Cidades

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MP leva Promotoria a pedir cassação de prefeito ligado a 'braço direito' de Júnior Mano

Promotoria eleitoral destaca a investigação da Polícia Federal que encontrou indícios de que a campanha comprou votos

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O Ministério Público Eleitoral no Ceará pediu a cassação dos mandatos de dois aliados do grupo do deputado Júnior Mano (PSB-CE) - Professor Jardel e Antônio Ilomar, eleitos prefeito e vice de Canindé em 2024 com dinheiro supostamente desviado de emendas de autoria do parlamentar. Eles venceram o pleito com apoio direto de Bebeto do Choró, prefeito de Choró, apontado como braço-direito de Júnior Mano no esquema das emendas.

A Promotoria eleitoral destaca a investigação da Polícia Federal que encontrou indícios de que a campanha comprou votos.

Nos imóveis do comitê de Professor Jardel, durante a campanha, os federais encontraram R$ 56 mil em espécie, 32 kits de higiene pessoal, quantidade expressiva de medicamentos e um caderno com nomes de eleitores associados a valores supostamente pagos pelo grupo.

"O referido caderno se revela como peça-chave da investigação, funcionando como registro informal de uma rede sistemática de cooptação de sufrágios em favor de Jardel e Ilomar, em que o voto era associado a benefício material direto, seja em forma de pagamento em dinheiro, fornecimento de remédios ou promessas de transporte no dia da eleição", assinala o promotor Jairo Pereira Pequeno Neto, titular da 33.ª Zona Eleitoral do Ceará.

Júnior Mano é o principal alvo da Operação Underhand, que a Polícia Federal levou às ruas nesta terça, 8, por ordem do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Agentes vasculharam seu gabinete na Câmara.

O Estadão pediu manifestação do deputado, o que não havia ocorrido até a publicação deste texto. O espaço está aberto.

A suspeita é que emendas direcionadas por ele para 50 municípios cearenses, às vésperas do pleito do ano passado, passaram por um processo de desvio e se tornaram moeda de apoio a candidatos ligados a ele e ao prefeito Bebeto do Choró.

O dinheiro das emendas teria sido 'pulverizado' em licitações fraudadas - antes do período de veto imposto pela legislação eleitoral -, e abasteceram o caixa dos políticos apoiados por Júnior Mano e Bebeto.

Canindé é um município situado no sertão central cearense, a cerca de 100 quilômetros de Fortaleza. Professor Jardel foi eleito pela oposição com apoio direto de Bebeto do Choró. Ele derrotou o candidato da ex-prefeita Rozário Ximenes. Inconformada com o avanço do grupo de Bebeto sobre administrações municipais de sua região, Rozário denunciou o esquema das emendas ao Ministério Público estadual, em depoimento de setembro de 2024.

Bebeto teve a prisão decretada, formalmente acusado de desvio de recursos públicos de emendas parlamentares, lavagem de dinheiro e compra de votos nas eleições de 2024.

Segundo a Promotoria Eleitoral, durante as eleições de 2024, Bebeto fez contatos com agentes da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Rodoviária Estadual para reduzir a fiscalização de carretas em favor de Jardel e seu vice. O parecer destaca que Bebeto atuava como coordenador informal e financiador da campanha em Canindé, 'utilizando sua influência política e econômica para interferir no processo eleitoral'.

"O teor das conversas interceptadas revela clara tentativa de utilização do aparato estatal de segurança em benefício da campanha dos investigados, numa conduta que ultrapassa os limites da mera influência política e adentra o campo da instrumentalização da função pública para fins eleitorais, o que configura, de forma inequívoca, abuso de poder político entrelaçado com abuso de poder econômico", aponta o promotor Jairo Pereira Pequeno Neto.

O promotor afirma que, além das carretas potencialmente irregulares, foi identificada circulação de dinheiro sem origem comprovada. "Há um nítido entrelaçamento entre o abuso de poder político e o abuso de poder econômico, que, quando combinados, produzem efeitos ainda mais deletérios sobre a normalidade e legitimidade das eleições."

'Promessa de r$ 200 mil para vereador'

A base da investigação do promotor eleitoral é a denúncia de Ximenes. Ele revelou detalhes do esquema das emendas supostamente orquestrado por Bebeto e pelo deputado Júnior Mano. Rozário afirma que o grupo tem ligação com pelo menos 51 prefeituras no Ceará e usou empresas ligadas a Bebeto, registradas em nome de laranjas, para vencer licitações e desviar os recursos para uso em caixa dois e compra de votos.

Rozário Ximenes contou ter sofrido perseguição política do grupo adversário, que apoiava o candidato oposicionista Professor Jardel.

No pedido de cassação dos mandatos de Jardel e seu vice, o Ministério Público menciona a investigação da Polícia Federal que encontrou indícios de que a campanha realizava compra de votos de eleitores.

A PF identificou promessa de pagamento de R$ 200 mil para um vereador em troca de apoio político.

A ação do promotor eleitoral diz que a campanha de Jardel, com o apoio do braço direito de Júnior Mano, foi marcada por uma sucessão de irregularidades, 'com abuso de poder econômico, captação ilícita de sufrágio, abuso de poder político, tentativa de cooptação de agentes públicos e a utilização indevida de recursos públicos e estruturas administrativas para favorecimento eleitoral'.

O parecer conclui com o pedido de cassação dos mandatos de Jardel e Ilomar, declaração de inelegibilidade e convocação de novas eleições.

A PF também acredita que há indícios de uma relação entre Bebeto e braço do Comando Vermelho (CV) que se instalou nessa região do Estado para assumir o controle da compra de votos para aliados da facção.

O Comando Vermelho (CV) é uma poderosa facção do crime organizado com base no Rio de Janeiro e tentáculos espalhados por vários Estados, inclusive o Ceará, segundo a Polícia Federal "Soldados" do Comando Vermelho, segundo a investigação, foram deslocados para cidades do sertão cearense sob influência de Bebeto do Choró e Júnior Mano durante as eleições de 2024. A missão do grupo criminoso era "tocar o terror", com ameaças a candidatos rivais, pichações de muros e envio de mensagens por WhatsApp a eleitores. Bebeto está foragido.

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CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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