Política

POSICIONAMENTO

Capitão Contar diz não confiar nas urnas, mas bloqueios nas estradas precisa ser visto com cautela

O candidato do PRTB ainda disse que é resultado das eleições gera revolta em quem votou em Bolsonaro

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Diante das manifestações organizadas por caminhoneiros insatisfeitos com o resultado das eleições, nesta segunda-feira (31), Renan Contar (PRTB), que concorreu no 2º turno para o governo de Mato Grosso do Sul, saindo derrotado com 43,10% dos votos, disse que esta movimentação precisa ser vista com cautela.

Entretanto, durante entrevista coletiva, Contar reiterou que ainda não tem uma opinião formada sobre o assunto, mas que o protesto não pode prejudicar o direito de ir e vir das pessoas e garantir o transporte de suprimentos, combustíveis e passagem de ambulâncias

“Eu acho que tem que ser visto com muita cautela, não sei opinar ainda. Temos que ter bastante cuidado com esse tema”, afirmou.

Por outro lado, o capitão da reserva disse que a vitória de Lula (PT) gera revolta para quem votou em Jair Bolsonaro (PL), mas é preciso esperar os desdobramentos e alinhamentos que virão de Brasília (DF).

Ainda durante a entrevista, Contar apontou que as manifestações precisam ser pacíficas e com respeito às liberdades individuais. Além disso, lembrou que as Forças Armadas não devem ter participação em qualquer ato de protesto já que “são a reserva de segurança do país para manter a paz e a ordem”.

RESULTADOS

Já em relação à falta de posicionamento de Bolsonaro sobre a derrota nas urnas, o capitão disse que o atual presidente da República “deve ter seus motivos pessoais” para isso. 

Ele ainda afirmou que, apesar de reconhecer a vitória do petista para o Planalto e de Eduardo Riedel (PSDB) para a governadoria de Mato Grosso do Sul, não confia 100% nas urnas eletrônicas. 

“As urnas dizem que ganhou, agora dizer se eu confio cem por cento nas urnas, eu tenho minhas dúvidas”, afirmou.

Na coletiva, o então candidato do PRTB também afirmou que, embora não tenha saído ganhador no 2º turno, se considera vitorioso por ter chegado à segunda rodada do pleito, disputado entre ele e Eduardo Riedel.

“É uma campanha que fiz de forma limpa, sem dinheiro público e sem conchavos com ninguém, apenas representando o anseio popular”, concluiu.

Em MS, Capitão Contar obteve 43,10% ante 56,90% de Eduardo Riedel, que foi considerado matematicamente eleito quando a apuração havia passado de 85% das urnas na tarde de ontem. 

ELEIÇÕES 2026

Pesquisa aponta vitória de Eduardo Riedel no primeiro turno em MS

Correio do Estado/IPR entrevistou 1.700 pessoas nos 12 maiores municípios do Estado no período de 1º a 6 de dezembro

08/12/2025 04h00

O governador Eduardo Riedel (PP) está com reeleição pavimentada no pleito do próximo ano

O governador Eduardo Riedel (PP) está com reeleição pavimentada no pleito do próximo ano Saul Schramm

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A última pesquisa de intenções de votos para governador de Mato Grosso do Sul realizada este ano pelo Correio do Estado e o Instituto de Pesquisa Resultado (IPR) aponta que, se as eleições fossem hoje, Eduardo Riedel (PP) seria reeleito no primeiro turno do pleito.

De acordo com o levantamento estimulado, quando são apresentadas aos entrevistados as opções com os nomes dos candidatos, Riedel obteve 47,06% das intenções de votos, enquanto o segundo colocado, o ex-deputado federal Fábio Trad (PT), somou 9,47%.

Depois, aparecem o deputado federal Marcos Pollon (PL), com 6,06%, o deputado estadual João Henrique Catan (PL), com 1,82%, e o superintendente estadual do Patrimônio da União, Tiago Botelho (PT), com 1,47%. Outros 14,41% não votariam em nenhum deles e 19,71% não sabem ou não quiseram responder.

O governador Eduardo Riedel (PP) está com reeleição pavimentada no pleito do próximo ano

Com a análise somente dos votos válidos, ou seja, quando são excluídos os indecisos, os que não quiseram responder e os que vão votar em branco ou vão anular os votos, o atual governador chega aos 71,4% das intenções de votos, isto é, muito acima dos 50% necessários para ser reeleito no primeiro turno.

ESPONTÂNEA

Já na pesquisa espontânea, quando não são apresentadas aos entrevistados as opções com os nomes dos candidatos, Riedel também lidera, com 9,71% das intenções de votos, seguido, bem de longe, por Fábio Trad, com 1,24%.

Depois, aparecem o ex-deputado estadual Capitão Contar (PL), com 0,82%, Marcos Pollon, com 0,47%, o ex-governador André Puccinelli (MDB), com 0,29%, o deputado estadual Zeca do PT, com 0,29%, e o ex-governador Reinaldo Azambuja (PL), com 0,24%.

Mais atrás ainda temos a senadora Tereza Cristina (PP), com 0,24%, João Henrique Catan, com 0,18%, o ex-senador Delcídio do Amaral (PRD), com 0,06%, a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil), com 0,06%, o deputado federal Vander Loubet (PT), com 0,06%, e o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni (PP), com 0,06%. E 86,24% não sabem ou não quiseram responder.

REJEIÇÃO

A pesquisa Correio do Estado/IPR também levantou a rejeição para governador de Mato Grosso do Sul e Fábio Trad está na frente, com 13,88%, seguido por Marcos Pollon, com 6,88%, Riedel, com 5,47%, João Henrique Catan, com 4,29%, e Tiago Botelho, com 2,59%. Outros 33,65% não rejeitam ninguém, 16,88% rejeitam todos e 16,35% não sabem ou não quiseram responder.

O levantamento ouviu, no período de 1º a 6 de dezembro deste ano, 1.700 pessoas com 16 anos ou mais, distribuídas pelos municípios de Campo Grande, Dourados, Sidrolândia, Ponta Porã, Nova Andradina, Amambai, Paranaíba, Aquidauana, Três Lagoas, Naviraí, Maracaju e Corumbá, tendo grau de confiança de 95% com margem de erro de 2,5 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Apesar de ter sido feita nos 12 maiores municípios sul-mato-grossenses, a pesquisa cobre onde está a maior parte da capacidade eleitoral do Estado, ou seja, oferece uma fotografia extremamente fiel do cenário real, já que os pequenos municípios têm baixo peso estatístico.

Como as 12 cidades pesquisadas concentram mais de dois terços de todos os eleitores, a ausência dos municípios pequenos não distorce a tendência geral. Dois terços do eleitorado representam cerca de 1,25 milhão de eleitores, enquanto o Estado tem cerca de 1,88 milhão de eleitores (dado utilizado nas análises de 2022-2024).

ANÁLISE

Segundo o diretor do IPR, Aruaque Fresato Barbosa, a intenção de votos para governador mostrou uma diferença muito grande entre o atual chefe do Executivo estadual, Eduardo Riedel, e os outros nomes citados na pesquisa.
“Por isso, se as eleições fossem hoje, o pleito estaria muito próximo de acabar no primeiro turno. Se colocar apenas os votos válidos, com certeza daria primeiro turno se as eleições fossem agora, mas é preciso lembrar que elas serão somente em outubro de 2026”, pontuou.

Ele explicou que se pegar a diferença de Riedel para o segundo colocado, que é Fábio Trad, dá praticamente cinco vezes mais. “E isso porque estou falando apenas do segundo colocado e não citando os demais candidatos. Portanto, hoje é muito favorável à reeleição de Riedel no primeiro turno”, assegurou.

Para Aruaque Barbosa, até agora não apareceram nomes capazes de incomodar ou causar alguma mudança no atual cenário. “Agora, vamos ver se em 2026 as pessoas ficarão mais atentas às eleições, com os veículos de comunicação divulgando mais os candidatos. Aí a gente vai ter uma noção maior”, comentou. 

O pesquisador argumentou que a população sul-mato-grossense quer a reeleição do Riedel, aprova a reeleição dele Riedel e os números só vêm a confirmar esse cenário. 

“Se essa tendência se mantiver até outubro de 2026, a eleição será definida no primeiro turno aqui em Mato Grosso do Sul. Tem que acontecer aí uma mudança muito forte, significativa, para poder dar segundo turno”, reforçou.

Ele ainda citou que na espontânea, em que 86% dos entrevistados ainda não têm definido o nome para governador, o percentual de indecisos é alto porque a eleição ainda está longe. 

“Porém, Riedel tem 9,71% pontos percentuais, o segundo colocado, o Fábio, tem 1,24%, ou seja, aqui a discrepância é maior ainda. É lógico que Riedel, como governador, tem mais mídia, mesmo assim, todos os nomes que foram citados têm intensidade eleitoral mínimas”, afirmou.

terras indígenas

STF volta a julgar marco temporal nesta semana

Corte vai ouvir sustentações orais das partes envolvidas

07/12/2025 23h00

Foto: Naiara Camargo

Foto: Naiara Camargo

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O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia na próxima quarta-feira (10) um novo julgamento sobre a constitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas.

Durante a sessão, não haverá votação dos ministros sobre a questão. A Corte vai ouvir as sustentações orais das partes envolvidas, e a data da votação será marcada posteriormente.

Em 2023, o STF considerou que o marco temporal é inconstitucional. Além disso, o marco foi barrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vetou o projeto de lei aprovado no Congresso que validou a regra. Contudo, os parlamentares derrubaram o veto de Lula.

Dessa forma, voltou a prevalecer o entendimento de que os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Após a votação do veto presidencial, o PL, o PP e o Republicanos protocolaram no STF ações para manter a validade do projeto de lei que reconheceu a tese do marco temporal.

Por outro lado, entidades que representam os indígenas e partidos governistas também recorreram ao Supremo para contestar novamente a constitucionalidade da tese.

Conciliação

Antes de retomar o julgamento, o STF realizou diversas audiências de uma comissão de conciliação entre as partes envolvidas na questão. A conciliação foi convocada pelo ministro Gilmar Mendes, relator das ações.

Além de levar o caso para conciliação, Mendes negou pedido para suspender a deliberação do Congresso que validou o marco, decisão que desagradou aos indígenas.

Em agosto do ano passado, no início dos trabalhos da comissão, a Articulação dos Povos Indígenas (Apib), principal entidade que atua na defesa dos indígenas, decidiu se retirar da conciliação.

A associação entendeu que não havia paridade no debate.

As audiências foram mantidas sem a presença dos representantes dos indígenas. Os trabalhos continuaram com representantes do Senado, Câmara dos Deputados, Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e de estados e municípios.

Em junho desde ano, a comissão finalizou os trabalhos e aprovou a minuta de um anteprojeto que poderá ser enviado ao Congresso Nacional após o julgamento para sugerir alterações na Lei 14.701 de 2023, norma que, apesar de tratar direitos dos povos indígenas, inseriu o marco temporal para as demarcações.

A questão do marco temporal não foi alterada porque é uma das questões em que não houve consenso.

A minuta trata de pontos consensuais que, em alguns casos, já constam na Lei 14.701/2323 e foram explicitados, como permissão para turismo em áreas indígenas, desde que seja autorizado pelos indígenas, além da obrigatoriedade de participação de estados e municípios no processo de demarcação.

A minuta também prevê que o processo demarcatório, que é realizado pela Funai, deverá ser público, e os atos deverão ser amplamente divulgados.

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