Política

VIOLÊNCIA

Deputado petista é agredido com soco no peito na saída de missa na Capital

Pedro Kemp fez relato na noite de domingo (27), da violência sofrida em frente à Paróquia Nossa Senhora da Abadia, no Parque das Nações

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Vítima de intolerância política, o Deputado Estadual petista, Pedro Kemp, usou as redes sociais para descrever a violência sofrida por ele, enquanto deixava uma missa, na Paróquia Nossa Senhora da Abadia, no Parque das Nações na noite de domingo (27). 

Conforme boletim de ocorrência - registrado pelo político ainda ontem, por volta de 21h27 -, Osvaldo Nunes dos Anjos, 76 anos, abordou Kemp na saída da missa pedindo que Pedro tirasse o nome dele "da sua mala direta! Eu não quero receber mais uma correspondência sua". 

Quando o político confirmou que faria, e perguntou seu nome, a autor da agressão confirmou se chamar Osvaldo e, então, apontou o dedo para Kemp. 

 

Violência sem motivo

Quando Pedro Kemp pediu que Osvaldo abaixasse o dedo, o autor passou a lhe xingar de "canalha, bandido e falso". 

Foi quando Kemp passou a indagar se esses xingamentos seriam pelo fato de Pedro ser do Partido dos Trabalhadores, ou por ter votado em Lula. 

Segundo o B.O, Osvaldo então é descrito como se tivesse descontrolado, e então teria repetido o xingamento, antes de Kemp chamá-lo para conversar na calçada, já que estavam em frente à igreja. 

Depois do pedido para que se afastassem da porta da igreja, Kemp só escutou um "então vamos", antes de receber um soco direto no peito. 

"Eu vou te bater", disse Osvaldo, antes de continuar as agressões, sendo retirado para dentro da igreja por pessoas presentes no local. 

Em providência contra essas agressões, Pedro Kemp se reuniu na manhã desta segunda-feira (28), com a bancada do PT para discussão de medidas, de segurança e jurídicas, diante dos fatos que acontecem em todo o Brasil. 

Perseguição

Pedro Kemp não foi o primeiro a sofrer violência enquanto figura pública, motivadas aparentemente pelas convicções políticas. 

Mais recente, durante a Copa do Mundo cantor Gilberto Gil, de 80 anos, foi xingado por torcedores brasileiros enquanto caminhava para assistir a estreia do Brasil. 

"Vamo, Lei Rouanet", gritou um dos homens, que estava com um copo na mão, vestido com a camisa da seleção e um chapéu verde e amarelo estilizado. 

Gil e Flora andavam em direção ao estádio, acompanhados da empresária Lilibeth Monteiro de Carvalho, segundo informações da Agência Folhapress. 

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Entrevista

"A migração do eSaj para o sistema eProc vai dar mais agilidade aos processos"

Presidente do TJMS, Dorival Pavan anuncia, em primeira mão, a migração do eSaj, atual sistema, para o eProc, que usa inteligência artificial; ele também diz como vai reforçar o combate à violência doméstica

15/03/2025 09h30

Dorival Renato Pavan, presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS)

Dorival Renato Pavan, presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) está passando por uma fase de transformação tecnológica e administrativa. Uma das principais mudanças é a substituição do sistema eSAJ pelo sistema eProc, que promete otimizar a tramitação processual e tornar o trabalho dos magistrados e dos advogados mais eficiente.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, o presidente da Corte, desembargador Dorival Renato Pavan, fala desta mudança que promete mais agilidade e do fim do que ele chama de “tempo morto” na tramitação de um processo. 

Além das inovações tecnológicas, Pavan também destaca convênios estratégicos com o governo para ampliar a proteção às vítimas de violência doméstica. Essas parcerias visam tornar o atendimento mais ágil e eficaz, proporcionando um suporte mais estruturado e acessível às vítimas.

Paralelamente, temas como benefícios financeiros concedidos a magistrados e investigações em andamento no Judiciário, que têm gerado debates, também são comentados pelo presidente do TJMS. 

O senhor chega em um momento em que a sociedade tem elevado suas cobranças ao Judiciário. Qual a resposta que é possível dar à sociedade neste período em que a comunicação é quase instantânea?

Primeiro, eu cheguei em um momento em que eu realmente não esperava, minha pretensão era de ser presidente daqui a dois anos. Então, foi antecipado, por uma série de fatores, mas, enfim, eu assumo a presidência do Tribunal de Justiça nesse momento de grandes atribulações, inclusive em termos nacionais. 
E eu gostaria de destacar que o Judiciário, nessa interlocução com a sociedade, sempre foi lento. O Judiciário trabalha de uma maneira mais lenta que o natural, porque é típico do juiz examinar e decidir mais pausadamente. 

Mas penso que essa comunicação lenta do Judiciário com o cidadão não pode existir. Tem de haver meios mais rápidos de resposta. Como se fosse abrir as portas para dizer: “Nós estamos fazendo isso de bom, aquilo de bom. Isso é ruim, vamos tentar mudar”.

Por isso, devemos fazer esse tipo de interlocução de uma forma mais rápida, porque, hoje, com as redes sociais em plena evolução, uma notícia em 5 minutos pode se atrasar porque tem uma mais nova em cima dela. 

Nos últimos anos também tem havido um escrutínio maior do Poder Judiciário? Qual deve ser a resposta para essas questões, como as críticas a respeito da remuneração dos juízes?

A imprensa trata a questão de renda do magistrado como penduricalho. Eu repudio essa afirmação. Por quê? Porque não se trata de penduricalhos, são direitos adquiridos pelos magistrados que eram devidos e não foram pagos em tempo oportuno.

Em face dos valores [a que se tem direito] reconhecidos, paga-se parceladamente, agrega-se ao valor que é pago como subsídio. Por isso são valores indenizatórios.

Há algumas semanas, a imprensa noticiou um fato de um trabalhador que ganhou R$ 832 mil na Justiça do Trabalho, em face do empregador, em face dos valores não pagos. Isso veio a público porque o advogado dele teria supostamente se apropriado desses valores.

Isso me chamou a atenção, e esse valor corrigido já passava de R$ 1 milhão. O trabalhador comum também tem isso. Se ele não tem verba trabalhista, ele vai à Justiça, que reconhece o direito, e ele recebe.

Agora, eu lhe pergunto: por que deveria ser diferente com o juiz ou o magistrado? Se ele também trabalhou e fez jus a certas verbas, que não foram pagas e foram reconhecidas como devidas, elas devem ser pagas com juros e correção. Onde está o penduricalho nisso?

Isso está, na realidade, no tratamento pejorativo que a imprensa dá. Indevidamente, porque deixa de falar que são direitos expressamente reconhecidos como devidos a cada juiz, tanto se fosse o caso por reconhecimento judicial, quanto pelo fato de que o Conselho Nacional de Justiça entendeu que esses valores são devidos e mandou pagar. Por isso, esses valores têm de ser pagos mesmo, sob pena de enriquecimento indevido da administração em detrimento de um magistrado que prestou serviço e não recebeu. É simples assim.

Sobre as investigações contra magistrados, não só aqui em Mato Grosso do Sul, mas no Brasil, como você vê esse olhar mais atento da sociedade?

O magistrado também é um trabalhador e, como a maioria dos trabalhadores do Brasil, também pode ter um problema ou outro. É natural este escrutínio da sociedade em relação ao trabalho do magistrado. 

Eu digo para você o seguinte: é a forma de controle que a sociedade tem e está em um dispositivo da Constituição, que diz que as decisões devem ser fundamentadas. A fundamentação da decisão é a prestação de contas à sociedade. 

Mas, enquanto o magistrado está atuando de forma natural em seu trabalho, o escrutínio sobre o trabalho não é colocado em discussão. Ele só vem à discussão quando há um entrave, um deslize, e isso por conta das investigações que acontecem. 

Eu sempre digo que deslizes podem acontecer em qualquer ambiente. E a magistratura não está infensa a isso, lamentavelmente. Só que nós não devemos julgar e condenar imediatamente. Nós devemos esperar o devido processo legal, a manifestação dos réus, dos indiciados no processo respectivo, a resposta que ele dá, a documentação que ele entrega... E, depois de julgado, nós vamos então fazer nosso juízo de valor. Porque o que acontece até agora é que a imprensa noticia e a condenação já existiu. 

Temos de trabalhar com a presunção de inocência. O Judiciário só trabalha com a presunção de inocência. O que não podemos, além de julgar antecipadamente, é colocar como se todo o Judiciário fosse isso. Não é. 
O Judiciário não pode ser prejudicado em sua função institucional pelo fato de que surgem, aqui ou acolá, algumas denúncias em relação a fatos denunciados. 

O que vem sendo feito para dar mais agilidade à Central de Processamento Eletrônico (CPE)?

O problema hoje da CPE é o advogado não ter meios para saber onde está o seu processo, em que fase está e quanto tempo vai demorar para fazer o cumprimento de uma medida judicial. Porque a CPE é uma coisa que ficou fechada, os processos vão todos para esta central, que tem mais de 700 servidores trabalhando lá, atendendo o Estado inteiro. 

É direito do advogado saber como está o seu processo. Ele tem o direito para poder informar seu cliente, mas ele não consegue chegar a ter essa informação. O que nós conversamos com a OAB? Que nós vamos melhorar o canal de comunicação. 

Estamos instalando um balcão virtual, que é uma forma de melhorar a comunicação entre o advogado e a CPE, para que ele tenha uma resposta rápida sobre em que pé está o processo dele. Se ele tiver uma reforma, informa ao cliente. 

Mas outro ponto que eu considero muito importante destacar no caso da CPE é que ela absorveu praticamente todo o trabalho do Estado inteiro. Por isso, uma de nossas propostas é fazer uma radiografia sobre se realmente devemos manter o mesmo número de processos sendo despachados pela CPE ou se podemos desvincular alguns juízos que têm mais problemas na CPE para que sejam cumpridos na própria comarca. 

Estamos discutindo esta proposta ainda, temos de saber se ela é viável e se temos número suficiente de servidores na comarca para atender a essa demanda. Um movimento desse gera despesa e impacta o orçamento, por isso, temos de equilibrar. 

O que está sendo feito para se dar mais agilidade à prestação jurisdicional?

Uma outra solução que vai ajudar muito é a migração de sistema do atual eSaj para o eProc. O eProc é um sistema criado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região [TRF4] e é gratuito. Teremos uma apresentação dele no dia 19 [de março]. 

Temos o eSaj, que está em grande parte dos tribunais do Brasil desde antigamente. Hoje, todos estão saindo deste sistema e migrando para o eProc. São poucos os tribunais brasileiros que continuam com o eSaj. Nós seremos um dos últimos a sair. 

Como é, na prática, o eProc?

Ele é gratuito e tem acoplado nele a inteligência artificial [IA]. Ele aprende com o próprio andamento do sistema [machine learning] e vai eliminar o que chamamos de “tempo morto” do processo. Porque o juiz dá o despacho inicial na ação: “Cite-se, para contestar, querendo, em 15 dias”. Ou seja, um despacho inicial de uma ação comum. O sistema vai fazer com que esta citação seja feita. Feita a citação, imediatamente ele aguarda o tempo da resposta do réu. Tudo isso eletronicamente. Se vier a resposta do réu, ela não volta para o juiz, já vai para o autor contrariar, impugnar a contestação.

O processo só volta para o juiz quando estiver pronto para sentenciar, ou para promover o julgamento antecipado da lide, ou para deferir provas, ou para realizar uma audiência de instrução e julgamento.

Então o sistema fará mais atividades-meio para liberar tempo para o magistrado realizar mais atividades-fim?

A atividade-meio é toda realizada pelo sistema, ele dá conta disso. Já a atividade-fim é do juiz. O juiz vem para decidir sobre uma preliminar, ou sobre a realização de uma audiência, ou para sentenciar. 

A inteligência artificial vai fazer uma leitura prévia do processo e dar para o juiz os pontos que foram debatidos, as provas que estão nos autos, já para o juiz fazer o relatório dele e ter todos os elementos necessários para poder fazer a sentença. Então, veja: será uma evolução muito grande, um passo gigantesco no andamento do processo, que vai fazer com que o “tempo morto” diminua. 

O que o Judiciário pode fazer, efetivamente, para reduzir a violência doméstica?

O feminicídio começa por uma questão cultural. O marido, dentro desta sociedade patriarcal que nós vivemos, comanda o lar e acredita que a mulher deve subserviência a ele, pratica a violência em função exatamente desta condição que ele tem de patriarca em relação à mulher, que ele acredita que lhe deveria obediência, e não é assim que tem que ser. 

A sociedade não é mais isso, não é mesmo? Essa transformação social ainda não está inserida em alguns meios familiares e gera esse tipo de violência, oriunda da sobreposição do homem em relação à mulher. É uma cultura que tem de mudar. 

A segunda coisa é a estrutura que o poder público oferece para a proteção da mulher, não é mesmo? Nós tínhamos, aqui, em Campo Grande, uma Vara da Violência Doméstica e resolvemos criar a 2ª Vara da Violência Doméstica. 

Com duas varas em operação, há uma maior divisão do trabalho, uma possibilidade maior de decisões mais rápidas e com maior qualidade. 

Estamos, inclusive, ampliando a possibilidade de o juiz examinar os fatos que vêm à mão dele para poder dar a decisão mais adequada ao caso. Firmamos um convênio com o governo do Estado para que o sistema Sigo, da Polícia Civil, possa ser integrado ao eSaj e o juiz ter condições de examinar imediatamente qual é o antecedente criminal deste indivíduo, para poder já dar a medida mais adequada. Porque, em alguns casos, uma simples ordem de afastamento não resolve.

No caso do agressor da jornalista [Vanessa Ricarte, assassinada em fevereiro pelo ex-noivo], pelo histórico dele, seria o caso de decretar a prisão já após o atendimento. 

Outro convênio que estamos firmando é com o estado de Mato Grosso do Sul, para a criação de um Batalhão da Lei Maria da Penha, com viaturas e homens e mulheres devidamente treinados para cumprir mandados expedidos nessas duas varas de defesa da mulher. 

O que mais lhe preocupada no momento atual do Poder Judiciário?

Eu estou preocupado com o estrangulamento da prestação jurisdicional, com o atraso dos processos. Nós temos 834 mil processos que estão aí há meses ou anos para serem decididos. Isso passa ao cidadão uma sensação de desconforto, de desconfiança do Judiciário, porque ele vai em juízo, espera ter um direito que ele sabe que tem, mas esse direito não é reconhecido ou demora para ser reconhecido. Isso gera insatisfação. Insatisfação jurídica, inclusive. 

Mas, para resolver isso, nós precisamos de juízes e precisamos de servidores. E nosso orçamento está estrangulado. Então, vou precisar passar por uma reestruturação de orçamento para poder fazer frente a este tipo de coisa, para eu poder atacar efetivamente os problemas que eu devo atacar. Isso, contudo, me angustia, porque tenho angústia com processo parado, porque eu sei que o cidadão está precisando de resposta. 

Mas nós já começamos a dar essa resposta. Fizemos uma primeira força-tarefa, pegamos uma das varas aqui de Campo Grande, que estava com 9 mil processos parados, remanejamos um juiz temporariamente para que a tarefa fosse feita e nós temos juízes com um volume menor de processos. Como tudo é virtual, este trabalho é feito pelo sistema. 

Por exemplo: pego de três a cinco juízes de comarcas do interior, nomeio estes juízes para atuarem temporariamente em processos daqui.

Perfil

Dorival Renato Pavan

Dorival Renato Pavan, atual presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), é natural de Mandaguari (PR) e ingressou na magistratura em 1985. É desembargador desde 2008. Foi vice-presidente do TJMS no biênio 2023-2024 e assumiu a presidência neste ano. 

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estratégia

Com fusão descartada, Kassab voltará à carga para tirar Riedel do ninho tucano

Ele já tirou a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, do PSDB e também quer o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite

15/03/2025 08h30

Kassab recebeu Riedel em março do ano passado em São Paulo

Kassab recebeu Riedel em março do ano passado em São Paulo Foto: Reprodução

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Com a possibilidade de fusão praticamente descartada por parte das lideranças nacionais do PSDB, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, já avisou que pretende voltar à carga para tirar o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, do ninho tucano, assim como fez com a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, e que também pretende fazer com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

O Correio do Estado apurou com lideranças do PSD no Estado e confirmou que Kassab vem com tudo para tentar “seduzir” Riedel e convencê-lo a trocar de partido para tentar a reeleição ao cargo de governador de MS nas eleições gerais do anoque vem. 

Em março do ano passado, durante reunião no apartamento do presidente nacional do PSD, em São Paulo (SP), quando o vice-governador José Carlos Barbosa, o Barbosinha, assinou a ficha de filiação, Riedel já tinha sido convidado para fazer o mesmo.

Mais recentemente, no dia 8 do mês passado, Kassab veio a Campo Grande especialmente para se encontrar com Riedel e com o presidente do PSDB no Estado, o ex-governador Reinaldo Azambuja. Na época, a pauta da reunião foi a incorporação do partido tucano pelo PSD, já de olho nas eleições gerais do ano que vem.

No entanto, como a incorporação pelo PSD resultaria na extinção do PSDB enquanto sigla, as lideranças nacionais tucanas, tendo à frente o deputado federal Aécio Neves (MG), posicionaram-se contra, e o presidente nacional da legenda, Marconi Perillo, descartou essa possibilidade.

A medida caiu como um balde de água fria nos planos de Riedel e Azambuja, que também sairá candidato em 2026, mas ao Senado, pois ambos contavam com a probabilidade de incorporação pelo PSD, de olho no Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o famoso Fundo Eleitoral, para as suas respectivas campanhas eleitorais no pleito do ano que vem.

Porém, a reviravolta não desanimou Kassab, que manteve o interesse nos governadores tucanos. Na segunda-feira, em Recife (PE), abonou a ficha de filiação da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, e, na mesma cerimônia, avisou que tentará ampliar ainda mais os estados governados por seu partido – atualmente já são três – e investirá nas filiações dos tucanos Eduardo Riedel e Eduardo Leite. 

Com relação a Riedel, Kassab compete com o PL e o PP, pois os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Tereza Cristina (PP), que foi eleita em 2022 na mesma chapa do governador, tentam convencê-lo a embarcar na legenda.

Procurado pelo Correio do Estado, Riedel disse que só decide seu futuro político depois que o PSDB nacional definir qual caminho tomará. Quanto ao assédio das demais legendas para que deixe o ninho tucano, ele considera legítimo.

“O presidente Marconi Perillo deu prazo até o fim deste mês para definir essa questão. No momento, estamos em franco processo de conversa e é natural que diferentes partidos demonstrem interesse em uma aliança. Internamente, no PSDB, não tem absolutamente nada definido, mas acredito que é um processo que deve ir amadurecendo nos próximos dias”, declarou.

ALGOZ TUCANO

O PSD foi responsável por uma debandada do partido do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, principalmente em São Paulo, berço dos tucanos. Kassab integra o secretariado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e, além disso, já há um acerto com o ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, que será filiado em um evento em São Paulo. 

A fundação do partido, Espaço Democrático, passará a ser comandada por ele. Há a intenção de que Hartung seja um dos nomes para 2026 ao Senado ou ao governo. Em outra frente, o partido tenta ampliar sua participação na Esplanada dos Ministérios, seja com mais uma pasta, seja trocando o comando da Pesca e Aquicultura por um espaço mais robusto, com mais orçamento e capilaridade. 

Há expectativa entre aliados de uma conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) nos próximos dias. O espaço mais citado é o Ministério de Indústria e Comércio, ocupado pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin. 

O senador mineiro também é lembrado para as pastas de Justiça e Ciência e Tecnologia. O PSD foi o partido que elegeu mais prefeitos na eleição do ano passado, desbancado o MDB, o que deu à sigla mais força para a busca de novos filiados. Foram 877 prefeituras contra 832 do MDB.

Esse poderio que o PSD vem alcançando deve influenciar diretamente nas decisões que as siglas de direita e esquerda devem tomar para as eleições de 2026. O partido tem hoje o pé nas duas canoas e a possibilidade de lançar um candidato ao Planalto, tendo o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), como o principal cotado até agora. 

“Queremos participar das eleições presidenciais com uma candidatura própria, respeitando, diante das circunstâncias da política brasileira, aqueles que não poderão acompanhá-la, seja de um campo, seja de outro. E eu acredito que o PSD, encerradas as eleições, sairá maior”, disse Kassab ao jornal O Globo.

Apesar de estar no governo Lula com três pastas (Agricultura, Pesca e Minas e Energia), o PSD tem laços com o bolsonarismo e, principalmente, com Tarcísio de Freitas, que é, até o momento, uma das principais apostas da direita para substituir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas.

A força que Kassab conseguir deverá dar a ele margem de manobra para se posicionar na disputa presidencial. Além das prefeituras e dos governos, o partido terá lugar de destaque no Congresso Nacional neste ano com a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, com Otto Alencar (PSD-BA).

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