Márcio Maio, TV Press
Futebol é mesmo uma mania nacional. E a Copa do Mundo vira um "prato cheio" para as emissoras que buscam, em apenas um mês, aumentar médias de audiência e faturamento e, principalmente, ganhar prestígio. Uma ameaça que fica evidente diante de um cenário com duas emissoras abertas com direito à transmissão dos jogos, que acontecem entre 11 de junho e 11 de julho. Globo e Band garantem a exibição de toda a cobertura em "high definition", realizada por equipes com mais de 100 profissionais brasileiros na África do Sul. Diante disso, a grande promessa fica por conta da possibilidade de transmissões em 3D. "Estamos trabalhando na negociação da exibição de 10 a 12 jogos em 3D em cinemas e grandes arenas", explica Fernando Bittencourt, diretor da Central Globo de Engenharia.
As estratégias de ambas são bem parecidas e sem grandes inovações. Além das transmissões, Band e Globo planejam "programetes" e flashes para serem exibidos ao longo da programação, com novidades e bastidores do evento. As duas redes apostam igualmente em análises e comentários antes e depois das partidas. O que muda mesmo é a equipe. Na Globo, nomes como Fátima Bernardes, William Waack, Glenda Kozlowski e Tadeu Schmidt são confirmados na cobertura fora dos campos. Já a Band aposta em Renata Fan, Milton Neves, Ricardo Boechat e Ticiana Villas Boas. "Vou levar tanto o ‘Jogo aberto’ quanto o ‘Apito final’ para a África. A Band vive um momento muito importante, voltando a cobrir por completo um mundial. Todos os esforços estão sendo concentrados para que tudo dê certo", avisa Renata, que não para de vibrar com sua estreia em mundiais de futebol.
A principal diferença entre as duas emissoras fica mesmo por conta da disponibilidade da grade. A Globo promete tentar manter uma programação sólida. "O horário nobre será preservado, já que as competições serão de manhã e à tarde", explica Roberto Buzzoni, diretor de programação da emissora. Já a Band se mostra disposta a deixar toda a grade de lado em função da Copa. "A nossa prioridade neste mês vai ser o mundial. Estamos transferindo quase uma emissora para a África, não tem sentido não agir dessa forma", atesta José Emílio Ambrósio, diretor executivo de Jornalismo e Esportes da rede.
Enquanto Band e Globo disputam a atenção na transmissão, outros canais correm por fora para não ficarem esquecidos durante as competições. No SBT, a contratação de Pelé para apresentar "programetes" de apenas um minuto sobre o mundial é a única grande novidade. "Queríamos uma maneira diferente de cobrir a Copa. Temos a sorte de ter o rei", valoriza Henrique Casciato, diretor comercial da emissora. Já a Record aposta literalmente em "O outro lado da copa". Já que não pode exibir os jogos, concentra seus esforços na cobertura dos bastidores em um projeto que será exibido entre maio e julho. "Começamos com a chegada da seleção brasileira na África, em 26 de maio, quando nosso satélite 24 horas vai estar aberto. Teremos estrutura para entrar, ao vivo, a qualquer momento na programação", afirma Sergio Hilinsky, diretor de Esportes da emissora, tentando impressionar.
Além da cobertura esportiva e jornalística, Globo e Band também levam seus humoristas para "reportagens" durante a Copa. Do "Casseta & planeta urgente!", que sempre pega carona no mundial, estão confirmadas as viagens de dois integrantes. "O Beto Silva e o Hélio de La Peña vão gravar parte do programa de lá", adianta o diretor José Lavigne. Já na Band, Rafael Cortez e Felipe Andreoli colocam seus ternos pretos na mala e embarcam atrás dos furos e das situações cômicas para o "CQC". "Vamos em duas equipes: uma segue a seleção brasileira e a outra faz uma abordagem mais ampla, comportamental e cultural", descreve Felipe.