Assassinatos em série são aqueles crimes que geram na imprensa uma repercussão tão grande quanto o estrago social que provocam. A definição é da especialista no assunto, a escritora Ilana Casoy, que está relançando a obra “Serial killers made in Brasil”, com a atualização de seis casos e a inclusão de Pedro Rodrigues Filho, o Pedrinho Matador. “Escrever sobre uma história real é difícil porque ela não acaba quando se termina o livro. Sempre acontecem fatos novos, mesmo quando os personagens já morreram”, explica. Foi o caso, por exemplo, de José Augusto do Amaral, o Preto Amaral, que matou várias crianças carentes em São Paulo, na década de 20. Ele morreu na cadeia. “Muita gente me escreveu dizendo que ele pode ter sido preso vítima de racismo”, explica Ilana. “Mesmo ele morrendo antes de ser julgado, as provas que estão no livro apontam que ele era realmente culpado”, completa. Outra atualização feita pela autora foi no caso de Francisco Costa Rocha, o Chico Picadinho. Para esta edição, ela voltou a entrevistá- lo para esclarecer a lguns pontos con fusos. “Tinha a sensação de que ele não tinha me explicado as coisas direito. Voltei na cadeia para conversarmos melhor”, diz ela. Condenado a 22 anos de prisão, legalmente, Chico deveria ter sido solto em 1998, quando sua pena acabou. Seu advogado está na justiça pedindo sua soltura. Ilana não gosta de se referir aos assassinos pelos apelidos, porque o crime, segundo ela, é apenas uma parte da vida deles. E é isso que a autora também mostra no livro. Além de relatar os assassinatos, ela faz uma rigorosa pesquisa da vida de cada um. O caso de Suzane von Richthofen, analisado no livro “O quinto mandamento”, também de autoria de Ilana, deverá virar filme, sob a direção de Ana Paula Santana. “O filme ainda está na fase de arrecadar patrocínio”, diz a autora. Há quem diga que livros como o de Ilana podem glamourizar o crime, fazendo com que o criminoso se sinta importante, e, para isso, a autora tem uma explicação: “De fato, eles gostam dessa i mpor t â nc i a. Eles deixam de fazer parte da massa, para serem pessoas diferenciadas. Eles viram mitos. Não há distinção na definição de mito, se ele é bom ou mal”.