Política

VERIFICAÇÃO

Pesquisas falsas sobre intenção de voto ao governo de MS circulam no Whatsapp

Duas imagens que mostram supostas pesquisas eleitorais para o governo de Mato Grosso do Sul são falsas

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RESUMO DA CONCLUSÃO: São falsos os conteúdos que ilustram pesquisas de intenções de votos de candidatos ao governo do estado de Mato Grosso do Sul, já que não seguem as diretrizes definidas pela Justiça Eleitoral, além de privilegiarem algumas candidaturas em detrimento de outras.

  • Conteúdo investigado: Duas imagens que mostram supostas pesquisas eleitorais para o governo de Mato Grosso do Sul são falsas. Na primeira, o candidato André Puccinelli lidera o ranking com 22% das intenções de voto. Já na segunda imagem, o ex-prefeito Marquinhos Trad registra 23,2% e ocupa o primeiro lugar.
  • Onde foi publicado: Grupos de Whatsapp. 
  • Conclusão do Correio Verifica: São falsos os conteúdos que ilustram pesquisas de intenções de votos de candidatos ao governo do estado de Mato Grosso do Sul. 

As publicações beneficiam certos candidatos em detrimento de outros de forma errônea. Além disso, as supostas pesquisas foram realizadas por entidades que não apresentam registros junto das instituições oficiais de regulamentação e, portanto, se tornam ilegítimas e ferem as leis eleitorais, conforme disposto no artigo 33 da Lei nº 9.504 de 30 de Setembro de 1997.

Como o Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE-MS) define – no artigo 17 da Resolução 23.600/19 –, divulgar indevidamente pesquisas que descumpram as normas eleitorais pode resultar na aplicação de multa, cujos valores são listados entre R$ 53,2 mil e R$ 106,4 mil. 

Ainda conforme o TRE-MS, divulgar pesquisas falsas de intenção de votos sem o devido registro na Justiça Eleitoral pode causar prejuízos à sociedade, já que possuem a capacidade de comprometer a opinião pública e influenciar no processo democrático de uma forma inadequada perante à justiça. 

Além disso, o TRE-MS orienta que, antes de compartilhar qualquer pesquisa, é importante que o cidadão entre no site do TRE e verifique se foi realmente registrada, porque se não houver registro, o responsável pela divulgação também está sujeito às penalidades.

  • Alcance da publicação: Não foi possível calcular o alcance de circulação, por ter sido compartilhado em grupos do Whatsapp.
  • O que diz o autor da publicação: A equipe do Correio Verifica entrou em contato com telefones que poderiam ser dos responsáveis pela autoria da publicação. Entretanto, não obtivemos resposta até o fechamento desta apuração.
  • Como verificamos: Para fazer a verificação, pesquisamos no Google as palavras-chave “eleições”, “governo”, “2022”, “Mato Grosso do Sul”, e encontramos o verdadeiro resultado das pesquisas eleitorais. Também fizemos buscas do conteúdo no Google Imagens, mas não encontramos compartilhamentos em outras redes sociais. 

Em seguida usamos a ferramenta do Tweetdeck para monitorar e apurar se houve alguma publicação recente nos perfis do Twitter, sobre a suposta pesquisa eleitoral do Estado. 

Por fim, tentamos localizar os grupos contidos no processo - no qual foram atribuídas as autorias dos conteúdos -,  no Telegram e Facebook, mas não foram encontrados outros perfis.

Pesquisas falsas sobre intenção de voto em candidatos ao Governo do Estado

Ambas as supostas pesquisas são falsas, já que foram divulgadas por entidades que não possuem registro junto à Justiça Eleitoral, além de não seguirem os padrões estipulados por lei para realização de levantamento de intenções de voto em período eleitoral, conforme disposto no Artigo 33 da Lei nº 9.504 de 30 de Setembro de 1997

Além disso, vão na contramão dos resultados obtidos em levantamentos realizados por entidades credenciadas e com legitimidade diante das leis eleitorais. Por fim, as supostas pesquisas tendem a favorecer determinados candidatos em detrimento de outros.

Conforme a ação movida pela Coligação TRABALHANDO POR UM NOVO FUTURO (Federação PSDB, Cidadania, REPUBLICANOS, PP, PSB, PL, PDT) contra as falsas pesquisas, e acatada pelo TRE-MS, foi possível verificar que os institutos apresentados nas imagens são inexistentes, bem como os números estatísticos dos possíveis responsáveis.

Ainda conforme a liminar, os levantamentos de intenções de voto tendem a constituir um eficaz instrumento de convencimento do eleitorado e, por sua vez, a divulgação de pesquisas falsas pode trazer sérios danos para a sociedade e para o sistema democrático eleitoral, já que os dados e informações dispostos nessas supostas enquetes podem estimular os eleitores a definirem e/ou alterarem seus votos com base em dados falsos.

Para o Correio Verifica, são considerados falsos os conteúdos que são inventados ou que tenham sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade. 

Dados da Fundação Pesquisas são falsos 

Ainda que o primeiro material, divulgado pela “Fundação Pesquisas”, apresente corretamente o dado de que o ex-governador, André Puccinelli (MDB), lidera as intenções de voto, as demais informações colocam os outros candidatos com dados e colocações falsas. 

Vale ressaltar que o levantamento enganoso não elencou todos os concorrentes ao cargo de governador, deixando de fora a candidata Giselle Marques (PT), Adonis Marcos (PSOL) e Magno de Souza (PCO). 

Importante frisar, ainda, que, quanto aos percentuais de intenções de voto e colocações dos candidatos, o falso levantamento vai na contramão de pesquisas desenvolvidas por entidades credenciadas e com legitimidade diante da Justiça Eleitoral.

Levantamento da Fundação Green Pesquisas e Métricas também é falso 

A segunda suposta pesquisa foi realizada pela “Fundação Green Pesquisas e Métricas” e apresenta todos os dados de forma equivocada. Assim sendo, o gráfico ilustra Marquinhos Trad (PSD), como líder nas intenções de votos, com 23,3%, seguido por Puccinelli (MDB) que apresenta 22,7%, além de Capitão Contar (PRTB), com 13,1%, Eduardo Riedel (PSDB), com 10,5% e, por fim, a candidata Rose Modesto, com 10,2%. 

Esse conteúdo privilegiou Trad como o candidato com maior intenção de votos entre os eleitores e ilustrou Rose e Riedel empatados na última colocação. 

Levando em conta que as pesquisas de intenções de voto influenciam a opinião dos eleitores, conforme o TRE-MS, o conteúdo investigado apresenta o teor de convencimento suficiente para afetar de forma negativa os candidatos que ficaram nas últimas colocações.

Pesquisa verdadeira 

A última pesquisa realizada pelo RealTime Big Data e divulgada no dia 24 de agosto, aponta a liderança de André Puccinelli (MDB), com 21% das intenções de voto, seguido por Marquinhos Trad (PSD), com 18%.

Além disso, Eduardo Riedel (PSDB) tem 14%, Capitão Contar (PRTB) e Rose Modesto (União) têm 12%. Segundo a pesquisa, os três candidatos apresentam empate técnico, dentro da margem de erro, que é de três pontos percentuais. Na sequência, aparece Giselle (PT), com 4%. Adonis Marcos (PSOL) e Magno Souza (PCO) não pontuaram. 

Ainda conforme informações do levantamento publicado na CNN Brasil, os eleitores que pretendem votar nulo ou em branco somam 8%. Já os os que não sabem ou não responderam, representam 11%. A pesquisa não simulou cenários de segundo turno. 

O levantamento ouviu 1.500 pessoas por telefone entre 22 e 23 de agosto. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança, de 95%. Contratada pela Rede Record, a pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número MS-06707/2022.

  • Por que investigamos: O Correio Verifica investiga conteúdos suspeitos sobre eleições em Mato Grosso do Sul que viralizam nas redes sociais. As pesquisas aqui verificadas induzem a uma interpretação falsa, sem comprovação dos dados, e tendem  ao favorecimento nos resultados de alguns candidatos para o governo do Estado. Conteúdos como esse podem influenciar a decisão de eleitores, que têm o direito de votar com base em informações verídicas, não boatos.

Saiba mais sobre o Correio Verifica

O Correio Verifica já publicou a explicação do perfil do candidato Adonis Marcos (PSOL). Entre algumas checagens que já realizamos estão: Exclusão de propaganda eleitoral de Michelle não é censura; e agência de Iara Contar não recebeu R$90 milhões em propagandas políticas, ao contrário do que afirma vídeo.

 

Política

Preço para desistir de candidatura é 'Bolsonaro livre, nas urnas', diz Flávio Bolsonaro

O senador do PL do Rio disse que a escolha pelo seu nome como pré-candidato a presidente é "muito consciente" e "não tem volta" dentro do atual cenário do pai preso e inelegível

08/12/2025 14h26

Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro Agência Brasil / Tânia Rêgo

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse em entrevista à TV Record que o preço para desistir de ser candidato a presidente em 2026 é ter o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), "livre, nas urnas". Flávio afirmou, de acordo com a TV Record, na entrevista que foi exibida neste domingo, 7, que o "preço é justiça com quase 60 milhões de brasileiros que foram sequestrados, estão dentro de um cativeiro, neste momento, junto com Jair Messias Bolsonaro".

O senador do PL do Rio disse que a escolha pelo seu nome como pré-candidato a presidente é "muito consciente" e "não tem volta" dentro do atual cenário do pai preso e inelegível. "Óbvio que não tem volta. A minha pré-candidatura à Presidência da República é muito consciente", declarou.

Mais cedo, Flávio afirmou que tinha "um preço" para retirar a candidatura e que a anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 fazia parte da negociação. O senador do PL, no entanto, disse na ocasião que não era apenas a anistia, sem divulgar quais outras eventuais reivindicações".

Flávio revelou a nova condição para retirar sua candidatura - "Bolsonaro livre e nas urnas" -, ao ser perguntado se a anistia já seria o suficiente para desistir. O senador rejeitou a possibilidade de renunciar à pré-candidatura em favor de outra chapa neste momento. "O nome Flávio Bolsonaro está colocado e não sai", declarou. Jair Bolsonaro cumpre pena após condenação de mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.

violência política de gênero

Gleice Jane recebe ameaça de morte e registra boletim de ocorrência

Caso foi registrado como "ameaça" na Depac-Cepol

08/12/2025 08h55

Deputada Estadual de MS, Gleice Jane

Deputada Estadual de MS, Gleice Jane Reprodução Instagram Gleice Jane

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Deputada estadual de Mato Grosso do Sul, Gleice Jane (PT), compartilhou em suas redes sociais que recebeu ameaça de morte, motivada por violência política de gênero, neste domingo (7), em um aplicativo de mensagens.

A identidade da pessoa que lhe enviou as mensagens não foi revelada.

Com isso, registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC-CEPOL), em Campo Grande. O caso foi identificado como “ameaça”.

“Acabei de registrar um boletim de ocorrência contra uma ameaça que eu recebi no meu WhatsApp, no meu número pessoal, de uma pessoa que me chama de vários nomes que não vou falar aqui e por último diz “você vai morrer”. Dentre as mensagens ele também me manda vários links de pessoas de perfis relacionados a pessoas do PL e dentre as mensagens questionando a minha posição política, pela minha condição de ser mulher e de ser política. Portanto, é uma violência política de gênero", disse.

"Esse movimento da extrema direita de querer negar a nossa existência, de não querer dialogar, de querer impedir que a gente faça parte da política, é esse movimento também que gera violência contra as mulheres e que também é responsável pelo alto índice de violência e de feminicídio aqui no nosso país", complementou.

O Partido dos Trabalhadores (PT) emiti nota de repúdio sobre a ameaça de morte que a deputada recebeu.

“O Partido dos Trabalhadores (PT) de Rio Brilhante, através do presidente, Vítor Alegre, vem a público repudiar veementemente as ameaças de morte e a violência política de gênero sofridas pela nossa companheira Deputada Estadual Gleice Jane. A intimidação e o machismo usados para tentar silenciar mulheres na política são um ataque direto à nossa democracia. É inaceitável que uma parlamentar eleita, que representa a voz popular, seja alvo de tamanha covardia. Exigimos: Rápida e rigorosa investigação das autoridades para identificar e punir os agressores e garantia de segurança para a Deputada Gleice Jane. Estamos em luta contra o ódio e o machismo. Nossa solidariedade é total!”, afirmou, por meio de nota.

O vereador de Campo Grande, Landmark Rios, prestou solidariedade à deputada, por meio das redes sociais.

“Nossa total solidariedade à Deputada Gleice Jane, que foi covardemente ameaçada pelo WhatsApp.
Ataques, intimidações e violência não podem fazer parte da política, nem da convivência na nossa sociedade. Quem luta por justiça social, por direitos e por dignidade não pode ser silenciado pelo medo. Seguiremos firmes, lado a lado, defendendo a democracia, a vida e a liberdade de fazer política com coragem. Gleice não está sozinha”, disse o vereador, em suas redes sociais.

A vereadora de Campo Grande, Luiza Ribeiro, repudiou o ataque à colega.

"Inaceitável a violência política sofrida pela deputada Gleice Jane! Nossa Gleice Jane sofreu violência política de gênero e outras graves ameaças tudo em razão de sua atuação política! Exigimos toda atenção dos órgãos de segurança para rápida apuração e que garantam toda segurança a ela!", compartilhou, em tom de revolta, em suas redes sociais.

Violência política de gênero abrange atos, condutas ou omissões destinados a excluir mulheres do espaço político, ou a impedir/restringir sua participação e atuação. A legislação define essa violência como ações que visam obstaculizar o exercício de direitos políticos por mulheres.

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