Aparecida Gonçalves, a Cida Gonçalves, 60, petista, há 39 anos moradora de Campo Grande, a capital de Mato Grosso do Sul, especialista em gênero e violência contra a mulher, tomou posse, na manhã desta terça-feira (3), em Brasília, como a ministra da Mulher do governo de Lula.
“Agradeço às mulheres, que são 52% neste país, e que foram as grandes responsáveis pela eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por encerrar um governo machista, patriarcal, misógino, racista e homofóbico”, disse Cida em parte de seu discurso de posse.
Ainda na cerimônia, foi lida uma carta endereçada a ela, escrita por Rosângela Lula da Silva, a Janja, a primeira-dama do país, em que passou recado a quem prestigiava a solenidade:
“Seu comando [da nova ministra] será como de um capitão, nos guiando contra o machismo e a misoginia”, pontuou Janja.
Cida disparou críticas contra Jair Bolsonaro, do PL, o ex-presidente, segundo ela, que transformou o Ministério da Mulher como também ministério da Família e dos Direitos Humanos.
"Foi uma usurpação, pois não cuidou das mulheres, das famílias nem dos direitos humanos. Muito pelo contrário. A destruição dos direitos das mulheres no último governo não foi um acaso, mas um projeto. Um projeto político de invisibilização e sujeição da mulher”.
Cida Gonçalves é um das 11 mulheres entre os 37 ministérios de Lula. A senadora Simone Tebet, do MDB, é outra de Mato Grosso do Sul a assumir uma pasta, a do Planejamento.
MULHER SEGURA
De acordo publicação do site Metropoles, Na gestão Bolsonaro, o prograama criado “Mulher Segura e Protegida” direcionava as verbas federais para estados e municípios executarem as medidas de proteção, deixando para a União apenas o papel de “fiscalizador”.
A ideia de Cida, diz o site, é ter um ministério acolhedor, com medidas administradas dentro do órgão.
Um das medidas dentro desse pensamento é levar de volta para o Ministério da Mulher administração das chamadas Casas da Mulher Brasileira.
SECRETARIAS
Ainda segundo o Metropoles, a Secretaria Executiva do órgão será comandada pela professora e líder sindical Maria Helena Guarezi. A Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência terá como prioridade reconstruir o programa Mulher Viver Sem Violência, retomando a Casa da Mulher Brasileira a fim de acolher, com diferentes atendimentos, as vítimas de agressão e violência sexual.
A Secretaria Nacional de Autonomia e Cuidados vai atuar na inserção das mulheres no mercado de trabalho, sobretudo diminuindo a sobrecarga das tarefas domésticas e de cuidados, e criando mecanismos no mundo do trabalho para avançar na igualdade salarial e no combate ao assédio moral.
À Secretaria de Articulação Institucional e Participação Política, caberá reconstruir as articulações internas e externas, no âmbito dos organismos de políticas para as mulheres, no sentido de abrir espaço e ampliar a capacidade de capilaridade e transversalidade em todo novo governo.
CONVERSA COM CORREIO DO ESTADO
Duas semanas atrás, Cida Gonçalves, em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, disse:
“Vou fazer uma política para 100% das mulheres. Eu não quero saber quem votou no Lula ou quem não votou no Lula. Essa é a minha política. Sou ministra da mulher do Brasil e das mulheres que escolheram residir em nosso País”, disse a ministra.
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