôs a subsídios do Departamento de Energia e dos Institutos Nacionais de Saúde.

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Política

Líder do governo na Câmara defende tributação de títulos do mercado financeiro

Segundo ele, no Brasil há R$ 1,7 trilhão em títulos no mercado financeiro que são isentos de imposto

21/06/2025 21h00

Crédito: Freepik

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O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), defendeu que a tributação de títulos do mercado financeiro pode contribuir para zerar as filas do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo ele, no Brasil há R$ 1,7 trilhão em títulos no mercado financeiro que são isentos de imposto.

"Imagina o que poderia ser arrecadado para investir na saúde, na educação, na pesquisa científica, no transporte e em programas sociais. Precisamos desses tributos para zerar as filas do SUS", publicou na rede social X, neste sábado, 21.

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