Cidades

PROGNÓSTICO

Após verão mais seco em 10 anos, Campo Grande terá retorno das chuvas

Meteorologistas apontam cenário com precipitação dentro da normalidade na próxima estação, porém, o calor deverá continuar acima da média histórica

Continue lendo...

O verão trará mais chuvas regulares a Campo Grande, em comparação com o verão passado (2023/2024), que foi o mais seco dos últimos 10 anos.

Com início previsto para o dia 21, o verão 2024/2025 apresenta um cenário favorável, com volume de chuvas dentro ou próximo da média histórica em Campo Grande e no estado do Mato Grosso do Sul, segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS).

Meteorologista do Cemtec-MS, Vinicius Sperling explica ao Correio do Estado que, historicamente, dezembro e janeiro tendem a ser os meses mais chuvosos em Mato Grosso do Sul.

“Dezembro e janeiro são os meses mais chuvosos do ano na maioria dos municípios do Estado. Estamos em um cenário de verão 2024/2025 que aponta para chuvas mais próximas do normal, diferentemente do ano passado, qquando tivemos um verão muito quente e seco”, disse Sperling.

Mesmo neste cenário otimista, o meteorologista alerta que, em função das poucas chuvas neste ano, existe uma tendência de que as precipitações irregulares continuem a ocorrer durante o verão.

“Podem ocorrer durante o verão o que chamamos de veranicos, que são aqueles períodos de temperatura acima do normal, em que praticamente não há nuvens nem chuvas. Se o veranico concentrar 10 ou 15 dias sem chuvas, as médias de precipitação podem ser menores”, informou o meteorologista do Cemtec-MS.

Na Capital, o volume de chuvas em dezembro, em média, é de 206 milímetros, em janeiro, de 225,4 mm e, em fevereiro, de 176 mm, conforme dados do período de referência histórica do Cemtec-MS, de 1981 a 2010.

Em 2023, choveu 210 mm em dezembro, porém, em janeiro e fevereiro, o volume de precipitação foi abaixo da média histórica, apenas 92,6 mm no primeiro mês do ano e 104,6 mm no segundo mês, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

No último verão, de acordo com os índices do acumulado de precipitação do Inmet relativos ao verão, de 21 de dezembro de 2023 e 18 de março de 2024, choveu na Capital apenas 223,6 milímetros, sendo este o menor volume de chuvas dos últimos 10 anos.

A série histórica disponibilizada pelo Inmet, que vai de 2015 até este ano, mostra que, até então, o verão 2021/2022 tinha sido o mais seco: na época, o volume de precipitação foi de 386 mm. Mesmo assim, o volume é 57,9% maior que o do verão passado.

CALOR

Apesar de a previsão indicar chuvas dentro da média no verão, em relação ao calor, a tendência segue a mesma: os modelos indicam que as temperaturas ficarão acima da média histórica.

Climatologicamente, são esperadas em dezembro, janeiro e fevereiro temperaturas médias que variam entre 24ºC e 26°C. Na região noroeste e em partes do nordeste do Estado, as temperaturas variam normalmente entre 26ºC e 28°C no trimestre.

Porém, são esperadas para os próximos meses deste verão temperaturas máximas que podem variar entre 32ºC e 35°C, mesmo com a ocorrência mais regular de chuvas.

“Normalmente, a temperatura máxima registrada para estes meses é de 32ºC até 35ºC em algumas regiões do Estado, pela normal histórica. Segundo os modelos climáticos, a tendência para o verão é de que as temperaturas fiquem acima da média histórica para o período”, afirmou Sperling. Esta tendência, de acordo com o Cemtec-MS, é de 70% a 100% de chances de o trimestre do verão registrar temperaturas altas no Estado. 

DEFICIT HÍDRICO

É importante ressaltar que, apesar da previsão indicar um aumento de chuvas neste verão, o volume de chuvas não deverá ser suficiente para compensar o deficit hídrico que Mato Grosso do Sul enfrenta neste ano, com períodos sem chuvas que duraram meses em alguns municípios do Estado.

Conforme os dados do Cemtec-MS, Campo Grande teve um acumulado de chuva de apenas 546,3 mm entre janeiro e outubro, e a média história para o período é de 1.085 mm, ou seja, o volume acumulado de chuvas teve um deficit de 539,1 mm.

Além da Capital, no mínimo outros 13 municípios tiveram deficit de precipitação no mesmo período, por exemplo, Dourados (-384 mm), Três Lagoas (-284 mm), Ponta Porã (-490 mm) e Bonito (-359 mm).

“Estamos vindo de um cenário ruim de precipitação e vemos um cenário um pouco mais animador. Porém, temos de lembrar também de toda a falta de chuvas que tivemos no ano. Se em dezembro as chuvas estiverem dentro da média, não vai resolver a nossa situação de deficit hídrico elevado”, analisou Sperling.

PRÓXIMOS DIAS

Dezembro mal começou e a chuva já retornou a Mato Grosso do Sul. Segundo o Inmet, ontem o acumulado em Campo Grande foi de 1,8 mm, mas em outras cidades do Estado chegou a quase 30 mm, como em Maracaju.

Para os próximos dias, a previsão é de que as chuvas continuem em Mato Grosso do Sul de forma mais intensa. O Inmet indicou que as precipitações em todas as cidades de Mato Grosso do Sul poderão chegar a 100 mm por dia, em virtude da formação de um ciclone bomba na Região Sul do Brasil, que trouxe instabilidade para o Estado. O alerta de perigo laranja para tempestades segue até amanhã. Em Campo Grande, a temperatura máxima não deverá ultrapassar os 30°C até esta quarta-feira.

Saiba

Neste ano, após enfrentar várias ondas de calor, Campo Grande registrou a maior média de temperatura de sua história. De acordo com dados do Inmet e do Cemtec-MS compilados pelo Correio do Estado, até setembro, a Capital teve uma média de temperatura de 25,6°C.

Assine o Correio do Estado

depoimento

Defesa da mãe de Sophia alega Síndrome de Estocolmo e culpa padrasto por morte

Em júri, psicólogo forense contratado pela defesa disse que a mãe da menina tem diversos transtornos e que sofria abusos que prejudicaram sua "capacidade de reação"

04/12/2024 15h44

Defesa tenta desvincular a mãe de Sophia do padrasto da criança

Defesa tenta desvincular a mãe de Sophia do padrasto da criança Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

Continue Lendo...

A defesa de Stephanie de Jesus Silva, mãe da menina Sophia Ocampo, 2 anos, e acusada de participação no assassinato da criança, sustenta a tese de que a acusada tem transtornos psiquiátricos e sofria de Síndrome de Estocolmo, além de afirmar que a mulher vivia em relacionamento abusivo e que esses problemas fazem com que ela tenha “prejuízo na capacidade de reação”, culpando, desta forma, apenas o padrasto da menina, Christian Leitheim, pelo crime.

A afirmação e apresentação do diagnóstico foi feita pelo psicólogo forense Felipe de Martino Pousada Gomes, testemunha de defesa, durante júri do caso, realizado nesta quarta-feira (4), na 2ª Vara do Tribunal do Júri, em Campo Grande. Ele foi contratado pela própria defesa da acusada, sem remuneração, e realizou avaliações na modalidade telepresencial.

“Em resumo, eu coloquei hipóteses diagnósticas que puderam ser verificadas nesses exames e apresento algumas possibilidades dessas hipóteses, que é a Stephanie indicar transtornos de estresse pós-traumático, transtornos de ansiedade generalizada e episódios depressivos, além de apresentar sinais consistentes com a síndrome de Estocolmo, no contexto de um relacionamento abusivo”, disse a testemunha.

“Esses problemas também dizem respeito a um estreitamento cognitivo, dissonâncias e prejuízos na capacidade de reação”, acrescentou.

O psicológo afirmou ainda que o histórico familiar de Stephanie também influenciou nos transtornos, sendo supostas ausências paterna e materna, abusos sofridos na infância e violência doméstica em relacionamentos amorosos, que teriam “contribuído de modo significativo para uma vulnerabilidade emocional”.

“Esse padrão de apego que se forma na infância, um apego inseguro, pode predispor os indivíduos a buscarem, na forma adulta, os relacionamento abusivos, não somente insconscientemente, como em parte consciente, acaba sendo uma predisposição”, disse.

Além de afirmar que havia um relacionamento abusivo com Christian, a defesa também sustenta que Stephanie viveu o mesmo tipo de relacionamento com Jean Ocampo, pai de Sophia. Advogado que representa a acusada usou como exemplo o fato da jovem ter abandonado a faculdade para engravidar, afirmando que seria o sonho dele, e descobriu uma traição no puerpério.

Questionado, o psicológo afirmou que essas situações são características da síndrome de Estocolmo, no fato da pessoa colocar as vontades de outras pessoas a frente das próprias.

Seguindo na tese de que a acusada não agiu na capacidade total de suas faculdades mentais, a defesa afirma que o fato de ter sido abandonada por Jean contribuiu para que Stephanie “caísse nas garras” de Christian, alegando ainda que o rapaz tem um perfil narcisista e que houve “coação psicológica” por parte do padrasto da criança, que a teriam tornado uma pessoa suscetível e emocionalmente afetada.

Com relação aos abandonos, o psicológo respondeu que os padrões e traços já se formaram desde o início da história de vida de Stephanie, não apenas o relacionamento com Jean, mas também antes, que a tornaram uma pessoa suscetível e emocionalmente afetada.

Já no caso da suposta coação de Christian, a testemunha disse que no contexto de violência doméstica, há uma séria de fatores que dificultam a tomada de reação de sair da situação de violência e abuso.

“Na minha opinião, isso tem a mais a ver com uma formação da personalidade desde o início da vida, acumulando com outras experiências desta natureza, não somente essa, mas no quadro vital outras experiências de rupturas, de abandono, de perdas, de traumas, contribuindo para que ela fosse uma pessoa com uma reduçao maior na capacidade de confiar em si mesma, na autoestima, no senso que tem de resolver os próprios problemas”, disse.

"É muito comum que as pessoas que passam por essa situação tenham dificuldade de identificar tais situações, porque há um fenêmeno que se chama dissonância cognitiva, mesmo verificando situações que acontecem, cognitivamente tem uma dificuldade de compreendê-los como uma forma de violência. Outro ponto que merece destaque é também um vínculo chamado de paradoxal com o agressor e de natureza patológica. No caso em questão, se identica uma situação extrema, não estamos falando de qualquer situação de violência e abuso, mas situações extremas, por isso existem dificuldades de identificação cognitiva da situação e outra situaçao da natureza de inibir reações, comum em vítimas de violência ter sua capacidade inibida de reagir", concluiu.

Avaliação 

No depoimento, o psicólogo afirmou que trabalha com prestação de consultorias e pareceres técnicos dentro da área de psicologia e foi contratado pela defesa da acusada para fazer a avaliação.

Ele explicou ainda que o psicólogo forense é contratado como um consultor das partes para emitir um parecer técnico, enquanto o perito judicial atua dentro do processo judicial, sendo um profissional determinado judicialmente para fazer exames e laudos.

“No caso em questão, o foco foi fazer uma avaliação psicológica, para esta avaliação responder dúvidas que pudessem trazer esclarecimentos realacionado a possíveis diagnósticos, transtornos psicológicos e questões comportamentais com implicações para o caso”, disse a testemunha.

As avaliações foram feitas de forma telepresencial, com o psicólogo no interior de São Paulo e a acusada no presídio, em Campo Grande, em sessões de 50 minutos cada.

Caso Sophia

Sophia morreu no dia 26 de janeiro de 2023. Ela foi levada pela mãe até uma unidade de saúde, onde foi constatado que ela já estava morta há cerca de 7 horas e com ferimentos que indicavam que ela foi agredida e abusada sexualmente.

A mãe só teria encaminhado a menina à Unidade de Pronto Atendimento aproximadamente sete horas após sua morte.

Antes de morrer, a criança deu 30 entradas em unidades de saúde devido à agressões que sofria.

Após o crime, a mãe e o padrasto ainda combinaram uma versão para dar à polícia.

Casa própria

Com mais de 400 imóveis para financiar, Feirão MS Moradia começa amanhã

Programa oferece casas e apartamentos de até R$ 230 mil com financiamento facilitado

04/12/2024 15h30

Bônus Moradia pode ser somado a outros benefícios habitacionais

Bônus Moradia pode ser somado a outros benefícios habitacionais Divulgação

Continue Lendo...

A segunda edição do Feirão MS Moradia inicia nesta quinta-feira (5). O evento, promovido pela Agehab (Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul), acontecerá até domingo (8), no Shopping Norte Sul Plaza, das 10h às 22h.

Seis empresas do setor imobiliário participarão do feirão, oferecendo mais de 400 imóveis, incluindo casas e apartamentos, com valores de até R$ 230 mil. A iniciativa visa divulgar o programa habitacional do Governo do Estado e facilitar o acesso à moradia para milhares de famílias sul-mato-grossenses.

Bônus Moradia

O destaque do feirão é o programa Bônus Moradia, que já beneficiou mais de 2,5 mil famílias. Através do projeto, os cidadãos podem receber até R$ 32 mil para a entrada do financiamento. 

Maria do Carmo Avesani Lopez, diretora-presidente da Agehab, ressalta que o benefício também pode ser combinado com outros subsídios.

"Com o Bônus Moradia é possível que o cidadão consiga até R$ 32 mil para a entrada do financiamento, podendo receber também subsídios do Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, e o FGTS. Somando todos esses benefícios algumas pessoas conseguiram quitar o valor integral da entrada".

Durante o feirão, uma equipe da Agehab estará presente para oferecer toda a assistência necessária aos potenciais beneficiários. 

Como participar

Para ter direito ao subsídio do Bônus Moradia, os interessados devem atender aos seguintes critérios:

  1. Estar cadastrado no banco de inscritos da Agehab/MS
  2. Ter renda familiar de até R$ 7.050
  3. Não possuir imóvel em seu nome
  4. Não ter sido beneficiado com casa em outro programa habitacional

O valor do subsídio varia de R$ 12 mil a R$ 32 mil, dependendo da renda familiar e do município do beneficiado.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).