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Camilo Santana assume MEC e promete novo pacto de alfabetização sob liderança de Lula

De acordo com Santana, o foco foi pedido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve ter papel central na articulação com os entes federados

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O novo ministro da Educação, Camilo Santana, prometeu construir nos primeiros cem dias de governo Lula um novo pacto nacional pela alfabetização na idade certa. Santana tomou posse do cargo em cerimônia nesta segunda-feira (2) em Brasília.

De acordo com Santana, o foco foi pedido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve ter papel central na articulação com os entes federados. Ele exaltou as experiências educacionais do Ceará, estado que governou, e reforçou a necessidade de articulação maior com estados e municípios -o que foi esvaziado na gestão anterior do MEC (Ministério da Educação).

A criação de um pacto nacional retoma estratégia lançada no governo Dilma Rousseff (PT), esvaziada a partir da gestão Michel Temer (MDB) e totalmente ignorada pela equipe do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"A determinação do presidente Lula neste momento é a gente construir o mais rápido possível um grande plano para garantir que as crianças sejam alfabetizadas neste país", disse. "Para mim, isso precisa ser liderado pelo presidente Lula, de convocar os governadores, convocar os prefeitos."

Santana prometeu "já nestes cem dias apresentar todo esse plano, mas que não seja construído pelo MEC, e sim por várias mãos, principalmente com a participação com nossos entes federados".

No discurso de posse, o ministro exaltou por várias vezes os resultados educacionais do Ceará, que criou em 2007 o Pacto de Alfabetização na Idade Certa, iniciativa em que o estado colabora com os municípios em várias ações e cujos resultados viraram referência.

Em 2012, o governo Dilma lançou, inspirado no Ceará, o PNAIC (Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa), com orçamento de R$ 2 bilhões.

Estudo preparado para uma revista do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), finalizado em 2021 e que teve a publicação barrada pelo governo Bolsonaro, colheu evidências de melhoria em indicadores educacionais por causa do PNAIC.

As matrículas dos anos iniciais do ensino fundamental estão sobretudo sob a responsabilidade de prefeituras. Cabe ao MEC na educação básica apoio técnico e financeiro, além de políticas de indução.

Santana tomou posse com um auditório do MEC lotado, ao lado de novos ministros (Wellington Dias, Ana Moser, Nísia Trindade, que precisou sair antes), ex-ministros da Educação (Cristovam Buarque, Renato Janine Ribeiro, Henrique Paim e Cid Gomes), parlamentares, reitores, secretários de educação, especialistas e representantes conselhos de educação e de fundações ligadas à educação.

A cerimônia não contou com a presença do ex-ministro Victor Godoy Veiga. Como ato simbólico da transmissão de cargo, Camilo recebeu um broche do MEC das mãos de representantes da UNE (União Nacional dos Estudantes) e da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas).

Não houve anúncio de novos integrantes da equipe, além da menção às duas únicas pessoas já confirmadas: Fernanda Pacobahyba, que irá presidir o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), e Izolda Cela, que vai para a secretaria-executiva.

Izolda foi vice de Camilo no Ceará e comandou o estado após a saída dele para sua campanha vitoriosa para o Senado. Presente no palco para a posse, mas no fundo, foi a mais aplaudida no evento –ex-secretária de Educação, ela era cotada para a pasta, mas pressão para que o cargo ficasse com o PT resultou na confirmação de Camilo.

Decreto publicado no Diário Oficial da União deste domingo (1º) traz uma reorganização da estrutura da pasta. Foram recriadas duas secretarias extintas por Bolsonaro: a de Articulação com os Sistemas de Ensino; e a de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão.

O ato extingue duas subpastas vigentes no governo anterior: a de modalidades especializadas e a de alfabetização. O entendimento do novo governo é que não faz sentido o tema da alfabetização ficar fora da Secretaria de Educação Básica, que foi mantida.

Santana elencou outras ações urgentes para o MEC neste início de governo: fortalecimento da educação em tempo integral, estudo para retomar obras paradas, recuperação da qualidade da merenda escolar das escolas públicas (governo promete aumentar os recursos federais), recuperação da credibilidade do Enem para motivar maior participação, retomadas do Fies e Prouni, mais investimentos em ciência e tecnologia e fortalecimento das universidades federais.

O MEC passou por esvaziamento orçamentário e desmonte de políticas sob Bolsonaro. O orçamento de 2023 teve um incremento de cerca de R$ 11 bilhões para o MEC.

O novo ministro iniciou sua fala homenageando a professora Magda Soares, referência nos estudos de alfabetização e que morreu neste domingo (1º) aos 90 anos. Encerrou a fala, por sua vez, citando o educador Paulo Freire.

Tanto Freire quanto Soares foram alvos de ataques de Bolsonaro ou de integrantes de seu governo.

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"Sempre fui mais à direita"

Após 10 meses sem partido, deputado Lucas de Lima se filia ao PL

Filiação foi oficializada na manhã desta terça, no gabinete do parlamentar na Alems

05/02/2025 14h34

Filiação foi oficializada na manhã desta terça-feira, no gabinete do deputado

Filiação foi oficializada na manhã desta terça-feira, no gabinete do deputado Foto: Divulgação

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Sem partido desde abril do ano passado, período em que deixou o PDT, o deputado estadual Lucas de Lima oficializou sua ida ao Partido Liberal (PL) na manhã desta terça-feira (5).

A mudança foi acompanhada de perto pelos deputados Neno Razuk, João Henrique Catan e Coronel David, do mesmo partido, além de Aparecido “Tenente” Portela, presidente da sigla em MS.

Sobre a mudança, Lucas de Lima disse ao Correio do Estado que sempre foi alguém mais à direita, e que a escolha pelo PL foi feita junto de Coronel David.

“Sempre fui alguém mais à direita, conversei com o deputado Coronel David, e foi uma mudança muito positiva, porque agora formamos uma bancada”, disse Lucas de Lima.

“Estar sem partido é muito ruim, você fica sozinho. Estamos alinhados com as propostas do Governo do Estado, inclusive sabemos da vaga Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Assembleia”, complementou.

Cabe destacar que a cadeira era ocupada pela deputada Mara Caseiro (PSDB), que deixa o posto após dois anos. 

Reconduzidos

Também nesta manhã, os deputados Londres Machado (PP) e Pedrossian Neto (PSD) foram reconduzidos aos cargos de líder e vice-líder do governo, respectivamente.

A decisão foi comunicada durante a sessão desta quarta-feira (5), pelo presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), Gerson Claro (PP), que fez a leitura do ofício com a decisão do governador Eduardo Riedel (PSDB).


Desde 2024, ambos são encarregados de coordenar as ações do governo e encaminhar votações da bancada na Casa de Leis, além de articularem propostas de interesse do Estado.

“Estou convicto de que os parlamentares indicados desenvolverão, com competência e dinamismo, as atribuições que as funções requerem”, destacou o governador no ofício enviado à Mesa Diretora da Casa de Leis. As indicações devem ser publicadas no Diário Oficial da Alems.  
 

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ELEIÇÕES 2026

Liderança de Lula em pesquisa fortalece a pré-candidatura de Vander ao Senado

O deputado federal petista pretende disputar uma das duas cadeiras da Casa Alta em Mato Grosso do Sul no pleito do próximo ano

05/02/2025 08h00

O presidente Lula e o deputado federal Vander Loubet

O presidente Lula e o deputado federal Vander Loubet Foto: Ricardo Stucker/PR

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O resultado da pesquisa Genial/Quaest sobre intenções de votos para presidente da República divulgada na segunda-feira, na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera em todos os cenários para 2026, fortalece a pré-candidatura do deputado federal petista Vander Loubet ao Senado no próximo ano.

“Esse cenário de liderança do Lula nas pesquisas para 2026 é muito positivo para o nosso projeto de disputa para o Senado. Eu quero ser o candidato do Lula em Mato Grosso do Sul, e, por isso, é muito importante que ele chegue forte para a disputa da reeleição”, declarou o parlamentar ao Correio do Estado.

Vander Loubet, ainda em estrevista exclusiva à reportagem, ressaltou que, com tudo o que construiu nos seis mandatos como deputado federal pelo PT e com as relações edificadas nesse período com lideranças de outras legendas, é possível enxergar que seu nosso projeto para o Senado também ajudaria a trazer votos do centro para o presidente Lula.

“Ou seja, a reeleição do presidente Lula e minha disputa ao Senado se casam em termos de estratégia. E eu não tenho dúvida de que, sendo senador com o Lula reeleito, Mato Grosso do Sul só teria a ganhar. Seria muito positivo para os nossos 79 municípios e, ainda, para o setor produtivo estadual. Poderíamos garantir muito mais investimentos para o nosso estado”, projetou.

ANÁLISE

Com relação à preferência majoritária do eleitorado nos diversos cenários da sucessão nacional de 2026 pelo presidente Lula, o deputado federal pontuou que o petista bateu qualquer um de seus possíveis adversários graças a alguns fatores capitais, entre os quais, a confiança do povo.

Segundo Vander, além de o governo ter ao seu favor um conjunto de excelentes resultados na economia – entre os quais, a queda nos índices de desemprego, que caiu para 6,2% em 2024, menor patamar da série histórica iniciada em 2012 –, a população, de forma geral, faz a comparação entre o presidente e seus eventuais adversários para aferir qual é o mais confiável no cargo.

“É uma espécie de acareação que o povo faz, uma avaliação sobre quem acha que merece seu crédito para governar. E Lula está liderando todos os cenários de intenção de voto, apesar de sua rejeição ter crescido”, argumentou o parlamentar petista.

Ele afirmou que, apesar de levantamentos recentes apontarem que a rejeição ao presidente subiu para 49%, Lula consolidou sua posição de liderança nas consultas sobre intenção de voto.

FAKE NEWS

Para o congressista, a queda do desemprego e outros avanços na economia teriam um efeito bastante positivo na pesquisa, “não fosse o impacto das fake news disseminadas pelos adversários para atacar medidas do governo federal, como a mentira da taxação do Pix”. 

“Essas mentiras desgastaram o governo, mas o eleitorado não deixou que elas contaminassem algo muito íntimo, muito pessoal, que é a sua liberdade de escolher em quem confiar e porque confiar”, ponderou.

No entendimento dele, neste momento, o maior desgaste governamental com a opinião pública se concentra na figura do ministro da Economia, Fernando Haddad, que, a seu ver, vem escolhendo os caminhos mais seguros para enfrentar a pressão monetária e preservar a soberania brasileira, sem receio de optar por decisões nem sempre simpáticas, sobretudo para o mercado.

“Estamos em um cenário de muitas incertezas por conta do início do governo do Donald Trump nos Estados Unidos e o que tudo que isso pode acarretar para o mundo. Mas o Brasil vai atravessar bem esta fase, pois o nosso país é muito maior que as mentiras”, argumentou.

Ele acrescentou que a confiança em Lula não é gratuita nem esporádica.

“Ela é reflexo de mais de 50 anos de dedicação aos interesses nacionais, à democracia, à luta contra as injustiças e a pobreza. É uma confiança que não se quebra, e isso incomoda quem não a tem”, concluiu.

SAIBA

O levantamento estimulado da Quaest coloca Lula na frente de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Ciro Gomes (PDT-PE), Pablo Marçal (PRTB-SP) e Gusttavo Lima (sem partido).

A margem de erro é de 1 ponto porcentual para mais ou para menos. Encomendada pela Genial Investimentos, a pesquisa ouviu 4,5 mil pessoas de 21 a 23 de janeiro e o nível de confiança é de 95%.

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