Política

VERIFICAÇÃO

Em sabatina do Correio do Estado, Adonis fez somente afirmações verdadeiras

Durante o mês de setembro, o Correio do Estado faz entrevistas com os candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul

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No dia 8 de setembro, o Correio do Estado deu início à série de entrevistas com os candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul, como ocorre tradicionalmente em todos os anos eleitorais. Confira, agora, um resumo sobre afirmações que poderiam ser falsas, enganosas ou verdadeiras, realizadas por Adonis Marcos (PSOL), o primeiro entrevistado.

As entrevistas são realizadas pela jornalista Laureane Schmidt, com duração de 25 minutos para o candidato responder às questões realizadas, com transmissão ao vivo pelas mídias sociais Facebook (Correio do Estado), Instagram (@correioestado) e YouTube (www.youtube.com/CorreioEstado).

As perguntas são realizadas de forma democrática para todos os candidatos, distribuídas da seguinte forma:

  • 1 pergunta para o candidato se apresentar;  
  • 4 perguntas de temas livres com base em reportagens já publicadas pelo Correio do Estado;  
  • 2 perguntas que serão iguais para todos os candidatos;  
  • 2 perguntas relacionadas ao plano de governo;  
  • 4 perguntas que são sorteadas, ao vivo, pelo próprio candidato. 

Separamos, a seguir, tópicos a partir de afirmações realizadas pelo candidato ao longo da entrevista, as quais foram verificadas com base em informações oficiais.

Ribas do Rio Pardo capital do eucalipto: verdadeiro 

  • Adonis: Nossa Ribas do Rio Pardo será referência mundial, que será a capital do eucalipto, é uma cidade que vai ser se Deus assim quiser e nos abençoar vai ser toda asfaltada, a questão da saúde, educação, tudo tá sendo muito cuidado, nós baixamos impostos, estamos mostrando na prática como é administrar, cuidar da agricultura familiar. Isso tudo está sendo feito no município agora”.

Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, a fábrica da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, possui, de fato, potencial para ser uma referência mundial.

A estrutura poderá ser a maior fábrica de celulose do Brasil e uma das mais eficientes do mundo.

Em reportagem mais recente, mostramos que a Suzano segue avançando no cronograma das obras em Ribas do Rio Pardo. 

De acordo com o balanço divulgado pela empresa, referente ao primeiro semestre deste ano, as obras da nova unidade industrial chegaram ao patamar de 21% em termos de avanços físicos.

Tal avanço significa que um quinto da fábrica está concluído.

Por causa de suas dimensões e de sua ambição, o projeto da futura fábrica, que ficará distante cerca de 100 quilômetros de Campo Grande, recebeu o nome de Jubarte.  

Conforme dados de levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relacionados à extração vegetal e Silvicultura – cultivo de florestas através do manejo agrícola – Ribas do Rio Pardo ocupava, em 2020, o 2º lugar no ranking de extração de eucalipto no Brasil. 

Resolver conflitos indígenas é papel do Estado, junto à União: verdadeiro

  • Adonis: “No nosso governo nós não vamos colocar, jamais, o policial e o indígena em uma situação de confronto. Nós não podemos utilizar as forças de segurança para beneficiar os grupos pró governo. Nós não podemos dizer que essa responsabilidade é apenas do Governo Federal. ‘Ah, a questão da demarcação é uma questão federal’, não. A lei diz, se houver vontade do governador do estado para resolver o conflito, é possível resolver. Nós queremos criar uma vara agrária no estado para discutir as questões possessórias, para discutir a questão fundiária do estado. Não dá mais para a gente cumprir a integração de posse em um estalar de dedo ou simplesmente diga, olha, está tendo uma situação de esbura e mandarmos as forças de segurança da forma que foi feito aí. Não estou aqui dizendo que as forças de segurança cometeram algum crime. Eu estou dizendo que nós não vamos permitir que esse tipo de situação aconteça. Vai ser chamado para um diálogo dentro dessa vara de conciliação, nós vamos criar uma câmara de conciliação agrária, dialogar entre o produtor, o indígena e buscar parceria junto ao Governo Federal para resolver a questão. Indenizar os proprietários e pacificar as comunidades indígenas”. 

O Governo do Estado pode contribuir parcialmente na demarcação de terras indígenas, principal motivo, hoje, de conflitos entre indígenas e ruralistas em Mato Grosso do Sul. Logo, sozinho, o Estado não pode resolver a questão dos conflitos indígenas. 

Conforme o Art. 231 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, “são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

No Art, 12, § 2º, é especificado que os Estados e os Municípios deverão, “no prazo de três anos, a contar da promulgação da Constituição, promover, mediante acordo ou arbitramento, a demarcação de suas linhas divisórias atualmente litigiosas, podendo para isso fazer alterações e compensações de área que atendam aos acidentes naturais, critérios históricos, conveniências administrativas e comodidade das populações limítrofes”.

Logo, como complementado no § 3º, é necessário haver solicitação dos Estados e Municípios interessados, para, então, a União encarregar-se dos trabalhos demarcatórios.

Melhoria do Sistema Único de Saúde pode ser papel do Governo do Estado: verdadeiro 

  • Adonis: “Eu quero poder chegar num local e comprar algo mais barato e alguma coisa de qualidade, porque se eu quero algo bom pra mim, minha família e não posso querer pra população do meu estado. Eu quero ser governador pra isso. Eu sou usuário do SUS, meu eu não tenho plano de saúde, meu filho estuda em em colégio público e não é porque eu serei governador. Assumo esse compromisso contigo aqui agora, se eu vou pegar plano de saúde e colocar meu filho no melhor colégio da cidade, eu tenho que melhorar o SUS, eu tenho que melhorar o colégio público porque meus filhos estudam lá”.

De fato, a Constituição brasileira estabelece que a saúde é um dever do Estado. Aqui, deve-se entender Estado não apenas como o governo federal, mas como Poder Público, abrangendo a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios.

Inclusive, a Lei do Plano Plurianual (PPA) é editada a cada quatro anos e determina as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública para um período de quatro anos, incluindo o SUS, que se inicia no segundo ano do mandato do governante (Presidente da República, governador ou prefeito) e encerra-se no primeiro ano de mandato do governo seguinte. 

Saiba mais 

Os pontos destacados acima são os que classificamos como mais passíveis de dúvidas para a população. A entrevista completa pode ser assistida clicando neste link aqui, do canal do youtube do Correio do Estado.

Entrevistas  

A ordem das entrevistas foi definida em sorteio, e o primeiro a participar foi o candidato do Psol, Adonis Marcos, no dia 8. Magno Souza.

No dia 13 de setembro, o entrevistado será Capitão Contar (PRTB). A candidata do PT, Giselle Marques, será a entrevistada do dia 15 de setembro. No dia 16 será a vez de André Puccinelli (MDB).

Em 20 de setembro, Rose Modesto (União Brasil) será a entrevistada. Marquinhos Trad (PSD) será o entrevistado do dia 21 de setembro, e Eduardo Riedel (PSDB) fecha a série de entrevistas no dia 22 de setembro.

As perguntas são elaboradas por nossa equipe de jornalistas e também por representantes da sociedade civil, como entidades representativas de classe.  

Saiba mais sobre o Correio Verifica 

O Correio Verifica já publicou a explicação do perfil do candidato Adonis Marcos. Entre algumas checagens que já realizamos estão: PSDB-MS não apoia Simone Tebet, ao contrário do que ela afirmou em entrevista ao Jornal Nacional; e agência de Iara Contar não recebeu R$90 milhões em propagandas políticas, ao contrário do que afirma vídeo

 

Política

Após "miniférias", Riedel reassume governo de Mato Grosso do Sul

Governador se licenciou para visitar o filho na Alemanha e o vice, Barbosinha, ficou no comando do Estado de 13 a 20 de abril

22/04/2025 11h00

Eduardo Riedel reassumiu as funções de governador após período de licença

Eduardo Riedel reassumiu as funções de governador após período de licença Foo: Marcelo Victor / Arquivo / Correio do Estado

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Após um período de licença, o governador Eduardo Riedel (PSDB) reassumiu as funções de chefe do Executivo Estadual nesta terça-feira (22). Entre os dias 13 a 20 de abril, o vice-governador, José Carlos Barbosa, o Barbosinha, atuou como governador em exercício.

A autorização para a licença das funções de governador de Eduardo Riedel foi aprovada pelo deputados estaduais.

Durante o período, Riedel viajou, junto com a esposa Mônica Riedel, para a Alemanha, onde mora o filho do casal há cerca de um ano, fazendo pós-graduação.

" É um momento importante, ele está há quase um ano lá e nós ainda não fomos vê-lo, saber um pouquinho da rotina dele, da vida dele, da universidade que ele está, estar mais próximo um pouquinho aproveitando esse feriado", disse o governador, antes da ida.

Nesta segunda-feira, o governador recebeu Barbosinha em seu gabinete, onde se informou sobre as ações do Executivo Estadual durante sua ausência.

Em vídeo publicado no Instagram, o governador disse que foram discutidas as ações emergenciais para os municípios afetados pela chuva do feriadão.

"A semana passou com muitas coisas acontecendo, mas quero destacar aqui o volume de chuvas essa semana, e o Barbosinha teve contato com várias prefeituras discutindo como apoiar algumas situações específicas e que tiveram grandes prejuízos para vários municípios", disse.

Riedel também manifestou condolências pela morte do Papa Francisco, ocorrida nessa segunda-feira (21).

"Não tem como deixar de falar sobre a perda do nosso Papa Francisco, eu como cristão católico, um homem que trouxe uma imagem e uma mensagem muito forte para toda a humanidade e a perda dele, sem dúvida nenhuma, deixa um vazio nas pessoas, de uma maneira geral, mas tenho certeza que a Igreja Católica vai conduzir todo o processo para que a gente tenha uma nova liderança cristã no mundo, que está precisando demais", disse.

Por fim, Riedel agradeceu o trabalho de Barbosinha como governador em exercício.

O vice-governador, por sua vez, disse ser uma alegria receber Riedel de volta a Mato Grosso do Sul e destacou que foi uma semana de muito trabalho a frente do Executivo.

Nesta segunda (14), além de agenda interna, Riedel participa de encontro institucional do Comando Militar do Oeste (CMO), com a presença do general de Exército Richard Fernandez Nunes, Chefe do Estado-Maior do Exército.

 

Licença

A autorização para a licença das funções de governador de Eduardo Riedel foi aprovada na sessão do dia 9 de abril, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems).

"Comunico a esta Casa de Leis que no período de 13 a 20 de aril de 2025 a me licenciarei do exercício das funções de governador do Estado. Oportunamente em que poderei me ausentar do estado e do País. Informo que durante o referido período, a chefia do Poder Executivo será exercida, em substituição, pelo vice-governador José Carlos Barbosa", dizia o ofício enviado pelo governador.

Em suas redes sociais, Riedel informou que aproveitaria o feriadão de Páscoa para conhecer a rotina do filho, que faz pós-graduação na Alemanha.

"É um compromisso que assumi com ele e comigo mesmo, pois acredito que cuidar da família também nos fortalece como líderes e pessoas", disse nas redes sociais, antes da viagem.

TROCA PARTIDÁRIA

Em Naviraí, vereador do PP diz que partido ganhará reforço de colegas do PL e PSDB

Márcio Araguaia posta no Instagram que Bruno Liuti e Éderson Dutra vão para o progressista

22/04/2025 10h40

Os vereadores Éderson Dutra (PSDB), Bruno Liuti (PL) e Márcio Araguaia (PP), todos de Naviraí (MS)

Os vereadores Éderson Dutra (PSDB), Bruno Liuti (PL) e Márcio Araguaia (PP), todos de Naviraí (MS) Reprodução

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O vereador Márcio Araguaia, do PP de Naviraí, provocou um verdadeiro rebuliço na política partidária do município ao postar na sua conta na rede social Instagram uma celebração da filiação no partido dos colegas vereadores Bruno Liuti (PL) e Éderson Dutra (PSDB).
 
No entanto, com exceção de Éderson Dutra, que terá 30 dias para trocar de partido a partir da oficialização da fusão do PSDB com o Podemos, Bruno Liuti não teria essa possibilidade e, caso resolva mesmo sair do PL, poderá ter o mandato cassado por infidelidade partidária.
 
De acordo com a legislação eleitoral, não há janela para trocas de partidos até março de 2028 e mudanças antes desse prazo podem resultar na perda de mandato. Na publicação, Márcio Araguaia afirmou que a filiação dos dois parlamentares ao PP fortaleceria a bancada do partido, que passaria a ser a maior da Câmara Municipal de Naviraí, com seis vereadores.
 
Atualmente, o PP conta com dois vereadores e deve ganhar o reforço de outros dois, caso o União Brasil oficialize a federação partidária para as eleições de 2026, sendo assim, com vinda de Éderson Dutra, já que o PSDB pretende fazer uma fusão com o Podemos, os progressistas chegariam a cinco vereadores certos, a dúvida seria apenas Bruno Liuti, que correria o risco de perder o mandato.
 
“Essa união representa mais que números: mostra força, diálogo e compromisso com o futuro da nossa cidade”, postou Márcio Araguaia, ignorando a legislação eleitoral, pois na eventualidade de o vereador do PL, partido do prefeito Rodrigo Sacuno, resolva trocar de partido poderá perder o mandato em base da infidelidade partidária.
 
A infidelidade partidária ocorre quando um político deixa o partido pelo qual foi eleito sem justa causa ou fora das janelas permitidas. Especialistas em Direito Eleitoral ouvidos pela reportagem alertam que o anúncio público de filiação fora do prazo legal configura indícios de infidelidade partidária.
 
De acordo com a Lei nº 9.096/1995 e com jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), parlamentares só podem trocar de partido durante “janelas” específicas. O anúncio prévio de uma filiação fora da janela eleitoral pode ser uma prova, mas depende de outras atitudes, principalmente formais. O prazo para vereadores trocarem de partido é seis meses antes da eleição, que seria apenas em 2028.

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